WICKED GAME
"Onde o milionário e o stripper se encontram para uma segunda rodada..."
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Olhos se fecharam e suspiros frustrados foram audíveis quando os dados caíram na mesa de craps. Não eram os números de Louis e uma pequena fortuna acabara de ser perdida, mais uma vez.
Não era como se ele se importasse de qualquer forma.
Sendo o único, entre Niall, Liam e Zayn que não se encontrava uma pilha de nervos no centro do cassino mais elegante e caro de toda Las Vegas, afinal de contas este era o seu aniversário. Ele deveria estar feliz, ele estava feliz e era por isso que estava fazendo apostas absurdas e reabastecendo as taças de champanhe das mais de trezentas pessoas que acomodavam o recinto em ternos bem cortados, vestidos de grife e perfumes importados, a maioria fedendo a dinheiro corrupto.
Aquilo era o paraíso.
O stick-man já recolhia as fichas da mesa com o gancho e uma nova rodada de apostadores surgia ao redor, debatendo se valia a pena ou não arriscar, tal como Tomlinson. Ele não tinha conseguido um dólar sequer, mas quando saiu de casa hoje não ambicionava nada, não merecia nada e dinheiro parecia sem graça depois dele. Sim, ele estragou tudo pra Louis.
Se lhe dissessem que ele viria a ficar mal, de verdade, por conta de um garoto qualquer, riria na cara dessa pessoa por horas a fio. Mas para o desespero de Tomlinson era o que vinha acontecendo nos últimos três meses, desde a última vez que o teve. Bastava fechar os olhos que a lembrança do peso dele sobre seu colo, da sensação dos cachos raspando em sua bochecha e a colônia doce embargando o ar, tudo isso voltava com força total.
Quando Harry sugeriu que eles fossem até algum restaurante de esquina - que não merecia ter alguém da classe de Louis Tomlinson, em sua clientela - afim de um café da manhã dos mais ralé, Louis nem ao mesmo tinha uma nota de dez dólares quando a garçonete fechou a conta, ele estava acostumado com notas de cem pra cima e foi o que entregou nas mãos da mulher de meia idade que quase caiu para trás ao que soube que podia ficar com a gorjeta de noventa dólares. Harry riu da expressão da mulher e aquilo fez o dia do de olhos azuis.
Louis, inocentemente, ofereceu uma carona para Styles que ao invés de dar seu endereço o instruiu a dirigir até um beco poucas quadras da lanchonete e assim que se viram de certa forma livres dos olhares, mas ainda podendo ouvir o som dos outros carros e alguns pedestres não muito longe dali, o cacheado saltou para o seu colo, imobilizando os pulsos e beijando-lhe a boca despudoradamente.
Era uma benção que Louis estivesse com a língua ocupada, do contrário teria soltado um eu te amo ali mesmo.
Harry parecia ter tudo meticulosamente planejado enquanto usava o cinto de segurança para prender os braços de Tomlinson atrás do banco e uma gravata, perdida no porta luvas, para venda-lo. Com a visão barrada tudo o que ele podia fazer era ouvir a ligeira movimentação sobre si e a respiração ofegante de Styles e sentir... Oh sim, ele sentiu muito bem quando seu pênis foi embalado e em seguida esmagado pelas paredes apertadas do mais novo, as coxas macias sendo esfregadas nas suas e um tecido um tanto áspero maltratando seu peito indicava que o garoto continuara em seu moletom.
Movido pelos sentidos Louis poderia visualizar perfeitamente a cena, com Harry o montando, de costas para ele, o peito pressionado contra o volante, a respiração embaçando o vidro e a mão espalmada na janela, seus dedos suados deixando marcas que o ajudariam a lembrar que aquilo aconteceu de verdade. De início, Louis soube se controlar, mantendo em mente estar em um local público onde poderiam facilmente ser flagrados e definitivamente não haveria como esconder da mídia que o milionário estava sendo preso por ter sido pego fodendo alguém em sua Ferrari em plena luz do dia, mas nem tudo está sob nosso controle e depois de alguns minutos, com Harry cavalgando tão fervorosamente em seu pau, com seus gemidos gritados e o ritmo frenético foi inevitável para o homem.
Louis perdeu o controle.
Mesmo que de forma limitada se pôs a arquear os quadris, tentando tomar o ritmo para si e sua estocada sendo duramente certeira, indo direto na próstata do stripper que de tão trêmulo jogou todo o corpo para trás, caindo como uma boneca de pano, totalmente rendido nos braços do outro, que persistiu em se mover. Desta vez tendo cachos suados grudando em seu pescoço e pequenas unhas afiadas cavando sua nuca, junto com gemidos desesperados.
Ele jamais ouviu alguém gemer assim, era excitante, feminino, lascivo e doce, tudo ao mesmo tempo. Se colocassem no iTunes ele compraria o site inteiro, apenas pra que ninguém jamais tivesse a oportunidade de desfrutar daquele som, Louis o queria só pra ele.
De tudo o que ele já teve ou desejou, Harry era, sem dúvidas, o que mais ânsiou em toda a sua vida. Tomlinson não saberia dizer se tratava-se de capricho, mas ele queria.
Já até mesmo podia imaginar o garoto esparramado na cama, em seu apartamento na Grécia, com a luz pálida do amanhecer caindo por sua pele leitosa. Louis iria querer-lo nu, apenas imaculados lençóis de pura seda egípcia tocariam aquele corpo divino, haveriam rosas vermelhas espalhadas pelo colchão, ao redor dele, sobre seu cachos macios, uma harpista compondo a trilha sonora de seu despertar todas as manhãs e uma liteira que o carregaria por todos os cômodos para que ele não precisasse fazer esforço algum. Ele seria tratado como a realeza, sua rainha e ele seria devoto a Harry. Cederia a todas as suas vontades, lhe daria uma castelo de diamantes se ele pedisse. Tudo, absolutamente tudo, contanto que pudesse despejar beijos por suas costas todos os dias pelo resto de suas vidas e uau, um pouco precipitado, não?
Seja como for eles continuaram a foder no banco de couro branco daquela Ferrari como se não houvesse amanhã, as unhas de Tomlinson maltratavam os pulsos, ansiando por ao menos uma vez poder tocar Styles devidamente. A sensação de como seria afundar os dígitos em sua cintura ou apertar suas nádegas nunca saindo de sua mente, puta merda, ele nem sequer tinha tido a oportunidade de deslizar seus dedos para dentro dele. Isso era tão fodidamente injusto.
Com Harry ainda quicando em seu colo e gritando em seu pescoço não foi uma surpresa quando conseguiu sentir seu orgasmo se aproximando, pela forma que a entrada do outro se fechava ao seu redor, o mesmo acontecia consigo.
- Me beija. - Ofegou com a voz destruída, sua garganta ardia como o inferno.
Uma ruído rouco soou em sua bochecha. Uma nova risada de Harry.
- De graça.
Louis franziu os lábios e assentiu.
- É, de graça. - Concordou, embora estranhasse. Tudo em sua vida sempre envolvia negócios, dinheiro e bens materiais. Era estranho ter algo que ele queria tanto sem precisar desembolsar alguns milhões.
Um beijo de Harry Styles, de graça. Okay.
Então ele o beijou, profundamente. Praticamente possuindo sua boca, ao que era ele quem ditava a velocidade e intensidade, era sua língua que tinha total domínio sobre a de Louis que simplesmente se curvava submissa a sua vontade, Harry até mesmo o beliscou para que ele parasse de investir o quadril contra o seu e começou a rebolar, esfregando-se para frente e para trás no colo do menor que só sabia gemer e apertar os olhos por detrás da venda. Gemendo dolorido pelas unhas maltratando sua nuca e o peso de Styles o prensando contra o banco, ele tinha controle... Estava controlando Louis, descaradamente. Ele não podia crer que isso estava acontecendo, era absurdo, mas ao mesmo tempo a coisa mais prazerosa que provara em toda a sua vida. E assim que aqueles pequenos dentinhos de coelho se afundaram em seu lábio inferior, puxando até que ele pudesse sentir a ardência tomando conta, seu ápice o abateu e por mais uma vez se desfazendo dentro de Harry, mais específicamente dentro da camisinha, mas dava no mesmo, de certa forma, ele não tem tanta certeza agora.
Louis não podia ver, no entanto, pelos espasmos do corpo grande acima do seu ele também veio e era engraçado a forma como Harry foi se encolhendo, tornando-se maleável, morno e dócil demais. Ao que parecia um Harry pós-orgasmo não era tão dominador assim, ele ficava submisso e aéreo e Louis acabara de descobrir seu calcanhar de Aquiles.
Pareceram horas, mas não passaram de dois minutos ao que Styles se levantou, se desfez do preservativo usada, levantou o jeans de Louis e puxou sua venda.
- Oi. - Soprou baixinho rente aos lábios do playboy que ainda tentava se recuperar, com os olhos estreitos não vendo nada além das bochechas coradas e dos cabelos úmidos.
- Tão bonito. - Disse fora de si, o cacheado sorriu com as bochechas corando. Oh, agora ele cora?
