02 | SHE IS HOLDING THE HAMMER
Já falei que amo vocês? Só tenho a agradecer por todo apoio que ando recebendo, vocês me inspiram a continuar firme. Nesse capítulo vamos conhecer um pouco da nossa garota misteriosa, mas no próximo iremos nos aprofundar um pouco mais.
Aproveitem a leitura !
{ Ela está segurando o martelo}
⎊
— Domingo —
07:32, Torre dos vingadores
A NOITE HAVIA SIDO UM FRACASSO TOTAL, PELO MENOS ERA DESSA MANEIRA QUE STARK PENSAVA. Todo o seu projeto tinha falhado totalmente e ao contrário do que imaginava, nada bom veio daquilo. O restante de sua noite foi terrivelmente desperdiçada em amenizar todo o estrago que aquele robô doente havia feito. Obviamente não conseguiu limpar tudo sozinho, já que quase a sala inteira da base estava completamente destruída. Evitou esbarrar com Steve o restante da madrugada inteira, o que resultou em se embriagar por completo, antes mesmo de deitar a cabeça em seu travesseiro.
Provavelmente este era alguns dos motivos para que Tony fosse completamente viciado em álcool, desde que se entende por gente. Não se sabe ao certo quando o mal hábito entrou em sua vida, há uma grande probabilidade de ter sido influenciado por seu pai. Já que Howard Stark era um tremendo viciado em bebidas, assim como ele.
A frustração daquela noite havia sido tão grande que seria considerado impossível ele conseguir dormir tranquilamente, já que nem nos dias normais esse tipo de coisa acontecia. Não gostava da maneira que lidava com seus problemas, mas não tinha escolha, já que era dessa maneira que sempre havia sido.
Mas, em específico, aquela coisa ficou em sua cabeça. Mesmo se sentindo um fracasso por causa do projeto, e mesmo estando completamente bêbado no momento em que se deitou para dormir... Aquela coisa gelada foi a última coisa que se passou em sua cabeça.
— Todo o nosso trabalho já era. — Bruce o abordou assim que Tony pisou os pés no laboratório. O sol nascia do lado de fora, e o ambiente dentro do lugar estava gelado. O homem de ferro se aproximou mais um pouco, olhando com cuidado a carcaça de uma das legiões de ferro que Ultron havia usado na noite passada. — O Ultron foi embora, ele usou a internet como sua forma de fuga.
— Ultron. — a voz de Steve tomou conta do lugar, ele se aproximou, apoiando sua mão esquerda na mesa em frente aos dois.
— Ele examinou tudo. Arquivos, câmeras. — Natasha foi a próxima a entrar dessa vez. Era incrível a maneira que todos amavam acordar cedo, Stark suspirou pesadamente. — Provavelmente sabe mais sobre nós do que nós mesmos.
— Ele está nos arquivos. Está na internet. E se ele decidir acessar alguma coisa um pouco mais interessante? — Banner perguntou para todos ali presentes.
Era inevitável não notar a olheiras abaixo dos olhos de todos, provavelmente a noite havia sido ruim para eles também.
— Códigos nucleares. — Romanoff ponderou, ajeitando uma das mechas de seu cabelo. — Precisamos ligar para algumas pessoas. Se é que ainda podemos.
— Bombas? Ele disse que nos queria mortos. — Bruce perguntou novamente, encaixando as próprias peças dentro de sua cabeça.
— Não foi o que ele disse. — Rogers interviu pela primeira vez. — Ele disse extintos.
— Ele também disse que matou alguém. — dessa vez Clint alarmou, adentrando o laboratório enquanto ajeitava seu cabelo desgrenhado.
— Mas não havia mais ninguém no prédio, além da garota e ela está segura. — a ruiva respondeu.
— Havia sim. — Stark discordou, se aproximando em passos lentos até o centro do laboratório e abrindo no um globo amarelado, quase igual ao que Ultron era antes. Ele sabia o que aquilo era, mas o restante ali parecia um pouco confusos e surpresos.
— Isso... — a frase de Bruce falhou ao se aproximar perto o bastante daquela gema. — Isso é loucura.
