YOU CAN BE THE BOSS
" Harry era um alfa exemplar, alto, forte, dominante e másculo, o sonho de qualquer doce e delicado ômega. E ele também estava ansioso para ter um ômega para si... Ou não?"
No grande esquema de coisas parecia certo que o mundo estivesse aos pés de Harry Styles, afinal ele era um alfa. Não, melhor, ele era um titã entre os alfas, o mais bonito, o mais rico, o mais inteligente, o mais rígido, o mais dominante. O clássico sonho inebriado de qualquer ômega sensato.
Apesar disso, não haviam quaisquer perspectivas de que houvesse um ômega a sua espera em casa, o que não seria de se espantar, caso nunca tivesse tido qualquer boato sobre ele ter ao menos tido um encontro com um e depois de tantos anos estando na mesma empresa, repleta de ômegas e betas tão observadores, não era surpresa que os boatos especulativos corressem solto por entre os corredores da imensa corporação publicitária, ainda mais se tratando do diretor do departamento de arte mais cobiçado de toda a ilha da Inglaterra.
Seu assistente pessoal sabia detalhadamente cada passo de sua rotina: Harry Styles sempre despertava religiosamente às 4h45 da manhã, ao som de um mudra em mandarim que só faria sentido para ele, daria suas três voltas pelo bairro, iria para a aula de yoga, seguido do pilates, meditação, depois vinha a aula de boxe, musculação e aproximadamente às 8h15 seria o horário em que ele se sentaria com seus pastores alemães — originalmente os nomes eram: Lilypad e Marshmallow, mas as costas de Harry todos os chamavam pelos seus verdadeiros nomes: Lúcifer e Lilith, porque eles tinham exatamente a mesma aura maligna do papai deles — para tomar o café da manhã, a babá deles chegaria e nesse momento Styles tomaria um longo e relaxante banho de espumas em sua banheira até sair com seu roupão lilás, um suco verde numa mão e com a outra abrindo a porta de seu escritório para checar sua parede de metas onde "Vice Presidente" estará gritando, logo abaixo de dominar o mundo e nesse exato segundo ele pensaria porque Zayn ainda não havia se materializado ao seu lado ditando seus compromissos para o dia.
Então sempre tão focado e fechado em sua própria bolha particular, não existiam indícios de qualquer relacionamento e isso preocupava Zayn, por uma série de motivos, o principal sendo que Harry o atormentava dia e noite com cobranças e mais e mais trabalho. Sendo assim, o pobre assistente só via duas saídas para se libertar de tanto sofrimento: Harry arranjar um namorado ou ser promovido. Mas depois da festa da semana anterior, em que Styles ignorou todos os ômegas que se aproximavam, dando toda a atenção unicamente aos alfas em seus assuntos de negócios, era pouco provável que isso acontecesse, porém, um belíssimo milagre havia acontecido. O antigo vice-presidente teve um mal súbito e a vaga estava aberta.
O presidente, Lewis Capaldi estava a caminho para a reunião com seus diretores e um destes iriam ascender hoje e mais do que tudo, Malik sonhava que fosse Harry.
Pontualmente, Zayn se colocou diante do hall de entrada para recepcionar seu chefe, Sigmund, o motorista de Styles acabara de abrir a porta da BMW e um Harry de óculos escuros, sobretudo e mal humor saiu. Sem uma palavra ou olhar sequer ele se livrou de tudo aquilo que julga desnecessário, ficando apenas com seu terno de grife e deixando Zayn com as mãos bastante ocupadas e soltando o sempre áspero comentário "Atrasado." O que era tecnicamente incorreto porque ele chegara bem antes de Harry, mas os chefes tinham aquela ideia de que se você não estava lá quando eles acordam você está atrasado.
Conformado em ser sempre o "atrasado" na mente do chefe, Zayn suspirou cabisbaixo as costas de Harry quando entraram no elevador.
— Horóscopo. — Harry pediu, o que não era nenhuma surpresa, todos os dias ele agia metodicamente da mesma forma. Zayn sempre lhe dava seu horóscopo no elevador, porém, desta vez o assistente meio que esqueceu disso totalmente.
— Horóscopo? — Titubeou, tendo uma crise interna por ter se esquecido justamente disso e logo agora que estava com as mãos ocupadas. Ele não podia dizer que não viu, hoje era o grande dia. Se Harry fosse promovido, se ele se tornasse o vice presidente Zayn teria a chance de ascender também, mas se ele se mostrasse incompetente justamente hoje, estaria tudo perdido. Qual era o signo dele mesmo? Peixe? Escorpião? Cobra? Não. Aquário, o que poderiam ter escrito para aquário hoje? O de sempre. Criativo, preza pela liberdade, chato, comunicativo, basicamente o tipo de pessoa que cheira uma carreira de cocaína e bebe energético no café da manhã.
— Sim, horóscopo. Eu gaguejei, por acaso? — Ele sequer virava para alfinetar Zayn cara a cara.
— Não, senhor, o horóscopo dizia que... que hoje será um grande dia. Sabe, novas conquistas, sucesso no trabalho e muitas coisas boas, relacionadas ao... trabalho. — Era péssimo em improvisos. Harry virou o rosto em sessenta graus, não olhando propriamente para o outro, mas ele não parecia ter pegado a mentira no ar.
— Será que eu vou ser promovido?
Zayn suspirou, não seria demitido por conta de um horóscopo, mas não pôde deixar de notar. Aquilo era... insegurança?
— Com certeza, senhor. A previsão para o dia é sucesso e mais sucesso.
— É bom que você esteja certo. — Disse e por um instante, bem pequeno, Malik suspeitou ter visto a sombra de um micro sorriso.
As onze a agência entrou em alvoroço. Capaldi estava no prédio e a história se estendeu por todos os departamentos e em pouco tempo os diretores estavam sendo convocados para a sala de reuniões no último piso. Niall Horan, do departamento de contas, e Liam Payne da criação já estavam mais do que bem instalados na sala quando Harry adentrou, seguido de Malik, eles trocaram comprimentos frios e falsamente educados, uma vez que ansiavam pela mesma vaga. Lewis entrou e todos se levantaram e tiveram aqueles dez minutos de pura bajulação, afinal, ele era o dono de todo aquele império. O chefe supremo do lugar sorriu e se acomodou em sua poltrona na ponta da mesa, com todos os olhos nele.
— Como todos sabem, mês passado perdemos o nosso vice-presidente de tantos anos, amigo íntimo da minha família e querido por todos, nosso bom Edgar Abbott.
Como de praxe, todos colocaram expressões de pesar e tristeza, fingindo lamentar a morte de Abbott. Zayn fez questão de espiar o quão fingido seu chefe podia ser, forçando uma lágrima ou duas quando no momento em que desciam o caixão do pobre homem para a cova, Styles mal conseguia esconder o sorriso de felicidade. Ele estava esperando por essa morte há muito tempo. Em sua defesa, Edgar era um escroto.
— Porém, devemos seguir em frente e precisamos de um novo vice. Eu preciso de um vice-presidente e não posso imaginar pessoas mais capazes do que as aqui presentes, vocês representam o melhor desta empresa e acreditem em mim quando digo que é uma tarefa de extrema dificuldade escolher entre vocês, mas é preciso. Sendo assim, eu tomei algumas decisões.
A tensão na sala poderia ser cortada com uma faca.
Os assistentes escreviam sem sequer prestar atenção, só imploravam com todas as forças para que o universo desse o cargo para seus respectivos chefes.
Ele exaltou cada um dos diretores, até finalmente se virar para Harry que fazia o seu melhor em aparentar tranquilidade. Nenhum alfa que se preze demonstra ansiedade.
— Harry, o que eu posso dizer depois de Eroda?
Uma salva de palmas rompeu por toda a sala e Harry se fez envergonhado, como se dissesse que não foi nada demais. Seus concorrentes reviraram os olhos.
— Você é um gênio. Um gênio que vem nos levando para outro nível, passamos de uma humilde agência de publicidade para uma super potência, temos uma lista de espera gigantesca e você, não, vocês três, são os verdadeiros chefes desse lugar. Eu sou só um simples executivo que tem o nome no prédio, mas a verdadeira magia vem de vocês, rapazes. E é por isso que eu não consigo decidir, então nós vamos para o campo.
Lembra-se da história da faca cortando a tensão? Bom, essa mesma faca estava sendo mirada para Lewis Capaldi após suas palavras.
— C-Como assim? — Deveria ser a primeira vez que Styles gaguejava na vida.
— O que você quer dizer com ir ao campo? — Payne indagou, embasbacado.
— Bom, vocês são excelentes profissionais, quanto a isso não restam dúvidas, contudo nós iremos estabelecer uma parceria. Meu vice e eu precisamos ter uma boa relação, criar laços, ter de fato uma amizade e existe maneira melhor de se conhecer alguém do que um final de semana no campo? Tenho uma propriedade no interior de Berwick, sei que Louis adorará ter hóspedes. Então, o que me dizem?
— Está brincando? Eu acho excelente! Adoro aquele lugar e eu o Louis, somos como irmãos. — Niall Horan se manifestou risonho e alegre, inclinando-se em direção ao presidente, pelo simples deleite de exibir aos demais o quão íntimo ele já era. Ao seu ver, o cargo já era seu.
Liam e Harry se encararam, eles estavam em desvantagem, mas não abririam mão tão facilmente. Ficou acertado que eles viajarão na próxima quinta à tarde e na segunda, haveria um novo vice-presidente.
Apesar do surto interno, Styles fez o seu melhor para se conter, isso até estar em sua sala com as portas e janelas bem fechados e poder desabar dramaticamente sobre sua mesa. Os dedos nervosos cobertos de anéis enroscando-se por entre os leves cachos perdidos por entre os fios curtos, a gravata dando a sensação de sufoco e até seus malditos feromônios alfa lhe davam ânsia naquele momento. Harry detestava quando as coisas não seguiam exatamente de acordo com o planejado. Ele odiava furiosamente e agora teria de se sujeitar a situação mais ridícula imaginável, provar ser a melhor opção por meio de... simpatia? Era absurdo! Ele não é simpático ou amigável, como isso irá dar certo? Como sobreviver por três dias numa casa de campo com aqueles caras?
— Então, Sr. Styles, eu devo ir fazer suas malas agora ou...?
Piscou surpreso olhando para cima, mal se lembrava da presença de Malik.
— Não, não será necessário, eu não vou!
— O quê? Por que não? — O alfa arqueou as sobrancelhas pelo tom alto do secretário que tratou de se desculpar: — Perdão, mas se não for perderá a chance de ser promovido.
— Lewis está querendo um amiguinho pra colher morangos e ficar bêbado, eu não sou esse cara. Sem chances.
— Talvez o senhor não devesse se preocupar tanto com o Sr. Capaldi, desde que ele assumiu os negócios do pai existem boatos de que ele dá muita atenção a opinião do gerente de sua propriedade em Berwick.
— O tal Louis?
— Isso, Louis Tomlinson! Pelo que eu ouvi ele tem controle absoluto sobre a mansão e é um homem de personalidade bastante forte e imponente, bem como o senhor e também é alfa, acho que vocês poderiam se dar bem e se ao menos conseguir agradar ao Tomlinson, ele pode vir a seu favor com o Sr. Capaldi.
O semblante antes duvidoso de Harry se fechou para um carrancudo e aborrecido.
— Está sugerindo que eu agrade um mordomo?
— Não, senhor, eu só...
— Chega! Não preciso de seus conselhos, vá até o meu apartamento e apronte tudo e não se preocupe, vou conseguir a vice presidência por mim mesmo e não puxando o saco de um mero assalariado. — Replicou com a voz grave e ruidosa, o olhar intimidante fazendo o ômega anuir e se retirar solenemente.
Styles tornou a se recostar na poltrona, como se não fosse ruim o suficiente ter de lidar com três betas também haveria um alfa. Um alfa de personalidade forte e imponente que controlaria tudo ao seu redor. Tentou imaginar como seria o homem, mas no mesmo instante em que sentiu aquele ponto em particular em si estremecer, parou na hora. Não, ele era um alfa e um alfa não deve fantasiar com outros da mesma categoria. É tão errado.
Xx
O maior pesadelo para alguém sistemático como Harry era justamente imprevistos e de tantos momentos possíveis precisava acontecer na manhã de sua infeliz viagem. Ele foi acordado com o toque latente de seu celular e quando atendeu foi atingido pelos gritos de angústia de seu supervisor de artes falando sobre erros de impressão e quatro designers que haviam faltado e tudo estava um caos e possivelmente perderiam a conta mais importante daquele semestre. Claro que ele não poderia permitir isso.
Enquanto os outros seguiram até Berwick no jatinho particular de Lewis, Harry se desdobrou para fazer tudo funcionar perfeitamente, a impressão foi feita em tempo, ele se fez valer pelos quatro designers ausentes e foi pessoalmente na reunião com os clientes e os seduziu tão brilhantemente ao ponto de conseguir estender o contrato por mais seis meses, isso lhe garantiria alguns bons pontos, mas quando pode dar por finalizado seu trabalho já não haviam mais voos para o dia e Harry não se arriscaria a ter um dia a menos, então se dispôs a seguir viagem de carro. O que por si só já era um fiasco, porque ele não era tão bom assim em seguir rotas e principalmente, pelo clima. No meio do caminho uma tempestade deslanchou, ventos fortes, chuvas intensa e raios e trovões rasgando os céus acinzentados e para completar a capota do conversível insistia em não subir totalmente, então a bagagem de Styles passou em segurança pelo temporal, mas quando ele estacionou diante dos portões imperiais estava encharcado e tremendo.
Em seu estado lamentável ele foi imediatamente dirigido aos seus aposentos. Sua mente fixa na imagem de Lewis, Niall e Liam rindo ao beberem burbon diante da lareira, mal havia chegado e se sentia um intruso e para completar surgiu como um cão ensopado. O carpete acumulava a água que gotejava de suas roupas, a poça ia crescendo ao redor de seus sapatos italianos. Bem, estes estavam definitivamente acabados.
