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Wake Me Up When September Ends

Minha primeira fic universo soulmate <3

_____

Outubro

Jeongguk tinha absoluta certeza que Park Jimin era sua alma gêmea nesse mundo. Ele sabia que não precisava esperar até completar a maioridade para descobrir isso, ele sentia.

As almas gêmeas, ou soulmates, como alguns chamavam, eram destinadas desde antes do nascimento, mas a confirmação do laço só acontecia quando ambos completavam dezoito anos. Se fosse o caso de um casal com idades muito diferentes, a regra valia para o mais novo. Então, eles ganhavam o sinal secreto. Soulmates pareadas jamais revelavam qual sinal os ligava, podia ser qualquer coisa, desde marcas na pele até sensações puramente únicas. Não existia uma regra – a única regra era que somente as soulmates sabiam e sentiam quando acontecia e, como um ritual sagrado, as marcas jamais deveriam ser reveladas para ninguém.

Mas nada disso tinha a menor importância para Jeongguk. Quando completasse dezoito anos, dali a um ano, o sinal que receberia só validaria tudo. Sentia que jamais amaria outra pessoa como amava Jimin, e era por isso que aquela separação doía tanto.

Conhecia Jimin desde os quinze anos. Ele fora seu primeiro beijo, sua primeira vez – todas as suas primeiras vezes. As primeiras brigas, as reconciliações, as descobertas, o primeiro orgasmo compartilhado, os beijos aprendidos juntos. Namoravam a dois anos e por mais que para outras pessoas que vissem de fora fosse pouco tempo para criar um laço tão forte, para Jeongguk era tempo o suficiente.

Então, por que a vida tinha que separá-los?

Jeongguk olhou para Jimin em sua frente, os ruídos do aeroporto zumbindo em seus ouvidos como uma cacofonia aflitiva enquanto seu coração disparava. A voz robótica vazou pelos autofalantes, anunciando o voo que levaria seu Jimin para um intercâmbio de seis meses em Londres.

"Ei, não faça assim, meu amor", Jimin sussurrou, segurando seu rosto entre as mãos pequenas. Usava um gorro vermelho e óculos escuros para esconder os olhos inchados por passar a noite chorando com Jeongguk. "Vai passar rápido. Daqui a pouco é o Natal e nós vamos nos ver, só dois meses, e então você vai me visitar, lembra? E então faltarão só mais dois meses, nem vamos perceber."

Jeongguk assentiu, segurando os pulsos de Jimin, o coração acelerando como se estivesse prestes a rasgar no meio.

Deus, por que tinha que doer tanto? Era uma dor insuportável, uma laceração direto em seu peito, mal conseguia puxar o ar entre os soluços.

"Pare de chorar, Gukie, ou não vou conseguir entrar naquele avião", Jimin suplicou, distribuindo beijos sobre as pálpebras úmidas de Jeongguk.

Jeongguk jamais colocaria as próprias necessidades acima das de Jimin. Aquela viagem seria uma oportunidade para o garoto, estudar inglês fora, e Jimin tinha esse sonho desde muito antes de se conhecerem. Não era justo que Jeongguk pedisse para que abrisse mão disso só porque ia morrer de saudades, por mais que, no fundo, fosse exatamente isso que Jeongguk queria fazer.

Mordeu o lábio, contendo a dor, e fez o melhor que pode para engolir o choro e forçar um sorriso.

"Eu vou ficar bem", murmurou, entrelaçando os dedos nos de Jimin. "Prometa que vai ficar também, e vai me ligar todos os dias."

"Eu vou ligar e mandar mensagens e cantar para você dormir, todos os dias", Jimin sorriu, as bochechas altas e coradas erguendo a base dos óculos escuros.

"Última chamada para o voo 3452, com destino a Londres, passageiros, favor embarcar no portão de número 15. Última chamada para o voo 3452..."

"Tenho que ir", Jimin engoliu em seco, sem conseguir desgrudar a testa da de Jeongguk.

Num gesto de desespero, Jeongguk o beijou, segurando-o pelas alças da mochila. Jimin era mais baixo, de modo que na maioria das vezes precisava içá-lo para cima de algum modo quando se beijavam em pé, como agora. O beijo tinha gosto de lágrimas, dor e angústia, e foi rápido e desencontrado, porque Jimin deixou cair o passaporte com os documentos de viagem e eles tiveram que se desvencilhar para juntar tudo.

A última memória que Jeongguk teve foi dos dedos de Jimin esbarrando nos seus, os anéis prateados os adornando enquanto catava os papeis, e então o garoto correndo pelo portão de embarque, as pernas bonitas e compridas na calça jeans, os converses vermelhos estalando no chão encerado.

Atravessou o saguão, esbarrando nas pessoas, e vagou como um zumbi até o estacionamento, onde Taehyung o esperava, encostado no carro e cutucando o celular. Nenhum dos dois disse nada; Jeongguk se aproximou, Taehyung enfiou o celular no bolso da calça e abriu os braços, e então o mais novo estava enterrando o rosto banhado de lágrimas em seu pescoço quente.

Jeongguk respirou o cheiro de Jimin em Taehyung. Era reconfortante saber que, embora Jimin tivesse ido embora, uma parte dele ficara ali. TaeTae e Jimin eram melhores amigos de infância, e Jeongguk sempre achou curioso que o cheiro deles se misturasse pela proximidade que tinham, e pelo fato de que usavam as roupas um do outro. Naquele momento, Taehyung estava usando um suéter velho de Jimin, e Jeongguk enterrou o nariz nas fibras desgastadas até sentir que a exaustão da tristeza enfim o vencera.

"Me leve para casa, hyung", pediu no pescoço de Taehyung. Diferente de Jimin, Taehyung era mais alto, de modo que não precisava se curvar para abraçá-lo. Os dedos do mais velho afagaram seus cabelos e ele deixou um beijo suave em sua orelha.

"Claro que sim, Gukie. O que você quiser."

Novembro

Como prometido, Jimin ligava todos os dias. As aulas na faculdade consumiam todo o tempo de Jeongguk, e ele gostaria de ter Jimin ao seu lado como antes, nas horas vagas, mas os horários do namorado do outro lado do mundo quase nunca coincidiam com os seus. Na maioria das vezes, quando Jeongguk estava no dormitório, o peito doendo de saudades, Jimin estava nas aulas do curso. Quando Jimin estava livre, Jeongguk estava nas aulas. Então, eles se falavam em horários loucos, de madrugada, sacrificando o sono de um ou de outro, ou apenas nos fins de semana.

Às vezes, matava um período ou outro só para fazer vídeo chamadas com Jimin. Sabia que não era certo, mas não suportava. Era difícil demais. Sua boca formigava, reflexos da memória da pressão dos lábios de Jimin nos seus, suas mãos eram vazias, inúteis, longe da pele de Jimin. Ele se sentia morto. Cansado. Sem propósito.

"Qual você acha que vai ser o sinal?", Jeongguk perguntou certa vez em que estavam no meio de uma ligação. Era dia em Seoul, mas noite em Londres, e a voz de Jimin era rouca e baixa, cheia de sono.

"Não faço ideia", Jimin bocejou. "Teremos que esperar, não é? Falta pouco agora, menos de um ano para o seu aniversário de dezoito."

