08 | YOU WOULD LOSE TO BATMAN
{ Você perderia para o Batman }
⎊
ESTAVA MAIS DO QUE CLARO QUE NÃO CONSEGUIA FICAR ESTÁVEL PERTO DELE. Todo o seu plano estúpido havia ido por água abaixo, fazendo com que praticamente entregasse tudo de bandeja para Stark. Estava perfeitamente explícito e Stella sabia que não conseguiria escapar da corda que estava colocando ao redor de seu pescoço.
Nos últimos dois dias era completamente percebível o jeito como o homem evitava ficar perto dela, quase como se tivesse uma doença contagiosa. Mas, agora ela sabia. Não era medo do que estivesse acontecendo com ela, ele tinha medo dele mesmo. Era assustador pensar isso de alguém como Tony, que se imponha tanto como um líder.
Ter se aproximado dele daquela maneira havia sido totalmente intencional, afinal precisava descobrir onde o descontrole das suas emoções começavam e terminavam. E todas as suas perguntas e respostas pareciam levar ao mesmo caminho, Tony Stark.
Chegou na conclusão de que em todos os momentos em que estava definitivamente perto dele, era quando não conseguia se controlar. Onde os surtos começavam e seu corpo não lhe obedecia.
Era assustador de se pensar, afinal ninguém gostaria de ficar a mercê do próprio corpo. E era dessa maneira que Stella andava se sentindo, uma parasita vivendo as escondidas em seu organismo. Quase como se a qualquer momento a sua verdadeira face fosse aparecer e tomar o controle de tudo.
Foi completamente difícil conseguir dormir. Um lado da sua cabeça estava latejando ardentemente, o que parecia fazer toda a dor descer para as outras partes de seu corpo. Ela não estava se sentindo nada bem. O seu maior medo era exatamente nesse instante, quando deitava seu corpo na cama.
Onde ficava sozinha, vulnerável. E apenas o seu lado amedrontado ficava ao seu lado. Stella tinha pavor do momento em que seus olhos se fechavam, pois não sabia se no dia seguinte os conseguiria abrir novamente.
Ás vezes quando conseguia dormir, acordava no meio da noite sufocada. Com aquela mesma sensação de que todo o quarto estivesse pegando fogo e não de uma maneira legal. O ar queimava cada pequena molécula de seu corpo e Stella não conseguia fazer nada a não ser chorar.
Era quase como se alguma coisa dentro de si não lhe deixasse assumir o controle. Isso estava começando a ser um enorme problema para ela. Já que estava começando a refazer seus planos de vida, pois parecia a única coisa sábia naquele instante. Mas, quando estava sozinha refletia se valeria mesmo a pena tentar voltar a sua antiga vida.
Quando sentiu seus olhos se abrindo, se deu conta de que já havia amanhecido. Se perguntou qual foi o momento em que havia pego no sono, já que não havia sido uma noite tranquila.
Stella rolou um pouco pela cama até criar coragem o suficiente para levantar, alguns hábitos jamais mudariam. O maior motivo pelas suas suspensões quando mais nova no orfanato, era o fato de sempre ser a última a se levantar. Aí quando chegava para tomar o café da manhã, todas as outras crianças já havia tomado.
Assim que terminou suas necessidades e colocou o pé para fora do banheiro, o despertador tocou. Indicando os números 07:25 piscando na tela. Não se lembrava de ter colocado aquilo para despertar, mas também não deu muita bola. Já que o dono daquela torre inteira poderia simplesmente manipular qualquer eletrodoméstico do lugar. Se sentiu um pouco tonta enquanto caminhava em direção ao ginásio, uma das únicas coisas em que Stella não era exatamente uma fã naquele lugar. Era o fato de ter que usar elevador para tudo, já que era dividido em andares.
O primeiro rosto que viu foi o de Steve. Ele estava segurando um copo de café enquanto mantinha os olhos em Natasha que dava murros no saco de areia. Sentado no chão com a cara completamente de sono estava Clint, que também bebia alguma coisa. O carpete do ginásio havia sido trocado nos últimos três dias, então quando o corpo acertasse o chão após uma pancada não iria doer tanto.