Quase que melancólico pela perda começou a desfazer o nó da gravata, permitindo que ela deslizasse de seu ombro de encontro ao chão, os dedos serpenteavam pelos botões da camisa preguiçosamente, no entanto a forma como a calça pesava em seus quadris o deixava aborrecido demais, então pulou diretamente para ela que estava mais do que nunca, aderente ao seu corpo, agarrada em sua bunda e coxas. Ele impôs força no ato, a puxando para baixo, compenetrado o bastante para não dar conta da porta aberta ou da imagem refletida no espelho de uma figura surgindo do outro lado do corredor em seu andar metódico e elegante, o brilho cintilando em seus sapatos, a forma impecável de suas vestes, a gravata borboleta cinza alinhada na posição correta em destaque sobre o smoking preto. a franja lisa e macia caia suavemente pela tez dourada, as laterais bem aparadas e os olhos azuis afiados contemplando única e exclusivamente o hóspede no quarto a frente, quando Harry, enfim, conseguiu se livrar da calça.
Suspirou em vitória olhando para cima e deu de cara com a visão de um homem o olhando de volta.
Harry quis morrer, petrificado onde estava.
Era ruim que um completo estranho te visse sem calças? Naturalmente, acrescente o fato de que você é um alfa e existe um certo orgulho e prepotência quanto a isso e por fim, adicione a cereja do bolo que era Harry estar de lingerie. De repente, estava mais consciente do que nunca sobre a pequena peça de renda escura ao redor de seus quadris, cobrindo seu sexo e se entre suas nádegas de forma bastante vulgar. Puta merda, se ele ao menos fosse um ômega, mas não, ele era um alfa, um alfa de calcinha. E se não estivesse enganado pelo cheiro daquele homem, forte, puro e viciante só poderia se tratar de um alfa e o único alfa fora ele entre aquelas paredes era Louis Tomlinson, o homem de confiança de Lewis Capaldi, seu chefe.
Estava tudo perdido.
Se ele podia cheirar Louis sabia que era mútuo. Esperou por qualquer reação de nojo ou desprezo, em lugar disto ele se virou e fechou a porta, colocou sobre a cômoda a bandeja com as toalhas perfeitamente dobradas e se aproximou de Harry, uma das mãos cobertas por luvas brancas tocou o centro do peito ao que ele se curvou ligeiramente.
— Boa noite, Sr. Styles, seja muito bem-vindo à residência dos Capaldi, eu sou Louis Tomlinson, o gerente da propriedade e seu humilde criado, sinta-se livre para me solicitar aquilo que desejar. Estou ao seu dispor. — Disse da forma mais fluída e serena que Harry já havia presenciado, ele não imaginava que ainda houvesse pessoas que agissem como alguém saído do século passado, mas Tomlinson parecia ser um destes profissionais cultas em demasia — Oh, permita-me ajudá-lo, senhor. — Styles teve um segundo de confusão até ver o homem se colocando de joelhos e erguendo seu calcanhar para retirar seu sapato, ele ficou em choque e perdeu o equilíbrio, mas a mão forte do alfa o firmou no lugar pelo quadril.
— Meu deus. — Sibilou, vergonhosamente abalado só com aquilo.
— Deve ser cuidadoso, senhor. — Tomlinson o aconselhou, embora se assemelhasse mais a uma repreensão, deixando um carinho sobre sua pele antes de se concentrar em remover o sapato, seguido da meia e repetir o processo com o outro. Então foi a vez da calça que se prendia em suas canelas, a cada mínimo contato dos dedos do homem contra sua derme desencadeava um novo repuxar no interior do maior. Ele não sabia o porque, apenas sempre foi suscetível demais a alfas e pela primeira vez tinha um o tocando deliberadamente.
Hipnotizado como estava, teve um sobressalto ao que sentiu aqueles mesmos dedos se enganchando nas bordas de sua calcinha.
— Devo remover esta peça também, senhor?
Ele não soube o que dizer, era difícil sequer raciocinar quando havia um alfa como aquele de joelhos, com uma mandíbula tão bem marcada, lábios róseos que o faziam ter água na boca, os contornos sutis de sua barba nascendo e os olhos feito duas safiras encarando-o diretamente, sem qualquer indício de vacilo ou hesitação. Se ele disser sim, Louis irá tirar sem pestanejar e não terá problema algum em ter o membro de um outro alfa a poucos centímetro de seu rosto, ele poderia facilmente se oferecer para acariciá-lo, beijá-lo, chupá-lo, para fazê-lo se sentir bem e tratá-lo como um ômega e Harry facilmente diria sim, mil vezes sim.
De repente sentiu a umidade se despejando na parte da frente da calcinha e soube que era uma péssima ideia.
— N-Não, já me ajudou demais, Sr. Tomlinson, obrigado. — Sua voz não era mais do que um chiado afetado. Nunca falou daquele modo, ele sempre foi excelente em se passar pelo tipo de alfa modelo, exemplar. Não podia estar perdendo sua pose por conta de um simples mordomo, ele só estava fazendo seu trabalho. Nada além disso.
Louis assentiu, levantando-se, passou as mãos pelos joelhos e tornou a se curvar.
— Como quiser, senhor, caso necessite de algo mais, basta acionar o botão na lateral da cama e eu virei imediatamente. — Dito isso se virou e caminhou, mas antes de abrir a porta voltou-se para Styles uma última vez: — E por favor, não me chame de senhor Tomlinson.
Harry franziu as sobrancelhas, apertando os dedos diante do corpo.
— E como eu devo chamá-lo?
De repente, o olhar cordial de Louis mudou para algo bem menos respeitoso, traçando cada pedaço do cacheado até subir de volta ao seu rosto corado, um sorriso lascivo se emoldura nos lábios finos. Uma áurea completamente nova o envolvia.
— Você sabe como, ômega.
Harry nunca esteve em uma situação como aquela, na qual não fazia ideia de como agir, pensar ou falar. Ele havia sido chamado de ômega, ômega? Não era possível. Onde quer que fosse era respeitado e tido como o líder, as pessoas em geral mal ousavam olhá-lo diretamente nos olhos, na academia de boxe grande parte dos demais alfas relutavam em treinar com ele, por o considerarem forte ou bruto demais. As revistas do mundo corporativo o denominavam como o alfa ideal e sonho de todos os ômegas, jamais expressaram qualquer opinião que fosse contrária ao alfa superior que ele se mostrava ser e tudo bem, Louis o viu com uma calcinha, mas ele não podia simplesmente achar que isso fazia de Harry menos alfa, tampouco um ômega.
Era só uma peça de roupa, nada de mais.
Exceto que o vestuário era o de menos.
Harry sabia disso e era exatamente este o motivo das palavras de Louis o estavam atormentando tanto. Em seu íntimo ele sempre sonhou e fantasiou com isso, na maior parte do tempo ele gostava de ser um alfa, é algo muito vantajoso, é inegável. Contudo, era exaustivo ter de ser o chefe o tempo todo, dar ordens e controlar e fora do trabalho era a mesma coisa, dentro de uma relação era esperado que ele fizesse tudo acontecer, a escolha sempre recaia sobre si e na cama, novamente, a atitude tinha de ser sua, cabia a ele determinar o tipo de sexo e como seria e a parte mais chata na opinião de Harry, era sempre ele quem tinha que foder. Não havia nada mais entediante para ele do que forçar seus quadris contra o de outra pessoa, a parte de sentir seu pênis sendo inteiramente abraçado e acolhido era até boa nos primeiros minutos, depois ficava insuportável. Ele tinha todo o trabalho e nunca se divertia, era por isso que havia começado a dedicar todo o seu tempo a carreira, pelo menos isso lhe rendia dinheiro para alimentar seu vício por calcinha, sutiãs, tops, cinta-liga, meias, corsets e tudo o que envolvia lingeries e sua diversão predileta era usar tudo isso por debaixo de sua roupa social. Era excitante o pensamento que por baixo do paletó e da gravata havia um top bem delicado acariciando seus mamilos e os deixando duros e eriçados e essa sensação se estendia até seu pênis coberto por uma calcinha pequena que mal o aguentaria e então, provavelmente no meio de uma reunião importante ele roçaria as pernas uma contra outra, a fim de um pouco de fricção e quando se veria livre para correr até o banheiro abaixaria a calça e encontraria suas coxas marcadas em um rosa vivaz por conta das meias se arranhando contra sua pele leitosa e só de olhar para isso ele viria com tanta força.
Oh céus, Harry era uma vergonha, ele sabia disso, mas não podia evitar.
E por mais que não quisesse admitir ter sido flagrado hoje foi o apogeu de seus delírios. Por mais que temesse represálias, desejou, não, não, ansiou desesperadamente que Louis o ridicularizasse por aquilo, que o humilhasse e o fizesse se sentir pequeno e ferido ao ponto de cair em seus joelhos e implorar que ele o castigasse por ser um alfa medíocre, estupido e anormal. Um pervertido sujo que queria ser tratado como um brinquedo sem valor.
Apenas um buraco para ser fodido.
Inconscientemente revirou os olhos, afundando mais na banheira, o perfume do sais flutuando pelo banheiro, as pernas dobradas e afastadas, o dedo longo deslizando entre suas bochechas, pressionando de leve. Temeroso demais para se aprofundar naquela região.
Apenas um buraco para ser fodido.
Tornou a abrir os olhos, apenas ruídos dos gemidos nos fones de ouvido, provenientes do vídeo passando na tela do smartphone. Não devia estar vendo porno na casa do seu chefe. Era tão imoral, mas seu pau estava tão duro e ele precisava se aliviar.
O alfa tornou a repetir, enchendo o ômega trêmulo e choroso abaixo de si com a bunda farta empinada com seu nó.
Apenas um buraco para ser fodido.
Tentou imaginar como seria a voz de Louis entoando aquelas mesmas palavras, em seu olhar arrogante, nas mãos firmes ditando o ritmo dos quadris de Harry, o usando para satisfazê-lo como bem entender. Enchendo e destruindo seu cuzinho unicamente, ele poderia fazer isso a qualquer hora e em qualquer lugar e Harry receberia alegremente, o lado irremediavelmente submisso de Styles estava mais do que disposto a lamber o gozo de Louis do chão se ele assim quisesse.
Os olhos verdes voltaram para a tela, mas não estavam atentos ao corpo do ômega como um alfa normalmente faria, ele o invejava, a forma como seu corpo recebia tão bem um pau imenso e grosso como aquele, a maneira como ele solavancava para frente e tornava a jogar a bunda de encontro, querendo mais, nos gemidos altos e agudos. Harry gostaria de poder gemer daquele jeito. Alfas eram orientados desde cedo a serem silenciosos, até mesmo em seu cio ele não podia ser escandaloso, sempre discreto e dominante. Sempre.
Mas ainda assim... Não conseguia parar de cobiçar escorregar um dedo pra dentro de si, de provar do seu calor, de se apertar com força, de morder o travesseiro e não se aguentar e gemer alto como se necessitasse de um pau longo o destruindo. Sem se dar conta estava se esfregando, dois dedos alisando e pressionando sua borda, atiçando seu buraco e ele se abria na perspectiva de receber algo mais. Ele queria algo mais. Tocou a ponta do indicador e arriscou empurrar um pouco mais, mas houve uma batida na porta e ele parou.
— Senhor Styles? O jantar será servido em vinte minutos. — Era Louis.
— Certo, obrigado. — Disse apressado, ele achava que queria que ele fosse embora rápido, mas se viu dizendo — Na verdade, será que poderia...
— Sim?
— Eu... — Harry engoliu em seco, desligando o celular e tirando os fones — esqueci a toalha.
— Um instante, senhor. — Passos soaram do outro lado e a porta foi aberta em seguida, Louis permanecia impecável como antes, agora também trazia um lenço vermelho no bolso do blazer, abriu a toalha e a estendeu diante de Styles, indicando que ele se levantasse.
O cacheado se remexeu, incerto. Os resquícios de espuma não o exibiam por completo, mas não haveria como se esconder ao se levantar.
— Eu posso... — Começou quando o homem negou com a cabeça, desaprovando.
— O senhor é sempre mais ágil com a minha ajuda, não queremos que se atrase para o jantar, está aqui a negócios, não é?
— É, sim. — Sibilou, piscando os longos cílios.
Louis sorriu pelas bochechas vermelhas e a expressão ingênua do outro. Ah, os alfas da capital.
— Levante.
Harry levantou, se encolhendo ligeiramente pela temperatura divergente, Tomlinson tratou de envolvê-lo com a toalha felpuda, o secando de maneira eficiente, como se fosse muito experiente. Styles não tinha reação, apenas deixando que ele esfregasse o tecido pela pele úmida, quando as mãos, cobertas pela toalha alcançaram seu membro, ele prendeu o ar. O homem não se refreou e o esfregou, parecendo ter outras intenções além de somente secar e os dentes de Harry cravaram com força no lábio inferior.
— Grande e grosso, como esperado de um bom alfa. Não consigo imaginar quantos ômegas morreriam para tomá-lo na boca, veja só isso. — Estragou com mais força desde a base até próximo a glande. Desta vez Harry agarrou os ombros de Louis, as mãos molhadas caindo sobre o tecido do blazer, mas ele não fez caso, estando entretido em observar os primeiros sinais de pré-gozo vazando pela cabeça do pau do cacheado — Parece delicioso. Você não acha?
— Eu não sei. — Murmurou, desviando o olhar, mesmo que sua respiração tivesse engatado — Eu sou um alfa, não reparo nesse tipo de coisa.
— Claro, alfas só enxergam o próprio umbigo. Com toda a certeza, senhor. Me acompanhe. — Pediu, tomando um dos pulsos de Styles e o guiando até a pia — Agora se incline para que eu possa terminar de seca-lo.
Aquilo o pegou de surpresa e apesar de receoso se dobrou a ordem do alfa. Pois havia a maneira como ele se dirigia, com tanta autoridade, como se a única opção fosse fazer o que ele dizia. Harry era exatamente assim na agência, mas Louis conseguia ser pior.
