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Capítulo XLVIII


Os participantes que não necessitavam de nenhum tratamento se mantiveram na assistência até todos os participantes terminarem suas avaliações, quando o último candidato deixou a arena, um auxiliar se aproximou de Klaus e sussurrou algo em seu ouvido, o Inquisidor se colocou de pé chamando a atenção de todos.

– A última fase do teste foi concluída, dentro de alguns minutos me reunirei com seus examinadores para que suas notas sejam decididas. – Disse Klaus. – As notas serão divulgadas dentro de três horas, juntamente com o resultado final de classes, então não deixem as imediações da base. Aviso também que as notas da terceira fase do teste, a prova teórica, já está disponíveis no mesmo lugar no qual tiveram acesso as notas anteriores. – Anunciou. – Em dois dias vocês deverão voltar aqui e receber suas insígnias, designação, fardamento e receber também o seu juramento, uma Irmã e membro do conselho máximo irá abençoá-los, será a cerimônia de entrada de vocês na Ordem dos Cavaleiros Sagrados de Ismar, após isso vocês receberam treinamento e missões. – Informou. – Sintam-se honrados, pois chegaram até aqui com suas próprias pernas. – Dito isso ele se retirou.

– Ouviram o homem, vamos ver como nos saímos da avaliação teórica. – Falou Johann.

A família deixou para trás uma arena destruída, a equipe de manutenção teria muito trabalho mais tarde para limpar aquela bagunça. Eles se misturaram às pessoas que seguiam em direção ao local onde estariam as notas, algumas pessoas os evitavam, outras agiam normalmente. Os filhos de Heinrich não precisaram procurar muito por seus nomes, encontraram quase imediatamente na primeira coluna da lista. Erna ficou em primeiro lugar com uma nota perfeita como esperado, mas em segundo lugar ficou alguém de sobrenome conhecido, certamente o filho de algum nobre, Felix se encontrava em terceiro lugar, seguido de Frieda em quarto, Ralf em quinto, uma vez que ele já havia respondido questões incorretamente quando Erna foi ajudá-lo, Hansel ocupou o sexto lugar, Leon ficou em sétimo e Leona em oitavo, Johann ocupava o décimo primeiro lugar.

– Sequer consegui ficar entre os dez primeiros, mas estou satisfeito com meu desempenho. – Comentou Johann.

– Me sinto um pouco mal, só fiquei em terceiro porque Erna me ajudou. – Disse Felix um pouco envergonhado, ele claramente sentia que tinha furado a fila e roubado o lugar de Frieda de alguma forma.

– Sua nota foi justa, independente de qualquer coisa, ela foi conseguida dentro do proposto na fase. – Respondeu Frieda. – Não diga bobagens.

– Nem quero pensar em que nota teria recebido sem a ajuda de Erna. – Ralf falou aliviado.

– Se sente melhor? – Leona estava perguntando isso para alguém que acabara de se aproximar deles.

O rapaz não parecia ferido externamente, certamente tinha recebido ótimo tratamento por parte de alguma manipuladora de heilig de atributo água, porém seus ombros estavam demasiadamente relaxados e sua face mergulhada em cansaço.

– Estou muito melhor... por um momento eu pensei que fosse morrer. – O rapaz divagou, mas então subitamente se lembrou de algo. – Eu ainda não me apresentei, o meu nome é Mattis, eu costumava morar a alguns quilômetros da fronteira com Schwarz, junto a minha irmã mais nova.

É realmente difícil não sentir nada após ouvir sobre alguém que morava tão perto do inferno, não era incomum ouvir sobre aldeias inteiras sendo arrasadas ou simplesmente se tornando fantasmas de um momento para o outro, acredita-se que os Haidu em Schwarz sequestravam aquelas pessoas e as levavam para seu território, onde sofreriam coisas bem piores que a morte, mas as pessoas não podiam simplesmente abandonar tudo e tentar encontrar outro lugar para viver, para a maioria existiam coisas bem piores que a possibilidade de ter sua vila atacada por um Haidu. Leona foi incapaz de não se compadecer daquela pobre alma diante dela, Johann foi golpeado com lembranças do templo após o ataque quando ele era mais jovem e sua mente não deixou de imaginar o quão pior deve ser viver em um lugar no qual aquilo era vivenciado de novo e de novo.

– Eu estava na enfermaria quando o examinador chegou todo quebrado, então perguntei o que havia acontecido com ele. – Informou Mattis. Ele estava um pouco desconcertado, meio sem jeito. – Eu sei que é errado, mas fiquei um pouco feliz. – O rapaz prontamente percebeu o que tinha dito e se apressou para corrigir. – Não com o que aconteceu com ele, mas em saber que alguém ficou com raiva por causa do mal que me fizeram. – Disse atrapalhado e afoito, então se acalmou um pouco. – Obrigado! – Falou finalmente.

O que dizer sobre aquilo? Às vezes é desconcertante lidar com uma honestidade tão pura, quando tudo o que esse mundo oferece é desespero e o pior das pessoas, acabamos desaprendendo a lidar com gratidão verdadeira e um olhar livre de maldade ou segundas intenções.

– Está cuidando da sua irmã? – Frieda perguntou.

O jovem a olhou curioso, tentou compreender o que tinha por trás daquele rosto inexpressivo, mas então sorriu, aquele era um sorriso puro e cheio de esperança, a mera menção a irmã dele causou todo aquele efeito, ele assentiu animado. A garota se perguntava como alguém na situação dele ainda era capaz de sorrir daquele jeito. Mattis disse anteriormente que tinha uma irmã, mas não falou nada sobre seus pais ou outros parentes, certamente era órfã e foi obrigado a se tornar um adulto mais cedo que o ideal a fim de sobreviver, Frieda podia ver seu corpo magro, via as suas olheiras, os calos em suas mãos, as cicatrizes nas partes descobertas do corpo e se olhasse bem fundo nos olhos daquele rapaz ela poderia vislumbrar suas cicatrizes interiores, a sua dor, o seu labor, sua devoção no cuidado com sua irmã preciosa, o seu sofrimento, a sua ansiedade escondida por trás daquele sorriso tão singelo, talvez ela até mesmo conseguisse ver suas lágrimas e desespero enquanto estava sentado ao lado de sua irmã que se debatia em cima de uma cama de palha improvisada. Quanta dificuldade ele não passou? Quantas vezes sentiu fome e não teve o que comer? Quanto desespero experimentou? Quantas vezes cumprimentou a morte? Mas ainda assim conseguia sorrir, talvez a resiliência dele soasse incompreensível, mas ao ouvi-lo sorrir daquele jeito quando sua irmãzinha foi mencionada, fez Frieda compreender completamente como alguém que fitou tanto o fundo do abismo conseguiu se manter sã. Ela podia vê-lo, ela podia verdadeiramente vê-lo.

A garota se aproximou do rapaz e então gesticulou com a mão pedindo para que Mattis abaixasse um pouco a cabeça, como se ela tivesse algo a sussurrar para ele, quando ele o fez, ela afagou seu cabelo como quem acaricia um irmão menor. Os olhos do rapaz brilharam, seu rosto enrubesceu, ele parecia emocionado, se continha para não chorar, durante todo esse tempo a vida havia lhe ensinado que a humanidade era tão cruel ou ainda mais cuel que os Haidu, mas diante dele estava alguém capaz de sentir a dor do próximo de alguma forma, não só a frente dele, ao seu redor também, Mattis podia ver isso no olhar de cada um daqueles oito irmãos. O rapaz afastou a emoção e se conteve.

– Eu não fui muito bem no teste, mas consegui sobreviver na floresta graças a vocês, nunca me esquecerei desse dia. – Mattis falou. – Eu preciso me esforçar para ajudar a minha irmãzinha, então vou começar de baixo e subir o mais rápido que conseguir. Espero ser designado para o mesmo lugar que vocês.

– Tenho certeza de que vai conseguir, porém, se precisar de ajuda não hesite em pedir. – Leona ofereceu.

– Vou me lembrar disso. – Mattis respondeu animado. – Bom... vou indo agora, ainda não olhei a minha nota na avaliação teórica.

O rapaz saiu após dar um último aceno e lhes direcionar um olhar de gratidão.

– Vejo que fizeram um novo amigo. – Comentou uma voz conhecida.

Uma leve apreensão se abateu sobre os filhos de Heinrich, o garoto que já estava entre eles não foi notado até que falasse, não havia heilig algum vazando dele e ele não emanava nenhuma intenção, seja ela boa ou ruim, era como estar na presença de um espírito vagante. Frieda não conseguia afastar o leve incômodo que surgia em seu âmago só de estar na presença dele, assim como mal conseguia deixar de lado a vontade inexplicável de abraçá-lo, esses misto colocou sua mente em confusão e o choque dessa nova perturbação com a perturbação já existente em sua cabeça silenciou as vozes que tanto a afligiam, estranhamente, Frieda estava em paz. Uma paz viciante.

– Espero não ter assustado vocês. – Disse Heiko. Sua fala mantinha a gentileza, um tom que talvez fosse capaz de acalmar até a mais feroz das feras. Mas Frieda conseguia ver uma pitada de maldade por trás daquele sorriso cínico e muito bem ensaiado, porém não era uma maldade tenebrosa nem era direcionada a eles, mas sim uma maldade forjada da necessidade de alcançar o necessário para sobreviver naquele mundo. – Eu assisti a quarta fase do teste, suas participações foram brilhantes, certamente passaram com boas notas. – Comentou em sinceridade.

– Não me lembro de tê-lo visto perto da arena. – Divagou Leon.

– Ah!? Isso? É bem comum na verdade, na maior parte do tempo as pessoas não costumam me ver. – Explicou. – Dizem que tenho pouca presença.

– Eu não diria pouca... – Hans ponderou em voz baixa, da percepção dele, a presença de Heiko era nenhuma, e ele não estava falando apenas da presença natural de um desperto, mas sim da aura emanada por todos os seres vivos.

– De todo modo, até o novo amigo de vocês é interessante. – Comentou Heiko.

– Como assim? – Felix inquiriu, ele estava curioso.

– Não ouviram sobre ele? – Heiko pareceu surpreso. – Ele virou assunto na cidade. – Informou. – Quando ele chegou na cidade, a cerca de um mês, haviam muitas pessoas além dos guardas no portão da entrada, aparentemente a visão de sua chegada foi algo memorável. – Falou o rapaz. – Um jovem mal nutrido e esfarrapado que quase não conseguia se sustentar de pé sozinho, carregava religiosamente uma menina mais nova em suas costas, dizem que ele veio do inferno, caminhando a pé até aqui para salvá-la de sua miséria. Seu corpo e espírito claramente estavam cansados, ele sentia fome e sede, suas pernas tremiam e seus braços pendiam, a menina estava amarrada ao seu corpo, uma vez que sequer tinha forças nos braços para sustentá-la. A capital fica longe da fronteira, são meses de caminhada, certamente as pessoas que o viram chegar na cidade presenciaram um milagre.

Heiko olhou para Frieda parecia tentar tirar alguma reação dela, mas não recebeu nada e por isso suspirou cansado.

– De todo modo, eu só vim aqui parabenizá-los. – Disse o jovem. – Tenho que voltar aos meus afazeres antes que algum dos meus superiores venha me levar pelas orelhas. – Comentou. – Tenho certeza de que os verei de novo. – Falou antes de ir embora.

– Ele aparece quando quer e vai embora quando quer. – Comentou Ralf. – Deve ter muito tempo livre, parece que a vida na Ordem vai ser mais fácil do que pensamos. – Desdenhou.

Frieda assistia o garoto ir embora, ela sentiu que o conhecia antes, mas agora tinha quase certeza de onde e isso a deixou surpresa, curiosa e com um outro sentimento que ainda não era capaz de distinguir qual era.

As horas avançavam rapidamente e, antes que os filhos de Heinrich se dessem conta, um grupo de auxiliares surgiu para colar as notas dos candidatos, primeiro colocaram a disposição a lista em ordem de melhor para pior pontuação da quarta fase, um pouco mais afastado eles colaram a lista com os nomes de cada um em ordem alfabética e suas respectivas classes. Frieda e os demais se dirigiram até onde estava a lista da quarta fase primeiro, lá eles encontraram sem nenhuma surpresa o nome de Frieda Falkenberg no topo da lista, mas o segundo lugar surpreendeu até mesmo ao dono do nome, Hansel não podia crer no que estava lendo, mas seus irmãos só podiam imaginar que o astuto Cavaleiro que examinou o rapaz havia descoberto sobre ele.

– Bom... Não dava pra esperar que se mantivesse em segredo por mais tempo. – Comentou Felix de forma descontraída.

– Ainda assim, não acho que um poder como esse devesse ser suficiente para me elevar ao segundo lugar. – Disse Hansel.

– Não seja ridiculo, certamente levaram em conta que você não só resistiu por todo aquele tempo sem usar heilig, como também foi capaz de fazer seu examinador desistir, ele era um Vertraut. – Rebateu Erna. – De todo modo, todos conseguimos excelentes colocações. Estou satisfeita com meu terceiro lugar.

Ao olhar para a lista foi possível encontrar os nomes dos demais, Felix ocupava o quarto lugar, seguido por Johann, Leona, Ralf e Leon, respectivamente.

– Fiquei em último, mas que droga. – Leon reclamou sem ânimo.

– Não seja dramático. – Disse Leona. – Você ficou em oitavo lugar e não em último.

– Você entendeu o que eu quis dizer. – Falou ele. – Eu fiquei em último entre nós.

– Isso é o que dá fazer uma performance preguiçosa. – Alfinetou Erna. – Depois fala do Ralf.

– Não me coloque no mesmo saco que esse aí. – Leon apontou ofendido. – Eu não fiz aquilo por preguiça, apenas não queria usar meu poder em um ser humano que não me fez nada, além disso, eu claramente sou mais forte que esse lobo pulguento. – Atacou.

– Vou nem te dizer onde estão as pulgas. – Devolveu Ralf. – Certamente elas estão nesse seu...

– Olha o palavreado! – Interviu Hans.

– Deixa de ser pudico. – Disse o Lobo. – Além disso, foi ele quem começou. – Defendeu-se. – Mas que fique claro que eu sou o mais forte.

– Nos seus sonho. – Leon mal o deixou terminar de falar, era como se soubesse exatamente o que Ralf ia dizer, algo bem comum.

Frieda assistiu seus irmãos começarem uma briga infantil, Felix não parava de rir, Hans ficava escandalizado e olhava em volta a cada palavrão, Leona entrou na confusão para separar, mas acabou apenas fazendo parte dela, Erna se absteve, já estava cansada e acostumada com as picuinhas de seus irmãos, Johann tentava apaziguar a situação, as pessoas a volta assistiam ao show. A garota de olhos heterocromáticos sentiu algo crescer em seu ser, um sentimento bom, porém melancólico ao mesmo tempo, seria aquilo que chamavam de Nostalgia? Em algum momento sua mente nublou, suas lembranças se tornaram confusas e ela parecia sequer saber ao certo onde estava e como chegou alí, seu olhar varreu o ambiente, pousando em cada um de seus irmãos, onde estava seu pai? A menina se questionava.

– Frieda? – Erna notou que algo estava fora do lugar. A voz de sua irmã chamou a atenção da garota, e ela direcionou seu olhar perdido para Erna. – Está tudo bem?

Frieda sustentou o olhar, mas não respondeu, então ela fez menção de que iria começar a caminhar, mais parou ao ouvir o comando de Erna.

– Parem já com essa confusão antes que eu os mande pelos ares. – Falou ela. – Que coisa vergonhosa estão fazendo? Por acaso são criancinhas?

O trio encrenqueiro parou e Johann suspirou aliviado.

– Vamos olhar as nossas classes, não viemos até aqui para brigar entre nós. – Disse Erna.

A jovem tomou a liderança e andou até onde se encontrava a lista com os nomes dispostos em ordem alfabética e seus respectivos graus. Cada um buscou por seu nome na lista e então se reuniram para dizer aos outros.

– Alcancei o grau Mittelstufe. – Externou Hans desanimado. – Queria ter ficado pelo menos um grau acima.

– Também fui classificado como Mittelstufe. – Falou Johann.

– Eu também. – Respondeu Ralf.

– Fomos todos classificados como Mittelstufe? – Indagou Leona.

– Não sei, eu alcancei o mesmo que vocês, mas Erna e Frieda ainda não voltaram. – Disse Leon.

Os quatro Mittelstufe ouviram então uma risadinha presunçosa e ao olhar para o autor, encontraram na face de Félix uma expressão tão presunçosa quanto sua risadinha.

– Não pode ser.. – Leona disse surpresa.

Felix gargalhou.

– Curvem-se, mortais. – Falou de modo dramático, claramente estava brincando. – O seu chefe aqui alcançou o grau Vertraut. – Disse ele e então deu uma risada sagás e escandalosa digna de um vilão barato.

Nesse momento Frieda e Erna chegaram, não dava para dizer quais foram seus resultados apenas olhando para seus rostos, contudo era evidente que não houve surpresas para elas, certamente alcançaram uma posição dentro do esperado.

– E então? – Leon estava curioso.

– Eu alcancei o grau Vertraut. – Informou Erna. – Parece que que o grau mais elevado que poderíamos conseguir fazendo o teste. – Explicou. – Frieda também teve o mesmo resultado.

– Com exceção de Felix, nós só conseguimos o grau Mittelstufe. – Disse Johann.

– "Só?", sabem quantos anos um desperto levaria para chegar a esse nível? – Inquirir Erna. – Vocês não olharam nada além de suas classificações? A esmagadora maioria dos candidatos recebeu o grau Lehrling, bem poucos alcançaram Einsteiger e uns cinco foram classificados como Unerfahren, todos filhos de nobres, pessoas que treinaram e tiveram educação de qualidade, bem como conforto para crescer e ainda assim não foram capazes de alcançar o grau Mittelstufe. Aparentemente a fase que mais valia pontos foi essa última, afinal alguém ruim em combate não viveria muito em um campo de batalha. - Argumentou a jovem. – Nós fomos muito bem, então animem-se. – Falou. – A parte difícil vem agora.

As palavras de Erna tiveram seu efeito e os irmãos se encontravam mais determinados.

– Nós receberemos treinamento de acordo com nossas classes, bem como as missões, espero que sejamos designados para o mesmo lugar, ouvi dizer que eles tem por hábito não separar familiares, uma vez que isso pode ter o efeito de dividir a atenção do Cavaleiro. – Informou Erna. – Por hora vamos apenas comemorar a nossa primeira vitória...

Enquanto Erna falava, uma retrospectiva idílica invade a cabeça de Frieda sem razão aparente, a névoa que nublou sua consciência se torna mais forte e a realidade se afasta da jovem cada vez mais.

– Espere só até eu contar ao papai. – Disse Frieda interrompendo sua irmã Erna, que ainda falava. Ela sequer estava ouvindo o que a garota dizia, pensava apenas em como tinha tido um bom desempenho no teste e no quanto Heinrich poderia ficar feliz com a conquista.

Todos ficaram em silêncio, eles olharam de esguelha para a irmã enquanto tentavam medir o grau da crise.