— Gostaria de saber o que estamos fazendo aqui a essa hora. — Stella comentou em um tom levemente embargado. O que era completamente aceitável, já que a garota ainda não havia acordado por completo.
— Hoje é um daqueles dias que eu também não faço idéia do porque estou aqui. — o Capitão respondeu tomando outro gole de seu café. — Já comeu?
— Ainda não...
— Stella. — a voz de Romanoff os interrompeu. — Vem aqui.
— Eu tô de boa aqui...
— Anda.
A menina subiu para dentro do ringue com um pouco de moleza. Não estava com nenhum pingo de paciência para treinos a aquela hora da manhã. Mas por outro lado, a viúva negra parecia totalmente animada. Stella se questionou o por quê de estar ali, mas quando o primeiro soco acertou seu maxilar, compreendeu.
Iria apanhar até estar boa o suficiente. O que também não tinha muita coerência já que Steve sempre falava que ela já sabia se defender. Então ela concluiu que o Capitão America era um pouco ruim em ver as coisas de verdade, já que a surra que Natasha deu nela, a fez cair na real de que ainda tinha muita coisa para aprender.
As duas passaram quase vinte minutos treinando, pareciam robôs indestrutíveis. Quando a porta do ginásio foi aberta e o restante dos vingadores adentraram, Natasha foi derrubada e ficou com os olhos fechados, recuperando a respiração. A mais nova mal se conteve em ter conseguido ganhar uma.
— Vamos treinar todos juntos. — Maria Hill anunciou, recebendo a atenção de todos ali presentes.
— Vamos dividir em dois grupos, quem perder paga o jantar de hoje. — Rogers sugeriu.
— Ótimo! Quero estar no time dos vencedores.
Tony se vangloriou, fazendo com que Stella notasse a sua presença pela primeira vez ao dia. O moreno usava uma blusa preta que realçava totalmente o reator azulado em seu peito. Ela fez sua primeira nota mental sobre o quão bonito ele sempre estava e o quão ela odiava isso. Nunca havia sido fã de caras mais velho, na verdade nunca nem cogitou em sair com algum. Mas, a maneira que Stark mexia com ela era diferente. Quase como se o restante das coisas não fosse importante.
— Natasha, Stella e Steve em um grupo. — a mulher de cabelos negros mencionou. — Eu, Tony e Clint neste time. Agora, vocês sabem como são as regras do jogo.
— Eu não. — a mais nova discordou. Recebendo uma pequena risada dos presentes.
— Cada um tem uma pulseira feita pelo Stark no braço...
— Tipo essa? — Stella interrompeu a explicação de Steve, erguendo seu próprio pulso mostrando o bracelete metalizado.
— Não. A sua é diferente. — Tony respondeu antes do Capitão. Recebendo a atenção dos olhos de Stella para si.
Alguns minutos depois de Steve ter terminado de explicar como o jogo funcionava. Algo como os adversários precisarem tirar a pulseira, para o outro ser eliminado. Stella estava totalmente sã que seria a primeira a rodar, principalmente por causa de Clint. Ele lutava bem para um caralho, mesmo a regra número um sendo "bater mas sem machucar".
O primeiro roud começou péssimo para a mais nova, Maria Hill foi para cima dela e as duas começaram a travar uma batalha árdua no carpete. A garota nunca havia estado em uma luta de verdade antes, aquilo ali era o mais próximo de uma possível agressão em toda a sua vida.
A pulseira de seu time era vermelha e a de Stella estava em seu braço esquerdo, oposto ao seu bracelete.
Quando a menina conseguiu sair de baixo do corpo da mulher, Maria a puxou pelo tornozelo a fazendo cair novamente no chão. Mas dessa vez Stella não se deixou ficar por baixo, conseguiu a prender em um mata leão horrível — com suas pernas — e arrancou a pulseira verde do pulso da inimiga.
Ela se levantou para se vangloriar, nem a mesma estava acreditando que tinha conseguido tirar a bendita da pulseira. Mas, quando seus olhos correram pelo ginásio se deu conta de que algum deles havia conseguido tirar a pulseira de Steve e agora Clint e Natasha travavam a luta. Seu oponente caminhava em sua direção com um sorriso sacana nos lábios.