- Obrigado. - Foi tudo o que ele disse antes de depositar um longo selinho nos lábios de Tomlinson e era tão estranho, simplesmente por não parecer o tipo de coisa que você faz com um parceiro de foda porque aquele pequeno e supérfluo beijo estava tão carregado de carinho. Louis não sabia o que pensar ou agir depois dele, mas Harry sim. Harry sempre pensava dez passos a frente.
Ele se afastou lentamente, tocando a têmpora de Louis com a ponta do nariz e acariciando seus cabelos até te-lo um tanto sonolento e quando ele deu um piscada um pouco mais demorada ouviu a porta sendo batida e Harry se afastando.
- Harry! Harry! - Gritou, esperneando, sem poder ir atrás dele por estar aprisionado no próprio carro com os pulsos ainda amarrados.
E foi assim que ele se foi.
Louis, depois de só deus-sabe-como ter conseguido ligar para Zayn vir salva-lo, partiu em direção a Erótica naquela mesma noite, querendo uma explicação para o fato de Harry abandona-lo naquelas condições, contudo quando chegou recebeu um balde de água fria.
- Como assim demitido? - Rosnou para Bebe que apenas deu de ombros.
- Demitido, oras. Não trabalha mais conosco.
- Por que?
- Oh, querido, eu sei que você até se divertiu um pouquinho com ele, mas Harry era muito problemático, eu não o julgo, ser pai solteiro é um puta problema, mas...
Louis piscou mais rápido do que suas pálpebras eram capazes.
- Pai solteiro?
- É, eu não sei se é menino ou menina ou qual foi o milionário que ele quis dar o golpe, não me importa. O que importa é que eu tentei dar uma chance por ele ser bonito e atrair muitos clientes, aliás Grimshaw ficou louquinho por ele, esteve rondando sem parar depois do show que vocês deram ontem e foi justamente com ele que Styles foi embora hoje quando o dispensei. É melhor assim, ele nunca esteve mesmo dentro dos padrões para a Erótica.
- V-você teria um endereço?
Bebe desviou a atenção de seu martini para encarar Tomlinson, um sorriso malicioso desenhando-se em seus lábios e os olhos perplexos.
- Oh, baby... - Lamentou, se inclinando para tomar o rosto do homem entre suas mãos. Ele parecia triste, arrasado, como ela nunca viu antes - , não me diga que se apaixonou por um stripper.
Apaixonado? Puff, claro que não.
- Não, óbvio que não, Bleta.
A loira sorriu, fingindo engolir a mentira, dando um gole em sua bebida.
- É melhor assim, não vai querer entregar seu riquíssimo coraçãozinho a uma vagabunda qualquer, agora porque não encontramos alguém para te fazer esquecer daquele desajustado? - Sugeriu e Louis assentiu cabisbaixo. Um garoto veio, o levou para uma das salas e pode ser que Louis não tenha memória alguma daquela noite por ter ficado o tempo inteiro olhando para o pole dance apenas se lembrando de quando Harry Styles dançou pra ele.
Sem dúvida os últimos meses tinham sido complicados, mas ele podia dizer com convicção que estava tudo superado.
- Então, vamos de qual número agora? - Indagou ao rapaz loiro, empolgado e sorridente demais para o gosto de seus amigos, que havia grudado em Louis feito uma tatuagem há algumas horas e que ele julgava como o seu amuleto da sorte. O que se provava bastante errado, uma vez que ele não ganhara de jeito nenhum.
- Queremos o oito. - Troy, o garoto azarento, respondeu convicto.
- Certo. Oito. - Tomlinson estendeu os dados para o rapaz que os beijou e em seguida os jogou, caiu em três. Azarento.
- Ei, Tommo. - Zayn, que tinha a sua beleza ameaçada pela careta de desgosto que não o abandonara há um bom tempo se aproximou de Louis, puxando-o pela manga do blazer. Todos usavam ternos, a maioria preto, Niall sendo o único com um azul marinho e quem os visse pensaria que se tratavam de uma trupe de mafiosos com seus topetes bem penteados, Rolex com diamantes reluzentes, sapatos italianos e dinheiro saltando de seus bolsos.
- Fala, Z.
- Cadê a Danielle?
- Hm, terminei com ela a última vez que eu fui no banheiro.
- O quê? Você terminou com ela? Como assim, não estavam numa boa?
Louis revirou os olhos.
- É, mas agora cada um seguiu com a sua vida. Nem todo mundo encontra o amor da sua vida, casa e estrela um reality show, senhor perfeitinho. Algumas pessoas nasceram pra ficar sozinhas e tomar no cu.
- Meu deus, o quanto você bebeu?
- O suficiente pra não lembrar quantos anos estou fazendo hoje.
- Cristo. - Malik gemeu, procurando por Niall que ainda se encontrava na mesa de Blackjack, Liam na outra extremidade da mesa, jogando contra Tomlinson e ganhando dele ocasionalmente - Olha, você já perdeu dinheiro pra caramba, o Liam ganhou algumas vezes pra você, mas é melhor parar.
- Eu não vou parar, estamos indo bem. O Troy é meu amuleto da sorte.
- Não, ele é um puta azarado que está te ajudando a perder, você precisa parar. Desse jeito vai ir a falência antes do fim da noite.
- Eu quero perder tudo, pra que dinheiro? Ele não está à venda, eu não posso tê-lo pra mim. E ele é tudo o que eu quero. - Confessou em tom choroso, Zayn suspirou por se lembrar de que diferente do Louis sóbrio, o Louis bêbado é sensível demais e aberto sobre os seus sentimentos e é, ele chora.
Envolveu o menor em um abraço discreto.
- Okay, okay, passou! - Lhe deu alguns tapinhas nas costas.
- Meu deus, chorando de novo? Já não é a quarta vez só essa noite? - Niall Horan chegou falando mais alto do que o som dos caça-níqueis - Esse Harry deve ser maneiro, hein.
- Você não tem que comprar ações ou algo assim? - Liam se aproximou, batendo em seu ombro para chegar até Louis e acariciar seus cabelos - Tudo bem, Lou, tudo bem.
- Sabe o que poderia anima-lo? Uma orgia, entre nós cinco. - Troy sugeriu com humor. Todos levantaram os olhos para ele, até mesmo Louis.
A expressão azeda deles fez o sorriso do menino morrer.
- Eu acho que eu vou dar uma passadinha no banheiro, sabe.
- Vai, vai sim. - Louis concordou, observando o mesmo partir - Viu, eu tenho dedo podre pra homem, é por isso que eu vou morrer sozinho. - Voltou a enterrar o rosto no pescoço de Zayn. O moreno suspirou, agradecido por hoje estar sendo uma noite agitada no cassino e ninguém estar prestando muita atenção neles.
- Hm, porque não subimos e assistimos algo na Netflix?
- Sem comédias românticas.
- Eu sou a favor de uma maratona de Toy Story. - Liam disse animado.
- Lee, nós somos homens crescidos. - Zayn o repreendeu.
- Certo, não vamos cantar You've Got a Friend in Me.
- Obrigado. - Os três agradeceram.
- Por que não pegamos algumas bebidas antes?
- Certo. - Eles se dirigiram ao bar, Liam e Niall foram fazer os pedidos, enquanto Louis esperava sentado em um dos bancos com Zayn a sua esquerda e um homem de cabelos grisalhos a sua direita que tinha uma conversa animada com outro. Eram banqueiros, se Tomlinson estava bem lembrado, já havia trabalhado com eles em alguma época da sua vida.
- Você precisa ir até lá. Sem dúvida está é a melhor temporada do Glamazon, está tudo incrível. Acho que a Erótica só teve a perder dispensando aquele garoto, ele é uma estrela, sem dúvida. - Aquilo chamou a atenção de Tomlinson - Se eu tivesse uma chance que fosse com ele, pediria o divórcio a Lana e o levaria para a América do Sul, imagine-o na piscina do mais luxuoso hotel do Brasil vestindo absolutamente nada apenas para o meu prazer.
- Eu seria um hipócrita se dissesse que não pensei na mesma coisa quando o vi, Carter, aquele menino sabe o que faz. É o tipo que devora nossas fortunas num piscar de olhos. - Ele não está interessado no seu dinheiro, seu rato imundo, Louis queria dizer, mas a embriaguez o deixava apreensivo se conseguiria ou não dizer aquilo direito.
- Com licença. - Tomlinson se viu pedindo repentinamente.
- Oh, Tomlinson, eu não sabia que estava aqui, como vai? E os investimentos?
- Bem, bem, Carter, Tom. - Sorriu forçado para ambos - Eu acidentalmente ouvi a conversa de vocês e fiquei curioso quanto ao tal rapaz de que falavam.
- Oh, ele é a nova sensação no Glamazon, sabe aquela boate que fica perto do Bellagio? Ele é absurdamente lindo...
- E pornográfico. - Tom acrescentou com um sorrisinho. Louis quis socar sua cara.
- Pois é, mas é jogo duro, sabe. Ninguém conseguiu levá-lo pra cama e até mesmo está rolando uma aposta de quem será o felizardo, quer saber de uma coisa?! Acho que deveria ir até lá, não é, Tom?