— Jarvis era a primeira linha de defesa. — o Capitão reformulou a frase, enquanto Tony apenas enfiava as duas mãos no bolso e prestava atenção. — Tentou desativar o Ultron. Faz sentido.
— Não. Ultron poderia ter assimilado Jarvis. — Bruce discordou dessa vez, analisando com cuidado. — Isso não é estrategia. Isso é... raiva.
Em passos fortes e apressados, a porta se abriu e um Thor enfurecido passou por ela. Andando rapidamente até Stark, o levantando do chão com toda sua mão em volta do pescoço dele.
— E tá se espalhando... — Barton continuo a frase do amigo, em uma tentativa quase inútil de ser engraçado.
— Use palavras amigo. — a voz embargada de Tony pediu a Thor, enquanto ele sentia sua garganta se fechando, implorando por ar.
— Tenho mais do que palavras para descrever você, Stark. — o loiro cuspiu as palavras, sem perder a posse um minuto sequer.
— Thor. — Rogers o chamou. — O legionário.
Momento seguinte o corpo de Tony já estava no chão, após ser soltado com uma certa brutalidade. O restante dos minutos seguintes foram um pouco raivosos, mas ao contrário do que os outros imaginavam. Ninguém se feriu realmente.
Devia ser um pouco mais das nove horas, quando Stark pisou os pés na cozinha onde todos estavam reunidos novamente. Era até divertido de se ver, mas no momento ele estava segurando todas as suas piadas possíveis. Na tentativa de evitar ter realmente um pescoço quebrado.
— Como ela sabia o seu nome? — Clint quebrou o climão do lugar, enquanto bebia um gole de seu café. Do seu lado do balcão estava Natasha, e no sofá ali do lado Steve comia silenciosamente — tentando conter sua fúria pelo amigo.
— Todo o mundo me conhece. — foi sincero, pegando uma torrada e dando uma mordida na mesma. Sua cabeça rodava, devido as dezenas de álcool ingeridos na noite passada. — Ela provavelmente faz parte do que eles estavam tramando... Não é confiável.
— Discordo. — a voz de Bruce os atraiu para o vão ali da cozinha. — Ela parece bem normal para mim.
— Todo mundo parece normal para você. — Barton zombou, recebendo um olhar confuso do amigo.
— Não podemos confiar. — Tony interrompeu os dois.
— Sério Stark? — uma risadinha sarcástica soou pela voz do Capitão.
Ele sabia muito bem o motivo exato por Steve e todos ali presentes estarem um pouco contra ele, não era algo inimaginável. Todos tomaram seus devidos café e logo foram fazer as coisas que deviam, já que daqui a pouco iriam ir atrás do cetro.
O ambiente estava agradável, mas ainda sim Tony sentia frio a cada passo que dava dentro daquele laboratório. Como se o ar estivesse se fechando ao seu redor, o deixando sem fôlego. A porta automática se abriu e uma das funcionárias adentrou o lugar, com um aparelho em mãos.
— Seu nome é Stella Kieran. — entregou o tablet nas mãos do chefe. — Ela tem vinte e seis anos, órfã, nascida e criada no Brooklyn. Foi dada como desaparecida a quase um ano.
— Desaparecida... — Stark franziu os lábios, olhando fixadamente aqueles olhos azulados... Como se eles o encarassem de volta.
Após alguns segundos sustentando aquela estranha coisa. Ele passou as mãos pelo cabelo, se sentindo um pouco frustrado, antes de começar a andar em direção ao quarto da garota.
Em passos largos e pesados, abriu a porta com um pouco de força. Não que estivesse com raiva ou estressado, talvez só um pouco. Mas o fato era que havia falhado no seu maior projeto. E isso ficava lhe perturbando de uma maneira arrebatadora, não conseguia dormir... Os pesadelos de Nova Iorque aconteciam com mais frequência do que antes, estava ficando difícil ignorar.
