Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo VIII


O tempo passou e aos poucos a família que agora era composta por três pessoas começou a se habituar a sua nova realidade, Heinrich deixou de lado o trabalho que fazia viajando, arou seu próprio campo e plantou arroz, próximo a casa plantou hortaliças e legumes para consumo próprio, começou a criar galinhas, o resto do que precisava para o sustento ele comprava com o dinheiro que conseguia do comércio do arroz, das galinhas e seus ovos, não levavam uma vida luxuosa, mas teriam o que comer, o que vestir, teriam uma vida minimamente confortável.

Erna se recuperava do golpe de perder seu pai aos poucos, às vezes chorava nos braços da irmã mais velha, mas logo voltava a falar bastante e a seguir a outra para todo lado, quando ela sumia de vista e ia esconder sua tristeza em algum lugar, Frieda a procurava e sempre lhe pedia a mesma coisa.

- Erna...- Chamou Frieda, a menina olhou para ela, se questionava como poderia a menina sempre conseguir encontrá-la. - Me conte uma história. - Pediu.

Era evidente que ela estava tentando dar a Erna uma tarefa que ela gostava muito de fazer,  de seu ponto de vista, o momento em que Erna lhe parecia mais feliz era quando estava contando alguma história ou lendo para ela.

- Ei Frieda, como sabia onde eu estava? - Indagou Erna.

- Isso? Eu apenas sinto que sempre vou te encontrar não importa onde. - Ela respondeu sem pensar muito sobre isso. - Agora... - Olhou para Erna atenciosamente. - Me conta uma história. - Pediu uma vez mais.

Erna cedeu como sempre.

Frieda estava mais falante, mas passava longe de uma criança normal, só respondia algumas pessoas, Erna e Heinrich eram as únicas pessoas com quem ela tomava a iniciativa de interagir, mesmo eles nunca viram seu sorriso. Apesar de personalidade quieta, Frieda era um tanto excêntrica e quando cismava em saber ou consguir alguma coisas fazia de tudo para se satisfazer, quase sempre envolvia Erna em suas tramas. Antes que Erna percebesse tinha virado a porta voz de Frieda, explicando aos outros o que a menina não era capaz de dizer, mas que Erna, com sua inteligência e excelente habilidade de observação somada a experiência por convivência, conseguia perceber com apenas gestos e trocas de olhares com a sua irmã mais velha, ela rapidamente se tornou perita quando o assunto era Frieda. Pouco a pouco Erna se tornou a "razão" de Frieda, servindo como suporte para algo que ela havia perdido com a morte trágica de seus irmãos, sim, Erna representava sua "razão", aquela que a puxaria sempre para o caminho mais racional das coisas, uma das características que diferem os humanos dos outros animais. Quanto a Frieda, confiava completamente na irmã mais nova, delegando silenciosamente a ela até mesmo a tomada de algumas decisões.

O aniversário de Erna estava chegando, Heinrich estava aguardando até que as duas meninas tivessem sete anos para começar a lhes ensinar o básico, ele já tinha começado a ensinar a linguagem sagrada para Erna também, mas logo seria a hora de treinar seus corpos para aumentar suas reservas de estamina. Heinrich tinha consciência de que não viveria para sempre e não sabia a quantas lutas sobreviveria enquanto tivesse que proteger as duas, elas precisavam ser fortes o suficiente para sobreviverem sozinhas caso o pior acontecesse. Ele divagava sobre isso sentado em sua cadeira na varanda da casa, enquanto olhava para a mata do outro lado da estrada.

- Papai? - Chamou Frieda se aproximando. Quando exatamente ela começou a chamá-lo assim?

- Terminou a tarefa que deixei pra vocês? - Perguntou ele.

- Terminei. - Respondeu a menina.

- Erna não te ajudou de novo, não é? - Indogou inquisidor.

Frieda desviou o olhar de forma muito suspeita, ela não sabia mentir. Heinrich suspirou.

- Não dependa tanto da Erna, você precisa aprender também. - Disse ele. - A preguiça é um pecado que pode nos matar. Além disso...

- Tá bom, eu não vou mais dizer para ela me ajudar. - Se rendeu a garotinha empertigada.

Silêncio.

- Papai? - Ela Chamou de novo,  estava encostada no lastro perto da escada, olhando para a estrada.