- Ah, sim, definitivamente. Eu sei que se há um homem que é capaz deste feito é você, é claro que ele vai rejeitar velhos como nós, mas você é um garoto na flor da idade que até mesmo nossas esposas nutrem um amor platônico. Sim, Louis, você é o cara! Aquele que consegue tudo, sempre. Eu aposto em você!
- Eu também! - Carter assinou embaixo, rindo.
- Ei, rapazes, como vão? Nós já pegamos as bebidas. - Malik sorriu, passando o braço ao redor dos ombros de Louis - Tudo certo, Lou?
- Eu o achei! - Louis disse e de um segundo para o outro se pôs a correr. Nenhum deles entendendo, Zayn seguiu no automático partindo atrás do amigo, Liam fez o mesmo atrás do marido e Niall foi porque queria saber o que estava acontecendo.
As bebidas geladas ficaram abandonadas no balcão de mármore enquanto quatro milionários seguiam correndo pelas luminosas e geladas ruas do estado de Nevada. Algumas mechas dos cabelos castanhos de Louis caiam por sua testa e as bochechas tingidas de rosa, com pequenas gotículas de suor poluindo a testa, mas ele apenas tratou de secar com o punho, ajeitou a gravata cinza e entrou na casa noturna.
Zayn veio logo atrás, deslizando para dentro do estabelecimento e Liam precisou retroceder alguns passos para ajudar Niall que estava quase botando os bofes pra fora, por nunca correr, em hipótese alguma.
O interior do lugar era totalmente novo para Louis, que apesar de sempre ouvir comentários nunca se interessou em ir até a boate por esta ser em Vegas e os shows em Vegas serem a personificação da palavra exagero e isso o entediava, contudo, se Harry estaria lá, então ele abriria uma exceção. A casa estava cheia, todos os assentos ocupados, mesas recheadas de drinks, homens e mulheres em gaiolas com os corpos pintados, várias moças pequenas fazendo acrobacias em longos lenços presos ao teto, as paredes eram em tons de carmesim e haviam muitos andares acima. Porém quando no palco, com uma extensa passarela luzes roxas começaram a oscilar e chamuscados de amarelo sendo espirrados pelo ar, ele tratou de caçar um lugar para se acomodar, a única poltrona de couro vermelho foi ocupada por ele, Zayn trombou com ela e os outros dois se bateram em suas costas.
- Casa cheia. - Horan assobiou impressionado.
- Não tem mais lugares? - Malik cutucou o braço do marido, Payne ergueu o pescoço não avistando nenhum livre.
- Pelo jeito não, mas estamos aqui no fundo, não vamos atrapalhar a visão de ninguém.
Zayn se remexeu incomodado, batucando os dedos no encosto da poltrona.
- Vamos ficar os três em pé atrás do Lou? Isso está estranho, parecemos os seguranças dele.
- Zayn, se acalma.
- Eu quero sentar.
- Não tem poltronas.
- Dá um jeito. Suborna alguém.
- Será que vocês podem fazer silêncio? - Tomlinson torceu o pescoço com uma carranca - Cruzes.
Diante dele Zayn sorriu, mas assim que voltou a olhar pra frente o amigo fez uma arminha com os dedos e simulou estar lhe dando um tiro na cabeça.
- Crianças. - Niall lamentou.
Todos ficaram quietos ao que os primeiros acordes da guitarra soaram, entrando em uma batida ritmada. O de olhos azuis arranhou o braço da poltrona, conhecia aquela música de algum lugar, pela voz de Rihanna, sem dúvida. Pelo jeito ela estava atuando como seu cupido, responsável por compor a melodia de todos os seus encontros com Styles e falando neste, o próprio surgiu, de início apenas sua silhueta na parte mais escura do palco. Duas garotas de fundo fazendo backing vocal quando ele começou a cantar, essa era nova para Louis. Ele jamais suspeitaria que Harry sabia cantar, muito menos daquele jeito.
Wild Thoughts se tornava algo totalmente novo com aquele timbre rouco e grave, sei lá, era totalmente diferente a forma como ele dava uma roupagem bem mais erótica para a música. Ele detestava concordar com aqueles idiotas ricaços, mas aquele garoto era muito pornográfico. Harry usava skinny e uma camisa de botões vermelha e de fato era o que tinha o corpo mais coberto de todos os funcionários, porém a forma como ele segurava o suporte do microfone correndo suas mãos por ele delicadamente e movendo os quadris em sincronia com a música, simulando mais do que deixava transparecer com seu olhar felino, os cabelos longos balançando e a boca rente ao microfone, a maneira como ele o levava até os lábios, por deus, ou Louis estava alucinando ou Harry tratava aquele microfone como se fosse um pênis e estava lhe dando um boquete.
Quanta indecência!
Era ele quem tinha pensamentos obscenos com aquele corpo curvilíneo caminhando pela passarela com luzes brilhantes as suas costas apenas ressaltando a criatura altiva que desgraçara a sua vida. Styles quase parecia inocente cantando com toda a aptidão de um profissional, com suas longas pernas em um andar sensual, desabotoando os botões de sua camisa até revelar a borboleta em seu estômago, Tomlinson só queria contorna-la com sua língua.
O ciúmes ardendo em suas veias quando seu garoto foi deslizando pelo palco sentando nos calcanhares, com as coxas separadas e pode perceber homens demais descendo a mão até o meio das pernas, o que coincidentemente Harry também fazia no palco, diante de olhos famintos, apertando seu membro - poderia também ser coisa da cabeça do mais velho, porém, era notável, ao menos para ele, a ausência de um mínimo relevo ali, Harry não estava excitado - junto com um gemido, falso, diga-se de passagem.
Outra coisa que o levava a "odiar" Harry Styles profundamente é que durante o seu sumiço, no qual Louis vasculhou todos os lugares possíveis a sua procura, certo dia ele recebeu uma mensagem de voz. Um número desconhecido e quando ele ouviu quis morrer, porque era ele, não pedindo desculpas por ter cavado um buraco e desaparecido da face da terra ou mandando Tomlinson ir cuidar da própria vida, era apenas um áudio.
Um áudio de Harry gemendo.
No começo ele ficou apavorado com a possibilidade de ouvir outras vozes ou o som do sexo em si, mas era apenas Harry, o que indicava que ele estava sozinho, se masturbando, se dedando, dando prazer a si mesmo e por algum motivo quis compartilhar aquilo com ele. Seja como for, foi uma tortura terrível, que ele até hoje se obriga a escutar todas as noites antes de dormir.
Tem gente que curte tomar um leite quente para ter um sono tranquilo, Louis Tomlinson escuta e bate uma ao som dos gemidos de um stripper desalmado mesmo.
E agora o filho da puta estava se aproveitando do solo da guitarra para ir abaixando, apoiando uma mão no chão, deixando o quadril arrebitado, quem estava sentado na lateral do palco recebendo uma visão privilegiada, mas não sendo tão sortudos quanto o homem diante de Styles.
Louis deu um pulinho afim de pegar a fisionomia do cara e quis morrer quando reconheceu Nick Grimshaw dando um sorriso cheio de dentes para o seu garoto que retribuía com um bem mais meigo e angelical que ainda segurava a gravata do homem e o puxava de encontro ao seu corpo, ele levou o microfone para perto da boca, cantando o último verso ultrapassando todos os limites da provocação.
- When i'm with you, all i get is wild thoughts.
Seus dedos afrouxaram o aperto na gravata de Grimshaw e ele aceitou o vinho que o mesmo o ofereceu, esvaziando a taça de uma só vez e depois inclinando o corpo para trás, cuspindo o líquido para o alto e por algum motivo aquilo fez seu membro repuxar, talvez fosse pela garganta exposta, pelos cabelos caindo por seu rosto quando ele jogou a cabeça ou a forma como seu corpo pareceu ainda mais saboroso naquela posição. Gostoso.
Louis estava prestes a soltar um suspiro quando sentiu algo duro tocando seu ombro e virou assustado.
- Zayn Malik-Payne, que porra é essa? - Ele tentou ser discreto, mas Deus não abençoou Louis com uma voz própria para isso.
O rosto do moreno atingiu um tom desconhecido de vermelho e ele cobriu a virilha com ambas as mãos. Liam também foi pego de surpresa e seus pequenos olhos dobraram de tamanho com o que viu. Tanto Liam quanto Louis se sentindo traídos.
- Aquele ali é o meu futuro marido, mais respeito, por favor.
- Argh! Eu disse que queria sentar! Eu falei pra vocês. Vão tomar no cu. - Puto da vida ele marchou até o banheiro, o marido o seguindo e Louis seguindo Styles feito uma abelha sendo atraída pelo pólen enquanto ele saia do palco.
- Vamos, Tommo, um pouco de jogatina vai te animar. - Niall entrou em seu caminho lhe entregando dois pequenos dados vermelhos.
- Talvez mais tarde, Irlanda. - Murmurou atento ao que Harry passou por um cortina negra, assim que ele tentou atravessa-la um homem imenso o barrou.
- Só funcionários.
- Eu preciso falar com ele.
- Só funcionários.
- Vamos, cinco minutinhos.