Harry apoiou as palmas no mármore e afastou as pernas quando Louis mandou e se inclinou, os olhos presos no espelho, tentando ter um vislumbre do que ele fazia. O ato pode ser sentido quando ele usou a toalha para secar a bunda do cacheado, o toque lento, massageando suas nádegas, vez ou outra sentia um aperto, mas nada como quando ele escorregou o tecido por entre elas e esfregou diretamente contra sua entrada, insistindo em roçar, fazendo pressão com os dedos e empurrando contra como se soubesse exatamente o ponto de desequilíbrio de Harry e ele vacilou, os braços tremeram e falharam, o peito bateu contra a pia e um muxoxo de dor ecoou.
— Eu disse que deveria ser cuidadoso. Bom, vejamos. — Ele deixou a toalha sobre a bancada e usou as mãos livres para separar as bandas, o cacheado quis impedi-lo, mas Louis já o havia exposto totalmente, as orbes queimando sobre a deliciosa visão do pequeno e rosado cuzinho comprimido do projeto de alfa abaixo de si. Era tão tolinho, achando que poderia esconder algo ao comprimir quando na verdade só chamava mais atenção, testou chupar um dos dígitos e circular a borda. Harry espasmou por inteiro, como ele suspeitava, manteve o dedo sobre a entrada, apreciando o pulsar ritmado e os breves momentos de relaxamento quando ele quase podia senti-la se abrindo — Durante seu banho eu desfiz suas malas e não pude deixar de notar o bolso interno, encontrei objetos impróprios ao uso de um alfa.
— Você achou? — Seus olhos dobraram de tamanho, as mechas onduladas caídas por sua testa.
— Sim, uma coleção notável, o senhor possui. No entanto, suspeito que não tenha feito uso deles, estou certo?
Ele hesitou, como um incentivo, Louis empurrou o dedo, afundando a pontinha e houve um pequeno grito.
— Silêncio, senhor, há pessoas demais que podem ouvi-lo.
Merda.
— Sim, está certo.
— E por que?
— Eu não... Não sei bem como fazer.
— Não sabe? — Negou — Que estranho, não me parece nada complexo, a menos que o real motivo seja que está a espera de que alguém o faça pelo senhor, é esse o caso? Não estou convencido, qualquer ômega ou beta lhe ajudaria com prazer, então o seu desejo deve ser que alguém em específico faça isso, senão um beta ou ômega, seria um alfa? — Harry engoliu em seco — Isso, um alfa. Você quer que um alfa meta aqueles brinquedinhos depravados em você, mas será apenas isto ou quer ainda mais, algo como ser sobrepujado, dominado e estar a mercê como... Como um ômega. — Desta vez Harry não se conteve e gemeu deliberadamente, derretendo contra a bancada — É isso o que você quer? Ser tratado como um ômega? Que um alfa não só te foda e coma até a insconsciencia, mas que diga o quanto você está molhado, sobre o seu cheiro doce e como quer foder filhotes pra dentro de você e te deixar cheio dele, é isso mesmo que deseja, Sr. Styles?
Silêncio.
Tomlinson empurrou o dedo mais fundo, a primeira junta deslizando pelo interior sufocante e ele não deixava de se apertar. Louis ronronou de excitação.
— Eu desejo isso. — Soluçou, escondendo o rosto, novamente os dentes massacrando os lábios, tentando calar as palavras que tanto desejava deixar escapar. Houve um carinho singelo em seu cabelo, era reconfortante. O dedo se retirou e ele se apertou com saudade.
— Não se atrase, ômega. — Louis ditou se afastando.
Harry ergueu o rosto, a tempo de vê-lo chupar o dedo que estivera dentro dele há pouco e tornou a gemer, desta vez soltando:
— Sim, alfa.
Xx
Quando desceu os degraus, Harry ainda estava consternado. Mais consciente do que nunca da renda de sua calcinha cavando entre suas nádegas e roçando em seu buraco, sensível e levemente ardendo após a invasão áspera de antes. Porém, seriam uma grande mentira se dissesse estar incomodado ou aborrecido, pelo contrário, nunca esteve de melhor humor, o que o levava a não revirar os olhos ao ouvir a risada escandalosa de Horan assim alcançou o hall, uma moça franzina de uniforme bem passado estava à sua espera para conduzi-lo até a sala de jantar, durante o caminho extenso ela tagarelou sobre a história da mansão ter sido um presente de Henrique VIII, as obras de arte, o tamanho do jardim e algo sobre o mestre Tomlinson.
— Espere, "mestre Tomlinson", vocês o chamam assim?
— Oh sim, foi como o senhor Capaldi nos instruiu e devemos nos referir a ele respeitosamente, é o nosso superior.
— Ele manda em todos os empregados?
— Exatamente.
Então Louis também era um chefe. Okay.
Quando eles chegaram Lewis não parecia mais tão entretido com o falatório de Horan e pareceu verdadeiramente empolgado ao ver Harry, interrompeu a apresentação que a jovem fazia sobre o recém chegado e insistiu para que ele ocupasse a cadeira ao seu lado. Louis estava lá, atento feito uma raposa e rapidamente pegou o erro da garota tropeçar em Harry e arrastar a cadeira, causando um ruído incômodo.
Louis interveio.
— Suma da minha frente, incompetente. — Disse em tom baixo, o único fora da conversa a ouvir foi Styles. Ela assentiu e saiu às pressas envergonhada, Harry se perguntava se ela iria chorar, ele estava quase chorando e nem havia sido pra ele.
Com a polidez já característica, puxou a cadeira para Harry que se sentou, evitando deixar transparecer o incômodo breve e se ajeitou novamente.
Tomlinson reparou, é claro.
— Harry, não acredito que nos largou pela metade do dia pra ficar no escritório. — Lewis lamentou, mimado, em seu lugar na ponta da mesa de vidro.
— Eu não podia deixar que problemas tão simples arruinassem uma conta como a Potter&Craig.
— Eles nem são grandes, não fariam falta. — Liam comentou, bebericando seu vinho.
— Esse é um péssimo jeito de pensar para alguém que aspira ser vice-presidente. Pelo que me lembro o Sr. Capaldi costumava dizer que não importa o tamanho da conta, todas são fundamentais para o crescimento e prestígio da empresa, ou você considera o sucesso dispensável também, Liam?
— Uh, Styles afiadíssimo como sempre. — Niall cantarolou rindo, as bochechas vermelhas denunciando que aquele não era o seu primeiro drinque.
— Exatamente, Harry, exatamente, era o que o papai dizia. Não tenho dúvida de que teríamos filiais até no Marrocos se fosse nosso vice, você me fará rico.
— Se você fizer a escolha certa, sim. — Disse confiante, sentindo os olhos de Louis sobre si. Queria mostrar que era um alfa tão intempestivo quanto ele.
Enquanto conversavam sobre a empresa e se alfinetavam ocasionalmente, já que ninguém ali era algo próximo a colegas, com exceção de Lewis que era sempre alvo de elogios e sorrisinhos, o jantar foi servido. O prato de entrada, sopa, prato principal, sobremesa e agora taças de um dos melhores uísque da casa estava sendo servido em copos de cristais.
— Papai dizia que esse uísque era tão forte que deixava qualquer ômega no cio na hora, ele usou horrores com a minha mãe. — Lewis disse virando tudo de uma vez, em companhia de Niall.
Harry encarou o líquido.
— Não pode ser verdade.
— Lamento discordar, mas a premissa é verídica. Apenas com o odor da bebida, algumas ômegas da cozinha sentem-se afetadas, uma dose cheia pode facilmente desencadear um cio. — Tomlinson se pôs a explicar, estando parado próximo a cabeceira da cadeira de Capaldi com as mãos atrás das costas, feito um sentinela.
— Com alfas, também, Louis?
— Bem, Sr. Capaldi, isso depende do alfa. — Estreitou os olhos em direção ao cacheado — Existem alguns, em particular, tão suscetíveis quanto qualquer ômega.
— Sendo assim, pode beber à vontade, Harry. Não vai sentir nada. — O chefe incentivou risonho, tocando o blazer de Louis — Sabia que ele é o Don Juan do escritório? Todo mundo caga pra nós pobres betas, mas o Harry, meu deus, Louis! Ele tem um fã clube, acho que alguns ômegas engravidam só de sentir o feromônio dele no ar e ele é inteligente, você fez o que, cinco, seis faculdades?
— Quatro. — Harry pigarreou, dando um gole no uísque.
— Quatro! E eu só fiz um semestre em alguma coisa, talvez ele seja nosso vice-presidente e fique mais rico do que já é e mesmo assim não namora ninguém. Não entendo, parece você, Louis. Vocês são os melhores alfas que eu conheço e não se interessam por ninguém, como isso é possível?
— Talvez só tenhamos gostos mais particulares, senhor.
— É, deve ser isso. Tão inteligente, Louis, uau. Vamos pra sala de jogos, tenho charutos ótimos. — Anunciou, agarrando a bebida. Niall disparou para seguir ao lado do presidente, Liam e Harry logo atrás.
— Recebeu a palestrinha sobre a casa ter sido um presente em honra de blá blá blá? — Payne sussurrou ao caminharem pelo hall, adentrando a um extenso e largo corredor, repleto de portas, um vislumbre do saguão e da cozinha principal, onde um fluxo de funcionários ia e vinha. O trabalho deveria ser interminável em uma residência como aquela e Lewis disse que pretendia dar uma grande festa em celebração a nova escolha.
— Sim, Liam. — Concordou, desinteressado.
— Sabe que o Horan tem a vantagem, né? Ele é amiguinho do Lewis e nosso presidente não é muito esperto, ele vai escolher o mais legal, não o mais capacitado.
— Com mais capacitado, você quer dizer você mesmo.
— Naturalmente, mas veja, se nos unirmos podemos ao menos garantir que um idiota não se torne nosso chefe.
Harry não conseguiu impedir a risada de escárnio.
— Unir? Sério, uma aliança? Está tão assustado assim, Liam? É vergonhoso. — Continuou a andar, até que foi obrigado a voltar pelo puxão bruto em seu braço.
Liam tinha os olhos chamuscados de raiva. No entanto, os de Harry tinham uma carga mais mortal.
Mirou onde estava sendo segurado.
— O que acha que está fazendo?
— Você não vai dar as costas pra mim. — Rosnou furiosamente.
Harry tornou a rir, desta vez espalmando a mão no peito de Payne e o empurrando contra a parede, o impacto forte o bastante para fazer um dos imensos quadros estremecer.
— Eu vou fazer o que eu quiser. — O tom baixou, rouco e profundo. Liam se encolheu — Se quiser dar as costas, te deixar falando ou simplesmente quebrar essa sua carinha bonita de beta eu vou e você não vai dizer um 'a' sequer. Deveria controlar melhor esse seu temperamento, caso planeje continuar tendo um emprego quando me tornar o vice-presidente.
Ele não se curvaria tão facilmente, Harry não contava com isso.
— Ele nunca escolheria um carrasco prepotente como você. — Cuspiu, batendo contra o peito rijo de Styles, que não se moveu.
— Mas ele vai. — Sorriu expondo as covinhas e disse em sua voz de alfa: — Agora suma da minha frente.
Foi golpe baixo e muito ofensivo, porém, Liam não tinha como retrucar a isso, mas num último ato enraivecido jogou o que restava da bebida em seu copo em direção a Harry e seguiu caminho, o deixando para trás.
Okay, ele mereceu.
— Foi merecido. — Se assustou ao se deparar com Tomlinson parado ali, ele trazia um lenço dobrado no antebraço como um garçom — Seu terno está arruinado, era um modelo tão bonito, senhor.
— Não importa. — Tentou soar áspero.
— Deixe-me contornar um pouco esse caos. — E lá estava Louis perto demais, com um tecido em mãos e o tocando como se fosse a coisa mais natural do mundo. Harry estremeceu e paralisou, ele nunca sabia como reagir e estava na casa há poucas horas. A maior parte do líquido acertou a camisa e a calça.
O tecido branco estava transparente.
— Por deus, veja seu estado! A camisa transparente, eu posso ver tudo, bem, não que seja uma novidade, já tive esse privilégio antes, no entanto, seus colegas de trabalho irão ficar surpresos quando surgir assim na sala.
— Como assim? — Murmurou, atento aos funcionários que seguiam circulando próximos demais. Não havia qualquer barreira entre eles.
— O senhor tem seios de ômega.
— O que? — Ele olhou para baixo, a fim de confirmar o que Louis dizia, mas as mãos do homem logo estavam dentro de sua camisa, acariciando e envolvendo seu peitoral, torcendo os mamilos entre os dedos — Por favor, alguém pode ver...
— Por favor? Com a fala macia assim não lembra em nada o homem que falava com o senhor Payne há pouco. O que o faz agir diferente comigo? Será pela inferioridade da minha posição? Por sermos quase estranhos? Por eu enxergar a puta ômega que você é de verdade ou seria porque tenho eles em minhas mãos? — Formou o aperto com possessão, Styles procurou apoio, as bochechas tingidas de um vermelho tão vivo quanto da parede às suas costas — Eu nunca vi um alfa com peitos tão cheios assim, e tão macios, seus mamilos são tão duros o tempo todo, eriçados como se fossem chupados constantemente.
Olhou para Harry que negou sem parar.
— Tão cheios e pesados, como se estivessem carregados de leite. Imagino qual seria o gosto. — Se pressionou contra ele, lambendo uma longa faixa de pele, desde o ombro até o lóbulo, sugando e chupando para dentro da boca.
Harry ouviu um ruído e avistou a mesma jovem empregada de antes, derrubando a bandeja, a recolhendo e correndo para a cozinha. Eles foram vistos. Tentou se afastar de Louis, mas suas mãos ainda estavam em seus... Bem, ali.
— Você vai me deixar mamar neles? — Algo se acendeu nele ao ouvir a voz de alfa de Tomlinson.
Agora o alfa secava suas pernas, não era bem isso, ele esfregava o pano na frente de sua calça, no entanto seus dedos estavam escorrendo entre as coxas do cacheado, segurando seu membro e bombeando, o masturbando.
