LOLITA
"Durante o verão Louis viaja até Derbyshire, onde fica a casa dos Styles. Ele atua como jardineiro e cultiva uma amizade de longa data com o caçula da família. Porém, quando chega percebe que o doce e puro Harry não parece mais tão inocente..."
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A paisagem campestre era a predileta de Louis. Ele adorava ver o verde vibrante na grama e no topo das árvores frutíferas, os canteiros estavam exuberantes com cores diferentes se mesclando naquele belíssimo espetáculo florido. As flores eram a sua grande paixão e era elas que ele gostaria de estudar quando fosse para a faculdade no fim das férias de verão.
Seus planos consistiam em uma bolsa integral para Cambridge, por isso tinha se dedicado ainda mais aos estudos no último ano do colegial, sua família era muito humilde e arcar com todos os custos seria impossível. Então, desde os onze anos ele vinha com o pai até a mansão dos Styles a cada temporada, afim de aprender o ofício de jardineiro e mesmo depois que Mark conseguiu abrir o seu próprio negócio e se estabelecer em Doncaster, Louis continuava a viajar todos os anos e trabalhar durante os três meses, para sua poupança, mas dizer que ele o fazia apenas por dinheiro seria uma grande mentira.
Após seis anos consecutivos estava mais do que apegado aquelas pessoas. Anne era uma mulher extraordinária, doce e amorosa e o tratava como um filho, indiferente a enorme diferença social que os separava, ela sempre foi ótima, o mesmo podia ser dito de Desmond que embora fosse um homem muito ocupado estava presente em sua recepção em todos os anos e encontrava um tempinho em sua agenda para poder conversar com Louis, perguntar sobre a família, escola e planos futuros, foi ele quem incucou o desejo de Louis de estudar em Cambridge. Desmond o garantiu que faria uma carta de recomendação em seu nome ao reitor da universidade, o que acarretaria de forma positiva para sua aprovação. Gemma era a única filha da família, dona de uma beleza encantadora, tal como seus gestos e palavras, ela era muito tímida e surpreendeu Tomlinson no verão passado quando se confessou apaixonada por ele e lhe roubou um beijinho acanhado. Foi doloroso ter de afastá-la e dizer que, infelizmente, não podia retribuir aos sentimentos puros e verdadeiros da garota, quem sabe se não houvesse Harry.
Harry.
Este era o nome que assombrava e ao mesmo tempo adocicava os sonhos de Louis. Harry Styles sempre fora uma figura bastante peculiar e singular dentro daquela família e porque não dizer do mundo.
Quando Louis pisou na casa de campo, ainda muito jovem e ignorante, teve um sério problema para assimilar que o serzinho de cabelos cacheados e grandes olhos verdes que usava uma tiara cor de rosa e vestido rodado não era uma menina e sim um menino, um menininho muito especial que gostava de coisas bonitas e delicadas que as pessoas insistiam dizer ser exclusivas para meninas, mas Harry nunca quis saber. Ele era um garoto que se sentia muito mais bonito de saias do que de calças e não havia problema algum com isso, contanto que se restringisse as férias.
Quando a temporada acabava eles sempre retornavam para Londres, onde Desmond desempenhava um papel de grande importância como o primeiro-ministro da Inglaterra e as aparências precisavam se manter impecáveis, Harry teria de voltar para Eton e usar seu uniforme padrão, trocando as sapatilhas pelos sapatos pretos lustrosos que o faziam vagar por aí tristonho. Mas ele sabia que não podia fazer nada quanto a isso. Seu maior consolo durante os meses em "cárcere" era se corresponder com Louis por cartas, uma vez que todas as ligações eram registradas e ele não queria que pensassem errado quando vissem o quanto ele conversava com outro rapaz.
Louis adorava receber a correspondência, lendo vagarosamente cada linha no papel rosa com perfume de morango que o fazia lembrar de anéis de cachos enrolando-se em seus dedos enquanto deitavam sobre o gramado, observando o céu estrelado e confessando seus tolos segredos.
Eles eram dois meninos bobos que não tinham grandes aventuras, mas não importava o que fizessem, eles se correspondiam constantemente e essa inesperada amizade, assim como as flores na primavera, floresceu.
Louis encostou a cabeça no vidro, sentindo o sol beijar sua pele, sem conseguir conter o sorriso que surgia em seu lábios.
Tudo o que ele queria neste verão era um beijo de Harry.
E não na bochecha.
Xx
O taxista gentil o ajudou com suas pequenas malas de couro marrom. Tomlinson lhe agradeceu mais vezes que o necessário, empurrando para o senhor algumas libras que foram educadamente dispensadas. Era bom saber que ainda haviam pessoas genuinamente bondosas, que ajudavam umas às outras sem querer nada em troca.
Fechou os dedos firmemente nas alças e atravessou o caminho de pedras que levava até os grandes portões de metal escuro, o porteiro que o conhecia de longa data bagunçou seus cabelos arrepiados antes de liberar a entrada.
Assim que pousou os pés no hall de entrada teve braços finos circulando seu pescoço em um abraço apertado que foi prontamente retribuído. A Sra. Carpenter, a governanta teve a bondade de solta-lo para que a camareira, cozinheira e o mordomo também pudessem abraça-lo. Enquanto recebia beijos por todo o rosto e suas bochechas eram espremidas pelas mãos rechonchudas da cozinheira ouviu passos apressados e um grito rouco:
- Meu deus! Mamãe, mamãe, o Louis está aqui. - e então deram passagem para que Gemma corresse do topo da escada até estar nos braços de Louis, enterrando o rosto em seu pescoço. Ele a apertava com ternura, beijando os fios loiros.
- Eu senti tantas saudades, Gem.
- Eu também senti, foi um longo e triste ano sem você. - disse, quando se afastou para poder encara-lo com os olhos molhados. Tomlinson secou a única lágrima que caiu e um sorriso surgiu, acompanhado das covinhas charmosas - Estou noiva!
- Não... - antes que pudesse completar, foi interrompido por um novo abraço e desta vez o perfume caro e os cabelos negros não deixavam dúvidas de que a senhora Styles era quem o apertava com força.
- Oh, meu bem, meu querido. - suspirou, segurando seu rosto com delicadeza - Olhe só para você, como está crescido. Tão bonito. Sua mãe deve estar orgulhosa, aliás, como ela está? E seu pai? Suas irmãs? Os gêmeos devem estar enormes! Não importa quantas vezes eu diga para vir nos visitar ela nunca vem, precisarei dizer a Desmond que passemos em Doncaster antes de voltarmos para a Londres.
Louis sorriu para o cenho franzido e contrariado de Anne, segurou a mão da mulher deixando um beijinho casto no dorso e arrancando um suspiro lisonjeado de sua parte.