- Você é surdo ou o quê? - O homem perdeu a paciência, no mesmo momento em que Louis perdeu a dele e simplesmente o empurrou para passar. O segurança ainda se atrevou a puxa-lo pelo colarinho, arrebentando alguns botões de sua camisa.
- Você enlouqueceu? Quem pensa que é pra tocar em Louis Tomlinson? Ele é primo de terceiro grau da rainha e não é qualquer rainha, é a rainha da Inglaterra, você tem noção disso, cara? Não toque em um fio de cabelo deste homem, as consequências poderiam ser arrasadoras. - Louis bufou para o dramalhão que Niall estava armando apenas para manter o homem distraído e não, ele não tinha parentesco com rainha nenhuma.
Mas isso serviu para que ele pudesse passar pelas cortinas e encontrar Harry descendo de uma escada com uma bolsa marrom no ombro, mexendo no celular.
- Então você é real. - Suspirou entrando no caminho do outro, assustando Styles que deixou o telefone cair pela proximidade repentina.
-- Tomlinson. - Balbuciou nervoso, recolhendo o aparelho. Ele parecia quase apavorado.
- Sim, sou eu. - O álcool o levara a perder completamente a noção de espaço pessoal, apenas querendo sentir Harry e pressionando seus tórax juntos - O mesmo cara que você abandonou em um carro no meio do nada e imobilizado.
O cacheado abriu a boca, mas nada saiu.
- Qual é a sua explicação pra ter sumido do nada?
Isso pareceu acender algo no rapaz que com uma mão em seu peito o afastou.
- Eu não te devo satisfações.
- Não, mas...
- Mas o quê, Louis? Olha o que aconteceu foi legal e gostoso, claro, mas foi só isso. Uma vez e nunca mais. Graças a paixonite da Bebe por você eu perdi meu emprego e tive que rodar por um monte de cidades até acabar aqui, sinceramente eu quero distância de você. Pode ser?
Paixonite por ele, era só o que lhe faltava. Já temos uma quadrilha, Bleta que amava Louis, que amava Harry, que não amava ninguém.
- Olha, eu sinto muito quando eu fui atrás dela, ela veio com uma história de que você não tinha o perfil e que era problemático por ser pai solteiro...
As sobrancelhas de Harry se arquearam.
- Desculpe, eu não quero ser invasivo, nem nada. Mas deveria ter aceitado o cheque que eu te dei, poderia ter ajudado com o seu filho, deveria pensar nele.
- Filho? - Ele riu com desdém - Eu não tenho filho nenhum. Pelo jeito ela está investindo pesado pra te causar desinteresse em mim e caso não tenha ficado claro eu não quero o seu dinheiro, nunca quis, eu não estou à venda. Não sou uma prostituta e toda vez que você me oferecia seus milhões eu só tinha vontade de socar a sua cara.
Tomlinson não conseguiu segurar o riso pela expressão irritada de Harry que parecia mais um cãozinho arisco do que alguém ameaçador de verdade.
- Eu não te toquei quando você mandou, eu fiquei de quatro por você, quando soube que você estava aqui eu vim correndo. Correndo com sapatos italianos, Harry, isso é uma prova de amor. - Os olhos de Styles se arregalaram um pouco ao ouvir a palavra amor, mas optou por se manter calado - Eu nunca corri, por nada, nem por ninguém e eu fiz isso hoje. Por você. Então se você disser que não quer saber do meu dinheiro e que prefere ir ao cinema do que comer caviar no meu yacht com a Adele cantando especialmente pra você, beleza, tudo bem, eu estou dentro.
- Isso não faz sentido. - Suspirou tentando sair, contudo, Louis o puxou pela cintura. Suas mãos se fecharam nos bíceps do outro, com seu rosto a milímetros de distância - Pare de ser um menino mimado que diz qualquer coisa para conseguir o que quer. Eu não sou um brinquedinho que você pode ter.
Ele encarou o mais novo, em seu semblante havia um orgulho implacável e obstinado. Era excitante. Harry não era fácil de se dobrar, provavelmente haviam bons motivos para que ele fosse assim tão decidido e fechado. Alguém deve ter brincado com ele, partido seu coração e Louis poderia ceifar a vida do indivíduo, bastava um nome.
- Se você fosse um brinquedo, eu daria tudo o que tenho por você. - Provocou.
Harry o levava a ficar mais arrogante que o normal. Ele era um desafio.
- Caso eu fosse um brinquedo você não teria o bastante pra me comprar, estou muito acima do que você pode pagar.
- Eu duvido muito. - Louis o apertou com mais força, esfregando sua barba na bochecha do menino que soltou uma respiração vacilante.
- O que você quer de mim?
- Quero que dance pra mim, mais uma vez. - Sussurrou na orelha de Styles.
Por um instante ele o sentiu mais suscetível ao seu toque, mais relaxado, isso não durou e logo ele estava empurrando Louis e o olhando atrevessado.
- Não vai acontecer. Me deixe em paz.
Louis suspirou profundamente e prestes a esfregar os olhos se deu conta dos dados entre seus dedos.
- Styles. - Ele parou e virou, desconfiado - Um beijo de boa sorte, por favor? - Ergueu os pequenos cubos vermelhos. Harry ponderou por alguns instantes antes de arrastar as botas até ele e permitir que Louis os aproximasse de seus lábios, um pequeno biquinho se formou e ele depositou um beijo em ambos, enquanto o fazia tinha os olhos fixos no anil e se afastou rapidamente - Eu tenho uma casa na cidade. Pergunte aos meninos. - Louis disse, não querendo ser abandonado mais uma vez, passou por Harry. Largou os dados com Niall quando o encontrou na porta e persistiu marchando para fora do estabelecimento e mesmo que ele teoricamente o tivesse deixado desta vez, a sensação em seu estômago não era das mais agradáveis quando mandou que seu motorista seguisse viagem.
Xx
Depois de uma viagem bastante depressiva dentro de uma limosine luxuosa e abastecida com todo o tipo de bebida alcoólica e bancos longos e confortáveis que acolheriam o corpo de um certo alguém com facilidade, Louis chegou em sua mansão. Não era a maior, mas uma de suas prediletas, ela tinha algo de bastante agradável sendo no topo de uma colina, com paredes de vidro e janelas imensas que o permitam ver toda a cidade vibrante lá embaixo. Os piso negro feito carvão era frio sob seus pés descalços, ele se desfez do terno e vestiu jeans e uma regata preta com letras brancas, seu topete se desmanchou por completo e ele se sentiu um belo pedaço de merda vagando por todo aquele luxo inútil que não tinha mais tanto esplendor aos seus olhos.
Parecia vazio, sem vida.
Mas ele deveria amar essas coisas, afinal ele era um maldito starboy. Ser milionário, ter dinheiro, ter poder, era esse o seu lance e ele sabia que qualquer número que discasse em sua lista de contatos viria correndo apenas para espantar sua solidão. Ele podia ter tudo, menos aquilo que mais queria.
Mimado desgraçado.
Louis resolveu andar, passou pela cozinha analisando a prataria, tocou as maçanetas de ouro das portas, os móveis de ébano, a academia, a garagem maior do que a de montadoras de carros provavelmente pela quantidade absurda de automóveis, Range Rover, Ferrari, Jaguar, Bugatti, Maserati, Lamborghini, todo tipo de carro, para todo tipo de gosto. Eram seus bebês e não pareciam mais tão atraentes aos seus olhos.
Nem mesmo, Saturno, seu puma que ele comprara no Chile há dois anos conseguia deixá-lo animado. Talvez nem mesmo se dessem uma coroa e o trono da Inglaterra conseguiriam pôr um sorriso no rosto de Louis.
Em um dos corredores ele avistou uma cruz azul, algo imitando um sabre de luz que custou uma bela fortuna. Aquilo era medonho para si agora, ele a pegou e sem mais começou a acertar coisas aleatórias pela casa, a porta dos armários, porta-retratos emoldurando fotos com pessoas pra quem ele estava cagando, a televisão de plasma e por aí vai, até ficar cansado e enteadiado de novo.
Louis soltou seu corpo no sofá, piscando sua vontade de chorar. Bêbado chorão da porra.
Sentiu seu celular vibrando no bolso, aceitou a chamada de vídeo de Zayn. Os fios negros estavam uma bela bagunça, mas ele estava sorrindo.
- Cadê o sorriso do meu bebê?
- Morre, desgraça.
- Não diga coisas fofas como essa, você está me fazendo corar.
- Zayn, agora não, okay? Eu só quero dormir.
- Não, espera, como assim o meu presente ainda não chegou?
- Que presente? - Louis arqueou uma sobrancelha, confuso. Zayn já tinha lhe dado um novo Rolex pela manhã.
O rapaz apenas sorriu quando Louis se atentou a um som estranho vindo do lado de fora da casa.
- Aí está. Divirta-se, amor. - Ele desligou e Tomlinson soltou o celular no estofado, seguindo até o som, empurrou a porta que dava acesso a piscina gigantesca que ele raramente entrava.
Alguém estava lá, alguém estava nadando em sua piscina. Roupas negras, alguém estava nadando vestido em sua piscina, mas que porra é essa? Seja como for, sem uma resposta para sua pergunta silenciosa foi movido por puro instinto que ele mergulhou também.