— Eu não tenho leite nenhum. — Ronronou, chateado ao ouvir suas próprias palavras. Ele queria ter leite, na verdade.
— Não importa, eu quero tê-los na minha boca. Me deixe prová-los, ômega. Me dê o que eu quero. — Exigiu, tão mimado quanto o patrão, mas Harry estava rendido demais e sentia seu orgasmo na ponta para ser capaz de negar qualquer coisa.
— Sim, sim, eu te dou o que quiser. — Disse por fim, arranhando a nuca do homem. Estava prestes a vir e os empregados sabiam o que eles estavam fazendo, mas fingiam não se importar. Louis era tão poderoso naquele lugar, ele podia fazer qualquer coisa e ninguém ousaria passar por cima dele e contar a Lewis ou usar aquilo para ameaçá-lo, mas não. Ele era tão respeitado, tão inatingível. Harry se perguntou se seria possível fazer algo como aquilo se viesse a se tornar vice-presidente, ele poderia se agarrar com quem quisesse onde todos podem ver e mesmo assim não fariam caso? Esperava que sim, pois era excitante demais.
Ouviu o gemido arrastado de Tomlinson ao que arranhou com mais força e seu corpo o prensou com maior intensidade. A respiração quente dele batendo em seu ouvido ao que disse:
— Tento me conformar e dizer que é só mais uma noite fazendo o meu trabalho habitual, mas ainda me surpreendo com você, Harry. Me pego pensando no quão audacioso e sujo um alfa tem que ser para se portar dessa maneira sigilosa e indecente. Nem mesmo uma reunião profissional é capaz de parar seus desejos mais sombrios, sim? Todos naquela mesa olham para você tão poderoso, parecendo extremamente confiante em seu próprio posto de poder... Eu diria que com certeza o nome Harry Styles faz uma alusão a um alfa de grande prestígio. Mal sabem eles que por baixo desse terno bem alinhado, e essa calça social de grife, existe um pedaço de pano obsceno cravado deliciosamente em sua bunda imaculada. — Harry gemeu vergonhosamente alto — No entanto, que bom que eu sei desse segredinho obsceno, e aposto que isso o excita tremendamente. Você está com tesão? Pobre, aberração promíscua... Você pode até tentar negar. Mas aposto que a poça molhada recém jorrada em sua calcinha vai te trair. Tão desesperado para ter um pau alargando dolorosamente esse cuzinho virgem, e o meu vai ser o primeiro a tirar esse proveito voluptuoso, sim? Talvez, você nem mesmo consiga pensar em outro depois, tornando-se um viciado em mim.
Sim, sim, sim. Era tudo o que ele queria.
— O que devo fazer... Oh, tantas opções. Te foder aqui e agora nesse chão duro como uma cadela sedenta como você merece? Mamar em você até que o leite comece a jorrar desses bicos duros? Ou foder seu pau com minha mão e te fazer vir nessa calcinha de vadiazinha que está vestindo? O que eu devo escolher, Harry?
Abriu a boca, porém Louis deu um passo para trás.
— Quem sabe em um momento mais privado. — E lhe deu as costas.
Ele protestaria, não fosse Lewis surgir tropeçando nos próprios pés, bêbado e falando sobre charutos.
Xx
O primeiro dia da jornada da amizade com o chefe foi um fiasco. Se a escolha fosse de Styles ele não escolheria ninguém diante dos atributos daquela manhã, o sol mal tinha surgido quando Capaldi saiu de quarto em quarto convocando-os para uma pesca matutina, Harry e Liam estavam de óculos escuro para mascarar o ódio e Niall que não era tão regrado quanto os colegas e raramente acordava cedo, além do fato de ter ficado completamente bêbado na noite anterior estava em um estado calamitoso, ao menos conseguia ficar em pé e isso o tornou apto.
Lewis tinha vinte e quatro anos, ficar de porre não era nada pra ele.
E lá se foram os quatro se meterem em um barco pequeno de pesca. Ninguém sabia pescar.
— Vocês só ficam presos naquela agência e não aprendem as coisas fundamentais para a sobrevivência. — Palestrava Lewis, enquanto perdia outra isca por não saber colocar corretamente.
Niall acabou cochilando, o anzol de Liam se prendeu na casa de Harry e quando ele puxou surgiu um rasgo imenso no lugar e precisaram retornar antes que Payne acabasse no fundo do lago.
Depois veio o tênis. Foi podre. Nenhum deles tinha coordenação motora o bastante para acertar uma bola em movimento. Harry se absteve do futebol porque achou aquilo o cúmulo, ele era um publicitário, não um bobo da corte disposto a ficar agradando um moleque mimado que sabia muito bem precisar dele para não ir à falência em seis meses.
Parte de sua exasperação também se deve ao fato de não ter encontrado Louis a manhã inteira. Desde a noite anterior, do momento do corredor, ele havia sumido e feito o inferno nos pensamentos do cacheado. Subitamente suas fantasias vinham tomando forma, havia um alfa lhe tratando como um ômega, da maneira rústica e degradante que ele tanto sonhou, mas não podia ser em pior momento. Alguns dos sócios majoritários viriam amanhã e ele precisava estar focado em sua apresentação para a escolha do vice, também devia dobrar os esforços em se tornar o amigo n°1 de Lewis e... Bem, ele definitivamente não deveria ter passado uma noite em claro rolando na cama, se esfregando e choramingando o nome de um outro alfa. Era ridículo.
— Styles! — Lewis gritou, fazendo um sinal idiota que ele dizia ser o seu toque secreto, chegou perto o bastante para Harry não ter escolha a não ser tocar no punho do outro — Isso aí, bro, consegue imaginar a próxima coisa irada que vamos fazer?
— Não consigo imaginar nada mais irado do que o que temos feito. — Disse irônico.
— Mas tem sim, deve ser a coisa preferida do Louis nesse lugar.
— Louis?
Lewis franziu as sobrancelhas.
— Não lembra dele? Estava conosco no jantar, ele é incrível, praticamente governa essa casa. Agora vá se arrumar.
Sem disposição alguma, levantou.
— E o que devo vestir?
— Qualquer coisa que sirva para equitação.
Depois de um banho para remover as camadas de suor e o fedor de peixe do corpo, Harry revirou o closet. Felizmente ele tinha roupas de equitação, lindas e excelentes, porém nenhuma camisa. Foi mais forte do que ele a vontade de ligar para Zayn gritando por sua incompetência. Porém, Lewis tinha o dia sem usar camisa alguma e Liam havia tirado a sua durante o futebol, sendo assim, ele não seria tão inadequado ao usar apenas o blazer de seu traje.
Vestiu-se, escorregando para as calças de montaria, justas e acima do umbigo, botas de cano alto e o blazer preto com riscos brancos – tinha suas ressalvas com o que fugisse ao tradicional preto básico, mas teria de se virar com o que tinha. Passou o dedo pelos cabelos, fazendo careta para a direção contrária que iam tomando, mas a visão no espelho que mais chamava sua atenção era a do exposto, não tão escancarada pelo blazer, mas que ainda assim era impossível ignorar. Puxou as lapelas, examinando o peitoral.
— Seios de ômega? — Murmurou.
Não, Louis não estava falando sério. Ele não tinha... Olhou de novo, bem, havia um certo volume e não era uma ideia tão ruim se imaginar tendo atributos exclusivos a ômegas. Louis pareceu gostar, no entanto o deixou só por duas vezes depois de provocá-lo. Talvez este fosse o momento de dar o troco, revirou sua mala até encontrar aquele perfume estupido que se arrependeu de comprar na hora, mas por algum motivo tinha escolhido trazer, duas borrifadas e então o escondeu no fundo da mala.
— Vamos, Harry, pegue o seu alazão! — Niall gritou, galopando pelo campo, balançando o chapéu no ar.
Terminava de ser o cume íngreme, no estábulo, Liam e Lewis lutavam para subir em suas montarias. Havia um homem bonito, alto e de cabelos loiros, com a camisa surrada e feno nas botas mantendo a cela segura para que Payne montasse.
— Não é tão fácil quanto eu me lembrava. — Capaldi comentou com o orgulho ferido por precisar de ajuda.
— Aqui, Sr. Capaldi. — Louis trazia as rédeas de um cavalo pequeno, quase um pônei.
— Meu anjo da guarda. — Correu para o seu pequeno cavalo, montando rapidamente — Harry, fique com o Fury.
Harry olhou para o cavalo. Era imenso, de pelo negro e olhos severos. Não parecia muito afável a ideia de receber mais de setenta quilos em suas costas às dez da manhã.
— Melhor arranjar outro cavalo, Luke.
O cavalariço seguia tentando convencer Liam a subir em seu cavalo, olhou para Louis por cima do ombro.
— Os outros estão dormindo, mestre.
Tomlinson revirou os olhos.
— Eu sei montar. — Styles se manifestou, indo até o cavalo e o tomando pelas rédeas. Ele relinchou e levantou as patas da frente, deu um passo atrás.
— Esse cavalo é arisco.
Ignorando as chamadas de Tomlinson, pisou na cela e montou em Fury e como ele já suspeitava, ele era bastante arisco. Soltou um relinchar mais alto e se equilibrou apenas nas patas traseiras, tentando expulsar Harry de suas costas, ele não caiu, mas ficou apavorado.
— Ansioso para quebrar o pescoço, senhor?
Então Louis tirou seu paletó e puxou as mangas da camisa, exibindo seus antebraços e tatuagens marcando a pele bronzeada. O colete acinturado atraiu os olhos verdes para as formas do corpo do alfa, mas logo ele havia avançado e estava montando as costas de Styles.
— O que está fazendo? — Arfou em choque ao constatar a presença do homem, de seu peito colado às suas costas, os braços envolvendo os lados de sua cintura para alcançar as rédeas — Qual foi a última vez que cavalgou, Sr. Styles?
— Hum... Quando eu tinha uns onze, eu acho.
— Como imaginei. Se quiser fazer isto com segurança, precisa corrigir sua postura, está muito para frente. — Tocou a mão sobre a borboleta no estômago de Styles e o puxou para trás, proposital ou não, sua bunda foi pressionada contra a virilha do mais velho e o sentiu. Louis parecia tão grande — As coxas firmes nas laterais do animal. — Segurou as coxas de Harry, apertando a carne dando ênfase ao que dizia. Mas não era só isso, ele sabia. Tentado a provocar também, inclinou a cabeça para o lado, fingindo observar o que Louis fazia e deixando o pescoço exposto próximo ao rosto do alfa. Queria que ele sentisse seu cheiro e quando Louis inspirou com força, sabia que tinha conseguido — Vamos cavalgar. — Contra o que esperava, ele fez o cavalo galopar e no instante de impulso foi jogado contra o corpo de Tomlinson.
Logo, o trotar rápido e obstinado do alazão os levou de encontro ao meio do grande bosque da propriedade, onde Lewis e Niall já apostavam nas corridas. Liam conseguiu vir, acompanhado de Luke e bastante insatisfeito por isso, mas demonstrou sagacidade ao reparar que Harry também precisou de ajuda. Minutos mais tarde, relutantemente teve de se desgrudar de Louis, pois ele tinha toda uma equipe para coordenar e os outros cavalos estavam despertos e por única e exclusiva birra, fez questão de continuar com Fury e ter Luke como substituto de Tomlinson.
Quando o loiro tomou seu lugar as costas do cacheado e este se aninhou descaradamente contra o peito do outro, pode ver de relance a mandíbula do mais velho tencionar. Em suma, foi uma atividade deveras prazerosa, com os galopes rápidos e o vento intenso seu blazer afastava-se livremente do peito e muitos olhares lhe foram dirigidos. Fosse por ele ser um alfa, ou por se portar como um ômega, era fato que todos ao seu redor estavam desejosos dele. O cavalariço as suas costas sendo o primeiro, uma vez que podia exalar diretamente da falsa essência de ômega.
Eles se dispersaram quase duas horas mais tarde. Lewis insistiu para que Styles o esperasse, queria tratar de alguns assuntos do departamento de artes, mas no meio da subida Luke chamou por Capaldi e ele teve de retornar. Harry continuou em um passo lento, aguardando ser alcançado, o seu ardido queimava sua pele de uma maneira satisfatório, os olhos erguidos rumo ao céu claro, livre de nuvens, quando vacilou ao impacto de um braço o puxando bruscamente, tomando-o pela cintura e uma palma áspera e quente, cravando os dedos em sua mandíbula, o obrigando a encarar o azul furioso.
O cheiro de Louis era sufocante.
— O q- — Apertou com mais aspereza a pele sensível de suas bochechas, em um claro comando para se silenciar.
— Não estou interessado em ouvir a sua voz. Não agora quando você conseguiu a proeza de me tirar do sério, espero que esteja satisfeito. — Um ronronar baixo escapou dos lábios cheinhos do cacheado, a mão de Louis cavara por debaixo do blazer, enchendo-se com a carne de sua cintura e o peitoral rijo dele vinha de encontro ao seu exposto — Você gosta de atenção, não, Harry? Saber que estão te contemplando, analisando cada partícula desnuda, te excita... Óbvio que excita, um ômega patético e carente de atenção como você. Só poderia necessitar disso.
No fundo de sua mente queria protestar e retrucar, como era treinado, porque assim eram os ômegas, mas ao mesmo tempo era extasiante que alguém visse suas verdadeiras vontades e anseios e o dissesse na hora em que bem entendesse, como em campo aberto, a luz do dia, onde o jardineiro podava as moitas, guardas espalhados por toda a parte, o relinchar alto dos cavalos com Lewis e Luke nos estábulos.
— Mas, saiba que desde o nosso primeiro contato você se tornou minha posse. E é exatamente por conta desse título que eu vou destruir você essa noite, farei com que se arrependa por ter me provocado como uma vagabunda em um momento tão solene, mas tristemente nada do meu pau para você hoje. Eu almejo suas boas maneiras, por enquanto o que lhe restará será pensar em nada além de mim, meus lábios contra os seus, meus dedos envolta do seu pescoço, a fantasia do meu pau no fundo de sua garganta ou desse cuzinho suplicante.