- Sim...

- Você foi amado pelos seus pais? - Questionou a menina.

Heinrich ficou surpreso com a pergunta, às vezes a menina fazia algumas perguntas que o fazia questionar se ela realmente era uma criança de sete anos. Ele pensou um pouco, a pergunta dela foi feita de modo sério e deveria ser respondida com igual seriedade.

- Não sei, despertei como criança santa no meu aniversário de cinco anos, me mandaram para a ordem imediatamente... nem comi o bolo. - Respondeu ele, aquilo o fez sofrer por muitos anos, mas agora já não o incomodava mais.

Frieda levou alguns segundos considerando a resposta de Heinrich.

- Deviam ter te deixado comer do bolo. - Disse ela.

Ele sorriu com a resposta da menina, ela ainda era uma criança afinal de contas.

- Eu queria que meus pais me amassem. - Comentou Frieda, não era sempre que ela se expressava tão abertamente.

Heinrich, a olhou um pouco e então fechou os olhos, como responder a uma coisa dessas?

- Não é o bastante que eu seja o seu pai agora? - Falou amavelmente.

Ela olhou para o céu azul e parecia pensar seriamente sobre o assunto, foram longos segundos em silêncio, a menina estava analisando.

- Não, é o bastante sim. - Respondeu satisfeita.

Erna ouvia tudo encostada na parede da sala e após a resposta de Frieda, se desencostou e retornou ao quarto com uma expressão misteriosa. Frieda ficou mais um tempo olhando para o céu, mas logo desprendeu o olhar do azul e voltou para dentro, Heinrich seguiu vigiando a floresta e a manter o foco em toda a área nos entornos da casa.

A vida cotidiana de Heinrich se resumia a vigiar durante a noite, sair para uma ronda em escala maior depois do amanhecer, voltar pra casa para fazer o café da manhã e deixar algo preparado para o almoço, ensinar as meninas conhecimentos gerais, bem como leitura e escrita na liguagem sagrada durante toda a manhã, ir checar o seu campo de arroz em companhia das meninas, cuidar da horta e treinar, voltar para casa antes do sol ir embora e preparar o jantar, dormir algumas horinhas e acordar ao anoitecer, ajudar as meninas com o banho, com exceção de Erna visto que ela já cuidava de si sozinha e o ajudava com Frieda, servir e comer o jantar, colocar as meninas na cama e ir para a varanda vigiar durante a noite outra vez.

Os poderes de Frieda e Erna saíam do controle vez por outra, mas como Heinrich estava sempre por perto nada grave aconteceu, a primeira vez que o poder de Erna fugiu de seu controle em sua nova casa foi enquanto ela dormia, cerca de dois meses após o falecimento de seu pai, a menina acordou toda encharcada e acabou por molhar Frieda no processo, ela ficou muito envergonhada e levemente ultrajada quando Frieda lhe perguntou se tinha urinado na cama, revoltada não falou com a irmã mais velha por horas, mas logo voltaram a se falar pois Frieda foi perguntar a ela o motivo para ter parado de falar com ela, Erna ficou tão consternada por Frieda sequer saber o que fez de errado que acabou deixando para lá. Com o episódio da cama molhada Heinrich ficou mais atento a Erna também e quando ele a encontrou se afogando presa em uma bolha de água na cozinha, o que  aconteceu porque a menina tentou pegar água no jarro e toda a água foi atraída para o corpo dela, o homem entendeu que o poder de Erna era do tipo agressivo com o usuário, o que isso quer dizer? Diferente do poder de Frieda, que não a queima mesmo se ela acabar coberta por suas chamas, o poder de Erna pode a ferir e até mesmo matá-la, por ser do tipo agressivo é também mais difícil de controlar. Para evitar uma tragédia, Heinrich pediu a Frieda que ficasse de olho em Erna e que não se aproximasse caso o episódio da cozinha se repetisse pois era perigoso, em vez disso ela deveria chamar por ele para que ele resolvesse o problema. Aquela não foi a primeira nem a última vez que avonteceu algo assim, Heinrich sempre tinha que salvar uma que tava se afogando no banho e impedir que acabasse fazendo o mesmo com a irmã ou evitar que a outra queimasse a casa, a própria irmã, o campo de arroz e até mesmo a floresta quando eles saíam para pescar, colher ervas medicinais ou colocar armadilhas de caça. Todos dia tinha uma emoção diferente e Heinrich via a crescente necessidade de treinar as meninas.

Os dias passaram e o aniversário de Erna finalmente chegou, eles arrumaram a casa e Heinrich preparou vários pratos deliciosos, o homem sempre soube cozinhar, mas com filhas de paladares cada dia mais exigentes acabou sendo obrigado a aprender muitas receitas novas e a melhorar ainda mais seus dotes culinários. Erna estava um pouco para baixo com a chegada de seu aniversário, seria o primeiro que ela passaria com a ausência do pai, não havia muito a se fazer sobre isso, feridas como essa não se curam facilmente. Apenas pessoas mais próximas foram chamadas, dada a situação, Heinrich achou que era mais sensato evitar um quadro semelhante do aniversário de Frieda, quanto menos pessoas, mais fácil seria para evacuar todo mundo e reduzir os danos, também seria mais fácil manter-se atento a tudo com menos barulhos e distrações. Foram convidados: Olga, Wilbur, Emília, o ferreiro Baldwin, sua esposa Verena e seus três filhos, o senhor Berhtram, que é o dono da loja de penhores e sua esposa Athala, o senhor Burkard, que é o dono da alfaiataria, sua esposa Gisela e seu filho, a sra.Grete, que é a dona da quitanda e seus dois filhos, e o barbeiro Einhardt.

Os adultos conversavam entre si, todos parabenizaram a aniversariante e elogiaram Heinrich pelos seus esforços em criar e educar as duas meninas. As crianças se reuniram ao redor de Erna e Frieda, a mais nova mantinha os diálogos e a mais velha não estava interessada em nada daquilo, sempre que uma criança falava com Frieda ela não conseguia respoder nada e Erna intervia em seu favor, a mais nova pegou alguns livros para mostrar e recomendar a leitura para as outras crianças, eles ficaram surpresos que Erna e Frieda já soubessem ler, e ficaram ainda mais surpresos quando Erna revelou que ela já não lia apenas aqueles livros cheios de gravuras coloridas e foi buscar em seu quarto livros de conhecimentos de todas as áreas, desde história, geografia e instruções sobre como ler mapas e as estrelas, o básico de biologia animal, humana e das plantas, e até um livro sobre produção de venenos e remédios. Os adultos ficaram pasmos e olharam para Heinrich, o que ele estava ensinando a crianças tão pequenas?

- Calma aí pessoal, elas é que queriam aprender, principalmente Erna. - Ele se defendeu. - Além do mais, elas não paravam de fazer perguntas.

- É nessas horas que a gente dá uma resposta mágica e os mandamos brincar. - Explicou Emília.

Era a primeira vez que Heinrich tomava conhecimento sobre isso, não é como se ele tivesse alguém para mandá-lo brincar quando estava na idade das meninas, então para ele era totalmente plausível responder da forma lógica e racional a todos os questionamentos das meninas, ele até poderia tentar fazer diferente agora, mas as garotas já estavam acostumadas a serem respondidas com seriedade e ficariam frustradas se ele parasse de alimentá-las com conhecimento real.

- Ah!? - Disse ele coçando a cabeça.

- "Ah"? - Repetiu Emília chocada.

- Não tinha como ele saber. - Defendeu Wilbur, balançando a cabeça em positivo duas vezes com os olhos fechados e braços cruzados.

- Concordo plenamente. - Respondeu o ferreiro imitando seus gestos.

- Não poderia concordar mais. - Disse também o dono da loja de penhores e copiou os outros dois.

- Faz sentido. - Comentou o barbeiro fazendo o mesmo.

- Admito que seja assim mesmo. - Foi a vez do senhor Burkard imitar os demais.

Emília ficou levemente indignada, mas começou a rir e foi acompanhada pelas demais mulheres, as casadas começaram a falar como foi difícil corrigir seus maridos na criação dos filhos e os maridos tentavam se defender como dava, às vezes não dava.