Era uma noite clara, de céu limpo, lua cheia e milhares de estrelas compondo a perfeita iluminação e se está não fosse o suficiente as próprias luzes da cidade colaboravam para que a piscina fosse banhada pela claridade, com a água azul embalando os dois corpos em vestes escuras se encontrando em seu interior. Louis conseguiu pegar Harry pela gola da camisa e este não tardou em agarrar seus cabelos, beijando-o. As mãos do playboy cavaram um pouco mais até ser capaz de puxa-lo pelo quadril, deixando que as pernas do outro enlaçassem sua cintura e então estavam de volta a superfície, com a água cascateando por seu torso, os cachos de Harry quando molhados se tornavam lisos e grudados por seu rosto e pescoço e os de Louis ainda mais escorridos, suas roupas aderentes ao corpo, ressaltando cada músculo e as peles escorregadias uma contra a outra.
Nenhum deles via isto por se manterem de olhos fechados, apenas os lábios recheados do stripper rompendo o beijo para reclamar da dor de ter suas costas batendo contra o azulejo da piscina.
Louis não deu importância, a essa altura ele é quem estava puto.
Muito puto.
Aquele menino travesso tinha sido enviado para acabar com todo o seu controle e domínio sob si próprio. Louis sabia tudo o que podia ter, tudo o que queria e sentia e depois de Harry ele se tornou uma bagunça.
Três fodidos meses e ele não teve uma transa decente.
Ele não sentia tesão com ninguém dançando pra ele porque para si ninguém dançava tão bem quanto Harry, ninguém o cavalgava tão bem quanto Harry, ninguém tinha gemidos tão bonitos quanto Harry. Ninguém era Harry.
E agora ele tinha a porra do Harry aprisionado entre seu corpo e a porcelana e queria que ele pagasse pela merda que o fez passar.
Investiu com o quadril entre as pernas do garoto, o sentindo duro e seria estranho se ele dissesse que isso o deixou bravo? Ele não queria que Harry estivesse curtindo aquilo? Ele se sentiu tão furioso que gostaria de pisar nos testículos do outro só pra que ele não aproveitasse aquilo. Pelo amor de Deus, o que colocaram em sua bebida?
Hoje Louis iria fode-lo movido pela força do ódio.
Ele queria marcar o pescoço do cacheado e quando encheu a mãos com os cabelos longos poderia perfeitamente puxar sua cabeça para a esquerda ou direita, mas optou por puxa-la para trás, justamente por saber que está era uma posição desconfortável que o faria sentir dor e reclamar e talvez, só talvez ele quisesse incitar a rebeldia que há naquele garoto e foi o que ele fez.
- L-Louis. - Engasgou com o nome retumbando por sua garganta exposta, Louis fechou os dentes por um pedaço de pele, puxando sem medir força - Puta merda! - Styles guinchou, socando seu peito e porra, aquilo doeu, então Tomlinson apertou suas coxas e empurrou uma de suas pernas contra a ereção do outro, a esmagando - Você me chamou aqui com o intuito de me matar?
- Talvez. - Respondeu, sugando o pescoço de Styles. Este se mexia muito, Louis se sentia na companhia de um peixe, um peixe com o pau duro roçando no seu.
- É melhor...hm, melhor se... Ah! Quer parar com isso?
Tomlinson ignorou, continuando a marcar cada centímetro de pele que fosse encontrando em seu caminho, aproveitando de suas mãos livres para apalpar e apertar suas coxas e bunda lhe arrancando gemidos gritados. Ele foi se perdendo tanto nas sensações de poder toca-lo sem restrições que mal se deu conta de que Harry havia tomado impulso para saltar da piscina, o que sentiu em seguida foi apenas o azulejo gélido contra seu peito com a ausência da pele quente.
- Onde você pensa que vai? - Indagou, também saindo da piscina atrás do cacheado que caminhava alguns passos a sua frente para adentrar a casa - Essa casa é minha, sabia?
- Sim, eu fui convidado mais cedo. - Devolveu entrando sem se importar com seu corpo e roupas molhadas ensopando o chão, ele teria seguido austero até onde pretendia senão fosse pelo felino imenso de pelo negro lhe mostrando as presas, quando ele saltou para trás foi de encontro ao peito de Tomlinson - O que é isso?
- Meu bebezinho. - Riu, envolvendo os dois braços ao redor da cintura do mais novo e voltando a beijar seu pescoço.
- Será que você pode levá-lo pra outro lugar? Acho que ele não gosta muito de mim, ele é carnívoro, não?
- Não me diga que está com medo.
- Eu? Com medo de um animal selvagem com dentes que podem estilhaçar meus ossos num piscar de olhos? Jamais. - Disse com ironia, tropeçando nos próprios pés ao que tentava se afastar do animal que vinha se aproximando. Apertou os braços de Louis ao seu redor - Por favor...
Hm, Harry implorando, ele gostava disso.
- Me mostre o seu closet, preciso trocar de roupa.
- Para o que eu pretendo fazer com você roupas são desnecessárias.
- Louis.
- Certo. - Ainda agarrado as costas de Harry, Louis começou a guia-lo em direção ao seu quarto. Uma larga e baixa cama com lençóis acompanhando a vibe escura, a sacada com vista para a cidade e quadros e mais quadros, todos estampando o rosto do playboy não deixavam Harry duvidar de que o ego de Tomlinson estava em dia. Embora, ele precisava confessar que não seria sacrifício algum ficar olhando para aquelas fotos todos os dias. Louis era lindo.
Quando pararam em frente a duas portas de correr orientou o mais novo a puxa-las, assim ele fez se impressionando com o closet quilométrico, quase tão extenso quanto o próprio quarto. Harry não saberia dizer o nome de marca alguma, mas de uma coisa ele tinha certeza, apenas de olhar podia dizer que tudo ali era mais do que apenas caro.
- Encontre algo que sirva e não seja difícil de tirar. - O instruiu, dando um leve mordida no maxilar afilado e se afastou. Saturno que o acompanhara até o quarto e se encontrava deitado na cama correu atrás de si, ele a deixou em um quarto com a porta trancada, apenas para evitar o possível piti que Harry teria caso a visse.
Louis ainda estava molhado, pingando pela casa e podia dizer que estava bem mais animado do que antes. Ele estava feliz e nervoso, um misto de ambos. Andou sentindo suas roupas grudadas na pele e puxou todo o cabelo para trás com os pés descalços e acelerados o levando até seu quarto onde o encontrou de costas. Harry havia escolhido um blazer preto imenso que Louis jamais poderia usar e que ficara grande até no maior, ao invés de calças ele optou por se manter como veio e se até então Tomlinson achava homens de langerie algo saturado ele mudou de ideia instantaneamente ao que admirou as pernas alvas forradas com uma meia que subia até o alto de suas coxas e uma calcinha preta feita de rendas e fios que Louis não entendia muito bem, mas estava louco para rasgar.
Apoiou as costas contra uma das portas, observando Styles. O garoto tinha os cachos um pouco menos úmidos e puxados para atrás da orelha, ele olhou de canto de olho, a sobrancelha reta levantada.
- Você desperta coisas estranhas em mim.
- Isso se chama tesão, senhor.
- Você sabe que é mais que isso, por isso fugiu de mim... - Louis deu um passo a frente ao mesmo tempo que Harry também se recostou na porta e o impediu, empurrando o pé contra seu abdômen.
- O passado não existe mais, concentre-se no presente. O senhor pediu uma dança e é isso que terá. - Harry diz devagar, pressionando com um pouco mais de força o abdômen de Tomlinson, que segura seu calcanhar tentando não pensar muito sobre o quão excitado ele fica quando Harry age assim tão dominante. Mesmo com o pescoço todo marcado age como se tivesse tudo sob o seu controle.
- Sabe que eu quero mais que isso.
- Que pena! Porque você terá... - Mordeu os lábios, deslizando o pé até o membro bem delineado contra o tecido do jeans de Tomlinson, esfregando-o. Louis gemeu, ele sorriu - apenas o que eu quiser dar.
Não querendo se render tão facilmente, o mais velho o agarrou pela coxa e pressionou Harry com mais força contra a porta.
- Não vou deixar você brincar comigo desta vez. Eu estou no controle agora. - Sibilou, com suas respirações se cruzando. Uma tensão palpável tornando o ar entre eles mais carregado. Harry tinha aquela expressão de vadia desdenhosa que estava lhe dando nos nervos - Não me provoca.
- Sinceramente, se quiser me intimidar é melhor trazer o puma de volta, ele sabe ser bem mais assustador que você.
Louis respirou fundo, não importava o quanto ele cravasse os dedos na pele de Styles ou o olhasse diretamente nos olhos, porque Louis sabia bem que seu olhar podia ser mortal, ele tinha a mesma cara de quem via um comercial de margarina.
- É sério, essa expressão só me faz querer te bater.
- Bate, se é que você consegue fazer isso.
- Deus, garoto, você está me dando nos nervos. - Rosnou com a voz afetada e se afastou um pouco para acertar o rosto de Harry com um tapa, não sendo forte o bastante para marcar.
- Nossa, isso foi ridículo.