Inebriado pela promessa, agarrou os bíceps do alfa, lambendo os lábios vermelhos em deleite ao imaginar a boca de Louis cobrindo a sua, na penugem de sua barba arranhando sua pele, nas mãos dele em seus cabelos, pescoço, dos gemidos que seriam emitidos naquele timbre melódico e rouco. Como se lesse seus pensamentos, Tomlinson desceu a mão pelo pescoço pálido, pressionando o polegar contra o centro da garganta, vendo o cacheado jogar a cabeça para trás, sem oferecer resistência. Podia fazer o que quisesse e ele tomaria com prazer.
— É fascinante como em tão pouco tempo eu te transformei em uma criatura tão obstinada, nada em seus pensamentos além da necessidade de ser tocado, a necessidade de esporrar livremente. Um projetinho de alfa corrompido na bagunça da submissão, é isso que você é. A porra de um ser desvirtuado.
— Sim, alfa, eu sou exatamente isso, então, por favor, te suplico, acabe com esse tormento, quero sentir mais disso. Quero me entregar e deixar corroer ao prazer das suas mãos, dos teus lábios, suas ordens, seu pau, quero tudo isso em mim, me tomando e destruindo. Eu me entrego a você, pode ter o que quiser, eu ofereço a você, alfa. — Disse num átimo, engasgando em suas palavras embargada de latente tesão, a respiração descompensada.
Louis sorriu vitorioso. Os dentes mordendo os lábios róseos, para o desespero do maior que só queria substituí-los pelos seus próprios.
— Ao anoitecer, ômega.
Ele é inteligente. Foi o que Lewis disse e tinha toda a razão. Louis sabia que a melhor forma de castigá-lo por ter provocado mais cedo era criar a expectativa pela manhã e deixá-lo definhar pelo resto do dia, incerto do que viria ao anoitecer.
Será que Louis iria fodê-lo?
Provocar e deixá-lo à míngua?
Expor suas perversões ao patrão e arruiná-lo?
Tantas possibilidades estavam acabando com Styles. Ele passou o restante do dia no modo automático, a conversa com Lewis foi tão mecânica que mal lembrava, depois de mais tempo desperdiçado em companhia de Niall e Liam, ao se sentar na mesa para elaborar a apresentação nada saiu. Branco total. Conseguiu ver Tomlinson de longe, gritando ordens e ralhando com duas camareiras e a chef, ele virou e avistou Harry, mas ao invés de empurrá-lo contra uma parede e chamá-lo de vadia, se limitou a fazer uma mesura e seguir seu caminho.
Sua atitude sucinta e profissional era um outro ponto estressante.
Harry se via compelido a ser obediente e maleável por não querer ser vítima da ira que ele sabia bem que o alfa possuía. Era isso, ele parecia um empregado de Louis, eficiente e ansioso em agradar.
Oh céus.
Participou do jantar, mantendo-se tão impessoal quanto podia, lançando olhares suplicantes que eram friamente ignorados pelo outro. Por fim, pediu licença e subiu para o quarto. Estava aborrecido e chateado, arrancando a gravata e a deixando jogada sobre a cama, o paletó, cinto e calças esparramados pelo chão, na entrada do closet sobre um puff branco estava um de seus pijamas de seda, quando pegou notou ser apenas a camisa de botões, um tom de rosé acetinado, de gola e mangas levemente bufantes, um tanto exagerado, ele não escolheria dormir com ela deliberadamente a menos que... Havia um calcinha também, um rosa mais intenso, de renda, não tão pequena quanto a maioria, pois envolta dela estava um bilhete pequeno em uma escrita elegante:
Vista para mim, ômega.
Trouxe o bilhete para perto do rosto e gemeu pelo cheiro do alfa.
Ele o fez. Se vestiu como Louis mandou e esperou. As horas passavam lentamente, tinha subido cedo demais.
Caiu na cama, frustrado consigo mesmo, ele nunca tinha estado em uma situação tão fora do seu controle. Era absurdo, absurdo! Deitou-se de bruços, escondendo o rosto nos travesseiros e se permitindo um pequeno surto por estar mais interessado em ser fodido do que conseguir sua promoção, como uma perfeita vagabunda.
— Sua vagabunda, vagabunda, vagabunda. — Disparava contra si, batendo nervosamente os punhos fechados nos travesseiros.
— Sim, minha vagabunda. — Paralisou ao som do ruído da porta, de sapatos clicando sobre o piso de madeira e a voz que se impregnara em seus ouvidos. Louis Tomlinson. Seu alfa — Que visão espetacular! Sabe bem como recepcionar seu dono, querido. — Retesou os quadris ao perceber que com a blusa curta sua bunda estava totalmente de fora.
No primeiro passo ouvido, fechou as pernas com força, mas Louis continuou chegando, o peso de seus joelhos afundando o colchão e então a mão marcando os dígitos sobre a nádega esquerda de Harry ao atingi-la com força em um tapa ardido.
— Ah. — Ofegou contra o travesseiro e recebeu outra na banda direita, o retardo em se virar ocasionou um terceiro tapa sobre sua entrada. Esse sendo particularmente dolorido.
Louis o virou, já impaciente, encontrando o rosto do cacheado vermelho – em constrangimento e dor – os lábios úmidos de saliva brilhando pela luz empalidecida da noite de verão, cabelos esparramados pela fronha e a blusa enrolada acima dos quadris e a cereja do bolo era seu membro grande se espremendo em uma calcinha de renda delicada e feminina demais para o alfa que Harry finge ser fora daquele quarto.
— Você é tão lindo. — Falou docemente, acariciando seu rosto com devoção, o sentindo aninhar-se a sua palma — Mas precisa aprender que quando eu me aproximo, você não fecha as pernas, você as abre para mim. — Abriu as pernas dele, fincando as unhas curtas nas coxas fartas, se colocando entre elas, alinhando seu membro com o do cacheado.
— Entendi. — Murmurou baixinho, envolvendo timidamente os calcanhares na base da coluna de Tomlinson.
Pela primeira vez ele não estava uniformizado, vestia calças de moletom, regata e o cabelo estava molhado e desgrenhado, parecia um pouco menos perigoso que o habitual. Styles subiu as mãos pelos pulsos de Tomlinson, os olhos fixos ao dele, dedos hesitantes correndo pelos antebraços, cotovelos, os bíceps, demorando-se até os ombros e se alojando na nuca e nos cabelos e o puxando para si.
— Alfa, por favor, me beije, me beije, eu suplicou. — Suplicou em agonia.
Louis parou a respiração misturando-se a do cacheado. O mesclar delicioso de seu perfume de alfa, manchado pelos resquícios do perfume de ômega de antes.
— Se fizermos isso, estará arruinado para sempre.
— Não me importo, não me importo com nada além de ter o seu gosto nos meus lábios, é tudo o que eu quero.
O cacheado esfregava as coxas pelas laterais de Louis, o pau molhando a parte da frente da calcinha indo de encontro ao seu, em busca de fricção e havia aqueles olhinhos perdidos, lábios rechonchudos e os barulhinhos de urgência e tesão que emitia sem notar, como um ômega no cio.
— Então é o que você terá. — Soprou rouca, quebrando a distância entre seus corpos e juntando seus lábios, a sensação da maciez e do gosto de ambos o levaram a gemer em uníssono, mas quando Harry rompeu os lábios com um pouco mais de urgência, Louis aproveitou para saborear mais de sua boca. Lambendo e sugando os lábios carmesim, ao ponto do cacheado choramingar, estendendo a língua para fora, desejando ter a de Louis se esfregando obscenamente nela como seus corpos necessitados faziam. Os quadris de Tomlinson escorregaram um pouco e investia seu membro diretamente contra o vão das nádegas do outro, podia sentir a glande surtando contra a entradinha coberta, mas que deveria estar desesperada para ser comida. Ciente da atenção que recebia ali, Harry rebolou, forçando seu buraco contra o pau do alfa e o desarmando conseguiu dominar o beijo, as unhas deixando vergões profundos pelo pescoço e ombros de Louis, as línguas se entrelaçando, esfregando em um beijo molhado e ávido, às chupando para dentro de suas próprias bocas, querendo mais. Sempre mais.
O quarto foi embargado pelo cheiro entorpecente de seus feromônios, eles exigem e querem cada vez mais. Harry poderia ser submisso, mas como um alfa era ambicioso em demasia e Louis se perdia no oásis que era mergulhar no corpo de Styles. Seus lábios estavam inchados, vermelhos e dormentes quando Louis tomou a dianteira ao seu afastar, Harry não aceitou de jeito nenhum, esperneando e relutando em soltá-lo, mas ele o fez vagarosamente, apreciando o rompimento do fiozinho de saliva que os conectava, porém foi preciso, Styles iria gozar, estava bem na borda e ele precisava ver isso.
Se arrastou para a ponta da cama e o orientou a deitar de bruços com as pernas em sua direção.
— Agora se esfregue até gozar. — Ordenou com sua voz de alfa.
Normalmente não deveria ter efeito em Harry, mas parecia ser o contrário.
Começou a se esfregar contra os lençóis, o pau pressionando com força e urgência, uma bagunça molhada se esparramando pela calcinha, ele estava um caos e sabia que Louis o observava de perto, o via estocar na roupa de cama, contraindo seus músculos, com a bunda indo e vindo em direção a ele. Não havia nada que pudesse fazer, estava cego pelo prazer, luxúria, a lascívia escaldante correndo por suas veias, ele só precisava gozar, mais uma estocada profunda e atingiu seu ápice, desabando sem forças em seguida.
— Céus, você parece exausto. Deve ter segurado isso desde ontem, uma vadiazinha tão obediente ao seu alfa, é bom saber que o seu orgasmo pertence a mim e que seria muito impróprio brincar com aquilo que não é seu. — O colocou de frente, os dedos massageando o interior da coxa de Styles, adentrando pelos bordas da calcinha, dedilhando a umidade pegajosa — Oh, babe, está uma bagunça. Se jogou completamente com a própria porra e agora não tem forças para se limpar, esse é o problema com garotos mimados, esperam que façam tudo por você.
Apesar do tom repreensivo, foi abaixando a peça, o pau de Harry envolto pelo gozo que se espalhou e desta vez, ele abriu as pernas para que Louis viesse por entre elas, se apoiando em seus antebraços para lamber o líquido viscoso por toda a virilha do cacheado, sugando suas bolas, correndo a língua pelo comprimento do pau e prestando uma atenção especial a glande larga até tê-la inmaculada. Harry se remexeu, ansioso pela possibilidade de que Louis desceria a boca de seu períneo e tocaria seu cuzinho, o que não aconteceu. O alfa subiu a boca para onde ele não imaginava, quando sentiu a língua molhada pesando em seu mamilo ele gritou.
Tomlinson gargalhou da expressão de espanto e de suas tentativas de se calar com as mãos contra a boca, que só se mostravam ineficazes e cada nova sugada no bico saliente, passou para o outro, propositalmente embebidos em saliva, criando manchas úmidas sobre o lindo pijamas de seda de Styles de onde os mamilos se projetavam firmes e duros contra o tecido. Com um aperto mais duro sentiu o mais novo estremecer.
Olhou para seu rosto bonito, se escondendo no travesseiro.
— Sensações novas conseguem ser tão impetuosas, sim? O receio que abrangia sua mente em apenas cogitar tocar esses mamilos bonitos, sempre tão sensíveis apenas com o singelo toque sobreposto de um tecido fino, quem dirá um dedilhar ou um contato molhado, mais lânguido. Como uma língua experiente envolvendo-os, sorvendo-os com destreza, o apetite envolto da ganância. Eu quero que você esteja tão carente com esse sentimento que você poderia gozar com a porra da minha boca chupando seus seios de ômega. — Explicou, didaticamente demonstrando o que dizia: — Vou estabelecer esse ritmo, primeiro circular em volta para provocá-lo, deixá-los bem molhados e escorregadios pra minha barba perpassar por eles, brincando com o contato até que estejam tão sensíveis e inchados apenas para deixar que só então você tome a rédea. Experimentando como é tocá-los pela primeira vez... Olhando em meus olhos, seu alfa. Sabendo que fui eu quem os moldou dessa forma frágeis, doloridos, e extremamente apetitosos.
Todo o corpo de Styles se contrai e ele geme em expectativa. Louis toma isso como consentimento e desabotoa a camisa, um botão de cada vez, os olhos maliciosos sobre o cacheado e contempla o peito exposto.
— Oh. — Geme — Se soubesse como tive de me segurar para não te jogar contra a grama e te chupar.
— Pode fazer isso agora, pode fazer o que quiser comigo.
— Obrigado, querido, eu irei. — Sorri expondo os dentes, antes de gravá-los no peito de Styles, a pressão o fazendo solavancar e grunhir, mas a língua macia rodeando a aréola o faz relaxar novamente e derreter na sensação de ter um alfa sugando seus mamilos, os apertando entre os dedos e gemendo por eles — Tão gostoso, ômega. — Diz, sugando com volúpia, como se houvesse algo mais, como se Harry pudesse alimentá-lo e o pensamento havia deixado ambos mais duros. Louis não tinha gozado, mas poderia facilmente, apenas aguardava o momento certo. Ao sugar o outro, Louis não pode deixar de sentir que o mais novo estava apertando as coxas e buscando contato desesperadamente. Seu pau estava vazando, manchando a calça de Louis vergonhosamente.
Ele o encara, o rosto de Harry empalidece.