Claramente não estava no seu melhor momento, e seus reflexos estavam péssimos. Então quando aquele soco acertou seu rosto, ele demorou alguns segundos para assimilar o que havia de fato acontecido. Sentiu o sangue escorrer pelo seu nariz e pingar sobre seus lábios, o barulho da porta batendo também o pegou desprevenido.
Provavelmente alguns de seus amigos haviam escutado o barulho, já que assim que colocou seus pés para fora do quarto, esbarrou com Steve.
— O que houve? — ele perguntou se referindo a todo aquele sangue.
— O que você acha? — Stark jogou a pergunta totalmente sarcástico. Voltando sua atenção a aquela pequena fuga.
Os dois correram em direção opostas, já que o lado esquerdo do corredor dava em direção ao laboratório e a cozinha, e o lado direito levava até os escritórios.
Quando adentrou a cozinha, seus pés falharam e ele não soube continuar.
Os cabelos loiros caiam livremente pelos ombros cobertos por uma camisa azul marinho — com um símbolo do escudo do Capitão América — ela trajava um short cinza, e mantinha os dois pés descalços. O semblante confuso estava totalmente estampado em seu rosto, mas não era de medo... Parecia algo que não dava para decifrar. O barulho de passos chegando, atraiu a atenção de Tony que notou de relance; Clint, Steve e Bruce.
— Acho bom vocês ficarem longe de mim. — ela ordenou com a voz completamente embargada de agressividade.
— Fica tranquila. — Steve levantou as duas mãos em um movimento de paz, ultrapassando Tony e ficando na frente de todos ali. Mais perto da garota.
— Que porra vocês acham que estão fazendo comigo? — ela berrou totalmente impaciente, ficando do lado oposto do balcão.
— Você que deu um soco na minha cara. — Stark franziu as sobrancelhas, totalmente irritado e interessado naquilo.
— Somos os mocinhos. — Rogers deu mais um passo para perto dela.
— Eu sei quem vocês são. — a garota deu mais um passo para se manter afastada deles, o balcão era a única coisa que os mantinha separados.
— Então sabe que não vamos te machucar.
— O que eu tô fazendo aqui então? — ela berrou dessa vez, fazendo Stark dar uma pequena gargalhada.
Em uma velocidade considerada rápida, Steve deu mais dois passos para perto dela. Provavelmente em uma das suas tentativas inúteis de a acalmar, porém ela foi mais rápida. Seus grandes olhos azuis pousaram sobre o enorme martelo que Thor havia deixado sobre o balcão, totalmente despreocupado. E em um ágil movimento as duas mãos dela agarraram o bastão e o apontou para o rosto do Capitão, totalmente na defensiva.
— Acho bom ficar longe. — Stella ordenou, segurando o objeto com um pouco mais de força. Não que fosse completamente pesado, já que para uma pessoa normal aquilo era considerado impossível.
— Ela tá segurando o martelo? — Stark perguntou totalmente embargado. — Ela tá segurando o martelo. — afirmou para si mesmo. Era como se o inacreditável estivesse acontecendo diante de seus próprios olhos.
— O que vocês fizeram comigo?
A maneira que suas mãos segurava aquilo com toda sua força, era surpreendente. Não que estivesse se sentindo um pouco mais segura, mas era a única coisa que os estava mantendo afastados. Ela sabia quem eles eram, cada um deles. Já que era os rostos que mais passavam pela televisão, apesar de fazer um bom tempo que não assistia. No fundo sabia que algo de muito errado havia acontecido com si mesma, mas o fato de não conseguir lembrar, era a pior parte. Já que sua última lembrança constava em estar saindo da faculdade.
Os braços de Steve foram abaixados, quando ele se deu conta do que estava acontecendo ali. Não era como se ela fosse alguém perigosa, só média um metro e meio. Mas a maneira que ela estava completamente confiante de si, era de fato admirável.
— Você foi sequestrada. Nós a resgatamos. — Capitão silibou em um tom perfeitamente neutro. Os olhos da garota pareciam se acalmar por um instante.
— Então... — ela abaixou o martelo e o colocou de volta em cima do balcão, parecia estar abaixando a guarda, mas seus olhos estavam como águia, sobre eles. — Por que ainda estou aqui?