Ofendido, Louis lhe acertou a outra face. Harry o diminuiu mais uma vez e novamente um novo tapa.
- Triste, triste. - O cacheado o provocou, os cabelos caindo em seu rosto vermelho - É assim que se faz. - Sem mais nem menos, era Harry quem espalmava a mão em seu rosto. Completamente surpreso ele perdeu o equilíbrio e caiu em seus joelhos diante dele.
- Porra. - Gemeu, sentindo a bochecha formigando.
- Tira a camisa.
- Não.
- Tira. - Harry endureceu a voz, agarrando a franja de Louis e o obrigando a olhar para cima - Seja um bom garoto, amor.
Amor.
Okay, Louis era fácil assim.
Ele se desfez da regata, mas continuou fazendo bico. Harry sorriu satisfeito, revirando uma das gavetas abertas ao seu lado e retirou algo que Louis conhecia bem, ele deveria ter esquecido de guarda-la no lugar correto.
- Usa uma coleira em um puma? - Harry balançou a coleira vermelha, a guia quase acertando o rosto de Louis.
- Yeah, ele é muito dócil.
- Interessante. Mas eu acredito que coleiras só devem ser postas em animais selvagens. - De repente envolveu a tira de couro ao redor do pescoço de Tomlinson, fechando a fivela firmemente. Ele quase resfolegou, tamanha a sua indignação, então o mais novo o estava puxando pela guia, obrigando Louis a ficar de quatro.
- Vai montar em mim?
- Vou, mas não agora. Venha, vamos dar uma volta. - Harry o puxou e Louis teve de seguir, como se fosse seu cãozinho adestrado.
Ele o fez dar voltas e mais voltas pelo quarto, o repreendendo quando falava ao invés de latir e se Louis achava que o maior esforço do dia fora correr, definitivamente andar de quatro por aí era ainda pior.
Quando Harry enfim enjoou da brincadeira pegou a cadeira da escrivaninha e a colocou em frente a cama, mandou Louis se sentar sobre ela.
- Vai me amarrar ou me vendar? - Perguntou, esperando uma repreensão por estar falando.
- Nenhum dos dois. - Harry respondeu, deixando a coleira. Ele deu a volta, ficando as costas do menor e começando a massagear seus ombros.
- O que vai fazer agora?
- Vou dançar pra você. - Sussurrou, rente ao ouvido do outro que arfou ao sentir sua língua acariciando o lóbulo - Não terá amarras, nem nada que o impeça de chegar até mim, mas nós vamos estar jogando um jogo.
- Jogo? - Os olhos de Louis estavam fechados.
- Uhum. Você disse que tinha controle, então me prove que você pode se controlar perto de mim, sem estar restringido e apenas pela sua vontade. Se você vencer pode colocar essa coleira em mim e eu vou ser a sua cadelinha e caso perca...
- Caso eu perca?
As mãos de Harry desceram por seu peito bronzeado e sua cabeça se encaixou na curva do pescoço de Louis.
- Você não goza.
Essa não.
Mesmo certo de sua derrota ele não disse uma palavra, sentiu quando o rapaz se afastou e permaneceu estático olhando para sua foto onde ele bebia uma garrafa de leite, não era difícil. Se Louis se concentrasse em seu próprio rosto não teria descontrole nenhum e ele poderia colocar Styles em seu devido lugar. Era fácil.
Não, não era.
A casa inteira, uma vez que todos os cômodos partilhavam de pequenas caixas de sons nas extremidades do teto pelo fato de Louis nunca ficar parado num mesmo lugar ouvindo música e para não perder nada ele mandou que fosse instalado desta forma e agora se arrependia profundamente uma vez que ele não podia fugir das batidas iniciais de Dance For You, seu estômago revirou em agonia.
Ele não vai gozar hoje.
Fechou seus olhos querendo bater a cabeça na parede quando ouviu passos as suas costas e as mãos de Styles deslizando por seus braços ao passo que ele esfregava o nariz por sua nuca. Devagar. Está seria uma morte lenta.
Sua respiração quente batia contra sua pele e os lábios úmidos foram correndo por seus ombros, Louis foi sentindo conforme a boca de Harry descia por seu braço, os dentes roçando por seu pulso e de repente suas pernas estavam sendo abertas o que só podia significar uma coisa. Harry estava de joelhos entre elas.
Ele não podia ver isso. Ele não tinha forças para aguentar uma coisa dessas e se dignou a morder os lábios para reprimir a lamúria ao que seu torso fora duramente arranhado, a ardência subindo por sua espinha ao passo que um peso extra era posto sobre suas coxas. As mãos nas laterais da cadeira se soltaram por um instante quase indo para agarrar sua bunda, mas por um milagre Louis conseguiu se conter, porém, nem por isso o cacheado se impediu de lhe agarrar os pulsos e levar suas mãos até seu peito, os botões do blazer haviam sido desfeitos e seu peito exposto.
Tomlinson franziu a testa ao sentir algo fino e frio na ponta dos dedos, bastou tocar mais uma vez para identificar pequenas argolas. Ele tem piercing nos mamilos agora. Legal. Ótimo. Perfeito para um senhor caralho!
E como se não tivesse satisfeito do pane que vinha dando no pobre cérebro de Louis, Harry precisava continuar dançando, o que o levava a rebolar sobre seu colo, esfregando as nádegas em seu pau.
- Olhe pra mim. - Disse num sopro de voz e Tomlinson obedeceu, abrindo-os devagar, vendo seus dedos sendo usados para estimular os mamilos excitados de Harry que possuíam dois pequenos aros presos neles, baixou os olhos para encarar o membro do mesmo sendo ressaltado pela calcinha fina e a forma deliciosa como ele se empinava em seu colo.
Louis queria chorar.
Seu pau estava tão duro e ele não podia fazer nada além de gemer. Deitou a cabeça no ombro de Harry, choramingando porque o tê-lo rebolando nele só piorava as coisas.
- Droga, Louis, você me deixou todo molhado. - Resmungou em um tom mimado repelindo Louis apenas para se colocar de pé e jogar o paletó contra o rosto de Louis, a peça deslizou até cair no chão. Harry bufou e está não foi a primeira vez que Tomlinson percebera seu talento em ser dissimulado, ele agia como se não tivesse fazendo nada demais, como se fosse casual.
Ele pensava dez passos a frente, sempre.
Foi abaixando até vir engatinhando na direção de Louis, jogando os cabelos para trás que tornaram a cair em sua face... Selvagem. Ambos ali eram animais selvagens, não? Apertando os dentes como se enxergasse o outro como sua presa. Louis torceu os dedos nas coxas, sentindo Harry afundar o rosto em sua virilha, gemendo contra ela.
Nesta hora sua alma abandonou o corpo.
Ele estendeu a língua e mesmo com o tecido do jeans conseguiu sentir o calor da mesma desde seu períneo, subindo até a glande e Harry não parou, subindo por todo seu abdômen, peito e boca, o beijando abertamente, chupando seus lábios e sugando sua língua, beliscando os mamilos de Louis e arranhando em seguida. Até voltar a se afastar, engatinhando, desta vez até a cama.
Harry sabia se mover exatamente no ritmo da música e tudo parecia ter sido orquestrado ao seu redor, para ele.
Ele se colocou de joelhos na cama, o quadril jogado para trás, as mãos agarrando-se aos seus cabelos, os afastando da nuca, com seus olhos verdes o olhando por cima do ombro enquanto ele começava a se esfregar na cama. Tomlinson foi se sentindo tonto a medida que Harry foi tornando-se frenético, gemendo mais alto que a voz de Beyoncé, os olhos foram fechados e ele foi deitando, pouco a pouco.
O rosto afundou nos lençóis de Louis, as mãos agarraram a colcha, as pernas separadas e a bunda totalmente exposta e foi quando ele soube que a calcinha era aberta na parte inferior, dois ou três fios apenas que deixavam seus testículos bastante visíveis e o permitia ver como eles eram pressionados contra sua cama, a entrada também sendo mostrada. Se contraindo em expectativa.
Tomlinson mordeu o punho quando um gemido rompeu de sua garganta e o impulso de levantar e toma-lo ali mesmo veio com tudo.
Ele precisava ser mais forte que isso, sua noite foi cercada de derrotas, ao menos nesse jogo ele precisava ganhar. Harry o venceu da última vez e ele não se permitiria ter o mesmo resultado.
Quando Louis perde, Harry vai embora.
Isso não pode se repetir.
Bastava ser mais inteligente que ele. Bem, se Styles sabia provocar, Louis também era dotado desta qualidade.
Ele se aproveitava da fricção alheio a Louis. Segundo as regras ele não podia ceder ao desejo de tocar Harry, isso seria descontrole, mas estava livre para circular pelo quarto, então foi o que fez, abandonando a cadeira, mesmo com as pernas um pouco bambas circulou a cama. Abaixando ao lado do rosto de Harry.
- Já desistiu? - Quis saber com a voz trêmula.
Os cachos cobrindo quase todo o seu rosto, ele tremia tanto.
- Não, na verdade eu estava pensando em como eu sinto pena de você.
- Sente pena de mim? Você está louco ou o quê?