— Porra. — Stella murmurou, amaldiçoando internamente todos os Deuses existentes no planeta.
— Eu vi isso. Você acabou de me comer com os olhos, docinho. — Stark brincou, dando ênfase no novo apelido. Se aproximando do corpo da garota, que estava com as duas mãos na altura da cabeça pronta para se defender.
— Comer? Acho que você quis dizer matar. — retrucou se esquivando do primeiro golpe dele.
Os olhos de Stark transbordavam diversão, como se tivesse esperado por aquele momento a muito tempo. Ambos naquele instante pareciam completamente dispostos a vencer a todo custo, então quando Tony fez novamente um movimento para cima de Stella. Ela conseguiu dar um golpe em seu anti braço, o fazendo franzir o cenho em uma careta.
Sem conseguir se conter, a garota ousou um movimento dessa vez, sendo atingida por ele. O que resultou novamente em ambos no chão. Stella tentou se arrastar um pouco para longe dele, na tentativa de ficar segura o bastante para se reerguer. Mas, a mão pesada de Stark a puxou pelo tornozelo.
— Eu realmente gosto de homens que são bons com as mãos. — ela zombou dessa vez.
Mal se dando conta de que o descontrole emocional já havia começado a acontecer. Enquanto tentava se debater para soltar as mãos dele de sua perna.
— É mesmo? De que forma? — Tony indagou, prendendo as pernas dela abaixo de si, enquanto tentava alcançar o braço esquerdo dela.
— Eu tenho a mente bem aberta. — especulou a resposta.
Sem se dar conta de que nos segundos em que pensou no que responder, as mãos de Stark já estavam em seu pulso. O moreno puxou a pulseira vermelha em uma velocidade considerada humilhante, enquanto Stella se mantinha contida no mesmo lugar sem nenhuma expressão facial. Mesmo depois de Tony ter pego o objeto, ele continuou ali no chão encarando os olhos inexpressivos dela. Enquanto a mantinha presa abaixo de si.
— Vou me lembrar disso. — se gabou, puxando o canto de seu lábio direito em um sorriso malicioso. Se levantando do chão girando a pulseira vermelha nos dedos, como se fosse um troféu.
Seu time havia perdido feio. Stella se levantou do chão murmurando xingamentos baixo, afinal tinha levantado o precioso martelo de Thor mas não conseguia vencer Stark? Parecia uma piada ridícula que ela não conseguia entender, nada fazia muito sentindo naqueles dias. Ainda não sabia exatamente como havia conseguido fazer tais coisas, mas apostava que estava perto de descobrir.
As paredes cinzas daquele comodo fazia com que Stella se sentisse um pouco fora da caixa, incomodada por estar ali com aquelas pessoas. Pois uma grande parte sua sabia perfeitamente que jamais seria boa o bastante como eles, afinal eram os vingadores. Mas, ver a maneira que cada um deles se esforçavam para fazer as coisas ficarem boas para ela, era algo que fazia com que a garota se sentisse grata pela primeira vez em muito tempo. Mesmo a maior porcentagem sendo acompanhada por coisas estranhas e misteriosas que nenhum deles ainda havia descoberto.
— Eles são perigosos! — Stark exclamou.
— São crianças. — o Capitão discordou.
Os pensamentos de Stella não lhe permitiam ter total atenção sobre o que o grupo conversava. Seus pensamentos estavam mantidos na pequena revista em suas mãos, enquanto seus olhos folheavam os desenhos. Todos eles estavam ali, alguns sentados na cadeira assim como Stella. E outros em pé como Tony e Steve, que pareciam estar em uma longa discussão. Não sabia o por que todos ali faziam questão que a garota participasse de todas as devidas coisas que apenas eles deveriam fazer. Quase como se tivessem medo de a deixar sozinha, mas no fundo ela também tinha medo de si mesma. Então preferia se sentir uma intrusa do que ficar sozinha com seus pensamentos atordoados.
— Não sabemos se estão nisso de verdade. — Clint argumentou dessa vez, fazendo com que a menina desviasse os olhos da revista por segundos antes de retornar a antiga posição. Aquilo definitivamente era o mais tedioso momento do seu dia.
— E se eles forem como a Stella? Porque eles estavam na base também, mas diferente dela estavam acordados. — Natasha entoou, recebendo a atenção dos colegas. — Você se lembra de algo?
— Ela está lendo historias em quadrinhos. Achou que não íamos notar, mas notamos. — a voz de Tony saiu em um tom acusador. Fazendo com que a garota levantasse os olhos da revista e olhasse para ele.
— Você foi o único que notou porque não consegue tirar os olhos de mim.
Ela fechou a HQ e cruzou os dedos acima da revista, recebendo uma sobrancelha arqueada do homem de ferro e uma gargalhada completamente alta de Clint.
— Eu não me lembro. — respondeu para a viúva negra. — Mas tenho certeza que não estão nessa de propósito. O ódio pelo Stark faz com que eles pensem que o melhor para o mundo todo, seja o fim de vocês.
— É exatamente esse o ponto. — Steve concordou com a mais nova. — Isso tudo é culpa nossa. Pelo simples fato de você ignorar o que falamos e esconder até ser tarde demais.
Acusou Tony, que revirou os olhos em resposta; cruzando os braços com uma feição irônica.
— Eu escondo as coisas? Sou o mais sincero daqui, não escondi o fato de ter uma família. Sou o único que enxerga a vida real. Ninguém dá a minima para o que eu digo, se me ouvissem pelo menos uma vez saberiam do que se trata. Aquela coisa lá em cima no espaço. Não tem como vencer. Vocês não viram o que eu vi. Se eles decidirem atacar, vamos ser detonados. — sua resposta saiu ríspida e estourada.
Ninguém ousou dizer algo pelos próximos dez segundos, aquela era a primeira vez em que a garota presenciava uma discussão verdadeira entre eles.
— Vamos ganhar. — Rogers quebrou o silêncio mantendo o olhar sério sobre o colega.
— Vamos perder.
— Se perdemos, vamos fazer isso juntos. — o Capitão impôs. Fazendo com que a intrusa ali arregalasse os olhos com aquela frase.
Afinal, eles deveriam sempre permanecer juntos até o fim, não é? Isso era o que as histórias em quadrinhos e os filmes sempre imponham. Mas estando ali naquela sala cercada por aqueles nomeados heróis, fez com que Stella percebesse que talvez eles não estariam juntos daquela maneira. Pois o mundo era cheio de conspirações contrárias e destinos incertos. Pois ali diante de seus olhos eles eram apenas pessoas com uma obrigação gigantesca sobre os ombros em salvar aquele mundo. E alguns deles não tinham nascido daquela maneira, não era algo que estava no próprio DNA... Alguns deles decidiram ser aqueles por quem seremos salvos.
— O que houve? — Natasha questionou brevemente mantendo o olhar sobre a menina sentada na ponta da mesa. Os dois que estavam em pé fizeram o mesmo movimento de olhos e Bruce e Clint também.
— Eu... — a menina não soube terminar a frase, pois seus olhos já estavam marejando. As bochechas ficando rosa e a ponta do nariz vermelha.
— Ei... Tá vendo o que você fez? — Tony repreendeu Steve que levantou a sobrancelha em uma expressão confusa.
— Stella, eu fiz algo?
— Não. Eu só... Preciso de ar. — mentiu, limpando com a costa da mão a lagrima que havia escorrido.
Se levantou em um sobressalto, sem dar brechas para algum deles falarem alguma coisa. Saiu rapidamente da sala de reunião. A sua visão já estava completamente embaçada e sua respiração desregular, não sabia exatamente o motivo por tal explosão. Mas a única coisa que desejou naquele instante era sair dali, de perto deles.
Ficar longe daquele universo por apenas alguns minutos, precisava se sentir normal novamente. Não estava mais conseguindo lidar com si mesma, era assustador demais. E saber que as coisas poderiam piorar de uma maneira surreal fazia com que Stella desejasse sumir do planeta.