A maneira como a neve parecia mais fria do que o normal, era definitivamente algo que deixava Stark irritado. Já que o clima ali ao redor de Suíça, estava completamente diferente do de Nova Iorque. Não que estivesse mais quente ou coisa parecida — apesar de que dentro da base estava um pouco mais gelado do que o normal.
Voar em tempo ruim era uma das piores coisas que gostava de fazer, principalmente em momentos que sua cabeça está quase explodindo de tamanho estresse.
A verdade era que havia definitivamente deixado seu próprio medo lhe controlar, afinal o pavor ainda estava alastrando dentro de si. E isso era incoerente, pelo menos era assim que Tony pensava.
Não queria jamais que aquelas coisas acontecessem novamente, era como se ele fosse o único vendo a realidade. Não era tão ruim assim, uma armadura ao redor do mundo... Pelo menos se eles tivessem visto o que ele viu no buraco negro, talvez assim estariam do seu lado.
Era engraçado e patético ao mesmo tempo, era desse jeito que se sentia. Ainda mais com as coisas acontecendo de uma maneira tão rápida como aquela, não saber lidar corretamente com as situações deve ter sido um dos motivos por Pepper ter pedido um tempo.
Uma hora ou outra, eles acabam cansando. Era assim para ele, sempre.
A base da H.I.D.R.A que eles haviam atacado a dias atrás, estava coberta de neve da mesma maneira que antes. Porém dessa vez o campo magnético não estava funcionando, já que Stark o havia destruído. Foi fácil entrar, o que eles não esperavam era dar de cara com alguns robôs completamente irritados.
O pior era a maneira ridícula que haviam escolhido o mesmo lugar para se esconder, afinal o plano tinha começado ali...
— Estão enxergando o cetro? — a voz do Capitão soou no ponto de todos os vingadores, enquanto ele se defendia de uma daquelas coisas.
— Não estou vendo nada. — Natasha respondeu, a tempos de ser golpeada por algo similar a um choque.
— Eles estão aqui. — Barton argumentou, tentando se manter fixo no chão. Já que os robôs maléficos sobrevoava sobre si. — Aqueles dois...
— Os gêmeos. — Tony foi mais rápido dessa vez, na tentativa de se aproximar dos colegas que travavam uma batalha árdua.
— Nada do cetro. — Thor afirmou, aterrizando no meio da base. Fazendo com que tudo ao seu redor — incluindo alguns dos robôs — se destruísse.
— Não tá me cheirando bem. — a voz embargada de Stark argumentou pesadamente, enquanto o mesmo vasculhava alguns dos papéis sobre a mesa. — Pessoal...
— É uma armadilha. — Capitão gritou aos companheiros, no momento exato em que algo explodiu entre eles.
Poderia ter sido uma bomba plantada ou algo parecido, mas que tinham caído no plano dele, era um fato. Eles deviam ter se dado conta de que Ultron estava apenas os esperando sair da base...
— Alguém se machucou? — Rogers perguntou entre meio a tossidas, já que o fogo começava a se alastrar por ali... O que parecia impossível, comparado a todo o frio.
Então como uma pequena faísca que se acendesse dentro de si, fazendo com que seu cérebro começasse a funcionar mil vezes mais do que o necessário. Stark soube.
— Merda, merda, merda. — ele praguejou se reerguendo do chão, já que o impacto o havia derrubado. — Voltem para o jato. Thor, precisamos ir.
Não fazia muito sentindo, mas o que mais fazia, não é? Todas aquelas coisas que antigamente jurava ser impossível, agora tudo era perfeitamente normal em seu ponto de vista.
A primeira vez em que Ultron — nasceu — todos eles acharam estranho o fato dele não ter levado a garota, cujo o sangue continha moléculas perfeitamente idênticas com a gema do cetro. Então suspeitaram ser apenas um pequeno erro, afinal até a coisa mais inteligente do mundo, poderia errar... Não é?
Mas definitivamente não era assim, pois Ultron fez uma emboscada mais do que perfeita. Atraiu cada um deles para outro país, longe o bastante para que seus planos funcionassem.