— Pobre bebê necessitado... Chega a ser difícil imaginar como costumam ser seus cios... No entanto, tenho um pequeno deslumbre pairando mentalmente sobre mim. Talvez você adentre aqueles clubes de sexo em uma busca frenética por um alivio para o seu tesão, fodendo aqueles ômegas rogando em fúria para saciar-se... Sentindo o comprimir daqueles garotos bonitos entranhando seu pau com fome, assim: — Forma um anel apertado com os dedos, descendo e subindo pelo membro duro e latejante de Harry — O único empecilho, é que enquanto isso acontece o canto mais profundo da sua mente deseja se transportar para o lugar deles, tomando o cacete de algum alfa... Um alfa mandão, dominador o suficiente para drenar a sua sanidade. Você quer tanto isso, huh? Então preste muita atenção, Harry, porque quando chegar o momento vou querer você engolfando meu pau, absolutamente contraído na mais pura ambição, me tomando com tanto desejo que vou me sentir esmagado nesse cuzinho... Mas talvez essa realização não seja um grande problema, levando em consideração que nada maior do que alguns dedos patéticos adentraram essa bundinha, não é mesmo? Você vai ser um bom garoto pra mim?
Sem palavras, só lhe restou concordar. Ele se sentia tão duro e necessitado, mais do que em qualquer cio anterior. Era tão mais intenso, mais gostoso.
— Hoje você estava especialmente lindo, Harry. Todo arrogante e majestoso cavalgando por entre o campo, tão deslumbrante que nem mesmo ar puro foi páreo para minha completa perda de fôlego. Confesso que me senti sufocado, e minha total decepção foi notar que essa sensação não se deu devido ao meu objeto de desejo mais perverso... Quer saber qual é? Comer esse cuzinho bagunçado por sua excitação. O perfume forte me traria a constatação que estou deflorando um projetinho de alfa, um dos mais vulgares, prefiro deixar claro quem você é aqui... Uma cadelinha vulgar. Eu deixaria essa partezinha gostosa tão molhada com sua porra e com minha saliva, que seria possivel escutar os movimentos babados da minha lingua e de meus dedos mergulhando dentro dessa bundinha gulosa. Meu ômega bem treinado, você teria passe livre para liberar seus gemidinhos altos e obscenos, como se estivesse no cio enquanto monta no meu rosto. Vou me aproveitar tanto de você, que suas coxas e seu períneo vão ficar ardendo pela sensação da minha barba, mas você gosta disso, não? O toque efervescente de formigamento é sua recompensa de maior prazer. Todo marcado por mim. Violentado por minha boca e por meus dedos. Fodido por minha língua, mas ainda não por meu pau. Meu brinquedinho favorito quer tanto isso, não? Um bom pau grande e gostoso. Então faça por merecer e coloque essa bunda para trabalhar.
— Como você me quer, senhor?
— Eu quero você — Beliscou o mamilo rubro — sentando no meu rosto.
O coração do mais novo disparou, a resposta presa na garganta e ao tentar vocalizar elas engasgaram mais. O olhar de Louis era sombrio e intenso. Claro que ele estava falando sério.
Ele se afasta, deixando o vazio angustiante sobre o corpo de Harry, ficando em seus joelhos e puxando a regata por cima da cabeça, deixando que o outro desbrave seu corpo com os olhos, registrando as tatuagens, os músculos, as curvas e o cheiro de seus feromônios o envolvendo.
Louis se acomoda no outro lado da cama e então faz um gesto com os dedos, chamando-o.
— Está na hora de me mostrar se aprendeu o que eu te ensinei mais cedo.
Engolindo em seco e, muito sem jeito, ele caminha até o alfa, passando as pernas ao redor de sua cintura e subindo lentamente, até sentir a barba raspando no interior de suas coxas e a língua quente massageando seu períneo. Não se move, mas Louis ergue as mãos e aperta os quadris, trazendo-o para baixo, o toque causando calafrios na espinha de Styles, despertando todas as suas terminações nervosas e tudo só se intensifica quando uma sensação completamente nova o incendeia, seus dedos já haviam passeado pelos arredores de sua entrada, assim como os de Louis, até a invadido, mas nunca imaginou que teria um músculo quente e molhado como aquele a contornando, traçando a região mais sensível de seu corpo.
Toda vez que fez isso com um ômega, ousou imaginar como seria experimentar, qual seria o sentimento, bem, era euforia, descontrolada e efervescente, era difícil impedir suas ancas de se moverem, forçar para baixo e pedir por mais, mas precisava se controlar. Precisava se manter calmo, foi o que dizia a si mesmo quando a língua de Louis parou de provocar suas bordas e se pressionar na entrada, ele retesou, se fechando completamente.
Mas o toque persistia em seus quadris e Tomlinson era tão lindo, com seus olhos fechados e o cabelo bagunçado em seu travesseiro, ele só queria ser bom e se permitir sentir, relaxou e devagar ele deslizou para dentro. De início foi estranho, desconhecido, havia algo se movendo em seu interior, tocando partes de si que nunca tinha experimentado, mas Louis o fazia se sentir no céu, empurrando sua língua contra ele, soltando seus quadris para cravar os dígitos em sua bunda, separando as bandas para deslizar mais fundo. Harry espalmou as mãos na cabeceira, mordendo os lábios com força, engolindo os gritos que ardiam para serem libertos, porém o quarto de Niall era ao lado do seu e as paredes não eram tão grossas para impedir de ouvi-lo e Niall era de longe a pior pessoa para mascará-lo, ele era um mestre em arruinar seus concorrentes, ele jogava sujo e Harry cairia facilmente se descoberto.
Ele cavalga com ânimo, saltando na língua de Tomlinson, o membro dolorido, seu nó inchando e sabe que está prestes a vir novamente quando Louis para, seus movimentos são tão rápidos que tudo o que Harry registra é seu peito batendo nas pernas do mais velho, sua língua está fora e agora são os dedos molhados que o acariciam e o invadem devagar, primeiro um, suave e cuidadoso, ele afunda facilmente e se move de maneira limitada pelo espaço apertado.
Harry suspira.
Louis deixa um beijo doce sobre seu buraco e empurra um segundo que entra com um pouco de dificuldade, é sufocante, alfas – diferente de ômegas – são tão mais apertados. Styles estremece e espasma, um beliscão em seu interior quando o outro enfia os dedos de novo e de novo, aumentando a força, conforme suas investidas tomam um ritmo ele pode se sentir dilatar e relaxar mais, não sendo tão difícil e penoso quanto no início. Debruçando-se mais sobre o corpo de Tomlinson, foca no volume em suas calças, salivando com a expectativa de tê-lo na boca, Louis pareceu tão bem quando o chupou, queria retribuir. Enganchou os polegares no cós, puxando para baixo e vislumbrando o membro ereto, gotejante e tão deliciosamente coberto de veias que Harry se viu na obrigação de contorná-las com a língua.
Louis gemeu e meteu os dedos mais fortes.
Esse deveria ser ele gostando, com uma nova motivação, Harry se arriscou mais, arrastando os lábios pelo comprimento do alfa, chupando delicadamente a glande, recebendo o gosto forte correndo pela língua, um ronronar feliz soou do fundo da garganta. O tomou mais fundo, seus lábios se fecharam em volta da grossura e desceram e subiram, a língua hábil se movendo incessantemente, não deixando de acariciar um centímetro sequer, ele o fazia com esmero, mas se interrompeu quando sentiu um ponto em si ser acertado.
O ato se repete e Harry se cala com o pau de Louis, do contrário estaria gritando tão arduamente que seria ouvido por toda a propriedade. A intensidade, agonia, excitação, lasciva, se apossam de seus movimentos alterados e Louis se desmancha na boca do cacheado, ondas grossas de gozo tomando seu palato e o mesmo acontece, porém, sobre o peito de Tomlinson que sente o interior de Harry tornando a ser sufocante, pulsando junto com seu corpo.
Eles permanecem silenciosos, o ruído das respirações e suspiros embargados.
Styles vira, rolando para o outro lado, descrente de tudo o que fizera, o peito ardendo e os olhos pesados em exaustão, os mantém fechados, aturdidos por suas ações. Sente o movimento ao seu lado e o calor irradiando do corpo do mais velho, a boca dele raspando em sua orelha, o lembrete do ardor em suas coxas por conta do roçar da barba áspera.
— Diga-me, Sr. Styles, já provou em seus doces lábios o sabor de uma buceta molhada de um ômega no cio?
— Sim. — Murmura despedaçado.
— Pois deixe-me lhe informar, você tem o mesmo gosto. — Disse duro, causando uma onda de espasmo no corpo do maior, sorriu satisfeito — Eu não quero que se lave ou se troque, permaneça exatamente assim, como estou te deixando, molhado, usado e aberto, tal como agora. Pela manhã meu humor é tenebroso e seria bastante agradável provar mais desse seu cuzinho gostoso antes do de jejum. — Estalou um tapa sobre a entrada sensível — E isso é uma ordem.
Xx
Harry fez como mandado e não se moveu, em partes por ser obediente e em outras por não conseguir, de fato, agir. E como dito, Louis retornou pela manhã e fez Harry se contorcer e chorar contra o travesseiro para não gritar. Algo havia sido ligado, a linha invisível fora ultrapassada e ele sabia que tinha passado de mero objeto de desejo e cobiça para um objeto de prazer e uso deliberado.
Teve a prova disso quando os oito acionistas majoritários chegaram à residência, homens de prestígio e críticos, atentos a cada movimento de seu futuro representante. Era importante, provavelmente, o dia crucial da carreira dos três e Tomlinson em toda a sua pompa e floreios, encantando e seduzindo a todos com sua elegância e desenvoltura, se dispôs a integrar o quadro de funcionários a servir a mesa do jantar. Nada parecia fora do normal até trazer a bandeja para Harry, mas quando ele segurou o guardanapo e pronto para forrar o colo notou algo pequeno enrolado no tecido, afastou e seus lábios se entreabriram em espanto.
Louis ainda estava ao seu lado, servindo uma taça generosa de vinho brinco, sussurrou apenas para que ele pudesse ouvir:
— Bom, se você quer tanto o meu pau, então terá que se acostumar com a sensação de ser preenchido. Vamos colocar esse cuzinho virgem para trabalhar. — Piscou angelical demais para alguém que o pedia para usar um vibrador durante um jantar de negócios.
Ele não devia.
Não devia de jeito nenhum.
Mas na primeira oportunidade foi até o toalete e o colocou, retornando acanhado ao seu lugar. Liam e Niall discutiam a ordem de suas apresentações.
— As contas são essenciais, eu tenho de ir primeiro. É meio óbvio. — Horan argumentou com convicção.
— Contas são o de menos, o trabalho duro vem do criativo. — Liam retrucou.
— Suas frases idiotas não passam de um monte de merda sem a minha arte. — Harry completou ao se sentar, vacilando por sentir o objeto se aprofundar dentro dele.
— Sua arte? Você não faz um rascunho há sete anos.
— Eu coordeno todo um departamento, você só faz beber e foder com a secretária o dia todo.
Payne cerrou o punho e Harry não veria problema em levá-lo ao limite, mas Louis viu aquele como o momento ideal para usar do controle que Styles suspeitava que havia, aumentando a intensidade. A vibração cresceu.
— Pelo menos eu fodo com alguém!
Harry quis falar, mas a intensidade tornou a aumentar.
— Vai ficar calado? É melhor assim.
Revirou os olhos para Liam, encontrando Louis solene a direita de Capaldi, a postura ereta e o rosto inexpressivo, exceto por uma de suas mãos fora de vista, apertou novamente para mostrar a Harry que ele podia não demonstrar, mas estava atento.
Sem forças para debater sem deixar escapar qualquer som vergonhoso, ele acabou sendo deixado como o último a apresentar. Deu passos duros até a frente, a mesa longa de jantar agora era ocupada pelos acionistas, todos prestando atenção nele, olhares rígidos fixos em sua figura. Nada com que se preocupar em situações normais, porém... Lançou um olhar suplicante, Louis precisava deixá-lo se concentrar agora.
Ele não deixou.
No meio de seu discurso voltou a sentir as ondas vibratórias sobre sua próstata, inconscientemente se apertava ao redor do objeto, como se fosse capaz de silenciá-lo ao comprimir, pelo contrário, o sentia com mais intensidade. Por mais que seu interior latejasse e sentisse uma fúria crescente por ver o homem o encarando inocente, não gaguejou ou se deixou atrapalhar e fez seu trabalho com maestria recebendo aplausos e um sorrisinho petulante de Tomlinson.
Durante a noite, quando a casa estava silenciosa e caída na escuridão, a campainha, chamando por Louis. Sem resposta por longos minutos cedeu a impaciência e desceu as escadas, disposto a encontrar o quarto dele naquele labirinto. Não foi necessário, ele estava na sala de jantar, os pés sobre a mesa e bebendo uma garrafa de uísque caríssima. Oh, quanta ousadia.
Harry chegou perto o bastante, os dedos de Tomlinson se infiltrando por debaixo da camiseta fina que vestia, dedilhando a cintura, o olhar felino queimando sua derme.
— O que achou do meu discurso para vice-presidência? — Indagou, passando a perna sobre o quadril de Tomlinson e se sentando em seu colo, indiferente às possíveis flagras. O perigo era o que tornava o jogo tão divertido.
— O que eu achei? — Ponderou, deixando o copo de lado para usar as duas mãos para agarrar a bunda de Styles e trazê-lo mais perto — Eu diria que é muito interessante ver você discursando em um tom tão áspero, sempre exalando autoridade e domínio. Fingindo que é um homem durão. Mas a parte mais prazerosa de toda essa ceninha frouxa é assistir você morder a língua e cobrir as marcas em seus lábios. As marcas que eu lhe dei. No final do dia você e eu sabemos que Harry Styles não é nada além de uma vadiazinha fraca pra mim. Sempre fantasiando secretamente em ser empurrado contra uma parede e tomado duramente, sendo deixado totalmente sem saída a não ser curvar-se obedientemente à soberania de seu alfa. É difícil conter-se, não? Parece ser tão gostoso ficar ardendo por dias depois de ser usado para o meu próprio prazer, huh? Só imagine como deve ser a sensação de sentar-se na sua poltrona cara e patética com o cuzinho dilatado pela falta do meu pau, parece bom? Pois, eu digo que parece o certo. — A essa altura o maior estava ronronando e movendo o quadril para frente e para trás.