Não era para ter sido uma reunião completa de discussão, nem sabia o porquê estava lá. Mas no instante em que as coisas começaram a ficar sérias, se deu conta de que não havia mais nenhum tipo de saída disponível. Estava presa e fadada a coisas ruins, já que toda a sua vida havia sido daquela maneira. Tinha medo de estar colocando aquelas boas pessoas em risco. Pois só com o pensamento em ter que lidar com eles separados, fez com que as lágrimas ameaçassem descer. Sentia que estava estragando alguma coisa, mas não sabia o que.
Não iria admitir, mas havia ouvido atrás da porta acidentalmente o tal de Fury conversar com Steve sobre ela. E as coisas que saíram da boca do homem não tinha sido tão boas assim. Desde o momento em que acordou naquela torre, Stella sabia que algo muito ruim e errado tinha acontecido com si mesma. Mas a maneira que não se lembrava, fazia com que ela pensasse que havia uma possibilidade de superar tudo.
Então se segurou no pensamento de que quando eles conseguissem capturar Ultron e descobrissem o que havia de errado em seu organismo, as coisas voltariam ao normal. Poderia ter sua vida de volta, seu estudo, sua rotina, seu apartamento de dez metros quadrados. Achou que conseguiria voltar a sua vida patética e ser novamente uma garota normal, que mal tinha colegas.
Se dar conta de que isso jamais aconteceria fez com que seu descontrole fosse eminente. A noite já havia chegado e a lua estava cheia, iluminando o terraço. Ali era o único lugar que tinha uma vista como aquela. O choro saia baixo por sua garganta, enquanto seus olhos dançavam sobre as luzes de Nova Iorque. Aquela era a torre mais alta dali ao redor e a vista era espetacular. Quando criança gostava de observar o céu, ás vezes se deitava no gramado do orfanato e olhava as nuvens. Era uma das sua maneiras simples em escapar da realidade, o céu estrelado era o seu favorito. Mas em meio a todas aquelas luzes da cidade, tornava um pouco difícil de o ver com êxito.
Se sentou no banco cinza que estava encostado na parede transparente. Nunca havia ido ali em cima antes, era a primeira vez e se perguntou o porque. O vento gelado acertava seu rosto mas não a incomodava. Então apenas se deixou chorar, sem ter exatamente uma razão em especifico. Aquilo era o acumulo das coisas, seu peito doía e sua respiração não saía devidamente. O barulho neutro de arrastar de pés a fez virar a cabeça um pouco na direção.
— Hey, você está bem? Parece chateada. — ele se aproximou em passos lentos cheios de receio, com uma expressão séria e um sorriso forçado.
Stella limpou as lágrimas novamente com a costa da mão e fungou o nariz, olhando de relance para Tony que sentou ao seu lado. O moreno esticou a mão direita e colocou a história em quadrinhos no colo da garota, que evitou o olhar.
— Sabe eu realmente não sou fã desse tipo de coisa hoje em dia, mas amava ler quando criança. — ele falou em uma tentativa banal de apaziguar as coisas.
— Não pode só ficar calado? — resmungou fungando o nariz novamente.
— Posso, mas eu não...
Ela se levantou do banco pronta para o deixar falando sozinho de novo. Aquele era o pior momento para Stark estar ali, pois justamente ele era um dos motivos por Stella estar se sentindo daquela maneira... Já que o descontrole vinha um pouco dali. E estava se esforçando ao máximo para não se lembrar de todas as vezes em que o corpo dele estava perto o bastante do seu.
— Não, sente! Você está mal, me deixe te ajudar. —Tony pediu mantendo os olhos sobre ela, totalmente neutro.
— Eu não preciso da sua ajuda, muito menos das suas brincadeirinhas...
— Eu não vou brincar. Não tô brincando. — declarou rapidamente, fazendo Stella revirar os olhos.
— Você tá sempre fazendo isso. — ela apontou. Percebendo que seu tom de voz estava começando a se elevar, efeitos de Stark.
— É divertido...
— Me ver surtar é divertido? — colocou as duas mãos na cintura demonstrando sua indignação, tentando se controlar.