"Como as pessoas conseguem não contar? Quando eu receber o sinal, vou ficar tão feliz que vou querer sair gritando para o mundo inteiro que somos um do outro."

"Dizem que quando acontece, a vontade de partilhar algo único com a pessoa é maior que tudo. Jeongguk, eu falei com TaeTae ontem", desconversou, "e ele me disse que você está perdendo peso."

"Quando você disse que ele cuidaria de mim, não achei que seria meu espião", Jeongguk resmungou, ácido.

"Eu conheço você, sei que vai se descuidar porque não estou aí, então é, eu pedi para ele me passar o relatório diário, e você está indo muito mal."

"Eu estou comendo. Mesmo sem fome."

"Sei que pode fazer melhor", outro bocejo, e Jeongguk sentiu-se mal por estar privando Jimin de seu descanso.

"Eu vou. Agora vá dormir, deve ser tarde aí."

"É. Só mais cinco minutinhos."

"Não, Jiminie. Vamos desligar. Boa noite."

Jimin murmurou um muxoxo, mas concordou. Quando desligaram, Jeongguk esperou sentir felicidade e alívio, como sentia sempre que escutava a voz de Jimin, mas cada dia que passava, cada ligação, salientava ainda mais a saudade, a ponto dele não conseguir mais um momento de paz. Começou a chorar encolhido contra a parede.

No dia seguinte, acordou com os olhos inchados e sem a menor disposição para levantar da cama. Perdeu a primeira aula puramente por desânimo, quando então bateram na porta do quarto. Atendeu de pijama, cabelos desgrenhados, pés descalços no chão frio. Taehyung estava parado do outro lado da soleira, usando um sobretudo que parecia quentinho e confortável e um cachecol vermelho contrastando com a pele caramelo e os cabelos loiros. Segurava dois copos de papelão que exalavam uma fumaça perfumada com cheiro de cappuccino de baunilha.

"Bom dia", sorriu, erguendo um dos copos na direção de Jeongguk, que farejou o aroma doce da bebida e a aceitou. Seu estômago roncou, o fazendo lembrar que tinha ido dormir sem jantar na noite anterior.

"O que está fazendo aqui, Tae? Está perdendo as aulas", Jeongguk bebericou o cappuccino observando Taehyung entrar no quarto e abrir as cortinas. O hyung sorriu para a claridade dourada do dia e respirou fundo ao abrir a janela.

"O outono está acabando, mas ainda tem um cheiro bom", comentou, alheio. "Ainda dá para sentir o perfume das folhas antes que a neve cubra tudo."

"Só sinto cheiro de café com baunilha", Jeongguk resmungou, mas a bebida quente e a presença radiante de Taehyung o fez ter o mínimo de forças para ir até o banheiro, lavar o rosto e se trocar para começar o dia.

Dezembro

"Jeongguk, Jimin sabe disso?"

"São só pílulas para concentração, hyung", o que não chegava a ser uma mentira. Jeongguk estava mesmo com falta de concentração e os remédios para dormir o ajudavam a pelo menos desligar de toda a dor.

Era um bom aluno – um excelente aluno. Não era à toa que terminara a escola adiantado e entrara na faculdade precocemente, mas desde que Jimin fora embora, não conseguia se concentrar em nada. Seu rendimento nos estudos estava baixo e ele andara tirando notas bem ruins nos trabalhos e relatórios.

"Jeongguk", Taehyung disse, não comprando a mentira nem por um segundo. "Jimin sabe disso?"

"Não", Jeongguk admitiu, sem graça.

Estavam no quarto do mais novo, numa manhã comum e fria às vésperas do Natal, e Taehyung ajudava Jeongguk a escolher um presente para Jimin pela internet. Tudo ia bem, Jeongguk estava mais do que animado com o fato de que Jimin enfim, depois de dois meses tortuosos, voltaria para passar o Natal em Seoul, visitar a família e ficar um tempo com Jeongguk, até que Taehyung precisou usar o banheiro e descobriu os remédios.

Os ansiolíticos de tarja preta no armário debaixo da pia.

"Tae, por favor, não conte para ele", Jeongguk sentiu um nó na garganta. Já era demais a culpa que sentia em ser tão fraco que nem ao menos podia suportar uns meses longe de Jimin, quando o garoto estava claramente lidando com aquilo muito melhor. Jeongguk via pelas fotos que Jimin postava nas redes sociais, sorrindo, feliz. Ele estava feliz, é claro, por realizar um sonho, enquanto Jeongguk definhava. Nem ao menos conseguia dormir sem ajuda de medicação pesada.

Jimin não merecia saber que Jeongguk estava sofrendo tanto, bem mais do que o esperado. A verdade era que, quando se falavam por mensagem, vídeo chamada ou ligação, Jeongguk se esforçava além do limite para parecer bem, perguntando sobre o dia-a-dia de Jimin, interessado e animado, mas quando desligavam, aferida no peito de Jeongguk sangrava livremente.

Ele só não entendia porque era um tormento tão grande para si, se para Jimin era apenas... uma questão de tempo.

Não é que Jeongguk estivesse querendo que Jimin sofresse, mas é que não fazia sentido. Se eles eram soulmates, devia ser insuportável para os dois lados, não apenas para um. E por mais que Jeongguk soubesse que devia ficar aliviado por Jimin estar bem, isso só fazia com que sua dor magoasse ainda mais.

Taehyung suspirou, sentando-se na beirada da cama, ao seu lado, rolando o frasco de remédio entre os dedos compridos e bonitos.

"Jeongguk, eu não sei se devo dizer isso, mas acho que não tem outra pessoa que possa te falar com sinceridade, então, serei eu", mordeu o lábio, hesitante. "Não tem que ser assim, sabe? Não precisa doer tanto."

"Você acha que dói por que eu quero? Ele é minha soulmate, hyung. Eu não consigo lidar com isso, achei que seria ruim, mas está sendo insuportável!"

Taehyung franziu o cenho.

"Espere, você ainda não tem dezoito anos. Não recebeu a marca, como pode saber que..."

"Eu não preciso!", Jeongguk elevou a voz, perdendo um pouco a paciência. Detestava que questionassem seu sentimento por Jimin. "Eu sei, eu sinto que é ele, que somos um do outro! Isso basta."

Taehyung assentiu, decidido a não discutir mais.

"Eu não vou contar para ele", prometeu. "Se você acredita que tem que ser assim, é sua escolha, Gukie. Mas você não tem só esses remédios, você tem a mim, e o Yoongi, Hoseok, Jin, Monie. Estamos todos aqui, sempre estivemos, seus amigos e de Jimin, sempre vamos estar. Chim Chim foi embora por um tempo, mas outras pessoas ficaram. A sua vida ficou aqui, viva ela."

Tae afagou os cabelos escuros e macios de Jeongguk antes de levantar e sair do quarto, deixando o garoto sozinho, arrependido por ter sido rude com Taehyung. Agora, somado à dor da distância de sua alma gêmea, havia o remorso de ter afastado a presença de Taehyung de si.

Estava se acostumado ao hyung.

Estava se acostumando com a dor.

***

Jeongguk estava agitado. Faltava um dia para rever Jimin. Não conseguia sequer parar quieto no lugar, verificando várias vezes se o presente que encomendara pela internet – um cachecol amarelo de cachemira – estava perfeitamente embrulhado. Se sua aparência estava boa o bastante; a franja precisava de um corte, andara negligenciando muitas coisas em si e só agora percebia que suas olheiras estavam fundas, sua palidez natural meio sem viço e suas clavículas muito acentuadas. Puxou mais a gola do moletom para escondê-las.

Taehyung e os outros hyungs estavam planejando uma festa na república de Yoongi na noite de Natal. Jeongguk queria muito ir buscar Jimin no aeroporto e ir com ele para lá, mas Jimin quisera fazer uma surpresa e, por isso, não lhe dissera nem o horário em que chegaria, nem o número do voo. Jeongguk teria que esperar o namorado, prestes a surtar de tanta ansiedade.

Taehyung buscaria Jimin. Esse fora o combinado.

Sentia falta do beijo de Jimin. O som da voz dele de verdade em seu ouvido, seu toque, seu cheiro, seu rosto, cada detalhe dele. Tinha pavor de esquecer o rosto de Jimin, os ângulos, o formato dos olhos e da boca. Isso era o que mais o aterrorizava.

No dia 24, Jeongguk foi para a república de Yoongi e encontrou os garotos bebendo animados, a casa decorada com bolas douradas e balões, além de uma faixa enorme pendurada no arco entre a sala e a cozinha, com os dizeres: BEM-VINDO, JIMINIE.

Só então Jeongguk se deu conta de que os amigos também sentiam falta de Jimin. E, no entanto, estavam sorrindo, vivendo suas vidas, como Taehyung dissera. Mas é claro, Jimin era sua soulmate. Isso era bem mais forte que um laço de amizade, certo?

Evidentemente que sim.

"Onde está Taehyung?", perguntou afoito assim que chegou, adicionando o presente de Jimin aos outros, ao pé da árvore.

Taehyung seria aquele que traria seu Jimin de volta. Além disso, era estranho não ter o hyung por perto, seu sorriso meigo, sua voz doce e profunda falando as palavras com cuidado. Taehyung acalmava Jeongguk, ele tinha uma maneira tranquila e gentil de ver o mundo e sua simples presença conseguia equilibrar a ansiedade e a tristeza do mais novo, talvez porque, no fundo, Jeongguk lembrasse que Taehyung era seu elo mais verdadeiro com Jimin.

Os dois melhores amigos inseparáveis.

Como uma extensão do namorado, uma lembrança que Jimin deixara de que um dia existira, de que era real, e de que voltaria.

"Já saiu para o aeroporto", Hoseok respondeu, oferecendo uma bebida quente para Jeongguk.

Eles trocaram um sorriso grande. Em breve, Jimin estaria ali, finalmente. Esse seria seu presente de Natal, o melhor que ele poderia receber.

***

Jeongguk saiu pela porta assim que ouviu o motor de um carro roncando do lado de fora. Ele, Yoongi, Hoseok, Jin e Namjoon saíram de casa e pararam no jardim em expectativa. Jeongguk correu até as sebes, e então estacou no caminho estreito que levava à calçada ao ver Taehyung descer do carro.

Sozinho.

Com a expressão nublada, Taehyung travou as portas e deu a volta na frente do carro, parando alguns metros diante de Jeongguk, os olhos fixos no chão.

"Hyung", Jeongguk murmurou, o peito pesando.

Taehyung não conseguia erguer os olhos, mas Jeongguk viu os punhos dele se fechando ao lado do corpo como se ele quisesse estrangular, esmurrar alguma coisa.

"Hyung, onde está Jimin?"

"Ele...", Taehyung limpou a garganta e então levantou a cabeça. Os olhos castanho escuros encontraram os negros de Jeongguk numa comunicação muda. "Sinto muito, Jeongguk. Ele não conseguiu vir."

"O quê?", Jeongguk sentiu-se zonzo. Uma sensação estranha e gelada desceu por seu estômago.

"Taehyungie, o que houve?", Namjoon perguntou.

"Nevasca e neblina. Ele nem conseguiu sair de lá."

"Por que ele não avisou?", Hoseok estranhou.

"Ele tentou, mas a nevasca também atrapalhou os sinais de comunicação", Taehyung fitou Jeongguk. O garoto estava em choque, a decepção o deixando pálido e inerte como um corpo sem alma.

"Como sabe disso, então?", Yoongi perguntou.

"Ele conseguiu me ligar, faz mais ou menos uns quarenta minutos", Tae disse em tom de desculpa para Jeongguk, embora ele nem parecesse prestar atenção.

Uma lágrima solitária rolou pela bochecha de Jeongguk e isso foi o bastante para tirar Taehyung do lugar. Ele envolveu o garoto num abraço quente, passando os braços por seus ombros e o puxando para si. Jeongguk nem ao menos se moveu, só pendeu a cabeça na curva do pescoço de Taehyung e chorou, tremendo e soluçando até que as últimas luzes da tarde sumissem no horizonte.

Janeiro

O amor machuca, mas às vezes é uma dor boa

E me faz sentir vivo

O amor canta quando transcende as coisas ruins

Tenha um coração e me teste,

Pois sem amor eu não sobreviverei.

Jeongguk passava os dias do recesso deitado na cama do dormitório, ouvindo uma única música. Ele dormia na companhia de Love Hurts, Incubus, e a única certeza que ele tinha era que o amor machucava.

Jimin ligara dezenas de vezes pedindo desculpas, e Jeongguk o perdoara. Não era culpa dele. Jeongguk achava que seria mais fácil ver o namorado, mesmo que Londres fosse tão distante de Seoul. A passagem era cara, mas ele e Jimin tinham economias e haviam se planejado para isso. Agora, Jimin teria que esperar o reembolso da empresa aérea para comprar uma nova passagem, além do que, a viagem teria que coincidir com algum feriado ou folga no curso, o que só aconteceria em meados de Março.

Mais dois meses.

Fevereiro

Hoseok organizara com Yoongi e Taehyung uma surpresa para Jeongguk. Quando o garoto apareceu na república numa noite de sábado, abatido como sempre, quase morreu do coração ao ver o rosto de Jimin na imensa televisão da sala de Yoongi numa vídeo chamada ao vivo.

Jimin sorria tanto que os olhos se apertavam sobre as bochechas e ele acenava freneticamente para um Jeongguk mortificado na soleira da porta.

"Jiminie?", murmurou, e então se deu conta de que o namorado assistia a tudo do outro lado, pela câmera do notebook de Yoongi conectado à televisão.

"Oi", Jimin riu, corando. "Ei, Jeongguk, os garotos tiveram essa ideia de fazer uma reunião juntos e adivinhe só, eu vou ficar com vocês hoje, a noite toda, o que acha?"

"Você vai...?"

"É, eu consegui um tempo! Seremos só a gente hoje! Como se eu estivesse aí, como sempre foi!"

Jeongguk não sabia como reagir a isso, estava meio perplexo. Devia ficar feliz, mas só se sentia anestesiado. Esquecera de como era sentir alívio ou alegria em meio a tanta dor, perdera totalmente o costume. Quase parecia errado sentir algo bom. Procurou o olhar de Taehyung em busca de alguma segurança, mas não soube ao certo o que viu no rosto do amigo. Taehyung sorria, mas era um sorriso estranho, como se entendesse os sentimentos confusos de Jeongguk e tentasse confortá-lo com um olhar afetuoso.

Inconscientemente, Jeongguk aproximou-se de Taehyung e o mais velho passou o braço por cima de seus ombros num gesto automático, envolvendo-o num abraço de lado. Imediatamente sentiu-se seguro, apesar de tudo. Tinha vontade de chorar, um nó horrível na garganta, mas o peso do braço de Taehyung em si, o cheiro dele, o calor familiar de seu corpo aplacou tudo e Jeongguk, de algum modo, sorriu para Jimin, e então todos estavam rindo e conversando alegremente em frente à lareira de Yoongi, bebendo e agindo como se Jimin jamais tivesse ido embora.

Jeongguk não saiu de perto de Taehyung a noite inteira. Jimin ficou ali como prometera, até todos irem dormir, e quando eles subiram para os quartos, um por um, Taehyung levantou para deixar Jeongguk ter um momento a sós com Jimin, mas Jeongguk ficou de pé, despedindo-se do namorado com pressa.

"Se cuide, Jiminie", disse, acenando para a câmera.

"Durma bem, Jeongguk", Jimin retribuiu, e então a vídeo chamada foi encerrada.

Taehyung sorriu para Jeongguk, e Jeongguk viu que o hyung estava verdadeiramente feliz e aliviado. Não apenas porque tinha visto o melhor amigo de infância, por mais que Jeongguk soubesse que também sentia muita falta de Jimin.

Mas porque ele, Jeongguk, estava bem.

Taehyung se importava consigo. Mais que isso, até. Ele cuidara de si, fora um bom amigo, suprindo Jeongguk de tantas formas que o garoto nem se dera conta na ocasião, sem esperar nada em troca.

Dia e noite, nos dias ruins, quando o buraco em seu peito ameaçava engoli-lo, Taehyung estava ali.

Perceber isso causou algo novo nas entranhas de Jeongguk. Sentiu o rosto arder e o coração se agitar numa reação esquisita e já esquecida.

"Hyung", Jeongguk coçou o nariz, os olhos ardendo. Todos tinham subido e eles estavam sozinhos ali. "Obrigado por tudo. Obrigado por ter ficado comigo quando Jimin pediu."

"Eu não fiquei com você porque ele pediu", Taehyung se aproximou. O polegar roçou a bochecha de Jeongguk, recolhendo uma lágrima. "Jimin pediu para que eu olhasse você, não que ficasse do seu lado. Ele não pediria isso. Nenhum namorado pediria isso."

Um calor se alastrou pelo peito e rosto de Jeongguk.

"Mas você ficou tão mal, Gukie, eu não podia ficar só olhando", Taehyung molhou os lábios e pegou fôlego para falar mais coisas, as palavras se empurrando para fora de sua boca como se ele não suportasse mais contê-las, mas então ele parou, engoliu em seco profundamente e se afastou com um sorriso triste. "Jimin é meu melhor amigo, e eu não faria nada para feri-lo, nunca."

Taehyung subiu, e Jeongguk ficou parado na sala, processando o que tinha acontecido.

Março

Jeongguk nem podia acreditar no que estava acontecendo.

Estava beijando Jimin.

Deus do céu.

Era um sonho.

Um sonho muito real.

Dessa vez, Jimin lhe dissera a hora e o voo e no segundo em que as portas automáticas do desembarque se abriram, Jimin avistou Jeongguk entre as pessoas, jogou a mochila no chão e pulou em cima do garoto. Eles riram se abraçando, e então Jimin colocou os pés no chão outra vez, segurando o rosto de Jeongguk entre as palmas e o devorando com os olhos arregalados cheios de felicidade.

"Vamos embora daqui agora", ele arquejou. "Preciso ficar sozinho com você, meu deus do céu, Jeongguk, quatro meses, quatro meses!"

Não podiam ir para o quarto do alojamento, já que Jeongguk o dividia com outro aluno, então pensaram rápido e foram parar num motel.

Quatro meses sem sexo era demais, levando em conta que tinham uma vida sexual muito ativa antes de Jimin viajar e por mais que houvesse o sexo por telefone ou vídeo, não era a mesma coisa, nem de longe. Jeongguk estava subindo pelas paredes tanto quanto Jimin, e eles arrancavam as roupas assim que giraram a chave na porta, apertando-se e beijando-se com tanta fúria que as bocas ficaram vermelhas e machucadas.

Transaram uma vez, gozando depressa porque não conseguiram conter o desejo, e transaram mais duas vezes seguidas depois, incapazes de parar. Jimin estava fora de si, estocando com uma força e pressão que Jeongguk jamais conhecera, um desespero que chegava a ser dolorido para o mais novo depois de tanto tempo sem praticar.

No final, Jeongguk caiu na cama sem conseguir raciocinar, mas aquilo nem fora o começo. Precisava de mais de Jimin, não só sexo, mas falar com ele, viver com ele, queria descontar em dois dias – o tempo que Jimin ficaria em Seoul – os quatro meses de distância.

Mas, quando virou para o lado para falar, Jimin já estava ferrado no sono.

Abril

"Eu sei, Gukie", Jimin dizia do outro lado da ligação chiada. "Mas é uma bolsa de estudos de mais seis meses e eu consegui um emprego. Vou ganhar em libras, tem ideia disso?"

"Não vai dar tempo de você voltar para o meu aniversário de dezoito anos, Jiminie", Jeongguk fez as contas depressa. Completaria dezoito em Setembro e eles tinham combinado que, até lá, Jimin estaria de volta. Jeongguk queria sentir a marca de soulmates surgindo em si com Jimin ao seu lado.

Mas Jimin ligara naquela noite avisando que não voltaria mais naquele mês. Que os planos tinham mudado e ele ficaria mais seis meses em Londres por motivo de força maior. Só voltaria em Outubro.

"Eu vou tentar, certo? Sei lá, de repente consigo uma folga no seu aniversário, vamos estar juntos."

Jeongguk não disse nada. Não queria cobrar tanto de Jimin, não queria fazer drama mais do que já fizera. Encerrou a ligação se sentindo perdido. Fazia alguns meses que andava com um pensamento fixo na cabeça – Jimin era sua soulmate?

Ele tinha certeza que sim, mas tudo estava dando errado. Diziam que quando duas pessoas estavam destinadas a ficar juntas, as coisas simplesmente se encaixavam e elas ficavam juntas. Não era o que estava acontecendo entre eles.

Pelo contrário, a vida só os separava mais e mais.

Além disso, da última vez que estivera com Jimin, fora diferente. O sexo ainda era bom e ele sentia prazer, mas a sensação depois era esquisita. Ele não sabia definir, mas não parecia mais certo ou tão intenso quanto antes.

Naquela noite, dobrou a dose e tomou duas pílulas para apagar.

***

Não conseguia parar de pensar naquele momento com Taehyung na sala da república de Yoongi. O que tinha sido aquilo?

Depois disso, as coisas ficaram estranhas entre eles. Taehyung ainda ia até seu quarto todas as manhãs levar cappuccino quente e abrir as cortinas de seu quarto, fazendo comentários fofos sobre o tempo, ainda almoçavam juntos, ainda iam à biblioteca estudar juntos, ainda saiam para beber juntos e faziam grande parte de tudo juntos, mas nenhum dos dois conseguia sustentar o olhar um do outro por muito tempo e os silêncios entre eles eram maiores e mais cheios de significados.

E se antes eles falavam muito de Jimin como uma forma de aplacar a saudade, agora Jimin era um assunto proibido. Jeongguk mal conseguia pensar em Jimin quando estava com Taehyung, eram como polos incompatíveis.

Ele não olhava mais para Taehyung como o melhor amigo de seu namorado.

Era Taehyung. O garoto com uma pintinha no nariz. Outra no lábio inferior. Uma pálpebra dupla e a outra não. E ele percebera que Taehyung era ridiculamente bonito, uma beleza quase impossível, suave e masculina ao mesmo tempo. Conhecia Taehyung a tanto tempo quanto conhecia Jimin e acreditava, até então, que Jimin era o ser humano mais lindo e perfeito na face da Terra.

Era assustador se dar conta de que ele não era.

Não mesmo.

Maio

Estavam na biblioteca numa tarde de quarta. Jeongguk estudava com fones de ouvido, escutando sua playlist favorita, enquanto Taehyung olhava pela janela, entretido com a chuva de pétalas que a brisa jogava no ar limpo da primavera.

"Está acabando", Taehyung murmurou distraidamente.

Jeongguk piscou. Estivera olhando para Taehyung por tanto tempo que esquecera-se do livro debaixo de suas mãos. Batucava com o lápis na folha aberta no ritmo da música, mas sua atenção estava todinha no hyung. A curva da mandíbula de Taehyung era tão, tão suave... a pele dele parecia aveludada na luz, de um tom intenso de dourado.

"Hã?", Jeongguk tirou um dos fones ao perceber os lábios de Taehyung se movendo.

"A primavera. Está acabando."

"Você sempre percebe essas coisas, não é?"

"Que coisas?"

"O tempo. Os cheiros. Sei lá. Coisas que ninguém mais presta atenção."

Taehyung deu de ombros, um tom bonito de rosado manchando seu rosto moreno.

"Eu gosto disso", Jeongguk confessou com um sorriso.

"É minha estação favorita. Fico triste quando acaba."

"A minha é...", Jeongguk ia dizer que era o inverno, mas então lembrou que Jimin fora embora no inverso e que passou grande parte do inverno chorando e se dobrando de dor na própria cama. Odiava o inverno. "O outono."

"Seu aniversário é no outono", Taehyung comentou. Jeongguk franziu a testa. Não esperava que Taehyung se lembrasse; quer dizer, não esperava que isso tivesse importância para ele. "Você vai fazer dezoito anos. Vai receber a marca. O que acha que vai ser?"

"Não sei, só espero que não doa."

"Doer?", Taehyung riu. "Claro que não vai doer."

"Por que não? É algo intenso, é o que dizem. Uma marca eterna. Soa como algo doloroso, não acha?"

"Eu acho que se é a marca de soulmate, não pode doer", Taehyung disse simplesmente, o olhar gentil no de Jeongguk.

"E por que não?"

"Porque é o amor verdadeiro, não é? E eu não acredito que o amor ou nada relacionado a ele seja doloroso ou sofrido."

Jeongguk desviou o olhar, sem querer pensar no significado das palavras de Taehyung. Ele tinha sofrido muito por Jimin. Então, não podia concordar com essa lógica.

"Tae, você tem dezenove anos, certo? Ainda não recebeu a sua marca de soulmate."

"Não", Taehyung assentiu, soando tranquilo. "Ela está por aí, em algum lugar."

"Isso significa que ela não fez dezoito anos ainda, não é? É mais nova que você. Não fica ansioso para descobrir quem é? Pode ser qualquer pessoa no mundo."

"Na verdade, eu já sei quem é", Taehyung sorriu timidamente para o livro na mesa. Jeongguk ignorou a pontada incômoda no peito.

"Hm. Que legal. Então vocês já se conhecem", provavelmente era alguma garota ou garoto da faculdade; pelo modo como Taehyung falara, ele já a conhecia. Quem sabe do ano anterior ao dele. Não importava. Seria uma criatura sortuda. Jeongguk imaginava que a soulmate de Taehyung era a pessoa mais incrivelmente sortuda do mundo inteiro.

"Nos conhecemos. Mas eu prefiro que ela descubra sozinha, ao seu tempo", Tae assentiu, confiante.

"Você acha que a vida vai reunir vocês?", Jeongguk sondou, pensando em Jimin.

"Sim. Ela já fez isso, só que ainda faltam alguns arranjos."

"Você é engraçado, TaeTae. Como pode falar essas coisas com tanta tranquilidade?"

Taehyung deu de ombros e voltou a fitar a chuva de pétalas na janela.

Junho

[TaeTae]

Boa noite, Jeongguk-ah

[Você]

Boa noite, hyung

[TaeTae]

Sonhe com sua soulmate

[Você]

Você sonha com a sua?

[TaeTae]

Todas as noites, desde que a conheci :)

Jeongguk leu a conversa com Taehyung, e fitou a foto do hyung no ícone do chat. As vezes, se pagava olhando fotos dele por minutos inteiros antes de enfim despertar outra vez para a realidade. Foi para a janela do chat com Jimin e viu que ele estava online.

[Você]

Boa noite :)

[Jimin]

'noite.

Jeongguk bloqueou o celular e dormiu. Sonhou com Taehyung sorrindo quadrado debaixo de uma chuva de pétalas.

Julho

Jimin caiu em cima de si depois de gozar com força. Jeongguk suspirou, ouvindo os gemidos roucos de Jimin em sua nuca enquanto ele se retirava com cuidado, e em seguida recebeu um afago nas costas e beijos no ombro.

"Gosto tanto de transar com você, Gukie", confessou, a voz morna. Soava como uma justificativa, uma gratificação por tudo de errado que estava acontecendo. Como se foder bem fosse tudo que Jimin pudesse oferecer para Jeongguk no momento. "Jeongguk."

"Hm?"

"Você ficou com alguém?", Jimin o chupou na nuca com possessividade, embora sua voz fosse branda. "Durante esse tempo, você...?"

"Não, claro que não."

"Eu entenderia se tivesse", Jimin admitiu. "Sei o quanto é difícil."

"Você ficou?", Jeongguk procurou a agulhada de dor no peito ao imaginar isso, mas não encontrou. Talvez porque já imaginara essa possibilidade tantas vezes chorando em silêncio na escuridão e seu quarto que criara um calo emocional com Jimin.

"Não. Com ninguém, Gukie, ninguém."

Jeongguk se deixou ser beijado e afagado antes de sentir que Jimin descia da cama e ia para o banheiro. Ouviu o chuveiro sendo ligado e sentiu-se muito, muito sozinho. Usara suas economias para visitar Jimin em Londres durante as férias de verão. Estavam juntos a uma semana, e por mais que Jeongguk esperasse que aquela sensação horrível de vazio e dor curasse enfim, ela só piorava.

Beijava Jimin, transava com ele, passavam os dias namorando, matando as saudades, mas Jeongguk não se sentia bem. Não como imaginava que deveria se sentir com sua soulmate. Jimin o apresentava para os amigos que fizera ali, mostrava para Jeongguk sua nova vida, os lugares por onde ia, e tudo era estranho para Jeongguk, a vida de Jimin, não a sua. Jeongguk não fazia parte de nada daquilo.

As coisas não eram mais como antes. Algo se partira. Toda a dor, o sofrimento, minara seus sentimentos e agora ele não sabia como limpá-los outra vez.

O amor era assim tão frágil?

Ainda era Jimin ali. O mesmo sorriso, o mesmo jeito livre e alegre, então qual era o problema?

***

"Lembra quando nos conhecemos?", Jeongguk perguntou. Andavam pelo Hyde Park, comendo hot dogs sob o sol raro da Inglaterra.

"No boliche", Jimin assentiu. "Você estava lá com Hoseok e Yoongi, e eu cheguei com Taehyung, Monie e Jin."

"Yoongi conhecia vocês. E ele nos apresentou. Eu olhei para você e tive certeza, Jimin. Era você. Minha soulmate."

Jimin mastigou em silêncio. Jeongguk pensou naquele dia, despertando vagamente para um detalhe que não se dera conta antes – Taehyung estava bem do lado de Jimin. Eles andavam juntos desde então. Se não lhe falhava a memória, quando apertou a mão de Jimin, o braço de Taehyung estava sobre os ombros do garoto, exatamente como ele costumava fazer consigo agora.

"Você nunca me falou se sentiu isso também", Jeongguk insistiu.

Jimin sentou num banco, limpou a boca e encarou Jeongguk sob a aba do boné.

"Eu gosto de você, Gukie, isso sempre bastou para mim. Não preciso de mais provas."

"Você tem dezenove anos. Como Taehyung. E ainda não recebeu sua marca, o que significa que sua soulmate ainda não fez dezoito anos."

"É, seu aniversário é em Setembro."

"E se não for eu?"

Jimin piscou várias vezes para a claridade do sol atrás de Jeongguk.

"Hã?"

"E se não for eu, Jimin, a sua soulmate?"

"Mas você acabou de dizer que sempre soube. Jeongguk, você vivia dizendo que éramos soulmates, que você sabia, que sentia isso!"

"E eu sentia!", ainda faltava metade de sue hot dog para ser comido, mas seu estomago embrulhou e ele acabou jogando o resto fora na lata de lixo ao lado do banco. "Eu tinha certeza, mas quando você foi embora foi difícil demais para mim, muito mais difícil do que eu esperava, e eu sei lá, então você não foi para o Natal, e nós..."

"Não foi minha culpa, Jeongguk."

"Eu sei que não. E depois, quando eu achava que você ia voltar de uma vez por todas, você estendeu o prazo por mais seis meses."

"Achei que você tinha entendido isso" Jimin soou indignado.

"E eu entendi, de verdade! Mas não percebe? As coisas não encaixam. Tem sido muito mais complicado estarmos juntos, como se... como se não fosse para ser."

"Não acredito que está falando tanta besteira", Jimin riu nervosamente. "Acha que não está sendo difícil para mim também?"

"Eu não sei, Jimin, está?", mas arrependeu-se da provocação. Não queria ir por esse caminho. "Olha, não é isso que importa. Esse é o seu sonho. Não é sua culpa, nem minha. Eu só não quero continuar acreditando numa coisa que não existe mais."

Jimin levantou-se, a expressão uma mistura de aflição com irritação. Passou a mão pelos cabelos escuros, jogando-os para trás com impaciência. Até esse gesto, que costumava deixar Jeongguk de pernas bambas, não o afetava mais.

"Já parou para pensar que está jogando fora uma coisa certa por algo que pode nunca acontecer? Nem todo mundo encontra sua soulmate, Jeongguk. Muita gente morre sem sequer conhecer e não tem nada de demais nisso! Elas não perdem um braço ou, sei lá, adoecem e morrem. Elas vivem! E são felizes com outras pessoas!"

E Jimin tinha razão – exceto que Jeongguk sentia. Ele sabia que não estava errado ao sentir, de forma inexplicável, que tinha uma alma gêmea e ela estava perto. Ele pertencia a alguém e esse alguém era dele. Ele esperava que fosse Jimin, mas estava claro e cristalino que não era. Mas como iria explicar algo tão abstrato e pessoal para Jimin, que, aparentemente, não conhecia essa sensação?

"Jiminie", segurou o rosto do namorado entre as mãos, olhando-o afetuosamente. Jamais imaginou que seria assim que terminariam, sempre imaginou que se desligar de Jimin seria um impossível, uma dor sem tamanho, mas isso já havia acontecido. Meses atrás. "Você foi meu primeiro amor, e eu nunca vou esquecer nada do que vivemos."

Jimin piscou, as lágrimas nascendo gordas nos olhos arregalados e rolando pela face perplexa.

"Está terminando comigo, Jeongguk? Olha, eu posso tentar voltar uns meses antes. Por favor, espere só mais uns meses, eu estarei com você em Setembro."

"Não se trata disso", Jeongguk beijou Jimin suavemente. "Não tem que ser assim, não precisa doer. Não chore."

"Eu não entendo. Jeongguk, eu sinto muito, eu não imaginava que você estava sofrendo tanto. No telefone, você não parecia tão mal, eu teria voltado se soubesse..."

"Está tudo bem. Não foi culpa sua. Não foi culpa de ninguém."

Jeongguk pressionou a testa na de Jimin e fechou os olhos, respirando aliviado. Era um término, um fim, um corte. Mas Jeongguk só sentia que estava começando.

Não havia mais dor, nem o vazio lancinante pulsando no lugar de seu coração. Havia só paz, tranquilidade e a sensação de finalmente estar pronto para trilhar o caminho certo, fosse ele qual fosse.

Agosto

O verão veio e se foi

O inocente nunca sobrevive

Me acorde quando setembro acabar

Toque os sinos novamente

Como nós fizemos quando a primavera começou

Me acorde quando setembro acabar

Aí vem a chuva novamente

Caindo das estrelas

Embebida na minha dor de novo

Tornando-se quem nós somos

Como as minhas lembranças descansam

Sem nunca esquecer o que eu perdi

Me acorde quando setembro acabar

***

Jeongguk retomou as aulas na faculdade. Não queria mais pensar em Soulmate ou nada do tipo. Não queria mais viver para isso, esperando por isso. Se possível, queria dormir até que Setembro acabasse, dormir dois meses inteiros e então acordar e descobrir que estava pareado. Sua alma gêmea estava ali, ao seu lado, eles podiam continuar a vida juntos, encaixados.

Mas faltava menos de um mês para seu aniversário de dezoito anos e ele não tinha esperanças de encontrar sua pessoa perfeita. Na verdade, começava a cogitar a possibilidade de que ela fosse alguém ainda mais novo que si, ou que sequer tivesse nascido ainda, e ele passaria aquele aniversário no escuro, esperando sua marca, como Taehyung e Jimin e todos os amigos que conhecia.

Quem sabe, como Jimin dissera, ele jamais encontrasse a sua.

Soulmates eram raras. Muitas pessoas faziam tatuagens iguais e as exibiam orgulhosamente, falsificando uma marca gêmea, mas pertencer a alguém e ter alguém não era insignificante como fazer uma tatuagem.

As pessoas não podiam forjar o amor verdadeiro.

Muitas vezes, elas até mesmo o matavam sem querer.

Jeongguk tinha aprendido isso. Não precisava doer. Não podia doer.

Então, ele só vivia dia após dia.

Parou com a medicação para dormir. Não precisava mais dela, acabava pegando no sono enquanto trocava mensagens com Taehyung ou falava com ele no celular. Na maioria das vezes, a voz do hyung, profunda e macia, o guiava para um sono tranquilo. Jeongguk já estava se acostumando a acordar com aparelho no peito e a sensação boa e borbulhante no peito de felicidade.

Contara para Taehyung como tinha terminado com Jimin e Taehyung não pareceu nada surpreso. Jeongguk quis saber se Jimin estava bem e Taehyung lhe garantiu que sim, e ao contrário das outras vezes em que Jeongguk achou que a falta de sofrimento de Jimin era uma prova de descaso, dessa vez ficou satisfeito em saber que o garoto que amara muito um dia estava bem.

Não queria ser responsável pela dor de alguém. Era um peso grande demais para carregar, triste demais. Só agora ele entendia como fora injusto em se colocar dessa forma em relação a Jimin, fora tão cruel atrelando a própria felicidade à presença do ex namorado.

Setembro

Jeongguk acordou com a habitual batida na porta. Afastou as cobertas e abriu a porta, deixando Taehyung entrar com os copos de cappuccino.

"Espera, hyung, vou lavar o rosto."

"Dormiu bem?", Taehyung pousou os copos no criado mudo e abriu as cortinas.

"Você falou comigo não faz nem sete horas atrás", Jeongguk riu, colocando pasta na escova de dentes e fazendo sua higiene matinal.

"E daí? De lá para cá você dormiu e pode ter tido sonhos ruins."

"Eu não tive", Jeongguk disse ao sair do banheiro. Abriu o armário e pegou uma camisa e a calça jeans em cima da cadeira. Tomou um gole do café antes de entrar no banheiro e se trocar. Quando saiu, encontrou Taehyung deitado de olhos fechados em sua cama, mãos atrás da cabeça, olhando para o teto com uma expressão relaxada.

De meias, Jeongguk se aproximou devagar, sem fazer barulho. Sabia que Taehyung não estava dormindo pelo ritmo de sua respiração – o peito subia e descia lentamente debaixo da blusa branca. Ele estava tão surrealmente bonito. Lábios rosados, pálpebras cerradas, a franja loira e lisa cobrindo a sobrancelhas bem marcadas.

Jeongguk não pensou muito a respeito, nem sentiu-se nervoso ou com medo de fazer aquilo. Apoiou as mãos no colchão ao lado da cabeça de Taehyung e desceu os lábios sobre os dele. Sentiu a respiração regular de Taehyung travar por um segundo. Pressionou mais os lábios, estalando-os com cuidado. Beijou a pinta aninhada na carne inferior. O canto macio onde as duas metades se encontravam. O queixo, a ponta do nariz e a bochecha, então se afastou e fitou Taehyung agora de olhos abertos.

"Eu quero você", Jeongguk disse. Não com malícia, mas como uma constatação que não pode esperar. "Quero você, Taehyung. Para mim, apenas para mim."

Os dedos de Taehyung o seguraram pela nuca, trazendo-o para um beijo verdadeiro. Retribuiu Jeongguk suspirando e apertando de leve os cabelos do mais novo, puxando-o para si em urgência. Jeongguk sorriu – parecia que Taehyung estivera esperando por isso a tanto, tanto tempo, que não sabia como beijar Jeongguk com calma.

Quando se separaram, Taehyung estava ofegando, a expressão torturada e maravilhada tão linda que Jeongguk sentiu que podia derreter inteiro de amor.

"Jeongguk", Taehyung o puxou de volta pela nuca, a respiração quente roçando sua bochecha.

"Hm?"

"Eu..."

"Sim?"

"Também quero você", as palavras saíram num só fôlego.

"Já percebi", Jeongguk riu novamente, beijando-o com carinho.

"Quero tanto você. A tanto tempo."

"Me desculpe fazer você esperar, hyung. Eu estive um pouco enrolado."

Taehyung assentiu, beijando-o outra vez. Não conseguia parar de beijá-lo e tocá-lo, como se Jeongguk fosse um sonho.

"Eu esperei você", Taehyung murmurou, a língua enrolando-se na de Jeongguk ora afoitamente, ora com delicadeza. "Porque quero viver todas as minhas primeiras vezes com você."

Jeongguk teria ficado pasmo se não estivesse tão imerso em Taehyung, o gosto dele, a textura macia de sua pele, o peso de seu corpo.

"Hyung, você nunca ficou com ninguém?"

"Não. Eu nunca quis."

"Então esse é meu presente de aniversário?", Jeongguk corou. "Você?"

Beijaram-se, ajeitando-se na cama estreita da melhor forma que podiam, o coração de Jeongguk prestes a explodir, sendo massageado por sensações boas demais, quentes demais.

Meses atrás, ele tinha certeza de que jamais sentiria nada sequer parecido com o que sentira por Jimin.

Nunca ficou tão feliz por ter errado tanto.

***

Dessa vez, Jeongguk tinha um motivo justo para matar aula.

Estava transando com Taehyung. Na verdade, estava se apaixonando por todas as expressões lindas do hyung enquanto ele investia dentro de si. Apoiado nos braços, a boca aberta deixando escapar gemidos roucos e suspiros, as sobrancelhas apertadas sobre os olhos brilhantes e nublados.

Taehyung era lindo demais para ser descrito.

Cada movimento era novo para ele e Jeongguk via a revelação disso atravessando as feições de Taehyung – surpresa, prazer, desejo, amor, urgência.

Jeongguk sentia-se preenchido de uma forma tão completa que poderia se desintegrar. Os olhos ardiam, enchendo de lágrimas mornas, a barriga tremia, acumulando o orgasmo a cada vez que Taehyung se retirava e voltava devagar, empalando Jeongguk com o membro palpitante até que os dois gemessem alto. O membro de Taehyung pressionava o interior de Jeongguk nos lugares exatos, encaixando como se fossem feitos para isso.

Jeongguk nunca tinha feito sexo assim, o prazer vindo com tanta força de lugares que ele nem sabia identificar, e era só a primeira vez de Taehyung. Ele estava indo devagar para conter as emoções e não gozar depressa, metendo tão gostoso e tão profundo que eles transpiravam sem parar. Taehyung gemia, torturado de êxtase, e Jeongguk soluçava de prazer, as coxas atadas em volta da cintura macia de Taehyung.

"Não quero que acabe nunca", Tae gemeu na garganta de Jeongguk, a penetração molhada deslizando para o interior apertado de Jeongguk até que as bolas estivessem pressionadas nas nádegas firmes. Jeongguk estava perto demais, sentia sua entrada pulsando e ordenhando Taehyung. "É tão bom, Jeonggukie, tão bom..."

Taehyung se retirou e sentou, batendo nas coxas num convite claro. Jeongguk se acomodou no colo do mais velho, guiando o pau para sua entrada. A glande encaixou no feixe de músculos lubrificados e deslizou para dentro numa lentidão torturante. Ambos gemeram na boca um do outro ao se conectarem outra vez. Taehyung chupou o pescoço de Jeongguk, agarrando-o pelos cabelos.

"Vamos ficar aqui o dia todo", pediu sofrido quando Jeongguk começou a quicar, a posição favorecendo uma penetração ainda mais funda e intensa. Taehyung era lindo e gostoso, inteiramente nu e suado debaixo de si e Jeongguk sentou com gosto, possuindo-o até o limite.

Estavam usando camisinha, mas Jeongguk não via a hora de fazerem os testes e se livrarem daquilo. Por mais que confiasse em Jimin, a única pessoa com quem transara antes de Taehyung, e o mais velho fosse virgem, preferiram não arriscar. Mas queria sentir Taehyung se liberando dentro de si e o preenchendo ainda mais, mais e mais. Nunca experimentara uma necessidade tão grande por alguém.

Sentindo o orgasmo cada vez mais próximo, Jeongguk levou a mão até a própria ereção e a massageou. Com o prazer se espalhando por seu corpo era cada vez mais difícil manter o ritmo, então Taehyung se apoiou nas mãos e ergueu os quadris, deslizando para dentro e para fora e para dentro, pressionando fundo Jeongguk.

Por mais que fosse Jeongguk quem estivesse sendo fodido com força, era Taehyung quem gemia, os dedos agarrando os lençóis e os dentes machucando o lábio inferior.

E então Jeongguk sentiu, misturado ao orgasmo, a certeza que sempre teve enfim encontrando seu lugar. Ela o queimou por dentro, por baixo da pele, nascendo na nuca e descendo por sua coluna até expandir por seus membros, um fogo tão bom e tão quente que Jeongguk riu e chorou ao mesmo tempo, o sêmen espalhando sobre o abdômen trêmulo e suado. Taehyung contraiu-se, apertando-o num abraço desesperado, e os dois arquejaram em surpresa, partilhando da mesma impressão irremediável.

A marca.

Jeongguk tinha exatos dezoito anos, e recebia a marca enquanto gozava junto com Taehyung.

Sua pessoa perfeita.

E ele finalmente entedia porque as pessoas não saiam por aí contando como eram suas marcas, como as recebiam. Elas não eram físicas. E, no entanto, era mais real que qualquer coisa que Jeongguk já sentira. Sua mente inundou-se de serenidade e euforia plena. Seu peito estava tão, tão inchado de amor que ele mal conseguia respirar e Taehyung parecia sentir o mesmo, porque ainda o apertava, o coração disparando.

Eles ficaram assim, respirando juntos e entrelaçados. Jeongguk beijou o rosto de Taehyung, capturando o suor salgado e o gosto doce de sua pele. Sentia-se tão leve.

"Você sabia, não é? Sabia que era eu."

"Sim", Taehyung sorriu, a felicidade tomando cada mínimo detalhe de seu rosto lindo. "Mas você ainda não estava pronto, Jeonggukie."

"Quando disse que nunca ia machucar o seu melhor amigo..."

"Eu estava falando a verdade. Mas eu precisava que vocês dois percebessem que não eram um do outro. Por isso, eu tinha que esperar."

"Era você", Jeongguk beijou Taehyung, os lábios de ambos sensíveis após tanto se pressionarem. "Naquele dia em que conheci Jimin, vocês estavam abraçados e eu senti a ligação, mas não era ele. Era você."

"Jimin é meu melhor amigo desde sempre. Nós temos um laço de amor verdadeiro, é possível que você tenha confundido isso e transferido essa sensação de pertencer para ele."

"Eu fui tão idiota, hyung. Me desculpe."

"Você não foi", Taehyung o tranquilizou com palavras gentis. Beijou seu pescoço e deslizou as mãos por suas costas. "Você tinha que viver isso e aprender, e se tornar a pessoa perfeita para mim. Agora, você é."

Outubro, dois anos depois.

Jeongguk passou os dedos pela nuca, sentindo o anel de pele quente onde a marca se formara. Não era visível, e apenas ele e Taehyung podiam sentir. Ali, sobre a primeira vértebra da espinha dorsal, um círculo perfeito de pele quente em ambos, como uma cicatriz feita de calor.

Indolor e perfeita.

Mas, mesmo que ela não existisse, eles sabiam que eram um do outro.

Por isso, quando Jeongguk parou com Taehyung diante do saguão do aeroporto, não estava chorando.

Taehyung ia passar três meses nos Estados Unidos, estagiando numa empresa multinacional, e então pediria transferência de volta para Seoul. Estava feliz.

"Não se esqueça de se alimentar", Jeongguk pediu, ajeitando o cachecol vermelho em volta do pescoço do hyung. "E tomar suas vitaminas. Me ligue, ok?"

"Vou ligar de cinco em cinco minutos", Taehyung o beijou, sem se importar se estavam no meio de centenas de pessoas. Beijou Jeongguk, entrelaçando as línguas com carinho, e então beijou-o novamente e mais uma vez. "Espere, ainda não gravei o gosto."

"Hyung."

"Só mais um", Taehyung deixou a mala no chão e segurou Jeongguk devidamente, o beijo começando a chamar atenção demais por estar sendo tão cinematográfico. "Como vou sobreviver três meses sem essa sua boca gostosa?"

"Você viveu dezenove anos sem ela", Jeongguk riu.

"O quê? Que absurdo."

Beijaram-se mais, e então Taehyung prometeu que o amava vezes sem conta e ouviu Jeongguk responder que o amava mais outras tantas vezes antes de então se despedirem. Jeongguk acenou para Taehyung antes que ele sumisse no portão de embarque.

Aqueles três meses certamente se arrastariam, mas Jeongguk esperaria dia após dias, e quantos ainda fossem necessários.

Porque ele tinha certeza, absoluta certeza, de que havia uma pessoa no mundo que era só sua, e que ele era apenas dessa pessoa.

E eles eram um só, para sempre.

No caminho para o estacionamento, Jeongguk pegou o celular, abriu a playlist que ele havia criado para lembrar de Taehyung durante aqueles três meses e ajustou os fones de ouvido nas orelhas. Selecionou a primeira música e fechou os olhos.

Amanheço com você no meu peito

Não há cortinas no lugar onde moro

A alvorada abre seus olhos

Porque isso só deveria durar uma noite

Ainda assim, estamos mudando nossas mentes aqui

Ser seu, seja meu querido

Tão próximos com você em meus lábios

Os narizes se encostando, sentindo sua respiração

Seu coração se aproxima e se afasta, sim

Seja meu verão em um dia de inverno, amor

Eu não consigo ver nada errado

Entre nós dois

Seja meu, seja meu, sim

A qualquer momento, a qualquer hora

Eu pensei que sabia tudo

Que havia encontrado amor, mas estava errado

Mais vezes que o suficiente

Mas desde que você apareceu

Eu estou pensando

Amor, você está despertando um eu diferente

Não há rede de segurança, estou livre

Me apaixonando totalmente

Me apaixonando totalmente por você

Jeongguk sorriu e então voltou para casa.

_____

Eu realmente não sei o que dizer aqui, espero ter conseguido passar a mensagem que eu queria :)

A última música é do Shawn Mendes, Fallin' All in You

Se cuidem e se amem, bjs

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