- Eu imagino o quão terrível é subir naquele palco todas as noites, excitar tantos homens ao mesmo tempo e não sentir absolutamente nada. Ninguém consegue te levar pra cama porque você não deseja ninguém, não é? Oh, espere, eu estou errado.
- Cala a boca. - Gemeu, ainda se movendo contra os lençóis.
- Você transou com Nick Grimshaw?
- Isso não é da sua conta!
- A resposta é não, e caso tenha transado foi uma merda, sabe porquê? Porque ele não sou eu e você só quer a mim. - Louis dizia com convicção e muita, muita arrogância - Naquela noite você veio atrás de mim, de quatro porque não queria que eu fosse embora, depois da lanchonete se atirou em mim porque não consegue se controlar perto de mim e agora está fingindo que não se importa, mas você veio aqui porque me deseja, você me quer, mas é covarde demais para admitir.
Harry abriu um olho, a boca se abrindo em um circulo perfeito e seus dedos torcendo a roupa de cama.
- Só nos seus sonhos. - Rosnou, rolando de barriga para cima, as pernas dobradas e sua mão esquerda masturbando seu membro que havia sido puxado para fora de sua calcinha. Ele estava rubro e totalmente molhado de pré-gozo.
Louis estava numa situação similar, mas ele não iria se tocar.
A música anterior acabou. Wicked Games começou.
Hora do plot twist.
- Abra os olhos, Harry Styles. - Ele piscou, abrindo os olhos - Olhe essas fotos, sabe quem é esse cara? - Louis subiu na cama, ficando de joelhos próximo a cabeça de Harry que observa obedientemente as fotos - Ele é o homem dos seus sonhos. O seu daddy, aquele em quem você estava pensando no dia em que estava se tocando sozinho e tão embriagado de prazer que enviou um áudio gemendo pra ele, e foi pensando nele, o querendo que você veio até aqui hoje, achando que podia ter tudo sob o seu controle, mas olhe só pra você, tão desesperado. Eu consigo sentir o seu calor daqui. Pobrezinho, só quer que ele te foda... Quer tanto sentir o pau dele dentro de você, tão forte e rápido quanto da última vez. Você quer ficar tão dolorido e aberto apenas para se lembrar que foi ele quem fez isso com você. Não há nada de errado em querer dominar, mas todo mundo perde o controle alguma vez na vida e você, baby, quer tanto que alguém cuide de você, está desesperado por isso, Hazy, confesse.
Harry o olhava com as pupilas dilatadas, a boca pendia aberta e sua mão se afastou quando o esperma começou a espirrar em seu abdômen.
- Nunca. - Choramingou.
- Tudo bem. - Louis afagou sua bochecha molhada de suor - Não é mais preciso. Você perdeu.
O stripper arfou, como se só agora se desse conta de que havia gozado, só que Louis não tinha tempo para suas lamentações, ele apenas abriu o zíper da calça, tirou seu membro extremamente necessitado da cueca e o afundou na garganta de Harry. Ele precisava pagar pela palhaçada que armou da última vez.
O ouviu emitir um som de engasgo, contudo Tomlinson já estava se curvando sobre ele esfregando os dedos pelo gozo esparramado por sua pele e enquanto beijava suas coxas dois de seus dígitos eram pressionados contra a entrada do cacheado. Assim que Louis sentiu sua bunda sendo agarrada pelas mãos grandes do outro soube que podia começar a se mover, uma vez estocando contra a garganta de Harry fez o mesmo com sua bunda, enterrando dois dedos de uma vez em seu buraco sensível que permanecia tão apertado quanto ele se lembrava.
Ao que parece seu stripper era mais casto do que parecia.
Louis posicionou-se melhor, fodendo a boca de Harry, se deliciando com a forma que sua língua girava ao redor de sua fenda e sua garganta vibrava com os gemidos que soltava ao ter sua próstata surrada pelos - agora contabilizando - quatro dedos de Louis, que sentia seu orgasmo na borda, mas ele não queria Harry ali, não mesmo. Puxou os dedos do calor confortável do garoto, eles já haviam se acostumado a ficar dentro dele.
Styles também reclamou de ter sua boca desocupada. Louis chutou os jeans para fora e desceu um tapa na bunda de Harry quando ele se demorou em levantar.
- Vamos, baby, mãos e joelhos e não se esqueça de latir.
- Nem fudendo. - Se negou, cruzando os braços.
- Temos um acordo.
- Eu sou um mentiroso compulsivo. - Harry lhe deu língua, subindo para a cabeceira da cama. Provocando.
Tomlinson sabia que ele não iria cooperar, não importava o que fosse.
- Não banque o mimado. - Pressionou as mãos no colchão, já imaginando o que viria caso ele ameaçasse pega-lo.
- Olha só quem fala, playboyzinho, porque não vai cuidar da sua Ferrari e os outros brinquedinhos e me deixa em paz?
- Eu já estou cuidando de um brinquedinho agora. - Disse atrevido e Harry chiou, lançando o travesseiro em seu rosto e correndo porta a fora. Louis riu e correu atrás dele, Harry era rápido, entretanto se via um pouco perdido quanto a onde ir. Quando ele rumou em direção a cozinha, Tomlinson se lembrou de seu surto mais cedo e dos cacos de vidro espalhados pelo piso e por isso dobrou a velocidade para conseguir jogá-lo em seu ombro antes que ele se ferisse.
- Me solte! - Ele esperneia, batendo nas costas de Louis e balançando as pernas. Os olhos azuis examinaram o balcão por um instante, pensando em um lugar melhor e caminhou tranquilamente com Harry até a sala de jantar.
Uma mesa longa e moderna de mogno próxima a janela estava livre de quaisquer adornos. Sua mesa de jantar e ele colocaria sua refeição predileta sobre ela e assim o fez, deitando Harry nela. Ele permanecia teimoso, chutando e beliscando só pra irritar, até mesmo o puxando pela alça da coleira, Louis espalmou as mãos ao lado de sua cabeça, os narizes se tocando, mas seu membro já estava bem encaixado entre as nádegas do outro e com um olhar duro de ambas as partes ele se enterrou em Harry.
- É melhor que você esteja limpo. - Harry gritou, jogando a cabeça para trás.
- Eu é quem deveria estar dizendo isso. Você que é o prostituto aqui.
Harry o chutou na lombar.
- Louis Tomlinson, você é tão babaca.
Louis bufou e passou a se mover, não dando tempo para Harry se acostumar e sim estocando duramente contra ele porque ele sabia que era disso que ele gostava, de brutalidade e ele não tinha esquecido a parte de foder com ódio e aqui estava, dobrou os antebraços por debaixo das coxas de Styles, vendo seu corpo sendo empurrado para cima conforme era fodido com mais força, seus cabelos eram do mesmo tom da mesa e suas mãos ficaram unidas acima de sua cabeça. Ele era uma visão e tanto.
E o que veio em seguida foram seus gemidos divinos. Ao vivo sendo ainda melhores.
O que só incitou Louis a ir mais e mais fundo e não demoraria para vir, senão fosse por Harry puxando sua coleira mais uma vez, desta vez o asfixiando ligeiramente e se aproveitando do susto para jogá-lo contra a mesa, montando nele, desta forma ele começou a quicar em seu colo como um perfeito astro pornô, segurando nas coxas de Louis para se levantar, ficando numa posição muito semelhante a que ele adotou enquanto estava no palco.
Em completa adoração, as mãos de Louis seguraram sua cintura, esmagando a carne macia de seus quadris entre os dedos e era melhor do que tinha imaginado. Os pequenos piercings saltitando em seu tórax levaram o de olhos azuis a se sentar para toma-los entre os lábios.
- Oh, isso! - Gemeu, abraçando a cabeça de Louis - V-você é tão bom! Um garoto tão bom.
Os dois gemeram, com Louis chupando seus mamilos e Harry o cavalgando com seu pênis sendo esfregado entre seus corpos. O ritmo febril de ambos com seus grunhidos retumbando pela casa serviu de prelúdio para o orgasmo que se derramou em um e dentro do outro.
Aquela era segunda vez que Harry vinha em um curto período de tempo, então não foi uma surpresa quando ele se tornou gelatina nos braços de Louis, literalmente caindo em cima dele, com sua cabeça tombando para frente e os olhos se fechando, se não fosse por seus murmúrios ele teria pensando que Styles teve uma síncope. Louis também ficara esgotado por aquele orgasmo ter levado o que pareceram eras para ser liberado, mas não o bastante para se ver satisfeito. Ele saiu da mesa, com Harry meio desfalecido em seus braços que piscou atônito ao sentir a superfície lisa contra suas costas, ele dobrou o pescoço encontrando Las Vegas lá embaixo e gritou em alto e bom som quando Louis começou a fodê-lo, depois de cinco segundos após terem gozado.
- L-Lou... - Sibilou pequeno, ele nem ao menos conseguia falar, então apertou os braços ao redor do pescoço do mesmo, com a cabeça pressionada na janela e o rosto contorcido.
- Shhh, quietinho, baby Haz. - Beijou sua boca, Harry o queria desesperadamente. Mesmo submisso e aéreo ele agarrava seus cabelos e mordia seu lábio inferior, e Louis persistia em estocar contra ele, sentindo seu membro coberto pelo esperma anterior e a entrada de Harry totalmente melada. As coxas dele em seus braços cada vez mais vacilantes e de repente havia um soluço, seguido de mais outro e havia alguém chorando. Chorando de verdade e não era Louis, então só podia ser...
Ele ficou sem reação ao encarar o rosto cheio de lágrimas de Harry, vermelho e destruído.
- Você está bem? - Checou porque sua intenção nunca foi machuca-lo. Harry assentiu e continuou a chorar, sem parar. Louis não soube o motivo, mas aquilo o fez mais duro. Escondeu o rosto entre os fios emaranhados, os dedos deixando suas marcas nos quadris do mais novo que cavava suas unhas pelas costas alheias apenas gemendo ao receber Louis mais e mais dentro de si.
E ele continua movimentando-se com brutalidade contra Harry, que tem a sensação de que a qualquer momento aquele vidro começará a trincar e irá se partir matando os dois de uma só vez, mas ele prefere se concentrar na respiração ruidosa e ofegante, nos gemidos e grunhidos em seu ouvido. Então é como se tudo se silenciasse e não houvessem mais sons, nada além do palpitar de seus corações, com a mão de Louis escorregando por entre seus abdômens para pressionar a palma contra a glande de Styles que já tem o seu ápice mais do que próximo, ele firma os calcanhares com mais força nas costas de Louis.
- Eu posso te dar um milhão... - Louis diz baixinho. Harry bufa quase raivoso.
- Tomlinson, não!
Ele se abaixa, murmurando no ouvido de Harry:
- Eu posso te dar um milhão de... Orgasmos. - Ele diminui o ritmo, acertando a próstata do outro em um movimento duro. Harry se impulsiona pra baixo - Como. - De novo. Mais forte - Este! - Os dois vem ao mesmo tempo por mais uma vez. Numa intensidade absurdamente maior do que a última.
Harry se entrega completamente a sensação vertiginosa, perdendo totalmente os sentidos. Mesmo com seus membros parecendo chumbo, Louis consegue mantê-lo em seu colo, o que não é uma tarefa muito fácil porque naquele momento o corpo do stripper parece também ser feito de chumbo.
Exigindo de si mais do que é capaz de aguentar atualmente, consegue seguir até a mesa, despejando Harry sobre ela com extremo cuidado e delicadeza, ele rola, ficando de lado e Louis corre os olhos por um instante, incrédulo quanto ao estrago que fizera no pescoço, nos mamilos e quadris do garoto e mais precisamente em como sua entrada se encontra judiada e expelindo toda a sua porra que o enchera. Era incrível poder ver isto já que ele havia sido privado nas outras duas vezes, mas ele não estava em condições de se manter em pé por muito mais tempo então se rendeu ao cansaço no tapete felpudo ao lado da mesa.
Sem noção de tempo ou espaço, encarando o teto sentindo o peso esmagador da exaustão, escutou algo semelhante a um miado e uma cadeira caindo quando alguém bateu com o pé acidentalmente nela.
- Aí, puta que pariu. - O cacheado fala com a voz grave, em pânico - Looooou.
- Que é? - Diz, fora de órbita, com os braços abertos e um pedaço da franja colado na testa.
- Eu acho que estou assado.
- Eu também.
Há um curto período de silêncio e então os dois desatam a rir. Parando apenas quando ficam sem ar.
- Que visão linda.
- É Vegas, baby. - Complementa, imaginando que Harry está a comentar sobre a paisagem da janela.
- Não é pra ela que eu estou olhando. - Seus olhares se cruzaram. Era pra Louis que Harry estava olhando.
E foi quase em câmera lenta a forma como uma covinha afundou na bochecha de Styles, enquanto os olhos de Louis se fechavam. Adormecendo.
- Feliz aniversário, Lou. - Foi a última coisa que o playboy ouviu.
Xx
Harry acordou em meio a um espasmo muscular, era natural por ele se encolher bem mais do que o recomendado, ele tinha essa coisa de querer ser pequeninho quando estava bem longe disso. Esfregou a bochecha com mais força no travesseiro, se deleitando com tamanha maciez.
Nada parecido com seu colchão duro em seu apartamento minúsculo. Estendeu os braços, não encontrando nada na direita ou esquerda uma vez que se encontrava no centro da cama, se esforçou para abrir os olhos, vendo Louis meio acordado e meio dormindo de boca aberta em uma poltrona que fora arrastada para o lado da cama.
- Bom dia. - A rouquidão de Harry soou pelo quarto acordando Tomlinson que piscou rapidamente, passando a mão pelo ninho de passarinho em sua cabeça.
- Oioi.
- Oioi? - Riu abraçando o travesseiro. Era uma manhã fria e o edredom só cobria da sua cintura para baixo - Louis. - Mordiscou o lábio inferior, olhando o chão - Olha, eu não sou assim, como quando nós transamos... Eu-eu não sou... Sabe, muito bom com as palavras e nem tive muitos namorados, a minha irmã roubou meu carro no verão e fui dispensado da minha grande estreia na Broadway, não sei cozinhar, tenho medo do escuro, escuto Bon Jovi quando estou triste e tenho um sério problema em achar um condicionador que se dê com o meu cabelo. Eu sei que você tem muito dinheiro e que gostou de como eu agi na nossa primeira vez, por isso ficou me oferecendo aqueles valores absurdos, mas eu não sou assim. Isso é temporário e eu não quero e nem vou me vender pra ninguém e seja como for, sei que o que você queria não condiz com a pessoa que eu sou.
Aquilo era interessante.
Uma grande virada, ele precisava admitir.
Harry era dominador e sabia bem o que fazia, mas também tinha um lado assustado e inseguro e isso fazia Louis ter a impressão de que o tornava mais humano e não apenas um deus do sexo. Talvez eles fossem ainda mais parecidos.
- E que tipo de pessoa você é?
Apertou os olhos azuis em direção ao menino.
- Eu sou uma bagunça.
Louis sorriu, se espreguiçando e pousando os pés no chão, vestindo apenas uma boxer preta, coçou a barba por fazer e ele parecia pronto para algum comercial da Calvin Klein.
- Acho que isso só me faz gostar ainda mais de você.
- Isso é tão antiético.
- Não, eu não sou seu cliente.
Harry lambeu os lábios, brincando com um de seus cachinhos.
- O que você é, então?
- Algo entre namorado e marido.
- Menos, Tomlinson, bem menos.
- Vai pensar bem diferente daqui uma semana. - Ele declarou.
- O que vai acontecer daqui uma semana? - O mais novo tentou conter o sorriso, inclinando a cabeça.
Louis bateu seus longos cílios.
- Você vai estar apaixonado por mim. - Styles revirou os olhos - É sério, sete encontros, todos custando no máximo cem dólares, dividimos a conta e nada de sexo.
- A parte de ficar sem sexo tudo bem, mas dividir a conta é um pouco demais. Onde foi parar o cavalheirismo?
- Ora, seu pequeno atrevido!
Harry gargalhou, se aconchegando na cama e remexendo os quadris.
- Estava me vigiando enquanto dormia?
- Apenas checando se você não iria fugir no meio da noite. Mas de qualquer maneira eu soltei a Saturno e teria sérios problemas se ela te comesse durante a sua escapada.
- Você é um homem esperto, daria um jeito de esconder meu corpo.
Seu celular apitou anunciando a chegada de uma nova mensagem. Na verdade haviam muitas, cheias de parabenizações pelo aniversário e outros votos de felicidade pelo Natal, alguns áudios de Liam e Zayn, mas por hora ele veria o que Niall queria lhe dizer. Ao ler a mensagem um sorriso cresceu em seu rosto, assim como um calor intenso em seu peito.
"Cara, o que tinha naqueles dados???? Eles estavam tipo abençoados!!! Ganhamos dinheiro pra porra, seja lá qual for esse seu novo amuleto da sorte é melhor cuidar bem dele!"
"Eu vou." Respondeu.
Louis deixou o celular de lado, voltando toda e exclusivamente a sua atenção para ele.
- Sim, eu daria. - Concordou, abandonando a poltrona e ficando de joelhos ao lado da cama, as pontas dos dedos tocaram a pele eriçada das costas de Harry, um pequeno suspiro foi audível - Mas eu não quero que você se machuque. - Aquilo soou mais significativo do que ele esperava e suas bochechas coraram, sem querer pensar a respeito desceu a mão para segurar a barra do edredom e cobrir Harry.
Antes que o fizesse, dedos longos envolveram seu pulso e o puxaram para cima da cama. Ele caiu entre as pernas de Harry e o olhou um tanto assustado, sem entender se ele queria mais sexo, mas nenhum palavra foi emitida pelo maior que somente o olhou, Harry era do tipo que dizia mais com os olhos do que com palavras e desta vez Louis conseguiu entender.
Descansou os braços nas laterais do corpo do cacheado e deitou a cabeça em seu peito, sentindo quando ele massageou seu couro cabeludo, mantendo suas pernas entrelaçadas, Louis se deixou ser embalado como um menininho até dormir sem o pavor de acordar sozinho.
Ele estava seguro nos braços de seu precioso amuleto.
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