Erna certamente se responsabilizava internamente por não ter visto aquela situação chegando, elas não eram tão incomuns e sempre aconteciam em momentos aleatórios e sem aviso. Enquanto pensava no que fazer, a jovem viu seu irmão mais novo agir. Felix abraça sua irmã, Frieda fica ainda mais confusa, ela olha para seus demais irmãos e encontra expressões de dor, então aos poucos a realidade vai retornando para ela, mas de forma brusca, então a garota afasta Felix e tenta ir ficar sozinha, a multidão estava alheia ao seu sofrimento, mas estar no meio daquelas pessoas a sufocava. Erna a impede cobrindo seus olhos com as mãos, Frieda estava a beira de uma crise outra vez, tinha feito muito isso após a morte de Heinrich.

– Não veja! – Erna murmurou para a irmã, havia muita dor em suas palavras. – Não procure, apenas deixe ir. Nós estamos aqui com você.

Frieda estava pálida, tentava se ater a voz e as palavras de Erna, mas estava difícil vencer aquela batalha interna. Foi quando ela sentiu as mãos em suas costas e ombros, ela não podia vê-los, porém sabia que eles estavam todos ali com ela, ela era capaz de reconhecer o toque de cada um deles e de reconhecer até mesmo a diferença no calor que cada um de seus irmãos emanava, aos poucos Frieda se acalma.

– Vê? Você não está mais sozinha. – Erna então retirou a mão que cobria os olhos de Frieda e a garota lentamente se virou para olhá-los.

Sim, ela não estava mais sozinha, mas agora que havia se acalmado Frieda teria que lidar com o que vinha após cada crise: os auto questionamentos e o sentimento de impotência. Frieda é alguém que desejou ser livre, ela sentia que se encontrasse a verdadeira liberdade seria capaz de alcançar qualquer outra coisa, a idéia de um falcão peregrino sendo limitado a uma gaiola é angustiante demais, suas asas definhariam e sua força iria se esvair. Para muitos pode parecer que Frieda se tornou verdadeiramente livre após encontrar aquele que veio a encarar como um pai, contudo, ser livre e estar livre são coisas completamente diferentes. Frieda já esteve livre, ela já se sentiu livre, principalmente após estar cercada por aqueles que chamava de família, sempre capturando fragmentos daquilo que chamamos de liberdade, mas... poderíamos dizer que ela é livre? Que ela encontrou verdadeira liberdade? Frieda ainda estava atada ao seu sufocante passado, as vozes em sua mente inquieta estavam lá para lembrá-la que o cálice no qual é servido a liberdade talvez fosse algo que ela seria incapaz de alcançar, o dito cálice sempre está alí diante de seus olhos e ao alcance de suas mãos, porém se afasta assim que a mulher tenta pegá-lo, tal qual o suplício de Tântalo.

O sentimento de impotência, forjado do pensamento de que estava se tornando um fardo para os outros, afligia Frieda de uma maneira que seus irmão jamais compreenderiam.

– Foi um longo dia, temos que descansar e estar preparados para a cerimônia de entrada. – Erna tentava mudar o foco da situação e diminuir a tensão.

– Vamos embora, Ralf está começando a cheirar mal, lobos pulguentos precisam tomar banho. – Provocou Leon.

– Eu já lhe disse onde estão as pulgas. – Revidou Ralf. Ele olhava de soslaio para Frieda, entendia o que Leon estava fazendo, mas estava preocupado demais para participar.

O grupo deixou o local sem chamar muita atenção, Felix tentava manter o ambiente animado, Erna segurava a mão de Frieda com força, os demais fazia a sua parte para manter um clima agradável e ao chegar na hospedaria eles fizeram fila para tomar banho enquanto Johann preparava o jantar. Quando todos foram dormir, Frieda apenas encarou o teto, olhando para sua face ela parecia tranquila, inexpressiva como sempre, mas as vozes estavam lá, tornando sua mente turbulenta. 




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