O pior de tudo aquilo era a maneira que Bruce não atendia o celular, ele havia sido o único a ficar na base junto a garota. Já que ambos estavam tentando descobrir o que havia dentro dela, já que pelo visto a menina de um metro e meio, parecia digna o bastante.
Aquilo o intrigava de uma maneira estranha, desde o momento em que bateu seus olhos nela. Não de uma forma excitante — apesar de não ter nada contra esse pensamento. Não havia parado para pensar nisso antes, já que todas as coisas ruins aconteceram praticamente ao mesmo tempo.
A noite já havia chegado quando a armadura do homem de ferro, pousou sobre o terraço da base dos vingadores. O clima ali estava um pouco mais agradável do que toda aquela neve, apesar de não estar nem um pouco fazendo calor.
As luzes do interior estavam acessas, então em uma velocidade perspicaz Tony sobrevoou até a sala e adentrou com suas duas mãos em posição, para qualquer ataque surpresa.
— Bruce? — reconheceu a voz de Thor chamando o amigo, então foi em direção ao chamado. A atmosfera estava horrível, como se a qualquer momento uma bomba fosse explodir ali também.
— Ei... — Stark chamou por ele, chegando até o batente no final do corredor, onde dava de cara a sala plana.
Em um dos sofás brancos, Bruce estava sentado com as costas completamente escorada nas almofadas. E um riso abafado saiu por sua garganta.
— Por que não atendeu o celular? — a voz de Tony sobressaiu um pouco alto o bastante, atraindo a atenção dele e dos olhos azuis da garota. — Pensamos que algo tinha acontecido.
— O que? — ele se levantou do sofá em um sobressalto. — O que houve? Não o encontraram?
— Era uma armadilha. — Thor respondeu por Stark, caminhando em passos longos e pesados até onde a garota estava.
Na mesinha de centro havia algumas caixas de pizzas e uma garrafa de coca cola, ele se agachou a frente de Stella e começou a encara - lá.
— Tudo certo? — ela franziu as sobrancelhas em um misto confuso e incerto, coisas que Stark parecia não saber definir.
— O que eles fizeram com você? — o loiro respondeu a pergunta dela com outra pergunta. Era incrível a maneira que Thor parecia jamais perder a pose.
— Senhor Deus do trovão... — ela franziu os lábios dessa vez, parecendo analisar a expressão do homem... Não parecia assustada, o que fez Tony dar uma leva murmurada. — Eu realmente não sei.
— Você levantou o Mjolnir.
— O que é isso?
— O martelo. — Thor o levantou na frente dos olhos dela, e o colocou sobre a mesa — acima das caixas de pizzas.
Stark não estava interessado em continuar ali vendo aquela cena, por isso virou as costas e resolveu tomar um banho. Sentia falta de ter sua própria casa, seu próprio quarto e suas próprias coisas. Não que ali na base fosse um problema, em partes sim. Mas não estava tão confiante assim, mesmo as construção de sua nova moradia estar quase no fim. Parecia insuportável continuar morando ali.
A parte boa era que o laboratório era animal, trabalhar era o jeito certo de fazer sua cabeça parar de pensar naquelas coisas... Porra, as vezes só queria dormir sem ter dificuldades.
Quando saiu do chuveiro, vestiu uma de suas camisetas pretas e uma calça qualquer. Apesar de amar se vestir no estilo, aquela hora da noite do queria um pouco de conforto. Ele caminhou em passos lentos e calmos até chegar ao laboratório, dando uma leve suspirada ao se dar conta do enorme trabalho que tinha pela frente.
— Já chegamos. — a voz de Steve atraiu sua atenção para a porta, onde estava escorado com os braços cruzados. — Amanhã vamos atrás dele novamente.
— Ele está brincando com a gente. — Tony soltou uma risada sarcástica, recebendo uma arqueada de sobrancelhas de Rogers. — Era exatamente isso que eu estava tentando evitar.
— Se tivéssemos conversado...