- É muito bom estar de volta. Sabe que são como uma segunda família para mim e sempre serei grato pelo carinho que me dão, assim como a minha mãe que me pediu que lhe entregasse suas desculpas por ainda não ter vindo visitá-los desde o nascimento dos gêmeos, mas espera que possam ir até nossa casa para conhecê-los, caso possível. - informou com respeito, se agachando para abrir a mala e retirar um pequeno álbum de fotografias que folheou para as senhoras e senhor ao seu redor - Este rapazinho aqui é Ernest, ele só tem sete meses, mas é o bebê mais inteligente que já vi e está é Doris, semana passada ela balbuciou meu nome e fiquei encantado pelo resto do dia.
Ele passava as páginas, mostrando as fotos dos bebês e todos admiravam com afeição.
- Eles são tão lindos, não vejo a hora de ter os meus. - Gemma suspirou, acariciando o rostinho de Doris em sua imagem risonha.
Isso pareceu reacender a memória de Louis.
- Disse-me que estava noiva.
- Sim, estou, não é incrível?
- Um bom rapaz de Wolverhampton, Liam Payne, começou a trabalhar com Desmond em Novembro passado e ele fazia visitas frequentes a nossa casa e em uma dessas esses dois acabaram por se encontrar e se apaixonar.
- Marcamos para agosto! - a moça completou, empolgada.
- Isso é maravilhoso. Meus parabéns, Gem. - ele sorriu, deixando um beijo na bochecha da garota que corou antes de agradecer - Senhora Styles, onde estão os meninos?
- Bem, Des, já foi se aventurar na pescaria. Reclamou que precisava conseguir alguns peixes antes que você chegasse e pescasse todos. - contou com desdém e Louis riu alto.
- Esperto da parte dele.
- E quanto ao Harry está lá fora. No balanço. - Louis não pôde evitar de notar o quão entristecida sua voz soou ao falar do filho.
Ele limpou a garganta e apertou as mãos umas nas outras, ao perguntar com cuidado:
- Ele está bem?
Anne suspirou e isso fez seu coração se apertar em agonia.
- Eu não sei dizer. Desde que completou quinze anos anda tão distante, irritadiço, provavelmente são os sinais daquela fase difícil e Desmond tem tido problemas para fazê-lo entender que não é adequado se vestir do jeito que gosta em todas as ocasiões. Infelizmente, em nossa posição há regras que precisam ser seguidas. - ele assentiu em concordância - Mas tudo vinha correndo bem, ao menos no colégio, até duas semanas atrás quando o diretor ligou pedindo que fôssemos buscá-lo por ele não estar se sentindo bem. Harry esteve acamado desde então, médico nenhum conseguiu um diagnóstico preciso do que ele tinha. Apenas hoje foi que ele conseguiu se levantar e ir tomar um pouco de ar, mas estou tão preocupada com meu pequeno bebê, se algo lhe acontecesse eu morreria.
Gemma a abraçou de lado, apoiado o queixo em seu ombro e soprando palavras de conforto.
- Posso vê-lo?
- Claro, querido. Sua companhia sempre o fez bem.
Louis deixou que o mordomo - que insistira bastante - levasse sua bagagem para o quarto que sempre ocupava em sua hospedagem na mansão e saiu pela mesma porta que entrara a pouco, a enorme estrutura colonial de extensas janelas vitorianas erguida em tijolos cobertos por tinta óleo azul claro parecia pequena diante da vastidão que era o bosque, apelidado carinhosamente de jardim.
Na infância, ele e Harry corriam por todo aquele extenso campo, apostavam corridas - que eram sempre facilmente vencidas por Harry - andavam de bicicleta e brincavam de pega-pega ou esconde-esconde. Mesmo quando Louis precisava trabalhar o cacheado estava a espreita roubando uma florzinha para prender nos cabelos até que seus pequenos furtos fossem capazes de produzir um arranjo inteiro que ele gostava de pressionar contra o peito, fingindo ser o seu buquê de noiva.
Eram tempos felizes em que Louis acreditava poder ser o noivo algum dia, mas então ele cresceu e viu que não é tão simples assim.
- Uma moeda por seus pensamentos. - falou ao parar diante do balanço imóvel, onde o corpo ainda miúdo de Harry repousava, sua franja caia pelos olhos aguados e cintilantes. Produzindo um verde quase transparente. Alguns cachos se enrolavam na bochecha, escapando do chapeuzinho vermelho que usava no topo da cabeça, combinando com o conjuntinho vermelho que vestia, consistindo em uma blusa de alça e shorts curtos o bastante para expôr toda suas coxas grossas e pálidas, que se apertavam uma na outra quando ele ficava nervoso, como agora. Os sapatos pretos com meias brancas judiavam da terra abaixo deles em chutes duros.
- Você não é merecedor deles. - respondeu com a voz ríspida, sem lhe dirigir o olhar.
- Hazz, o que houve? - Louis perguntou, se aproximando.
Os dedos esguios envolveram as correntes polidas do balanço, apertando até os nós ficarem brancos.
- Pensei que fossemos amigos.
- E somos. Melhores amigos.
- Melhores amigos não mentem uns para os outros. - devolveu com um muxuxo irritado.
- Quando eu menti para você?
Um silêncio incômodo pairou no ar, quando Louis se viu na mais completa confusão querendo mais do que tudo entender o que estava havendo e agoniado por ainda não ter podido ver aquele rosto angelical por inteiro.
E como se lendo seus pensamentos, Styles ergueu o queixo e seus olhos caíram de imediato nos lábios trêmulos do garoto e nas bochechas vermelhas.
- Você está noivo!
Essa não.
- Quem te disse isso?
- É verdade, não é?
- Harry...
- Responda a minha pergunta.
- Bem, sim, mas é uma união arranjada, nossos pais são próximos. - tentou se explicar inutilmente.
- União arranjada? Estamos em 1985, não existe mais essa coisa de pais forjando casamentos para os filhos. - Harry disse enraivecido, saltando de seu balanço para ficar de frente para Tomlinson. O cacheado era uma cabeça mais baixo que ele e apesar de estar um ano mais velho do que a última vez em que o vira ele permanecia com os traços infantis e naquelas roupas, aos olhos de Louis e provavelmente qualquer um que o visse, parecia uma bonequinha fora da caixa. Uma bonequinha bem furiosa, diga-se de passagem, ao que deu um soco no ombro do mais velho que cambaleou em choque.
- Harry, não me bata! - Louis ordenou, com um tom bem mais duro do que pretendia e assistiu o garoto se encolher - Amor, desculpe...
- Além de mentir, você também vai gritar comigo. - murmurou choroso, escondendo o rosto com as mãos.
- Bebê. - chamou, tocando superficialmente os ombros que tremiam a cada novo soluço.
- Não me toque. Você me traiu e magoou o meu coração, não podemos mais ser amigos.
- Harry, eu sinto muito, não está nada decidido, Eleanor e eu nem conversamos ainda.
- Não fale o nome dela perto de mim. - chorou ainda mais forte, recuando dos toques de Tomlinson - Você disse que era meu! - de repente flashes de épocas passadas, onde eles montavam cabanas com os lençóis e edredons no quarto de Harry, em meio a cochichos e pedaços de bolo roubados da cozinha algo como dedos mindinhos e entrelaçados e sussurros de eu sou seu vieram a sua mente, mas quando voltou a realidade tudo o que podia ver era um pontinho vermelho em meio ao campo aberto.
Xx
Durante toda a sua primeira semana na casa nenhuma palavra fora trocada entre ele e Harry, que insistia veemente em ignorar os seus bom dia e pedidos de desculpa. Ele nem ao menos sorria quando Louis elogiava suas roupas a cada nova troca.
Estar no mesmo lugar que Harry e não poder falar com ele vinha sendo uma dolorosa tortura para Louis, que em seus dias em Doncaster tudo o que fazia era rabiscar o rosto do garoto nas páginas soltas de seus cadernos e contar sobre ele para as irmãs mais novas que nunca tinham ido até a casa dos Styles, mesmo que não faltassem convites para tal. Johanna era completamente apaixonada pela personalidade amável de Anne e toda a sua família que sempre esteve de braços abertos para eles, mas ela tinha receio de uma aproximação, uma vez que os Styles não eram apenas ricos, como a família mais rica e influente, ficando abaixo apenas da realeza. Já os Tomlinson, bem, eles estavam abaixo de praticamente todo mundo. Louis era um bom garoto, muito bonito e esperto, mas não havia como negar que em suas veias corria o sangue da classe operária e uma amizade tão forte como a dele com Harry não era apenas estranha, como inadequada.
Até hoje ela comentava sobre a vez em que Louis acidentalmente cortou Harry com sua tesoura de jardineiro e ele precisou de cinco pontos. Jay tinha certeza de que Louis seria levado para o reformatório naquele dia, mas o pior foi quando Harry surgiu de surpresa, com seus doze, treze anos totalmente fora de época e fugido do colégio quando soube que Louis estava com catapora. Depois de uma tarde com os dois agarrados na cama o resultado era mais do que previsível, Harry pegou catapora e com a sua saúde frágil ficou em um estado quase débil.
Ninguém os culpou por isso, mas o temor de uma família poderosa como aquele se virando contra eles era constante e por isso Jay sempre o alertava para não se esquecer de seu lugar, Harry era seu amigo, mas acima de tudo, seu patrão.
Seu patrão.
Esse era o tipo de coisa difícil de se lembrar depois de ter o ajudado a usar a máquina de lavar quando ele acabava molhando a cama no meio da noite e não queria que ninguém soubesse, porque era um garoto crescido ou ter feito um desenho para ele que explicava como se masturbar para não precisar resmungar a cada vinte minutos que seu pipi estava doendo. Mas no fim, sua mãe tinha razão, Harry era seu patrão.
Ele iria crescer, fazer amigos de sua classe e esquecer que um dia houve um Louis Tomlinson em sua vida.
O sol estava escaldante naquela tarde, a Sra. Carpenter havia trazido um copo de refresco gelado para ele e Anne disse e repetiu que ele esperasse o sol diminuir, mas havia muito trabalho a ser feito e ele não queria abusar das regalias. Precisava lembrar do seu lugar naquela casa, ele era o único funcionário que recebia beijos de bom dia e mimos dos patrões, não podia se deixar levar por esse apreço temporário. Continuou a empurrar o cortador de grama, a cada meia hora recolhendo o excesso que caia pelo caminho e juntando tudo para limpar no final, puxou um lenço do bolso traseiro e secou o suor em sua testa.
Gemma e algumas amigas que viriam a ser suas damas de honra tomavam chá em uma mesa com guarda-sol a metros de distância dele, elas levaram longos minutos apreciando a beleza do rapaz de pele bronzeada e expressivos olhos azuis até se atentarem ao que a amiga dizia. Gemma as entendia bem, por alguns anos ela também foi completamente obcecada por ele, mas por fim havia encontrado um amor para si. Louis deveria estar reservado para alguém mais merecedor que ela, era o que costumava pensar.
E coincidentemente havia uma pessoa entre elas que se considerava este alguém merecedor de Tomlinson. Harry dispensou o chá e se empolgou com os doces trazidos em uma bandeja de prata, ele fez questão de ignorar todos os elogios voltados ao jardineiro e se levantou, ficou andando ao redor da mesa, arrastando os pés. Entediado. Até que Louis estivesse perto o bastante para vê-los com clareza e um plano malicioso brotou em sua atrevida cabecinha cacheada.
Encostou a lateral do corpo no tronco de uma árvore e empinou o quadril, sabendo que com este movimento sua saia branca de seda subiria ainda mais e sua bunda ficaria exposta. Olhou de canto de olho para as moças que agora tinham toda a atenção voltada para Gemma, então olhou por cima do ombro e assistiu em câmera lenta, Louis afastando os fios de cabelo que grudavam em sua testa e as orbes azuis o encontrando e se atentando ao ato sujo de seus dedos ajeitando sua pequena calcinha e a enterrando ainda mais em suas nádegas. Sem pudor, acariciou o pirulito em formato circular com a língua, o afundando vagarosamente em sua boca e depois o puxando para fora, apenas para esfrega-lo em seus lábios, deixando-os vermelhos e doces.
Lambeu os lábios, recolhendo os resquícios do doce, sentindo a satisfação transbordar em seu peito ao ver Louis completamente sem reação, apoiado no cortador que continuava chacoalhando. O melhor era o volume na parte da frente de sua calça, aquilo era por ele. Era por Harry.
Com o ego inflado, voltou a chupar seu pirulito e ajeitou a saia para cobrir-se novamente.
Esta não foi a única vez que Harry se comportou de forma abusada e imoral, na opinião de Louis. Que vinha tendo sérias dores de cabeça, em ambas, desde que Styles descobrira o poder que seu joguinho sujo surtia no mais velho.
Ele voltou a perturbar Louis quando este podava as rosas no canteiro próximo a quadra de tênis. Liam, o noivo de Gemma, havia chegado há dois dias e os dois não se desgrudavam desde então, eles se distraiam jogando uma partida de tênis, juntamente com os pais dela. Harry não era um grande fã disso e fazia questão de dizer que ping e pong era muito melhor, antes de exibir seu troféu. Louis também tinha um, afinal ele ganhou o primeiro campeonato criado pela família e Harry foi o seu pupilo.
Enquanto os outros enfrentavam uma dura partida, Louis também estava lidando com um problema duro, ao seu modo, quando o menino resolveu pular corda bem ao seu lado, sua saia azul levantava conforme seus saltos e era evidente que aquilo era proposital, Harry não fazia nada desse tipo. Ele era bastante cuidadoso, mas nesta semana - em especial - ele estava adorando se exibir como um banquete saboroso e tentador para Louis que por mais inocente e respeitoso que fosse não podia evitar de encarar a forma como seu membro ficava espremido dentro da calcinha de lacinhos ou seu traseiro perfeitamente redondo e empinado sendo praticamente esfregado na sua cara. A pior parte é que Harry agia como se não fizesse nada.
Até que ele começou a passar dos limites. Primeiro na mesa de jantar, quando Louis aceitou o pedido de Desmond de que ele se sentasse junto com a família e ao ter uma conversa bastante agradável com Liam sobre política sentiu algo macio o esfregando entre as pernas, tateou até apanhar o pé coberto por uma grossa meia que se empurrava com força em seu membro, o estimulando descaradamente. Tomlinson não foi capaz de contê-lo, tampouco o gemido choroso que escapou de seus lábios em um dado momento.
Ele não voltou a se sentar na mesa e nem mesmo assim Harry voltou a se comportar.
Na noite em que o mordomo dormiu mais cedo por conta de uma enxaqueca, se dispôs a ajudar a empregada a servir a sobremesa e quando deixou o prato de petit gateau em frente a Harry, o mesmo afastou o guardanapo para que Louis visse seu membro avermelhado descoberto, um líquido branco manchando suas coxas e os dedos úmidos. Ele sabia o que era aquilo e mesmo assim sua respiração falhou ao ver o mais novo chupar cada um dos dedos, sem desviar o olhar.
Além destas haviam às vezes em que eles se trombavam pelos corredores com Harry apalpando Louis em lugares indevidos e sussurrando pedidos de desculpas como se fossem gemidos. Ele se encontrava em uma situação difícil e pela primeira vez sua estadia na casa de campo não parecia um conto de fadas, estava mais para outro tipo de conto.
Sentia falta de seu melhor amigo, de poder conversar com ele, de abraça-lo e admirar seu sorriso. Desde que chegara não havia visto um sorriso no rosto do cacheado e isso o estava matando aos poucos.
Enxaguou a boca uma última vez, guardando a escova de dentes no armarinho acima da pia e encarou seu reflexo. Aproximou bem o rosto do espelho, aproveitando a luz para averiguar se havia algum sinal de barba em seu rosto. Nada, pra variar. Em dezembro Louis completaria dezoito anos e não tinha nenhum aspecto mais marcante ou masculino, os garotos na sua idade costumavam ostentar bigodes e cavanhaques de dar inveja, corpos bem desenvolvidos e cheios de músculos, vozes grossas e alturas invejáveis, mas Louis precisava ser a exceção. Ele era o Peter Pan. Ótimo.
Quem se interessa pelo Peter Pan?
Se ele ao menos pudesse voar, nem isso. Precisava se contentar com aqueles pezinhos de duende que ele tinha. Seus pais vinham fazendo o maior fuzuê sobre o noivado com Eleanor, não era nada oficial, ela é mais velha e está fazendo faculdade na Argentina, eles não se viam desde o ano novo retrasado e eram dois opostos que não se atraiam.
Louis nunca teve interesse romântico por ninguém e por isso suas experiências eram inexistentes. O único beijo que tivera foi com Gemma e era melhor que não contasse já que foi singelo, apressado e assustado. Nada parecido com o beijo que ela e Liam tinham dado no jardim quando pensaram que ninguém via, mas tudo o que acontecia no jardim estava as vistas de Tomlinson que olhou mais do que devia e pode ou não ter treinado com seu travesseiro, imaginando os lábios de Styles no lugar da fronha com gosto de amaciante.
Ele se arrastou para a cama em seu pijama de flanela xadrez e deitou sobre os lençóis, batucando os dedos no estômago esperando o sono chegar, porém, escutou o som da porta raspando contra o assoalho e passinhos até um batida na cabeceira que fez seus olhos se arregalarem pelo susto.
- Desculpe. - Harry sussurrou, apertando o grande ursinho felpudo com roupa de marinheiro contra seu peito, ele cobria quase todo seu tronco e rosto e Louis só podia ver os olhinhos inchados e os cabelos revoltos.
- Está tudo bem. - Louis respondeu, sentando-se na cama e esfregando os olhos - O que faz aqui? Se sente mal?
Ele balançou a cabeça e os cachos balançaram de forma adorável.
- Ainda está de mal de mim?
Assentiu.
- Eu te amo. Não me odeie.
- Não odeio.
- Mas não me ama mais. - Tomlinson choramingou, abaixando a cabeça e sentiu quando o colchão afundou e um peso extra caiu sobre ele com um urso gigante sendo espremido contra seu rosto e Louis caiu de volta na cama.
- Não seja, bobo. Eu te amo, te amo um montão assim. - tornou a empurrar o urso contra o rosto do outro que gargalhou abafado por conta da pelúcia e o jogou para fora de seu caminho, podendo olhar para Harry que saltitava em seu colo rindo da sua expressão irritada - Não faça biquinho, você já é um homem crescido.
- Não, eu sou um bebê. - Louis retrucou, aumentando o bico nos lábios finos - Vê? Eu nem tenho barba. - pegou umas das mãos do garoto para esfrega-la pelo maxilar liso.
Harry deixou que ele o conduzisse, se odiando por ter os hormônios a flor da pele, apenas com aquilo, mas não é como se ele pudesse evitar. A vida inteira Louis havia sido o seu melhor amigo, o mais especial de todos, contudo, nesse último ano tudo mudou, ele tinha descoberto coisas novas e todas elas ele queria que fossem feitas com Louis. Porque ele o amava mais do que os outros e era tão injusto que alguém que não tinha nada a ver com eles entrasse no meio para roubar o seu Lou, eles se pertenciam desde a primeira vez que se viram quando Louis perguntou se poderia usar uma tiara também. Ele nunca tentou mudar Harry, mas o acolheu exatamente do jeitinho que era e por mais diferente que fosse o amou e o tratou como se fosse a criatura mais preciosa da terra, para ele não importava se eram jovens demais, nem as diferenças sociais ou se estava agindo como uma vagabunda. Nada disso importava, ele só queria que Louis pensasse nele a todo tempo, como ele fazia.
Seus dedos tocaram com cuidado a pele suave da mandíbula de Louis, rolando até seus lábios que beijaram com suavidade seus dígitos. Louis sempre foi carinhoso, ele era como um pequeno anjo que trazia paz para a vida de Harry.
- De bem? - Tomlinson estendeu o mindinho para Harry, piscando seus longos cílios, esperançoso. O cacheado enganchou o seu ao dele e deu um beijinho nos dedos entrelaçados.