— Não faça cena, você faz isso também. — Tony se levantou, cruzando os braços sobre o peito. O que fez a menina observar o movimento sem querer. — Igual ontem. Se aproximando de mim daquela maneira...
— Era um teste. — respondeu gaguejando. Se sentindo envergonhada por seus atos. Afinal havia sido completamente impulsiva. — Quer outro soco no nariz? Não bati com força o suficiente aquela vez?
— Não, não bateu. — a provocou com um sorriso malicioso.
— Você é definitivamente um idiota.
Stella definiu, pegando a HQ em cima do banco. Ela ergueu a revistinha na altura dos olhos, enquanto Tony segurava o riso entre os lábios com a sua famosa cara de sacana.
— Cheguei na conclusão que em uma luta entre você e o Batman, ele ganharia. — bufou irritada, se virando para sair. Sem saber o motivo exato por ter dito aquilo em voz alta.
— Porque caralhos você tava me imaginando lutando contra o Batman? É o seu tipo de fetiche?
— Vá se foder, Stark.
Saiu do terraço soltando palavrões, era incrível como o idiota do Tony conseguia fazer suas emoções se revoltarem tão rápido. Quando chegou no andar da cozinha e a sala, os vingadores já estavam reunidos. Só que diferente de tudo que imaginou, eles cozinhavam.
O cheiro de queimado tomava conta por todo o andar, o que fez Stella se perguntar se alguns deles realmente sabia fazer aquele tipo de coisa. Mas, deu de ombros. Já que eles apenas estavam sendo os mesmos.
— Está melhor? — Steve foi o primeiro a perguntar assim que ela apareceu no ambiente. Provavelmente os olhos dela ainda estivessem vermelhos.
— Estou, Stark tem uma habilidade incrível em mudar os sentimentos das pessoas. — jogou a revistinha no sofá, indo até a cozinha. — Agora sinto é ódio.
— É a maior qualidade dele. — Natasha brincou, arrancando risos dos colegas.
— O que queimaram ai?
— Clint resolveu que iria cozinhar e Bruce apoiou. — Natasha respondeu, tomando um gole de sua taça de vinho.
— E qual é o cardápio? — a mais nova esticou o pescoço na tentativa de ver o que estava no fogão.
Antes do arqueiro a responder, o volume da televisão foi aumentado por Steve e a atenção de todos foram voltado para ela. Estava no noticiário, assassinato em massa em uma pequena cidadezinha ali perto de Nova Iorque.
"As imagens feitas por um amador, mostra robores atacando a população sem motivo algum. Alguns acham que a revolução das maquinas está prestes a começar, o que iremos fazer? A pergunta que não quer calar é onde estava os vingadores que não salvaram essas pessoas? Foram no total trezentas e vinte e sete mortes em menos de duas horas. Será mesmo que estamos a salvo? Não me sinto nada salva e tenho certeza que os familiares dos mortos também não. "
— Eu realmente quero saber qual o lance com o Batman...
Entrou no ambiente totalmente interessado no assunto, mas Tony deixou a frase animada morrer quando viu os amigos e o que se passava na tela da televisão.
Nesse instante enquanto seus olhos se mantinham focados no que estava acontecendo e no que a jornalista explanava, Stella se sentiu fraca. Como se a queimação que sentia em seu quarto começasse a acontecer novamente, fazendo com que seu peito doesse e o ar parasse de entrar. Sua visão ficou turva e escureceu, o que a fez começar entrar em desespero.
Aquela era o tipo de coisa em que via apenas em filmes, nunca havia se sentido daquele jeito antes. Abaixo de seu peito direito ardia ferozmente, quase como um choque constante. Suas pernas falharam segundos depois, no mesmo instante em que o calor tomou conta de todo seu corpo. Sentiu seus joelhos acertarem o chão e seus olhos se fecharem.
E a última coisa que pensou foi que talvez estivesse certa e o amanhã não chegaria, pelo menos não para ela.
Obrigada pelo apoio e comentários cheios de amores que vocês sempre me dão. Isso me deixa extremamente feliz em continuar a mostrar mais dessa história a vocês, espero que gostem do que está por vim. ❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro