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Capítulo LV


Não existe beleza na guerra, qualquer um nas linhas de frente sabe desse fato, não há um soldado que romantize tal coisa, não há um que tenha visto um companheiro cair no campo de batalha e escreva poemas ou sonetos adoraveis. Na guerra existe somente dor, desespero e muitas mortes, o cheiro fétido dos corpos putrefatos, a lama resultante da mistura do sangue com o solo, o lamento de quem perdeu aqueles com quem cresceu e a única família que conheceu, o coro de agonia daqueles feridos tanto fisicamente como emocionalmente, sim, não a soldado que não clame por dias de paz.

Frieda mantinha sua expressão inalterada enquanto caminhava na ala médica do acampamento, seu queixo erguido e postura lhe atribuem um ar de frieza, seus passos seguem um ritmo elegante e uniforme, sua passagem é acompanhada por gemidos de dor, choros contidos e a fala alta daqueles que estão alí para tratar os feridos. As pessoas olham e cochicham entre si toda sorte de coisa, dentre tais coisas estão os comentários maldosos.

– Como é possível que ela nunca retorne com um ferimento sequer? – Pergunta um.

– Eu ouvi sobre ela antes de seus dias na Inquisição, dizem que por muitas vezes ela foi a única a voltar viva das missões. – Dizia outro.

– Acha que ela sacrifica os companheiros do pelotão para sobreviver? – Questionou a má língua.

– Mas eu ouvi que nenhum deles morreu ainda. – Informou uma mulher.

– Isso é porque há uma habilidosa manipuladora de heilig de atributo água no pelotão dela. – Acrescentou uma outra mulher. – Há quem diga que não existe nada que ela não possa curar.

– Se ela é tão boa assim, por que não lhe mandam para cá? Vejam todos esses miseráveis, muitos estão tão feridos que sequer sabemos se resistirão até amanhã. – Comentou aquele que tinha começado todo esse burburinho.

– Porque fariam isso? – Disse o segundo homem. – O pelotão deles tem apresentado resultados, não existe motivo tático para mover um membro do grupo deles ainda. Além disso, ouvi dizer que a cavaleira em questão também luta, ela não é um mero suporte.

– Bom... Eu até imagino o que ela veio fazer aqui. – Falou a primeira mulher. – Tem um dos seus membros nessa ala, ele está repousando em um leito mais ao fundo. – Disse ela. – Pelo que sei o homem se descuidou e foi ferido, a capitã Wanderfalke ordenou que ele fosse retirado imediatamente do campo de batalha e trazido para cá. Certamente veio buscá-lo para que seja tratado pela manipuladora de atributo água, a dita Erna.

– Eu não entendo, que diferença faz para ela se ele morrer? – Comentou o primeiro homem, havia certa melancolia em suas palavras. – No fim não somos nada além de ferramentas usadas para o benefício da causa, ninguém em posição de comando realmente se importa se estamos vivos ou mortos desde que levemos alguns Haidu conosco. – Argumentou. – É assim que as coisas são.

– Algo mudaria se fossemos do esquadrão dela? – Divagou o segundo homem. – Eu não quero morrer. – Lamentou enquanto tocava a ferida em seu flanco.

– E eu não quero mais matar. – Disse a segunda mulher. – Quantos de nós que estavam prestes a se transformar nós já tivemos que matar? Eu só quero que isso acabe.

Alheia ao diálogo daquele grupo, Frieda finalmente alcançou o leito de quem foi alí buscar.

– Você se descuidou muito dessa vez. – Comentou ela.

– Que frieza, não deveria começar perguntando se estou bem? – Disse Mattis. – Eu achei que o Burkard iria conseguir me cobrir. – Mencionou um outro integrante do pelotão. – Mas não foi culpa dele, eu deveria ter me comunicado melhor.

– É provável que ele não tenha lhe visto, considerando que às vezes você simplesmente some de vista no campo de batalha.

– Ora, ora! Vai me dizer que a grande capitã Wanderfalke é incapaz de me encontrar? – Provocou ele de maneira leve. – Por acaso não recebeu esse codinome devido a sua velocidade, agilidade e excelente visão? Se continuar me perdendo de vista vai acabar perdendo a boa fama. – Importunou ele.

– Você parece bem falante para alguém que quase morreu hoje. – Rebateu ela. – De todo modo, parece que conseguiram te remendar um pouco, consegue ficar de pé?

– Com quem pensa que está falando? Eu sou um poderoso integrante daquele que já estão chamando de pelotão de elite. – Se gabou. Mattis se colocou de pé, uma careta espontânea denunciou que ainda estava bem ferido.

– Vamos! Erna vai te deixar novinho em folha. – Comentou Frieda após olhar para o homem dos pés à cabeça. – Você está só o bagaço, como diria o Ralf.

– Quanta crueldade. – Disse Mattis a seguindo. Ele estava com a mão sobre seu ferimento mais grave no flanco e mancava um pouco.

Os dias se passaram e as vidas de muitos também, haviam baixas em ambos os lados dessa guerra, mas todos sabem que apenas um dos lados jamais poderia renascer. Mond seguia lutando em prol dos Haidu, seu desempenho demostrava o quão poderosa era aquela nação. Tudo transcorria como era o esperado de um embate daquela magnitude, mas haviam algumas coisas fora do lugar, detalhes que geravam estranheza.

– Tem algo muito errado acontecendo. – Falou Hans.

– Eu concordo. – Disse Johann preocupado.

– Os Haidu estão agindo de maneira estranha, ao meu ver seus padrões de ataques não fazem sentido. – Colocou Leon.

– De fato, eles parecem estar nos arrastando para um jogo de bater e correr desde o começo dessa guerra. – Expôs Leona.

– E esse é exatamente o ponto que causa estranheza. – Disse Leon. – Com a força que possuem, não faz sentido que deixem de tentar nos esmagar com tudo que possuem.

– Mesmo quando passamos por aquele sufoco devido a traição de Mond, eles não nos atacaram com força total. – Falou Ralf. – De alguma forma eu sinto que estão brincando com a gente.

– Eu tenho um mal pressentimento quanto a isso. – Felix se debruçou sobre a mesa a sua frente.

– Eu andei pensando sobre isso e infelizmente tenho péssimas notícias quanto a minhas concusões. – Informou Erna.

– Não sei se quero saber... – Felix suspirou.

– É melhor ser pego desprevenido? – Repreendeu Hans. – Prossiga, Erna.

– Essa situação, a quem ela favorece? – Erna deixou a questão flutuar no ar. – Nós somos soldados, somos despertos, mas ainda somos humanos. Vocês já pararam para analisar o quadro pintado no campo de batalha? Não importa quão forte seja o soldado, no fim ele ainda vai lamentar pelos companheiros mortos, ficar irado com os Haidu, sentir medo de morrer... Não existe um lugar mais propício a produzir sentimentos negativos que o campo de batalha, nada alimenta mais os Haidu do que um guerra. – Erna argumentou.

– Acha que estão fazendo de propósito? Que o plano deles é nos expor às condições da guerra pelo máximo de tempo que conseguirem? – Demandou Frieda.

– Precisamente. – Respondeu Erna.

– Por quê? – Inquiriu a garota. – Com que finalidade? Apenas para se alimentar? Não acho que seja isso, haviam outras formas. Por que agora? Por que estão fazendo isso agora?

– Eu não sei. – Falou Erna. – E não saber é o que me deixa ansiosa.

– Acha que estão fazendo isso para realizar algo maior? – Indagou Hans.

– Como assim? – Felix estava curioso.

– Frieda, em nossa missão no marquesado de Hortensie, aquele Haidu mais forte nos disse algo que não sai da minha cabeça. – Mencionou o homem.

– O que lhe foi dito? – Erna quis saber.

– Ele disse "às irmãs do inferno logo estarão aqui e você lamentará.", eu pensei que ele estava apenas nos amaldiçoando, que as ditas irmãs do inferno eram entidades que puniam os mortos ou algo assim, mas agora eu sinto que não foi mera maldição e sim uma ameaça. – Respondeu Hansel.

– Acha que estão tentando trazer alguém do plano não humano? – Demandou a mulher de olhos heterocromáticos.

O silêncio reinou no ambiente, ninguém queria confirmar tal coisa, era como se o simples comentário acerca daquilo fosse capaz de trazer mal agouro.

– Não queria ser eu a falar isso, mas... – Disse Johann. – Para precisar de uma guerra desse nível, imagino que o Haidu ou os Haidu que estão tentando trazer para cá são poderosos.

– Está falando dos de Classe Desastre? – Felix não conseguia sorrir.

– Isso não pode acontecer. – Leona falou.

– Não temos provas de que esse seja o caso. – Ralf interpôs.

– De qualquer forma eu apresentarei a hipótese na reunião de hoje. – Frieda informou. – Isso sequer pode ser uma possibilidade, certamente decidirão por tomar a iniciativa em atacar os Haidu dessa vez, essa guerra não pode mais se estender.

Naquela noite, durante a reunião, Frieda finalmente soube o motivo pelo qual os demais inquisidores, Irmãs, Juízes e membros do Conselho máximo estavam ausentes, os Haidu estavam lançando ataques não apenas no reino de Weinrose, mas em todo o continente com exceção de Mond, segundo os espiões. O caos estava se espalhando pelo reino, Klaus garantiu que Ada e Anelise fossem levadas para a catedral de Kamelie, o lugar mais seguro no momento. Os nomes mais poderosos na Ordem dos Cavaleiros Sagrados de Ismar estavam espalhados por todo o continente fazendo frente aos Haidu, aldeias e vilas inteiras foram dizimadas, a humanidade temia mais que nunca e no instante em que Frieda contou sobre a ameaça do Haidu que enfrentou em Hortensie, bem como a hipótese levantada por seus irmãos, não houve uma alma presente naquela tenda que não temeu.

– Estamos condenados. – Lamentou seriamente o segundo general de Feuer. No olhar dos dois capitães sob seu comando direto estava evidente que compartilhavam da mesma opinião.

– Ainda não. – Disse Conradine. – Eu me recuso a ceder tão facilmente.

– De fato, se ainda estamos aqui é porque o plano do inimigo ainda não se concretizou. – Falou o comandante Axel. – Pode soar desesperado, mas eu proponho que lancemos um ataque em larga escala o quanto antes, vamos reduzir o número dos inimigos de forma significativa e minar a confiança deles. – Propôs. – Eu tomarei a responsabilidade e lutarei ativamente nas linhas de frente.

– De jeito nenhum. – Discordou Friedrich, Comandante das forças de Sonne. – Antes de ser o Comandante geral dessa força, você é um Juíz, se você cair em batalha somente irá baixar a moral dos soldados e da população de todo o continente. Não podemos permitir que um Juíz morra.

– Não há o que discutir, eu já me decidi. – Falou o homem. – Se eu morrer é porque minha força não era o suficiente, a causa não precisa de um Juíz que necessita ser protegido.

– Reconsidere. – Pediu Hanne, segundo general dos despertos de Weinrose e uma Irmã da Sagrada Ordem. – É apenas natural que o corpo preserve a cabeça quando os demais orgãos podem ser substituídos. – Foi sucinta.

– É como Irmã da Sagrada Ordem que me ordena? – Inquiriu ele, uma vez que as Irmãs estão acima dos Juízes na divisão hierárquica dentro da Ordem dos Cavaleiros Sagrados.

– Aqui não sou nada além do segundo general, senhor comandante. – Garantiu ela.

– Então não retrocederei na minha decisão. – Reafirmou.

A reunião seguiu de maneira tensa, os planos para o ataque total estava decidido e logo seria colocado em prática, tudo precisava estar minuciosamente em ordem, a humanidade não tinha a opção de falhar.


❇❇❇



O alvorecer chegou anunciando o que seria um dia glorioso, era chegada a hora da humanidade avançar e dessa vez nada poderia os parar, afinal, desta vez não teriam a frustração que fora a traição de Mond como da última vez.

O time de elite foi designado a se infiltrar em território inimigo a partir da floresta do limiar por razões estratégicas, eles se moveriam pela mata densa sem chamar muita atenção, atravessariam a fronteira e cumpririam uma importante e perigosa missão, depois ficariam a cargo de flanquear o inimigo.

Frieda caminhava pelo acampamento enquanto pensava no caminho que ela e seus irmãos fizeram até ali. Em pensar que um pequeno grupo de oito que outrora deixou seu lar levando consigo somente o gosto amargo da derrota, a agonia de ter perdido perdido alguém amado e a sede insaciável de vingança, agora se encontravam em um lugar de alta importância no exército da Ordem dos Cavaleiros Sagrados de Ismar, uma posição cuja qual só se encontrava no imaginário de suas versões infantis. Estaria Heinrich orgulho, apesar de preocupado, de onde quer que os estivesse observando? Estaria procurando a quem se gabar uma vez que seus filhos se tornaram tão poderosos e famosos que até mesmo as crianças já cantavam sobre eles?

A garota, não, a mulher olhou para aquele céu acinzentado. As nuvens cobriam qualquer vestígio do sol e isso trazia um ar sombrio que combinava muito bem com a guerra, mesmo com o avançar das horas ainda estava um pouco escuro e com essa pouca luz o exército foi reunido e designado para suas funções naquele plano desesperado.

O comandante geral Axel se colocou diante do exército sobre seu imponente cavalo, ele ia de um lado para o outro enquanto observava suas tropas, teria a humanidade força o suficiente para prosperar dessa vez? Ele não pôde deixar de olhar para onde se encontrava o pelotão de Wanderfalke, sua capitã estava a frente, no lugar onde deveria estar, o comandante não viu nada em sua face inexpressiva, não havia medo nem hesitação e por alguma razão isso o acalmou um pouco. O homem não podia deixar de se sentir um pouco mal por colocar tanto peso e responsabilidade nos ombros dos integrantes daquele pelotão distinto, ele sabia que o fardo sobre eles era pesado demais, uma vez que o sucesso daquela missão dependeria do sucesso deles.

Sobre seu cavalo, o homem estava consciente de que liderava o maior número do exército para o que poderia ser suas mortes, serviriam de chamariz a fim de prender a atenção do inimigo para que o pelotão de elite pudesse se infiltrar e eliminar a cabeça deles, colocando-os em desordem, alimentando as chances da humanidade esmagá-los.

Aquela seria uma empreitada perigosa e ousada, em caso de sucesso o lado humano poderia respirar um pouco e evitar o pior quadro, mas em caso de falha a situação se tornaria tão ruim que nem o surgimento de um Santo seria considerado garantia de vitória.

Falhar não era uma opção, a humanidade contava com o pelotão de elite e cada um dos membros dele sentia o peso de tamanha responsabilidade. 

– Pelo sangue e pelo espirito! – Proferiu ele a plenos pulmões e atiçou seu cavalo, partindo em velocidade na direção planejada. Os demais soldados repetiram em uma só voz e seguiram seu comandante com um grutal grito de guerra.

Em determinado ponto o pelotão de elite se separa dos demais e parte em uma direção diferente, rumo a Wald von Grenze, o clima tenso é palpavel, Frieda se pergunta se há algo que possa dizer para amenizar a situação e ao chegar na entrada da floresta, ela suspende a marcha e se volta para seus companheiros. Todos a fitam com atenção e curiosidade.

– Vocês bem sabem que não sou muito de falar, mas vejo necessidade disso agora. – Proferiu ela ao seu pelotão. – Coragem! – Bradou, seu cavalo se agitou um pouco, mas logo se acalmou. – Somos órfãs e ainda que alguns de nós ainda tenha pais biológicos que vivem, a esmagadora maioria é órfã do amor deles, sei disso porque conheço você, nós comemos e bebemos juntos, dormimos sob o mesmo teto e sobrevivemos unidos no campo de batalha. – Disse Frieda. – Eu adoraria dizer que estamos aqui por um bem maior, para ajudar de forma altruísta até quem não merece, mas a nossa motivação no fim é uma só . – Falou ela. – Certo ou errado, nós decidimos isso por unanimidade, queremos limpar o gosto amargo da injustiça em nossos lábios, queremos expurgar aqueles que nos roubaram a liberdade de viver sem sermos reféns do medo, aqueles que nos roubaram nossas pessoas preciosas. – Falou. – Ninguém aqui tem permissão para morrer hoje, olhem diretamente na face da morte e digam "hoje não!". – Ergueu a voz e todos urraram em resposta. Ela reinicia a corrida mata a dentro.

– Vamos avançar! – Felix bradou animado. – Quero voltar antes da hora do jantar, me contaram que hoje terá banquete. – O pelotão inteiro se animou.

Após alguns minutos desde que entraram na floresta, Frieda comunicou que descessem de seus cavalos e prosseguisse a pé, em algum momento ela olhou para o lado em busca de um conselho de Erna como de costume, mas sua irmã não estava ali dessa vez. Erna foi designada a avaliar outro local no campo de batalha e reportar para Frieda a situação.

Johann aproveitou que Frieda estava sozinha e se aproximou dela, ele conta para a mulher que essa será sua última vez no campo de batalha, confia a ela o segredo de que aproveitará a confusão na hora de retornar a base para se esgueirar para fora dali e desertar, ele se encontraria com Ada e sua filha e então iria para o templo onde viveu no passado, ali esperaria por ela e seus irmãos, se reuniriam e voltariam para o Gesteck. Frieda ficou satisfeita em ouvir tal decisão e se colocou à disposição para avisar aos demais irmãos.

A marcha floresta adentro prossegue, mas é apenas quando estão na linha imaginária que separa Weinrose de Schwarz, que algo finalmente acontece. A capitã para subitamente, seus sentidos a avisam do perigo, seu corpo se arrepia, o instinto de sobrevivência lhe demanda que fuja, seus olhos analisam o ambiente em busca da causa, mas o que encontra é perturbador. Os membros do pelotão estão atentos a sua capitã, alguns também sentiram o mesmo que ela, todos estão em alerta completo.

Felix estava a poucos passos dela, ele a encarava à espera de qualquer comando, e no momento em que volta sua atenção para o estava a sua frente, o jovem tem um vislumbre do bizarro. É como se o tecido invisível diante dele estivesse rasgado, aos poucos uma fenda silenciosamente começa a distorcer o ar ao seu redor e a se abrir, sequer alterava o vento, seu interior tem bordas azuladas e roxas que vão escurecendo à medida que vão em direção ao centro, o meio é um completo breu. Felix de repente leva as mãos aos ouvidos, protegendo-os como se estivesse ouvindo um barulho ensurdecedor vindo do outro lado da brecha, seus olhos se reviram e quando Frieda se move em sua direção algo a detém, ela não podia processar a imagem diante dela, um olho observava através da fenda. O globo ocular se destacava dentro daquela fenda escura, ele se mexia olhando todas as direções, todos no pelotão se resignavam ao silêncio, ninguém ousava tomar a iniciativa. Quanto a Frieda, estava experimentando algo que não sentia a tempo, o mais puro...medo(?), seu corpo estremecia, as vozes em sua cabeça se calaram, seu cérebro enviava sinais de perigo na tentativa de fazê-la reagir, mas a mulher estava paralisada, em completo choque, em completa submissão, e permaneceu assim mesmo após o olho desaparecer dentro da fenda e um suspense se instaurar, fazendo todos tremerem e se perguntarem  sobre o que viria a seguir.

Felix se acalmou finalmente, ele olhou para o interior da fenda diante de si e arregalou os olhos em surpresa, suor escorria da sua face, um semblante sem esperança enfeitou seu rosto e então ele olhou para sua irmã Frieda, forçando-se a sorrir uma última vez, ele sequer tinha tempo de avisá-la e decidiu se apressar em lhe dar algo que julgava ser capaz de acalmá-la quando ela precisasse recordar de uma última memória,a flauta em sua mão escorregou de seus dedos e caiu no chão.

Frieda percebeu que havia algo errado e começou a correr na direção dele, mas antes que pudesse lhe alcançar ela viu linhas vermelhas de sangue surgirem por todo o corpo de Felix, formando pequenos quadrados como uma rede de apanhar insetos e então seu precioso irmão mais novo de desfez em nada além de sangue e vísceras espalhadas ao vento como pétalas de cerejeira.

A garota ouviu um grito, um daqueles que soam tão alto que te deixam surdo, levou alguns milésimos de segundos para perceber que era ela quem estava a gritar. Um zumbido agudo se instaurou em sua cabeça e ela já começava a deixar de ouvir o que se passava ao redor, sua mente estava a beira do colapso, o que aconteceu logo a seguir foi tão rápido que nem seus olhos foram capazes de processar, mas o seu corpo se moveu por conta própria e a ajudou a bloquear, com a Guan dao, o golpe que lhe arremessou por alguns metros como se ela fosse uma folha insignifiante arrastada pelo vento.

– Alguém nos atacou. – Leon expôs atordoado aos berros, alertando o restante do pelotão. 

– Frieda! O inimigo está diante de nós. – Gritou Hansel em desespero. Ele sentia muita dor também, mas se agarrava ao fio da sanidade para se reerguer naquele momento difícil, ele se perguntava o que Erna faria em seu lugar e concluiu que permitir que Frieda se rendesse ao desespero sequer era uma opção. – Lute! Levante e lute! – Rogou a plenos pulmões e em resposta Frieda reagiu a sua voz, mas ela não foi a única, as palavras são poderosas e a força delas deram rumo aos demais integrantes do pelotão que caíram sobre o Haidu entre eles com toda a coragem e força que lhes restavam, contudo, a esmagadora maioria pereceu antes de conseguir encaixar um único golpe.

O Haidu estava parado diante deles, já não estava tão perto da brecha, ele tinha quatro asas, duas grandes e duas médias, múltiplos olhos como uma aranha, mas um deles era maior e ficava ao centro enquanto os outros estavam dispostos ao redor dele em espiral. Sua boca era grande e dela se projetavam dentes enormes. A criatura era bipede, com longas pernas de bode bem fortes, seus braços pareciam patas dianteira de urso, com garras longas que pareciam feitas de algum metal azulado altamente cortante. A criatura era rápida e saltava com excelência, bloqueou o golpe de Frieda com sua Guan dao como quem afasta um inseto, a mulher recebeu dano só de ter seu ataque bloqueado, mais soldados investiram contra a criatura em seu auxílio e mais deles morreram instantaneamente.

Frieda estava em choque, ela ainda não tinha assimilado que Felix tinha morrido como se fosse nada. Alguma coisa passou pela brecha, o que e quando? Um Haidu, certamente um Haidu, ele estava diante dela agora, qual sua classe? Por que era tão forte? Por que ela estava sangrando tanto quando não tinha levado nenhum golpe direto? O caos se instaura e pessoas começam a morrer sem sequer conseguirem identificar de onde vinha o ataque. O Haidu murmurava e atacava, que tipo de heilig estava manipulando? Os humanos tentavam entoar suas oração e atacar, mas dentro de poucos minutos o cenário mudou, revelando algo que jamais seria esquecido pela humanidade, após encontrarem aquele lugar.

Haviam tantos corpos pelo chão, quanta energia já haviam gasto, a criatura sequer parecia estar cansada.

– Ei!? – Chamou o Haidu, finalmente falava alguma coisa na linguagem humana. – Tem feito um excelente trabalho em não entrar no meu caminho, mas por quanto tempo seguirá abusando da sorte?

Frieda estava confusa e ela não era a única com quem a criatura estava falando?

– Quem é você? – Foi tudo que Frieda conseguiu falar.

O Haidu se voltou para ela e a mediu.

– Gosto do seu espírito coragem, então decidi responder a sua questão, ainda que seja uma existência tão insignificante. – Disse ele. – Eu sou Azanirug, mas acredito que na língua do seu povo me chamariam de Contenda, conhecida como a segunda dentre as Sete Irmãs do Inferno, ou plêiades. Como preferir. – Apresentou-se. – E por falar em contenda... – Algo como um sorriso se formou em sua face desprezível. – Humano... – A criatura parecia cantarolar. – Recomendo que se retire agora, do contrário posso acabar eliminando-o por acidente e isso fere o que foi acordado entre nós e ti.

A frase maldita dita pela criatura deixou Frieda em choque, ela só podia tentar se apegar ao pensamento de que o Haidu estava mentindo no intuito de causar desavenças em seu pelotão em nome de entretenimento próprio. Contudo, como descrever que tipo de expressão ela tinha no rosto quando Mattis passou pelo Haidu com uma expressão fria na face, indo embora sem sequer olhar para trás? Frieda não pode crer no que estava vendo, como os céus permitiram que fosse vítima de tamanha traição?



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Olha o muído que deu.

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