— Ah capitão, não tinha tempo para a reuniãozinha dos vingadores. Era a única chance. — Tony impôs, se virando de costas para o colega. Algumas das pesquisas e dos avanços sobre Ultron, estava espalhado sobre a mesa.
Um longo suspiro foi soltado por Steve, provavelmente ele tinha mil e uma coisas para dizer... Mas Tony não queria saber, pelo menos não agora. Então quando ele se virou novamente, o amigo já havia ido embora.
— Merda. — suspirou apoiando suas duas mãos sobre a quina da mesa, aquilo parecia uma confusão muito maior do que havia imaginado.
— Tô atrapalhando? — uma voz pacífica quase da mesma maneira de Steve, se pronunciou ali. Stark se virou, mantendo suas sobrancelhas franzidas ao ver de quem se tratava. — Eu só... Clint me disse que você toma esses sucos verdes, para te ajudar a... Não sei. — pareceu se perder no meio de sua frase. — Eu queria pedir desculpas.
Os braços de Tony se cruzaram quase que automaticamente, ficando um pouco abaixo de seu reator. Ele percebeu que aquilo atraiu os olhos dela, quase como um imã. Quando ela se deu conta de que ele não iria dizer nada, pigarreou.
— Pelo soco e tudo mais... Soube que foi você em que me encontrou, então também queria dizer obrigado. — Stella se explicou, atropelando algumas palavras por falar rápido demais. Os olhos de Stark fitaram os delas por segundos, descendo rapidamente por todo seu corpo até parar naqueles pés descalços. Aquilo o intrigava.
— Tudo bem. — foi sincero, se aproximando dela rápido demais.
O que a fez não ter nenhum tipo de reação espontânea, como se tivesse se congelado novamente. Era divertido para Stark, notar a maneira como ela ficava imóvel. Então ele se aproximou o bastante para notar cada molécula azul que dançava nas órbitas dela, e perto o bastante para sentir o respirar pesado que ela dava.
Era estranho e desconfortável, o que fazia Tony querer descobrir o que ela estava escondendo. Então em um singelo movimento, sua mão direita segurou no copo de suco e ele soltou um sorriso.
— Obrigado. — na mesma rapidez que se aproximou, se afastou. Dando um longo gole no suco verde e voltando sua atenção a mesa. Esperou alguns segundos até perceber que a presença dela ainda estava ali, como se o estivesse analisando.
— Então... Como conseguiu isso? — ela perguntou assim que ele deu uma pequena olhada para trás, se referindo ao reator.
— Provavelmente já leu sobre isso nos jornais.
— Não... Pesquisei na internet, mas lá não é muito confiável. — Stella deu de ombros, se aproximando um pouco da mesa para olhar um pouco melhor aqueles papéis.
— Por quê? — Tony parou de analisar novamente o gráfico do cetro de Loki, já que havia ficado no programa e poderia ser uma chance de recuperar totalmente Jarvis. Ele deu um pausa e desviou os olhos para ela.
— Bom... — a voz dela parecia pacífica demais, aquilo estava o deixando um pouco desconfortável. — Muitas mentiras, já leu o que eles falam sobre você?
— É. — Stark ignorou a pergunta, dando uma risada completamente carregada de sarcasmo.
Não era nenhuma novidade a maneira que alguns dos cidadãos daquele mundo, falavam sobre si. Enquanto pensava em uma das formas que o ser humano consegue ser ingrato, nem se deu conta de que a garota havia ido embora. Mas devia ter percebido, já que o ambiente estava um pouco menos gelado.
Então finalmente se deixou sentar sobre a cadeira, o dia havia sido completamente cheio. Tantas coisas aconteceram e entre elas, nenhuma havia sido boa. Eles não haviam avançado em nada, o cetro ainda estava desaparecido e o Ultron estava preparando a maneira que os Vingadores seriam extintos. A única coisa de diferente ali, era aquela garota estranha que estava perambulando pela base — enquanto carregava algo dentro dela, que eles ainda não foram capazes de descobrir.
— Stella Kieran. — Stark se deixou sussurrar o nome da garota de Ultron, sem se dar conta de que gostou da maneira como ele soava.
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