- De bem. Agora me conte como foi seu ano. Recebeu meu presente de aniversário?
- Sim e precisei ouvir um longo sermão da minha mãe sobre o quão errado é aceitar carros das pessoas. Ela me disse para devolver.
- Mas isso não se faz, foi dado de coração. - Harry fez bico.
- Não se dá uma Lamborghini de coração, Hazza.
- Eu dei. - ele disse, mordendo o lábio inferior e se movendo de maneira quase imperceptível sobre o quadril de Louis que se entretinha esfregando o dorso macio de Harry por sua bochecha - E o colégio?
- Vai bem. Está tudo igual, como eu disse nas cartas, aliás, quem lhe contou sobre a Eleanor?
Harry suspirou audivelmente ao ouvir o nome.
- Charlotte me mandou uma carta.
- Aquela intrometida! - bufou.
- Não fale assim dela, se não fosse por ela eu jamais saberia. Talvez quando recebesse o convite.
- Harry...
- Você vai se casar com ela, Lou? - enfim perguntou aquilo que tanto o amedrontava. Observou a mandíbula de Louis se apertar e os olhos desviando dos seus. Mau sinal.
Ninguém disse nada por um período longo demais.
- Como tem sido em Eton? - foi Louis quem desconversou e Styles precisou engolir o bolo na garganta antes de dizer:
- Ótimo! Foi um ano bastante produtivo.
- Mesmo? - ele continuava a olhar para qualquer lado, menos para Harry.
- Sim, meu novo colega de quarto é um formando e ele me ensinou algumas coisas...
Foi um milagre que o pescoço de Tomlinson não tivesse dado mau jeito diante da velocidade com que o virou para que pudesse fitar Harry. As grandes orbes azuis revelavam todo o pânico que corroía seu espírito naquele momento.
- Ensinou?
Balançou a cabeça, em concordância.
- Ele te tocou?
Tornou a assentir.
- Onde? - a voz de Louis não passava de um miado assustado.
Harry deu de ombros.
- Me mostre. - pediu e o mais novo tomou suas mãos, as passando primeiro pelos lábios rechonchudos e Louis mordeu os seus próprios, primeiro pela maciez daquela região, segundo, porque alguém os tinha tocado. Harry traçou o caminho com as mãos de Tomlinson por seu tronco, parando em cima de seu membro coberto pelo pijama lilás de bolinhas e por fim as arrastando até as nádegas.
- Aqui também?
- Sim.
- Como ele fez?
- Com a língua. - murmurou, puxando os dedos de Louis até a repartição das nádegas e os esfregando em sua entrada que se contraiu - Ele me beijou bem aqui.
- E f-foi bom? - Louis estava nervoso, afinal, que diabos era essa conversa?
Harry era uma criança não podia estar fazendo esse tipo de coisa. Ainda mais com um formando.
- Foi legal. - sorriu de lado, empinando a bunda de encontro as mãos de Louis que continuavam paradas e desabotoou a camisa dele, para apoiar as palmas no abdômen com poucos músculos definidos, mas por aquela pele dourado só nutria devoção - Eu não parei de pensar em você! - Harry empurrou os quadris contra os de Louis, esmagando seu membro, que já se encontrava duro, com suas nádegas e gemeu baixinho ao sentir os dedos se apertando em sua carne. Com o tecido fino era quase como se o contato viesse diretamente na pele.
Em breve nada os separaria.
Então começou a rebolar no seu colo, beliscando seu estômago e maltratando os lábios com os dentes para não extravasar com os gemidos.
Louis havia levado o punho de encontro a boca para não gritar e ele ficava tão lindo com os olhos apertados e os cabelos caramelizados despojados pelo travesseiro. Harry os agarrou, puxando sua cabeça para trás e expondo o pescoço alheio por inteiro, seus lábios encontraram um novo afazer ao começar a marcar toda a pele de Louis, que passou a gemer contra os cabelos do mais novo, infiltrando suas mãos nas calças do pijama de Harry e acariciando a pele fofa e sedosa de suas nádegas, escorregando até o meio delas e sentindo algo como um pequeno pontinho na ponta de seu dedo que ao ser pressionado fez o garoto em seus braços tremer.
Então era ali.
O circundou com o dedo, esfregando a região e a sentindo mover-se, piscar.
- Aqui. - Harry chamou, puxando sua mão e chupando aquele mesmo dedo que o provocava a pouco, o embebendo em sua saliva e Louis pode sentir sua cueca mais molhada a cada vez que a língua do cacheado deslizava por seu dedo. Ele afastou a boca apenas quando o indicador se encontrava gotejando e o direcionou para sua entrada novamente - Coloque-o dentro de mim.
- Não, vai doer.
- Não vai. Eu quero isso, estou duro. - mordeu o queixo de Tomlinson, oferecendo sua bunda para os dedos alheios com um novo empinar e esfregou seu membro no latente de Louis - Faça.
Sem esperar por um novo pedido ele afundou o dedo naquele espaço quente e apertado até alcançar a primeira junta, quase se arrependendo pela ardência. O corpo sobre o seu estava a ponto de se desfazer e tudo o que sentia além de seu dedo sendo esmagado era a respiração descompensada em sua orelha.
- Isso é tão errado.
- Eu te amo. - o menino gemeu com a voz quebrada, se levantando e por conta própria enterrando o dedo de Louis em si.
- Oh, meu...
Harry abaixou a cabeça e fechou os olhos, se movendo para frente e para trás. Louis podia sentir seus testículos sendo massageados pelos de Styles, assim como suas paredes úmidas que abraçavam seu dedo.
Ele se movia de uma forma tão suja, habilidosa e erótica. Era tudo lento e calculado, cuidadoso ao extremo, pois nenhum deles queria os pais de Harry entrando naquele quarto e flagrando Louis com o dedo enterrado no filho deles de quinze anos.
Quinze anos.
Não era uma diferença assustadora, mas era uma diferença. Louis poderia ir para a cadeia, o pai de Harry poderia mata-lo, sua família o desprezaria. Tantas coisas ruins poderiam resultar daquele momento de luxúria.
Ele não podia fazer isso.
Foi quando trouxe sua mão para agarrar a cintura do menino e o tirar de seu colo. Harry guinchou horrorizado, ele estava tão perto e era a primeira vez que tinha algo entrando nele de forma mais profunda e sair daquela forma brusca foi no mínimo doloroso. Ele caiu perplexo, ao lado de Louis, que ficou com o rosto vermelho voltado para o teto antes de lhe dar as costas, naturalmente estava furioso pelo que ele fez, mas sua fúria se esvaiu no momento em que percebeu que Louis apertava seu ursinho. A bochecha pressionada na orelha com a fita azul, ele era só um menino assustado.
Harry sorriu derrotado para a cena e após puxar suas calças, se encaixou as costas de Louis, apoiando o rosto na curva do pescoço e abraçando seu peito, adormecendo devagar.
- Harry, seu pênis está cutucando minha bunda. - Louis informou, incomodado.
- E daí?
- Pode colocar um travesseiro entre nós?
- Não!
E eles dormiram assim mesmo.
Xx
Durante uma quarta feira em meados de julho Gemma precisou ir até o ateliê que ficava no centro da cidade, as madrinhas foram em outro carro e Louis ficou responsável por levá-la até lá. Tudo correu bem e ele as deixou se aventurarem por todos aqueles vestidos dos mais variados tipos enquanto lia um romance de Tolstoi até que se surpreendeu ao levantar os olhos e não encontrar ninguém. Silêncio absoluto, isso o assustou, uma vez que as garotas davam gritinhos por tudo.
Partiu a procura delas e logo no segundo andar da loja encontrou Gemma em seu vestido de noiva em frente ao espelho, um véu longo com as laterais rendadas cobria seu rosto, a calda arrastava no chão, era um tomara que caia que deixava seus ombros desnudos e as mãos cobertas por luvas de cetim que alcançavam os antebraços, o corselete dava uma forma mais definida ao corpo e Louis deu um leve franzir de lábios em direção ao busto da garota, Gemma tinha bem mais peito do que o que via ali, até as mãos enluvadas levantarem o véu e no lugar dos fios lisos e louros avistou mechas encaracoladas em cor de avelã e um sorriso doce em lábios vermelhos artificiais.
- Venha beijar a noiva. - falou com a voz rouca, carregada em malícia ao se virar para ele e droga, aquele garoto era uma linda noiva.
- O que faz aqui? Seu pai disse que passariam o dia juntos. - inconscientemente Louis havia começado a andar para trás, mas isso não passara desapercebido por Harry que sorria ao avançar. Encurralando o rapaz quando este bateu com as costas na parede.
- Mudança de planos. Senti saudades, bebê. O que acha do meu vestido novo? - Harry girou, segurando a saia volumosa. Uma verdadeira dama e Louis suspirou.
- É lindo. Você é perfeito. - disse apaixonado.
- E o meu batom novo? - provocou, chegando perto o bastante para sua respiração se chocar com a dele.
- Também é muito bonito.
Seus olhos quase saltaram quando o cacheado se aproximou ainda mais e chupou seu lábio inferior, os olhos verdes ardendo em algo que Louis não soube discenir até que ele próprio estivesse revirando os olhos com seu membro tendo a mão de Styles descendo e subindo nele.
Ofegou baixo e encostou a cabeça na parede. Passou o braço ao redor da cintura de Harry e colou seus peitorais, sorvendo o cheiro doce dos cachos que serviram de abrigo para os gemidos engasgados.
- No colégio haviam garotos loucos para me beijar, mas... Mas eu nunca deixei. Sabe porquê?
Louis engoliu um grito ao que o polegar de Harry apertou a fenda da glande.
- Não.
Ele puxou o lábio em um sorriso ladino e uma covinha se formou em sua bochecha.
- Porque a minha boca tem dono. Assim como todo o meu corpo.
Louis piscou a nuvem de prazer que ofuscava sua mente e segurou as duas mãos de Harry e invertendo suas posições, até que fosse ele o encurralado.
- Dono?
- Sim. - cochichou com os lábios raspando nos de Louis, que fechou os olhos devagar, sentindo como se uma corrente magnética puxasse seu corpo de encontro ao cacheado. Espalmou as mãos na parede e sentiu as de Harry agarrando as costas de sua camisa quando seus lábios deslizaram juntos pela primeira vez, tomando o curso desejado assim que Harry separou os lábios e a língua de Louis se uniu a sua em um enlace lento e almejado que fizera ambos tremerem em excitação.
Desde a puberdade tudo o que Louis fazia era fantasiar com isso. Ele não se orgulhava dos pensamentos devassos, mas ele era humano e resistir estava fora de cogitação quando a pessoa que você tenta evitar é um tremendo trapaceiro que não joga conforme as regras. Harry burlou todas as defesas de Louis ao ser provocante ao extremo ao mesmo tempo em que era doce e suave. Um bebê e uma vadia, combinação perigosa.
Seu beijo tinha o sabor do pecado e Louis se via viciado, não dando tempo para que ele respirasse, sua necessidade naquele beijo era maior do que coisas fúteis como está. Ele pressionava o corpo de Harry contra a parede com força o bastante para ouvir seus choramingos manhosos, sem se importar.
Chupava sua língua e mordia seus lábios sem mensurar força, apenas fazia, porque a besta dominou o homem e ele queria e iria devorar Harry ali mesmo se não fosse pela voz de Gemma. Os dois se separaram às pressas e apesar da visão embassada conseguiu ver o momento em que Harry limpou o sangue que escorria de seu lábio inferior e manchava o queixo.
Depois de Harry explicar o motivo de estar ali e bem, não era necessário uma explicação para o vestido. Ele gostava dessas coisas de qualquer maneira, ninguém questionava. Gemma dispensou Louis por estar indo jantar com as amigas em um restaurante local e depois iria a uma festa, seus serviços não seriam necessários e Harry iria embora com ele.
Tudo correu normalmente, com Harry sentado no banco de trás, usando cinto de segurança e as mãos unidas no colo. Uma criança modelo.
Louis respirou profundamente, olhando no retrovisor e encontrando um par de olhos travessos.
No meio do caminho ele começou a ficar inquieto, Harry chutava o banco do motorista e ele já estava furioso, ainda mais com seu cantarolar irritante sobre uma tal de Lolita.
- Quer parar com isso? - Louis explodiu quando um chute mais forte o fez tombar para a frente. A sorte era que as estradas de Derbyshire eram desertas ao ponto de serem o único veículo em movimento. Estacionou no meio fio.
- Não.
- Harold!
- Lewis!
- Pode fazer o favor de se comportar?
- Vai a merda, você não manda em mim. - Harry replicou por pura birra, ele queira Louis bravo. Batendo e gritando com ele, o queria selvagem ao ponto de lhe arrancar sangue sem se preocupar.
- Pare de ser um garoto mimado. - rosnou contrariado, virando o rosto para o banco traseiro apenas para receber um tapa na cara e ver o menino saltando do carro.
Harry o bateu... Na cara?
Tomlinson nunca apanhou, nem mesmo dos pais.
Harry teve a ousadia de bater nele, por nada.
Louis cerrou os punhos e em menos de um segundo estava saindo do carro como uma bala, suas pernas velozes o levaram direto para Harry que gargalhava enquanto batia seus sapatinhos brancos pela grama alta do parque que adentraram, sua jardineira jeans se agarrava as suas coxas e a blusinha amarela de mangas bufantes tinha pequenos guizos que soavam uma musiquinha agradável aos ouvidos conforme o vento soprava e uma única presilha de borboleta afastando a franja dos olhos.
Era estranho imaginar que ele só podia ser assim naquela época do ano.
Então Louis o pegou, agarrou sua cintura e o derrubou no chão, caindo sobre Harry que de início ria. Até Louis rasgar, literalmente, sua camisa e torcer seus mamilos entre os dedos, o fazendo gritar de um jeito nada prazeroso.
Essa era a modalidade de ataque de Tomlinson desde que eram crianças, ele sabia bem da sensibilidade de Harry com seus mamilos e quando lhe convinha sempre o atacava onde sabia que iria machucar, isso depois de descobrirem que ficar chutando um ao outro entre as pernas só traria problemas, para ambos.
O rosto de Styles ficou em um vermelho vivo, assim como os bicos inchados e doloridos em seu tórax e lágrimas rolaram por suas bochechas. Suas mãos estavam caídas ao lado de seu corpo e arfou trêmulo quando Louis se inclinou chupando um deles com cuidado. Harry agarrou a grama e abriu a boca para que um gemido alto saísse, com o sol do fim de tarde iluminando sua pele de porcelana.
Eles acabaram por se levantar e sendo as crianças que ainda eram, revezaram para brincar no escorregador, depois para empurrar no balanço. Até que quando a lua estivesse brilhando, Louis tomasse impulso preguiçosamente tendo Harry com as pernas abraçadas ao seu quadril, sentado em seu colo com os braços ao redor de seu pescoço beijando-o por duas horas ininterruptas.
O batom já havia se desfeito e a boca de Harry tinha gosto de Louis e vice-versa.
Os grilos estavam cantando quando retornaram para o carro, Louis o deixou se sentar no banco do passageiro e quando começou a dirigir precisou ser o mais concentrado possível porque aquele menino travesso tinha que ficar de joelhos no banco e deslizar a boca escarlate por seu pau, apertando os lábios na glande e esfregando a língua tortuosamente lento. As unhas de Louis cavavam o volante e mesmo com o vidro totalmente aberto ele suava ao ponto de sua pele brilhar, o rádio ligado impedia que seus gemidos ecoassem e quando não pode mais segurar se desfez na garganta de Harry.
- Da próxima vez que gozar vai ser dentro de mim. - foi tudo o que disse pelo resto da noite com a voz destruída.
Xx
Por exatos um mês, Harry provocou. Ele sentava no colo de Louis apenas para rebolar, ficava pulando corda no jardim para expôr suas calcinhas minúsculas para o outro e o beijava longamente, gemendo baixinho enquanto um masturbava o outro e seu romance secreto seguia bem, contudo, ao final daquele mês Louis estaria voltando para Doncaster e Harry para Eton.
Louis ficou deprimido com a ideia de não acordar mais com Harry adormecido em seu peito.
Então ele fez o que achava certo e se afastou, o máximo que pôde, porém naquela manhã, horas antes do casamento de Gemma ouviu uma música, uma música familiar que sabia conhecer de algum lugar. Ao empurrar a porta do quarto de Harry, movido por pura curiosidade, reconheceu as The Ronettes, que já não importavam mais quando fixou os olhos na forma como os quadris do garoto se moviam por baixo do robe curto, ele não apenas dançava, como usava a escova de cabelo como microfone, performando em pé, em cima da cama e era tão fofo e natural.
Louis se viu encantado. Trancando a porta, antes de se colocar em pé em frente a cama, ficando no campo de visão Harry quando ele se virou e não hesitou em continuar seu showzinho, cantando como se fosse para Louis. Uma serenata improvisada. Seus cabelos estavam úmidos e seu perfume tomava todo o quarto.
Ele soube que o queria de verdade naquele momento e o teria.
- Eu te amo. - Louis confessou.
Styles umideceu os lábios e desfez o nó do robe que caiu por seus ombros. Os olhos azuis se estreitaram, analisando o sutiã de renda cobrindo os mamilos de Harry, combinando perfeitamente com sua calcinha de babados, que só deixavam aquele pequeno corpo, repleto de curvas tímidas, mas deliciosas ainda mais belo. Tomlinson caiu de joelhos no colchão, encostando a testa em seu estômago, sentindo as mãos delicadas alisando seus cabelos e ele fez o que mais ansiava naquele momento.
Abaixou a calcinha com cuidado, até seus tornozelos e serpenteou os lábios pelos quadris do garoto, beijando sua virilha com avidez, sugando a pele pelo prazer de marca-lo onde apenas ele podia ver. Até envelopar o membro de Harry com o punho e deslizar por ele, massageando, ergueu o rosto a espera de aprovação e o encontrou com os olhos cerrados e as bochechas adquirindo aquele tom de vermelho adorável que só ele tinha.
Então o levou até a boca, chupando apenas a cabeça de início, antes de se aventurar a ir mais fundo. Era a sua primeira vez e inseguro era um eufemismo para o estado que se encontrava, mas aquilo parecia tão leve e delicado que ele sabia que o que importava era estar ali, com quem ele amava de verdade. Desde sempre.
O chupou por inteiro, sentindo o gosto salgado no palato quando o pré-gozo de Harry começou a vazar em sua língua e os gemidos foram se elevando assim como suas pernas bambearem e ele caiu de joelhos, de frente para Louis, os olhos turvos ao que puxava seu sutiã e beliscava os mamilos intumescidos diante de seus olhos, alguma música começara no toca-discos e tudo o que eles pensavam era em se beijar, provar dos lábios um do outro.
Lento. Excitante. Eterno.
- Eu quero te beijar. - Tomlinson geme, deixando que os lábios de Harry o marquem ainda mais em seu pescoço.
Ele parou para oferecer sua boca e Louis segurou seu queixo.
- Você sabe onde.
Um brilho de excitação tomou seu olhos e ele concordou afoito, se virando para colocar-se de quatro.
- Deus, você é tão bonito, Harry. Tão... - ele não se preocupou mais em usar palavras e sem pensar mais, agarrou as bochechas das suas nádegas que enchiam seus dedos, para ter acesso a sua entrada, arrastando a língua por ela, umidecendo-a até que Styles tremelicasse com a sensação da saliva deslizando pelo períneo.
Louis grunhiu, sentindo seu membro latejar dentro da calça. Estava divido entre se livrar de suas roupas ou continuar beijando aquela pequena entrada em um tom avermelhado devido aos seus lábios agressivos, gostaria de imaginar como ela ficaria depois de receber seu membro.
Isso realmente iria acontecer.
Se resolvendo, arrancou suas vestes o mais rápido que pôde, ouvindo um Harry resmungão se balançando em espectativa. Voltou a circundar o pequeno anel de músculos com a língua, pressionando vez ou outra o centro e a sentindo se abrir para ele até que pudesse afunda-la naquele espaço caloroso e macio, a moveu de forma circular e Harry gemeu realmente alto.
- Lou, por favor... - implorou.
O ignorou, continuando a lambe-lo internamente, se deleitando com os gemidos roucos de Harry até que ele se revelou o ousado de sempre, e pulou em Louis, sentando em seu rosto ao mesmo tempo que afundava o membro de Tomlinson em sua boca molhada. Louis não conhecia essa posição, mas ficou extremamente grato por ter seu pênis recebendo atenção enquanto podia acariciar a entrada rubra do cacheado e provocar com um primeiro dedo entrando nele, pôde assistir de perto aquele pequeno anel se alargando para dar passagem ao seu dedo e ele não se demorou a levar um segundo e por fim, um terceiro que entrara com um pouco mais de dificuldade. Era difícil se mover lá dentro, uma vez que estavam dolorosamente espremidos, mesmo assim os puxou para trás e tornou a afunda-los, a cada vez sentindo-a mais aberta e flexível.
Harry havia largado seu membro há um bom tempo e ronronava contra suas bolas, a vibração o deixando louco. O segurou pelas ancas e o empurrou contra a cama, deixando Harry de bruços com o rosto enterrado no travesseiro.
- Hey, Lolita, hey! - Louis deu algumas batidinhas em seu rosto para que ele voltasse a si. Harry piscou, perdido.
- Não me chame de Lolita. - resmungou contrariado, fazendo um biquinho que logo se dissolveu ao que uma circunferência perfeita se formou em seus lábios quando Louis guiou seu membro até a entrada alheia e pressionou a glande que deslizou de forma aconchegante para dentro - Louis, Louis.
- Estou aqui, bebê. - respondeu, deitando sobre o corpo esguio e o abraçando, as unhas de Harry fincaram-se em seus bíceps e a boca se colou em sua têmpora e naquele momento foi como se eles fossem um só. Imóveis, em êxtase.
- Essa... Essa é a minha primeira vez.
- Não houve nada mais entre você e o formando?
- Não, eu já disse que tenho dono. Jamais deixaria que alguém que não fosse você entrasse em mim.
Louis mordeu seu ombro, com possessividade.
- Acho que quando estamos na cama não há mal em ser o seu dono.
- Oh, sim, já que fora daqui você não pode contra mim. - ele riu.
Louis deu a primeira estocada, forte e certeira, que o fez gritar contra os travesseiros. Mesmo sendo sufocante para seu membro era bom demais para se manter parado, ainda mais quando podia ver a entrada antes minúscula se alargando o bastante para abrigar seu pênis, e aberta e avermelhada daquele jeito apenas deixava Harry ainda mais bonito e irresistível.
- Se quiser que eu seja bonzinho é melhor me respeitar.
- Sim, sim, perdão.
Um sorriso perverso tomou conta do rosto do mais velho que passou a tomar impulso, colocando cada vez mais força em cada estocada, se enterrando por inteiro no interior do cacheado e o levando a gemer loucamente. As mãos pálidas se apertavam nos lençóis e ele se apoiava na cama, descendo com ímpeto para dentro de Harry, de uma forma quase dolorosa se não fosse tão gostosa.
Seu gemido e os tremores por toda a epiderme triplicaram quando Louis acertou sua próstata e passou a surrar exatamente aquele ponto. Suas coxas deixavam marcas vermelhas pela bunda de Harry, assim como sua boca fizera um rastro de chupões por toda as costas dele. Ele estava perto, os dois estavam, mas não satisfeito começou a se sentar, puxando Harry pelo cabelo para que ele viesse a se sentar de costas em seu colo.
Harry não tardou em agarrar a cabeceira antes de começar a quicar no pau de Louis, descendo com força o bastante para arrancar lágrimas de seus olhos, mas aquela ardência era a sua parte predileta, assim como a forma que as unhas dele se cravam em sua cintura a cada novo movimento.
Eles gemiam em sincronia, com respirações ofegantes e quando soube que estava prestes a vir, assim como Louis, evitou se tocar. Apenas se sentando no colo dele, permanecendo imóveis, apenas se contraindo para aperta-lo ainda mais e deitar contra seu peito e quando eles se beijaram, com lábios vagarosos ambos se desfizeram. Louis dentro de Harry e este contra a colcha.
Eles continuaram quietos. Tocando suas testas e acalmando a respiração juntos.
Xx
A festa havia sido uma linda comemoração, repleta de lágrimas, músicas e buquês sendo jogados para o alto. Harry foi quem pegou, é claro.
Ele estava divino em seu vestido de festa rosa shooking e cachinhos bem arrumados, seus lábios tinham sabor de cereja e mesmo que resmungasse que estava andando estranho aceitou dançar com Louis. Eles se abraçaram e valsaram em silêncio.
O dia estava chegando ao fim e com ele o verão ficava mais próximo de acabar.
- Vai se casar com a Eleanor?
- Direi aos meus pais que não.
- Tem certeza?
- Absoluta. - garantiu fitando os olhos verdes.
- Queria que pudéssemos ficar juntos. Poderíamos fugir, seríamos apenas eu, você e nossos bebês. Eu me sinto grávido depois de hoje. - acariciou a barriga com um sorrisinho sugestivo e assim que a música se encerrou Louis o puxou para um canto mais afastado.
Ciente de que não podiam ser vistos, o prensou contra uma árvore, capturando os lábios do cacheado.
- Eu te amo, mas estou de partida. Ir para Cambridge é a minha chance de me tornar alguém melhor, alguém digno de você.
- Você é digno de mim, sempre foi.
- Amor, meu doce Hazzy, eu preciso fazer isso. Saiba que virei todos os anos e me esforçarei para lhe dar a vida que você merece. - Louis fala como o garoto honrado que sempre fora e isso deixa as borboletas no estômago de Harry loucas.
- Eu não quero ficar mais um ano longe de você. - murmurou, escondendo o rosto no pescoço de Tomlinson.
Ele envolveu sua cintura e o abraçou apertado.
- Darei um jeito de te visitar uma vez por mês.
- Isso é muito pouco. - reclamou voluntarioso, batendo em seu peito - Fique comigo todos os dias, para todo o sempre. Eu te desvirginei, você é meu.
Louis sorriu, beijando-o.
- Sim, sim, mas por hora isso será o suficiente.
Harry ergueu o rosto, franzindo as sobrancelhas. Um bebê desconfiado.
- Até um novo verão chegar, quando o verão chegar você será meu novamente.
Harry negou com a cabeça.
- Não?
- Não. Eu sou seu em todas as estações do ano, não apenas no verão, tolinho. - embora triste, sorriu pequeno, sabendo que suas vidas haviam acabado de começar e ele poderia esperar. Ficou na ponta dos pés e acariciou o rosto de Louis - Agora me beije!
E bem, Louis o beijou
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