Louis tinha outros planos e se levantou com ele no colo, o despejando sobre a imponente mesa de vidro, as pernas de Harry se abriram feito uma flor primaveril para ele, sugou seus dedos e mergulhou com facilidade em seu cuzinho guloso, estava bem mais flexível que a noite anterior e resolveu mostrar a Harry o quão bom ele era por dentro, o fez chupar seus dedos e escorregar um deles em conjunto com os de Tomlinson, o frenesi sexual os fazendo meter com força no buraco apertado. Harry começou a se contorcer e gemer daquele jeito que enlouquecia Louis, beliscando seus mamilos e fazendo biquinho manhoso.
Puxou seus dedos, deixando que Harry fizesse seu próprio show.
— Fez um excelente trabalho ao discursar sobre seu merecimento ao cargo de vice-presidente, agora mostre-se merecedor do meu pau nessa bunda gostosa, minha não tão puritana putinha. — Ele se sentou, pegou o copo e assistiu o cacheado se fodendo com os próprios dedos, gemendo e espasmando desesperadamente, mostrando ser mais do que merecedor do pau de Tomlinson.
No domingo Harry estava desolado. Seu último dia havia chegado cedo demais, ele sabia que era apenas um final de semana, mas não esperava que fosse se viciar tanto em Louis ao ponto de repudiar a ideia de voltar ao escritório e seus afazeres, nada nunca pareceu tão interessante quanto seu trabalho, até agora.
Na mesa do café da manhã havia todo o falatório com os acionistas tagarelando incansavelmente. Jasmine, a tia de Lewis e vinte anos mais velha do que Harry se mostrava tão empenhada quanto quando ele entrou na empresa como um mero estagiário em fisgar aquele alfa e como vinha fazendo desde aquele tempo, o cacheado sorria e lhe dava atenção, mas sem indício algum de interesse. Logo descobriu que a mulher também investia em Tomlinson, sorrindo demais e criando oportunidades para tocá-lo, o chamando de "Lou".
A possessão queimava no interior de Harry, mas se conteve.
Depois disso ele perdeu horas tentando ter um momento com Louis que sempre desviava, ocupado demais.
— Hum, senhor Tomlinson? — Louis franziu o cenho ao ver o cacheado na entrada da cozinha. Deu passos firmes até o hóspede e fez uma mesura.
— Deseja algo, senhor? — Disse impessoal.
— Bem, eu pensei que... Nós, hum... — Gaguejava, torcendo os dedos para não puxar o alfa pela gravata e pressionar seus lábios.
— Oh, sinto muito, senhor, estou muito atarefado pela festa de hoje a noite, mas se quiser qualquer coisa há infinitos empregados prontos para atendê-lo. — Foi cordial, mas o sarcasmo era palpável. Ele sabia que era o único capaz de dar aquilo que Harry queria e precisava.
Sem poder gastar seu último dia na cama com Louis, ele teve de se render a um dos convites de Lewis para um momento de "irmandade".
— Sauna?
— Sim, hoje temos uma festa e precisamos relaxar e nosso último dia como irmãos, tem como se despedir disso que não pelados e suando? — Lewis riu.
Os três preferiram não responder.
A sauna era condizente com a opulência da residência, exageradamente grande, mas contava com uma estrutura muito apreciada pelos não entusiastas de suarem diante do chefe. Haviam cabines individuais, eram acopladas uma a outra, a parede e porta não passando de um singela madeira envernizada, porém a privacidade, por menor que fosse era bem vinda. Em meia hora ali dentro Harry podia sentir cada milímetro de pele derretendo, a temperatura estava muito alta.
Lewis também achou e por isso chamou por Louis, como um funcionário eficiente que regulou a temperatura para uma menos atenuante e se despediu, no entanto, quando o vapor bloqueou a visão de todos, ele ressurgiu, dentro da cabine de Harry.
— Louis. — Styles chiou, procurando cegamente pela toalha para cobrir seu sexo.
— É melhor ser silencioso, babe. — O homem o tomou pelo queixo e empurrou seu membro duro para dentro da boca do cacheado. Ele engasgou pela surpresa, fazendo o melhor para acomodá-lo, os dedos do alfa fecharam nas mechas densas do cabelo castanho e passou a investir para dentro, movimentando a cabeça de Harry com o ritmo que desejava.
— Ouvi que a Mountain comprou a Harper's. — Niall disse de repente.
— Sério? Por quanto?
— Não sei o Harry que me disse.
— Ei, H...
Harry arregalou os olhos, olhando para Louis.
— Foi por 800 mil. — Liam respondeu.
— Essa ninharia? — Lewis bateu o punho na parede, a madeira estremeceu nas costas de Styles.
Louis tinha os olhos fechados, os quadris bombeando na garganta do cacheado, os dedos puxando com força fazendo arder o couro cabeludo e a conversa ia se intensificando ao seu lado.
— Não, não, daí ela disse que estava super chateada e iria encerrar a conta, então eu entrei em desespero. Era a minha cliente e eu tinha feito merda, então eis que surge esse cara e ele é um mestre, ele fala como se fosse um gerente de contas e enrola a cliente de um jeito que ela caiu totalmente e ela aceita a minha proposta. — Lewis conta empolgado.
Harry sabe que história é e ergue as orbes suplicantes para Louis, é paraíso sentir seu pau duro enchendo sua boca, mas é arriscado demais nesse momento.
— E quem era o cara?
— Era o Harry. Ele era ainda assistente do papai, tinha ido levar o café e simplesmente deu esse show, na hora eu disse: Quero esse cara no meu time. Lembra disso, H?
Louis meteu com força, o fazendo grunhir.
— Harry?
Continuou bombeando.
— Será que ele pegou no sono?
— Será?
O cacheado apertou os olhos, esperando pelo pior.
— Eu vou dar uma olhada. — Pode ouvir Capaldi se mexendo do outro lado e então, foi puxando para cima, as mãos se chocando com a parede e sua boca livre.
— Eu... Eu lembro. — Grunhiu com a voz arrastada, rouca pela garganta fodida.
— Acho que alguém teve um cochilo. — Ouviu risadas.
Estava tão aliviado que se assustou ao perceber que Louis ainda estava ali, uma mão em seu quadril e a outra escorregando o membro entre suas coxas.
— Pernas fechadas, ômega. — Sussurrou mordendo seu pescoço. Harry cruzou os calcanhares e Louis empurrou o pau por entre elas, era só mais uma experiência deliciosa, o sentir puxando e metendo seu pau no espaço apertado que ele criara, o comprimento massageando seus testículos, o pré-gozo manchando sua pele e a boca sugando marcas por seus ombros. O calor tornava tudo mais inebriante, o vapor os envolvendo e suas peles suadas se grudando uma na outra, a camisa branca de Louis estava ensopada pelo contato com a pele de Styles.
A conversa avulsa máscara o som úmido do pau fodendo as coxas do cacheado. Harry não conseguia deixar de pensar como seria senti-lo dentro de si. Estava ansioso por isso. Dois dedos entram dentro dele e está prestes a gritar quando Louis o puxa para um beijo afoito, Harry vem de imediato e Louis em seguida, mesmo com a bagunça abaixo de seus quadris eles continuam a se beijar e gemer baixinho na boca um do outro até Lewis dizer que quer ir embora e Louis ter de escapar.
Com o episódio da sauna, Styles se sente bem menos ranzinza, mas ainda deprimido por ter de partir. A noite chegou mais rápido do que gostaria e a casa estava cheia, pessoas circulavam pelo saguão, biblioteca, salão de baile discutindo sobre mercado de ações, empresas publicitárias em ascensão e as grandes corporações. Harry surgiu uma hora mais tarde do que deveria, com a esperança de que Louis desse por seu atraso e fosse à sua procura. Não aconteceu.
Como sempre fazia no escritório, vestia preto da cabeça aos pés. Um pouco menos formal pela calça skinny agarrada e a bota de couro, fora isso seguia o protocolo habitual de camisa social, paletó e gravata. Circulou pelo salão, sorrindo e fingindo estar interessado nas conversas vagas, enchendo constantemente sua taça de champanhe.
Pela escassez de alfas e ômegas em demasiado, tento ele quanto Louis eram alvos a ser cortejados, em um dado momento, exaurido de toda a atenção indesejada cavou seu caminho até a biblioteca, mas parou quando bateu de frente com Payne que estava totalmente desalinhado, um pouco da sua bebida espirrou na camisa cinza, mas o beta não fez caso disso e ao olhar para Harry não tinha a expressão enfezada de costume. Ele sorriu e passou um braço pela cintura do cacheado, que sem esperar por aquilo se atrapalhou com os próprios braços, segurando os ombros de Liam. A boca macia dele tocou a pequena orelha de Styles.
— Você pode até ser um alfa, mas é tão mais gostoso do que a maioria dos ômegas.
Oh, okay.
Harry empalideceu, primeiro por não esperar ouvir aquilo de Liam Payne e segundo, porque Louis havia surgido no exato momento em que as palavras foram proferidas de modo nada discreto.
O alfa continuou andando e Harry sabia que precisava ir atrás dele, se desvencilhou de Payne que estava evidentemente fora de si e tentou seguir o rastro de Louis, mas aquela casa era um enigma para ele e prestes a desistir foi puxado pelo braço para dentro de um cômodo, as estantes altas repletas de livros e enciclopédias, a mesa imponente de carvalho e a poltrona de couro lhe eram familiares, Lewis tinha mostrado esse lugar antes.
— Seja bem-vindo ao escritório, Sr. Styles. — O sussurro baixo e profundo provoca um arrepio nervoso no mais novo — Devo chamar o senhor Payne para que possam terminar o que começaram no corredor?
Ele dá um leve sorriso.
Louis está com ciúmes?
— Não sei, acha que eu deveria, senhor?
Seu semblante escurece e empurra Harry contra a mesa, as mãos amassando os papéis dispostos sobre ela, um porta retratos cai e o vidro de espatifa no chão, mas passa despercebido pelo casal.
— Você deveria se envergonhar de ser tão puta assim, se oferecendo como uma cadela no cio, aceitando até mesmo a merda de um pau beta, quando ambos sabemos que não serviria de nada, seria como um dedo insignificante. O que você quer mesmo, meu ômega sedento é um bom pau alfa arrebentando com você, obrigando esse seu cuzinho pequeno a se esticar e alargar ao máximo para comportar todo o tamanho que você tanto almeja te rasgando. Não é mesmo, huh?
O ar falta ao cacheado. Como Louis pode afetá-lo dessa maneira?
— A culpa é sua. — Sussurra ele.
— Como?
— A culpa é sua por isso... Eu tenho feito um excelente trabalho em me portar como o alfa que esperam que eu seja, sem deslizes ou fraquejos, tenho feito exatamente como deve ser, mas desde que cheguei a esta casa, desde que o encontrei tudo o que você tem feito foi me tirar a sanidade, você conhece seu poder e sabe bem como usá-lo a seu favor, me seduz, provoca e atiça e depois finge se surpreender quando venho em busca de mais quando tem ciência de que está me dando tudo o que eu mais quero. Se sou uma puta, uma cadela, o que for, a culpa é sua, meu alfa, pois você me fez assim e agora cabe ao senhor saciar seu ômega.
Um desafio provocante.
Louis o encarou dando um sorriso torto, orgulhoso e dando um passo para trás.
— É nossa última noite, não pode ter escolhido um vestuário tão gótico, mostre o que preparou para mim, babe.
Harry suspira, Louis parece saber tudo o que se passa na cabeça dele. Ele começa pela gravata.
— Espere, deixe ela.
Ele assente e parte para as demais roupas, quando a calça é dispensada em algum lugar do escritório é a vez de Louis perder o fôlego. Tinha visto aquelas peças quando desfez as malas do mais novo, mas elas tinham um aspecto bem diferente quando postas em seu corpo pecaminoso, Louis nunca viu muita graça em coisas bonitas ou delicadas, isso lhe causava tédio, mas admirar Harry em seu estado absoluto de depravação para um alfa de sua posição tinha um sabor completamente novo. Era só magnético de se ver a forma como o top de renda transparente envolvia seu peitoral, os mamilos rosados se projetando pelo tecido suave, os detalhes graciosos das manguinhas em seus bíceps torneados, o tecido da cinta liga abraçando seus quadris e as meias agarrando-se nas coxas roliças, a calcinha parecia muito com a perdição total de Tomlinson, minúscula ao extremo, não passando de um conjunto de fios, revelando seu pênis curvado, com a pontinha traçando um pequeno círculo úmido pelo peso do olhar faminto do alfa.
Chegava a ser divertido que por baixo das roupas enlutadas ele tivesse escolhido uma lingerie toda branca, tal como uma noiva, intocada, ingênua, casta. Louis trataria de afastar tais adjetivos para longe de seu ômega.
Ele se aproxima, a mão toca a cintura do cacheado, o calor do toque o levando a suspirar, segue seu trajeto, traçando os dígitos pelo quadril, coxas, provando da suavidade das peças provocantes, escorrega a mão para trás e agarra com volúpia as nádegas de Harry ao passo que o beija avidamente, dominando a boca do cacheado, a fazendo sua como fazia com seu corpo, as mordidas deixando marcas pelos lábios carnudos em um singelo ato de vingança por ter se deixado agarrar por Liam. Harry era seu, ele deveria saber disso.
Harry estava arfando quando Louis rompeu o beijo, seu corpo maleável inclinado contra a mesa, o homem o deitou totalmente, o tronco prensado na bagunça de relatórios e as pernas longas abraçando os quadris de Tomlinson.
Os olhos de Styles estão fechados quando capta no ar o aroma inconfundível, ele pensa se tratar de algum perfume, mas não escuta borrifadas pelo ar e sim sente algo diferente, e frio e espesso com um gel, mais suave que um lubrificante comum. A sensação é dolorosa e doce pois aquele frescor atiça seus sentidos, endurece seu pau e aquiesce o instinto primitivo de alfa, aquele que é desperto a presença de ômega no cio, a única diferença é que o cheiro vem dele mesmo.
— Que delícia, Harry, ficando tão molhado para mim. — Sussurra, a voz baixa e sombria.
Harry abriu os olhos devagar, o perfume embargando seus sentido quando Louis larga o lubrificante de ômega ao seu lado, o cheiro deixa os dois drogados, pouco conscientes, as pupilas de Tomlinson estão enormes e seus dedos cravaram com força nas nádegas do cacheados, abrindo para contemplar o escorrer translúcido da lubrificação para fora de seu cuzinho. Harry também sente e se contrai, seu gemido ressoando junto ao do outro, ele se sente como um ômega, um ômega no cio vazando e precisando ser preenchido, Louis abaixa e o chupa, a língua bebendo diretamente de sua entrada, o sabor doce o fazendo grunhir em êxtase, é demais para o cacheado que se contorce e grita sem pudor.
— Shhh... Quietinho, vamos controlar essa boquinha para não ser tão vocal apelativa, sim, bebê? — Fala calmamente, beijando e mordendo delicadamente a parte interna da coxa e enfiando três dedos dentro dele — Porque sinceramente, é quase como se você desejasse que alguém ouvisse você sendo uma prostituta imunda. Ou realmente quer isso, Harry? Parece divertido o suficiente para te fazer tremer em antecipação? Sair dessa sala trajando sua roupinha almofadada sabendo que todos presentes nessa festa ouviram você. Todos aqueles gemidos imorais e lamentações ardentes, sempre implorando por mais. Mais, alfa, mais por favor. Todos eles saberiam como você é totalmente o contrário do que expõe. Um completo bebê chorão. E claro, o quão duro você gosta de ser fodido por um empregadinho. Talvez depois disso alguns deles queiram usar você também. Ou então apenas observar nós dois com a fome pungente em suas bocas almejando dar uma mordida em seu lindo traseiro, para que depois possam tentar se juntar. Talvez, eu deixaria eles... Parece divertido até. Muito provavelmente, mesmo sendo usado por outro alfa ainda sim você pediria minha permissão para gozar. Afinal, você foi treinado para isso, sim? Para ser meu ômega. Meu submisso. Me servir é seu ato de maior prazer agora, não concorda? É uma pena que eu não goste de compartilhar meus garotos, principalmente um tão perfeitamente indecente como você. Esse perfume íntimo, vaidosamente mesclado de uma essência alfa aparelhada a uma omega é tentador demais para ser mostrado à outro. Eles também não saberiam te satisfazer como eu o faço, detendo e moldando todo seu tesão....
Ele roda os dedos, empurrando o pulso de modo a acertar a próstata de Harry que se agarra as laterais da mesa, carecendo de qualquer apoio, ele só não aguenta mais, o calor excruciante o consumindo de dentro pra fora, seu peito arfando descontroladamente e o vozerio do lado de fora.
Hoje é sua noite. Hoje ele se tornará o segundo homem mais poderoso da empresa a que vinha se dedicando há nove anos. Hoje ele humilharia aquele maldito velho Capaldi que o atormentou por anos e jurava que ele não passaria de um mero assistente. Hoje ele seria fodido no escritório daquele que costumava ser o chefe – costumava, no passado – Harry era o chefe agora.
— Por favor... Por favor, alfa, me coma. — Implorou e Tomlinson rosnou em resposta.
Trouxe Harry de bruços, enrolando a gravata no punho e puxou as ancas para trás, se enterrando nele de uma só vez. Ele podia ter tido dedos, vibradores e brinquedos dentro dele, mas nada o preparou para receber o pau de um alfa, ele não havia sido feito para aquilo, seu corpo mal podia suportar tamanha intrusão, no entanto ele conseguiu, por mais insano que fosse, tinha tudo aquilo dentro de si e sua mente estava gelatinosa quando Louis começou a estocar, o ritmo brusco de um fodido cio, o barulho excitante do cuzinho encharcado sendo comido duramente pelo caralho duro de Tomlinson coberto em pré-gozo.
Seu subconsciente havia se liquefeito, tudo o que sentia era a gravata em seu peito o sufocando suavemente por onde Louis o puxava, como a coleira de um cão desobediente, o gosto do champanhe e claro, o pau grosso o arrebentando por trás. Ele se movia com tanta gana e energia que seus movimentos se tornavam viciantes, os toques ásperos e o socar implacável contra a próstata de Harry o mandavam para cada vez mais longe, para fora de sua mente.
Louis, que o observava atentamente atrás, não deixou de gemer ao ter seu projetinho de alfa se empinando daquele jeito. O traseiro de Harry se arrastava por sua virilha ao que ele praticamente jogava a bunda de encontro ao membro já profundamente enterrado dentro dele, mas não importava, o cacheado era insaciável, sempre querendo mais.
Tomlinson respirou fundo, algumas gotas de suor gotejando de sua franja. Ele passou a mão por ela, a jogando para trás e tendo a visão livre daquela bela bunda farta e redonda a sua mercê, seus dedos cravaram na pele, deixando vergões ao que suas unhas arranharam propositalmente para conseguir mais gemidos arrastados de Harry, ele subiu seu toque pelos quadris arredondados. Toda aquela palidez o envolvia, em conjunto com a mesa escura. A única quebra era seu cabelo, que quando úmido ficava ainda mais escuro, as ondulações haviam partido, restando fios lisos caídos por sua testa.
Um rosnado feroz rompeu do fundo de sua garganta quando Harry se contraiu fortemente ao redor de seu membro, denunciando que ele estava perto.
Oh não, eles mal começaram.
Usando toda sua força de vontade Louis se puxou para fora dele. Foi doloroso, não só por seu nó que começava a se formar, mas por ver a entrada vermelha e úmida, totalmente exposta e aberta, pulsando a procura de algo para preenchê-la, o fio da calcinha escorregou para o seu lugar e tão forte eram as contrações que sugou para dentro um pequeno pedaço do tecido. Louis piscou e gemeu, se sentindo tonto com a visão, como se contentaria com um simples ômega depois de Harry?
Cambaleou até a poltrona, desabando no estofado, sem esforço algum trouxe Harry para o seu colo, ele havia atingido o grau perfeito de um submisso, os olhos turvos, lábios cheios e feridos pelos maltratos de Louis, tão macio e quente, se enroscando em seu alfa e ronronando em seu ouvido, grato por tudo o que recebia. Louis afagou seus cabelos e beijou a bochecha onde uma covinha surgiu.
— Você é um ômega tão lindo, tão perfeito, querido. — Harry choramingou, esfregando a bunda sobre o pau do homem, ansioso por ser preenchido.
— Mais, alfa, eu preciso...
Ele alinhou a glande ao cuzinho e o enterrou bem lentamente, para que ambos vissem a perfeição que era seus corpos se conectando, Harry o sentia profundamente, rápido e forte e com os joelhos apoiados na poltrona ele também podia cavalgar, como havia feito com seu rosto noites atrás. Louis adorou, jogando a cabeça para trás e o provocando ao puxar a gravata como uma guia.
— Pule no meu pau e aceite-o como a vadia que você é. Costas arqueadas, engasgando com a gravata patética que você usa todos os dias em seu belo trabalho de macho alfa. Seus amigos conhecem a real puta que você é? Você está com fome de mais desse pau, não é, cadela? Eu me pergunto o que eles pensariam se vissem você servindo seu verdadeiro alfa. Eu. Deveríamos chamá-los aqui? Teremos uma bela platéia.
Surrou a bunda o cacheado, o som estalado flutuando pelo escritório.
— Alfa... — Falou com dificuldade, mas Louis não era piedoso, fechou os dentes sobre o top e puxou o tecido de uma só vez, rasgando e fazendo-o cair pelo tórax do mais novo como fiapos destruídos, seus mamilos pareciam tão suculentos e aqueles biquinhos durinhos lhe davam água na boca. Fechou os lábios sobre um, apertando o outro, não deixando de comer Harry com força e de tê-lo saltando tão selvagem sobre si.
Os golpes quentes e úmidos de Louis eram o auge do prazer de Harry, no entanto, ao atingir o completo estupor foi tomado por uma sensação dolorida, podia senti-lo mais fundo, mais duro, crescendo de uma forma que chegava a ser ligeiramente incomoda. Por reflexo tentou puxar para fora, mas a dor latente trouxe lágrimas aos seus olhos.
— Calma, ômega, não se preocupe, é só o meu nó, ele vai te em breve. Você quer isso, não? — Disse suave, beijando os lábios de Harry, abraçando sua cintura — Está tudo bem, querido, apenas fique quietinho. — Ele assentiu, torcendo a expressão quando ele cresceu mais e pensou ser muito para suportar, mas então veio o alívio, a mão de Louis começou a masturbar seu pau carente de atenção no momento em que seu nó se desfez no interior do cacheado, ele tremulou afetado, havia mais gozo do que nas outras vezes em que o chupou, um fluxo intenso de porra jorrando dentro, estava tão fodidamente cheio e pesado que não tinha forças para se mover, paralisado em seu próprio prazer e Louis seguia jorrando.
Seu orgasmo veio, em ondas menos intensas, mas igualmente demorado.
Perdeu a noção das horas, atado ao seu alfa, alguém forçou a porta, mas estava trancada e eles não se importavam.
— Venha comigo para Londres. — Pediu num sussurro, a cabeça escondida no pescoço de Tomlinson.
— Para ser seu mordomo? — Riu, deixando uma mordida leve no ombro de Harry.
— Para ser meu alfa, meu dono. Pode colocar uma coleira mim e me proibir de usar roupas em casa, me castigar com um chicote, me atar ao pé da cama e me foder quando e onde você quiser.
— Oh, Harry. — Gemeu, lhe dando um beijo molhado — Eu adoraria, mas tenho alguns assuntos.
— Que assuntos?
Louis hesitou e franziu as sobrancelhas em direção a porta.
— Eu ouvi o seu nome.
— O quê? — Harry reagiu, prestando atenção nos ruídos de fora. Gritos e mais gritos por ele — Mas o que está havendo? — Livre do nó de Louis se levantou com dificuldade, a porra deslizava por suas pernas e ele se viu sem opção além de usar o blazer para limpar, apesar de sentir que grande parte ainda se encontrava dentro dele e isso o deixava muito satisfeito. Queria poder sentir o gozo de Louis o enchendo pelo máximo de tempo possível. Os dois se vestiram e antes de se separarem deram um longo beijo e Harry teve de deixá-lo.
Ele não estava exatamente apresentável.
Os cabelos apontavam para todas as direções, roupas amassadas e não parecia muito educado não usar um paletó em um evento formal, mas todos pareciam extasiados quando ele surgiu.
Lewis estava no meio da escadaria principal, com uma garrafa de uísque na mão e um microfone na outra, praticamente saltitando ao ver Harry no meio da multidão que o aplaudia sem ele entender o motivo.
— Aí está ele! Senhora e senhores, o belíssimo, talentoso, narcisista e uma das minhas pessoas favoritas do mundo, Sr. Harry Styles, nosso mais novo vice-presidente.
Ah, então era por isso. Harry começou a caminhar bem devagar, por inúmeros motivos, até chegar em Lewis que batia palmas e lhe entregou o microfone. Ele fez um belo discurso para esse momento, elaborou um excelente plano de ação para colocar a empresa no topo e tinha até uma piada ótima, mas não conseguia se lembrar de nada disso porque seu corpo estava exausto por ter sido fodido há oito metros daquele salão, estar usando uma roupa de baixo em frangalhos e ter tido um alfa o enchendo de porra por mais de meia hora. Ele só tinha esquecido completamente que queria o cargo e não sabia o que falar, talvez agradecer a Lewis por ter um funcionário tão gostoso, mas parecia rude dizer isso em voz alta, então ele foi básico:
— Muito obrigado, eu pretendo dar o meu melhor! — E todos o aplaudiram como se tivesse dado um grande discurso. Sua cabeça estava rodando.
Xx
Antes do amanhecer a casa entrou em polvoroso. Harry tropeçou até a origem do estardalhaço, prendendo o ar quando percebeu ser no escritório. Rezou internamente para que não tivesse deixado nenhum rastro para trás, mas ninguém pareceu dar muita atenção quando ele chegou.
Capaldi estava histérico, andando de um lado para o outro em seu roupão, haviam agentes da polícia tirando fotos e conversando com os hóspedes, Harry olhava tudo sem entender direito.
— Que belo pilantra, não? — Niall bocejou chegando com Liam.
— Quem?
— Tomlinson. Você sabe, nunca confie no mordomo.
Harry se aborreceu.
— Por que está falando assim dele?
— Por causa daquilo. — Apontou para onde uma policial tirava fotos, a porta do cofre aberta — Ele levou tudo.
— Ele roubou o Lewis? — Perguntou o óbvio.
Não era possível.
Louis era um homem de classe e honra, ele não poderia... Espere, claro que poderia. Ele estava dentro do escritório quando Harry foi atrás dele, Louis estava sempre por perto quando Lewis desatava a falar, sempre presente. Ele descobriu sobre o cofre, descobriu a senha e encontrou o momento perfeito para efetuar seu grande roubo quando Harry o deixou sozinho, atraindo toda a atenção por conta de sua promoção. Em qualquer outra circunstância ele teria notado e suspeitado, ele poderia ter desmascarado Louis de primeira e foi por isso que ele se tornou um alvo, por isso foi tão bem enfeitiçado.
Aquele maldito cretino.
Possesso subiu para o seu quarto fazer as malas, empurrou as portas do closet e mais uma vez encontrou um bilhete sobre o puff branco, a letra de Louis.
Você deve estar no modo alfa irado, mas por mais que eu não tenha me aproximado com boas intenções eu adorei cada segundo ao seu lado, meu projetinho de alfa.
Ps: Em Londres há uma coleira de diamantes e um alfa sedento esperando por você, ômega.
Harry deveria levar aquilo até a polícia, mas não parecia tão divertido quanto ter mais e mais daquele final de semana se repetindo em Londres, então apenas fingiu ser o mesmo alfa antipático e indiferente de sempre. O seu lado ômega pertencia apenas a Louis, seu único e adorado dono.
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