Quando a celebração estava terminando e as pessoas começaram a ir embora antes que anoitecesse, o alfaiate esperou que todos fossem embora e se aproximou a sós de Heinrich. O alfaiate era um homem uns sete anos mais velho que Heinrich e seu filho mais novo era um ano mais velho que Frieda, ele era alguém em quem Heinrich confiava muito, confiava a tal ponto de pedir a ele o favor de receber qualquer mensagem ou correspondência que mandassem para ele.

- Heinrich? - O alfaiate chamou a atenção do homem ao se aproximar.

- O que se passa, Burkard? - Indagou com um sorriso, mas a expressão do alfaiate era séria e isso o fez ficar sério também.

- Chegou uma carta para você, fazia muito tempo que não chegava nada e eu já estava começando a crer que você havia sossegado finalmente. - Comentou em voz baixa retirando o envelope do bolso traseiro de sua calça, entregando-o aindo dobrado ao meio para o homem. - Apenas tenha cuidado, não esqueça que sua vida já não é apenas sua. - Aconselhou cordialmente o homem, segurando no ombro do amigo enquanto o olhava nos olhos. - Se precisar da minha ajuda estarei sempre a disposição.

- Obrigado, Burkard. - Disse Heinrich. - De verdade.

O alfaiate foi até sua esposa e filho, juntos eles deixaram a casa, acenando da estrada antes de seguir seu caminho de volta pra casa. Heinrich foi para seu quarto e encostou a porta, abriu o envelope lacrado e desdobrou a carta, leu ela inteira com atenção, pelo selo ele já sabia que não era alguém que ele pudesse recusar, mas esperava que fosse algo bem simples de fazer e não tão perigoso. Ele estava de mãos e pés atados, não podia deixar as meninas ali e viajar para tão longe, o que fazer? O homem passou a mão pelo rosto e esfregou os olhos, olhou para o teto e ficou assim por longos segundos, depois olhou para a parede em sua frente e fez o mesmo, então ele encarou o chão. Heinrich estava pensando em como resolveria esse problema, ele precisava atender aquele chamado, mas também precisava proteger e treinar as meninas, o que fazer? O homem sentiu que alguém o observava e rapidamente moveu os olhos na direção da porta, Frieda o olhava através da porta entreaberta.

- Entre, Frieda. - Autorizou ele. Ela entrou e caminhou para junto dele, sentado-se ao seu lado na cama. - Algum problema? - Indagou ele.

Ela olhou para a parede que antes ele encarava, sua expressão de sempre se fazia presente em seu rosto.

- Você vai viajar de novo? - Perguntou ela.

Heinrich parou de olhar para ela e voltou a olhar para a parede.

- Vou. - Respondeu ele.

Um breve silêncio.

- Nos leve com você. - Pediu ela sem mais nem menos, era como se fosse algo tão simples.

Heinrich assimilou cada palavra naquela frase, ele sequer tinha cojitado fazer isso, era perigoso demais levá-las com ele. Nos últimos meses ele teve que enfrentar vários Haidu em suas rondas e... É isso, agora que pensava melhor, lugar seguro não existia, se ele as deixasse em casa com Olga a tragédia seria inevitável, com ou sem ele elas seriam atacadas e estando com ele as chances de sobrevivência seriam um pouco maiores. Erna era saudável e Frieda já havia se recuperado também, ele poderia treiná-las no caminho durante a viagem e cuidar para que não se ferissem caso perdessem o controle, também poderia protegê-las dos Haidu e instruí-las na prática de táticas de sobrevivência.

- Está bem então. - Respondeu ele. - Vamos partir daqui a vinte e cinco dias contando a partir de amanhã, vou começar a treiná-las, se vocês se esforçarem e aprenderem o bastante eu levo vocês comigo, só dependerá de vocês. - Disse Heinrich. - Vá contar para Erna. O treinamento começa amanhã e não vou pegar leve só porque vocês são crianças ou porque são minhas filhas.

Frieda assentiu com a cabeça e saiu do quarto apressadamente, quem não a conhece não perceberia, mas ela estava extremamente animada e empolgada apesar de sua expressão apática.




✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴

E esse foi o segundo Capítulo de hoje, não esqueça de votar e comente se gostou ou o que está achando dessa história. Fiquea vontade para comentar nos parágrafos, basta selecionar o trecho que você quer comentar que a opção de colocar teu comentário aparece. Um beijão pra vcs e boa sexta-feira. 💜💟

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro