✨▫️Brunna Gonçalves ▫️✨

- Stella, o que você está fazendo aqui na minha casa? Como conseguiu entrar?

- Você não tem ideia do que as pessoas aqui nesse bairro fazem por 20 dólares. São coisas assim que me faz pensar no que a Ludmilla viu em você, eu olho pra você e vejo uma garota fútil, uma garota que mora em um cômodo sujo e cheirando a mofo e lixo, assim como você

- Sai da minha casa

- A Ludmilla já ficou com tantas mulheres, tantas melhores que você, eu por exemplo, ela caiu desceu no fundo do poço e lá te encontrou

- Sai da minha casa agora antes que eu te tire daqui pelo cabelo

- Eu vou ser breve, essa casa não cheira bem - Se levantou do meu sofá - Eu vou ter que tomar banho e jogar essas roupas no lixo. Vim dizer que a Ludmilla não vai ficar muito tempo com você, isso é tudo uma ilusão da cabeça dela, logo ela vai ver que você não é pra ela, se veste como se estivesse em uma fazenda, você é ridícula, vocês duas tem muitas diferenças, ela até pode achar isso interessante agora, mas com o tempo a convivência vai pesando e a única coisa que resta são as diferenças. Agora já estou de saída - Colocou os óculos de sol, a noite com óculos de sol depois eu que não sei me vestir

Ela passou por mim quase me levando junto com ela, revirei os olhos e fui tomar banho, era só o que me faltava a visita do diabo e ainda vem pra quebrar a minha porta. No dia seguinte recebi uma ligação do Miguel

- Bom dia, Miguel

- Bom dia Brunna, eu te acordei?

- Pra falar a verdade eu mal dormi, recebi uma visita indesejada ontem a noite e quebrou a minha porta

- Quebraram a sua porta?

- Sim a fechadura

- Eu trabalhei durante um tempo na loja do meu tio, ele vendia portas, aprendi algumas coisas com ele, posso te ajudar, já concertei inúmeras fechaduras

- Eu adoraria a sua ajuda, não moro em um bairro muito seguro, e tem um homem no fim da rua que me olha estranho, eu coloquei o sofá atrás da porta mas se ele tentar entrar aposto que consegue empurrar o sofá

- Vou agora mesmo te ajudar, me passa o endereço da sua casa - Passei o endereço da minha casa para ele por mensagem, depois de uma hora ele apareceu com a sua moto - Bom dia, Brunna.

- Bom dia Miguel, você veio mesmo

- Eu disse que viria, não iria deixar uma amiga na mão

- Aqui está o problema - Apontei para a porta - Acha que pode resolver?

- Não só acho como irei resolver isso - Levantei uma sombrancelha e sorri de lado, fui até a cozinha enquanto ele tentava arrumar a porta. Liguei para Patrícia.

- Fala bunduda

- Patrícia, preciso que avise o gerente que hoje irei demorar algumas horas

- Transou até tarde com a Deusa e agora não consegue sair da cama?

- Quem dera fosse isso, a Stella veio aqui e quebrou a minha fechadura

- Com aquelas unhas conseguiu fazer isso?

- Ela disse que pagou alguém pra fazer isso, ela não roubou nada, veio aqui só pra me provocar, falar que eu não estou na altura da Ludmilla

- Que vadia, ela não cansa não, acho que tá gostando de você ao invés de gostar da Ludmilla. A Ludmilla te ama, a Stella falou essas coisas pra te deixar mal, ela está com raiva que levou um pé na bunda, quando ela vai desencanar e deixar você em paz?

- Brunna, pode vir aqui um minutinho?

- Patrícia, eu preciso desligar depois a gente se fala, o Miguel está me chamando

- O gostosão? Aquele latino caliente que estava aqui ontem?

- Esse mesmo

- Ai mamacita - Pelo o que eu conheço dela deve estar se abanando com as mãos nesse momento - O que ele faz ai?

- Ele tá arrumando a fechadura que a maldita da Stella quebrou, depois a gente se fala

- O que você acha dessa fechadura aqui?

- Acho bonita, mas ela me parece cara, é melhor colocar outra mais barata não tão forte

- E quem disse que vai pagar alguma coisa?

- Miguel, eu faço questão de te pagar por ter vindo aqui, e também pela fechadura

- Que isso Brunna, eu jamais iria cobrar algo de você, somos amigos a anos

- Miguel, eu faço questão

- Eu não vou aceitar nada, vim aqui de bom grado para te ajudar - Sorriu de orelha a orelha.

Após a porta ficar pronta agradeci Miguel que foi embora, fui para cafeteria e assim que entrei já peguei o avental e passei a atender as mesas

- Olha só quem chegou - Patrícia apareceu do meu lado

- Oi Patty, estou super atrasada nem falei com você, pensei que iria me atrasar por volta de uma hora me atrasei três horas quase quatro.

- Mas valeu a pena?

- Sim, a porta ficou boa, ele não cobrou nada sabia - Peguei os copos da mesa e levei para o balcão e Patrícia me olhou com um sorriso safado

- Não começa com as suas conspirações.

- Mas não falei nada - Se fez de desentendida - Quem está achando alguma coisa é você. Pensa bem, ele vai na sua casa arruma sua porta e não cobra nada, isso não é estranho pra você?

- Sejam bem vindos, qual será o pedido? - Falei para os clientes que acabaram de chegar

- Dois chocolate quente com canela e 6 donuts, três de morango e três de chocolate - Rapidamente anotei o pedido

- Algo mais?

- Não

- Fiquem a vontade - Arranquei a folha e deixei no balcão

- Não vai me responder?

- Patty, ele é meu amigo, procuro não pensar nisso, você já tem pedido pra fazer - Ela foi para trás do balcão, peguei o borrifador e o pano, passei a limpar a mesa enquanto falava com ela - Ele é meu amigo, amigos ajudam os outros

- Amigos ajudam os outros, mas sair de casa desesperado pra arrumar uma porta e não cobrar nada aí já é demais não acha?

- Como assim aí já é demais? Você não faria isso por mim

- Brunna, ele tá na sua, não adianta negar, você até tenta pensar que não tem nada haver mas no fundo você sabe que é muita conhecidencia para ser verdade. Leva o pedido - Colocou a bandeja no balcão e apertou a campainha

- Não posso pensar nisso agora, tenho algo mais importante para me preocupar, vou conhecer os pais da minha noiva hoje - Peguei o pedido e levei para a mesa

- Garota, volta aqui - Patrícia me gritou

- Se precisarem de alguma coisa é só chamar, meu nome é Brunna. - Voltei para o balcão

- Tá falando sério? Vai ser hoje?

- Vai, e eu estou uma pilha, não sei o que vestir, não sei o que falar, eu aprendi algumas palavras em italiano, mas e se eu errar alguma palavra e acabar solteira um palavrão ou algo que não deve?

- Você vai arrasar

- Eu não sei Patty, estou tão nervosa, meu coração já está acelerado, são os pais da Ludmilla, os pais da minha noiva, não é qualquer pessoa, são os pais da Ludmilla!

- Hey, calma, todo mundo tá te olhando. Toma Aqui. - Me deu um copo com café

- Isso acalma?

- Não, mas é o seu preferido, achocolatado com café - Bebi um gole do café mas não estava mais calma

- Sabia que isso faz parte do controle da mente - Fiz uma cara de "Não entendi" Pra ela que passou a explicar - O fato é, se você acreditar que isso aí é um forte suco de maracujá ou algo do tipo que acalma você vai ficar mais calma

- É café, não dá pra fingir que é suco de maracujá, e acho que nem isso vai me acalmar

- Um dia tomei suco de uva e fingi que era vodka e advinha eu fiquei bêbada - Franzi meus olhos e ela riu - Garota, só basta você acreditar - Pegou os copos do balcão e passou a lavar, fiquei pensando naquilo que ela falou e incrivelmente eu me acalmei, Patrícia é a rainha das diversões

- Ok, Patrícia. A sua invenção deu certo, mas agora parece que ela passou e o nervosismo voltou - Estava na parte de trás da cafeteria, ficamos até mais tarde para fechar tudo.

- Eu bebi fingindo que era cerveja e agora estou com uma maldita dor de cabeça

- Como você elaborou essa ideia?

- Que isso fofa, não tem ideia nenhuma, eu coloquei whisky no café - Piscou pra mim e saiu andando em direção ao carro que parou na nossa frente, era o carro do seu namorado - Quer carona?

- Não, o motorista da Ludmilla vem me buscar. Depois conversamos sobre esse whisky que você colocou no meu café

- Funcionou, você relaxou - Foi embora e depois de alguns minutos Ramis apareceu

- Perdoa o atraso Srt Oliveira

- Srt Oliveira?

- A Senhora Oliveira pediu para eu lhe chamar assim - Abriu a porta pra mim e entrei no carro

O motorista da Ludmilla me levou para a minha casa e depois foi embora. Tomei um longo banho, me vesti com um vestido longo preto sem mangas, passei maquiagem usei um batom vermelho, coloquei um salto alto também preto. Estava me olhando no espelho arrumando o meu cabelo, optei por deixar solto, Ludmilla já havia chegado e bateu na porta isso faz uns 5 minutos, mas ainda não posso abrir, não estou pronta. Respirei fundo e abri a porta, Ludmilla estava encostada no batente da porta com uma taça de vinho em mãos, da onde ela tirou essa taça?

- Non ho mai visto una donna così bella in vita mia(Eu nunca vi uma mulher tão bonita em minha vida). - Segurou minha mão beijou e disse - Per favore - Virou meu copo e disse - Brunna, você está deslumbrante - Uniu nossos lábios - Podemos ir? - Ludmilla estava usando um terno preto, seu cabelo estava jogado para trás, usava maquiagem destacando seus olhos, nos lábios um batom nude

- Podemos - Me levou até o carro, abriu a porta pra mim e entrou logo depois

- Está trêmula? Está sentindo frio?

- Não, eu estou bem, é impressão sua - No meu coração havia uma escola de samba

- Termina pra mim - Me deu a taça de vinho, bebi tudo de uma vez só, estava tão nervosa que tudo que eu sabia pensar era nós pais da Ludmilla de como seria longo o jantar, sobre o que eu vou falar? Será que eles vão gostar de mim mais do que a Alexa? O pai da Ludmilla pareceu gostar mas e a mãe da Ludmilla? - Chegamos futura esposa - A casa não era casa era uma enorme mansão - Tá tudo bem mesmo? Você está suando

- É o calor e o vinho me deixou mais quente

- Vamos tomar um vinho para comemorar, isso vai te refrescar - Pegou a garrafa de vinho no banco de trás

- Eu fiz um bolo de chocolate, acha que vão gostar?

- Eu adoro seu bolo de chocolate, e com certeza vão adorar também. Vamos? - Respirei fundo fechei os olhos por alguns segundos antes de responder

- Vamos - Ludmilla saiu do carro deu a volta e abriu a porta pra mim. Segurei no seu braço e caminhamos até a porta gigantesca da mansão

- Fica calma, vai dar tudo certo - Beijou minha cabeça

- Olha só se não é as atrizes pornô - Disse o pai da Ludmilla assim que abriu a porta - Entrem, fique a vontade, a casa é de vocês - Entramos na mansão e fiquei impressionada com tudo que vi, é a casa mais bonita que já vi em toda a minha vida

- Pai, trouxe um Merlot

- Você e esse vinho para crianças, tem que tomar algo mais forte

- Merlot é o melhor vinho

- Prove esse inglês. Carlos, venha até aqui - O mordomo se fez presente com uma bandeja e nela havia taças de vinho - Por favor, Brunna - Me deu uma taça de vinho, Ludmilla pegou uma taça e seu pai outra, bebi o vinho adocicado e adorei o sabor, Ludmilla fez um semblante estranho

- Pai, esse vinho inglês não chega aos pés do Merlot

- Você tem que sair desse Merlot pensei que gostava de mulher, ela está te trocando por um homem Brunna- Ri da fala do seu pai e Ludmilla revirou os olhos

- Filha, já chegou, como não fui avisada disso? Michael, você que iria me avisar - Disse a mãe da Ludmilla, vi ela por foto, ela é mais bonita pessoalmente

- Ela acabou de chegar

- Que bom te ver - Segurou o rosto da Ludmilla - Tem se alimentado bem? Parece pálida, não está se alimentando de congelados? Já disse que esse tipo de comida é um veneno, Docinho

- Mãe, eu estou me alimentando bem, ok - Segurou as mãos da mãe e afastou do seu rosto - Mãe, essa é a Brunna, e Brunna essa é a minha mãe

- É um prazer conhece-la Sra Oliveira. - Ela me olhou de cima abaixo, fiquei com a mão parada esperando o aperto de mão, a analise dela acabou e finalmente tocou na minha mão

- Então vocês estão noivas?

- Sim, nós estamos noivas - Ludmilla pegou a minha mão e beijou

⚡▫️Ludmilla Oliveira ▫️⚡

Estava nítido que Brunna estava nervosa, tentava acalmar ela com as minhas mãos ao redor do seus ombros, mas ela ainda estava trêmula e seu olhar assustado, e minha mãe não ajudava muito com o seu olhar que parecia arrancar a alma da Brunna.

- Ludmilla - Daiane se fez presente - Podemos falar um minuto?

- Agora, Daiane? Eu estou meio ocupada

- Tem que ser agora, deixa a Brunna e a sua mãe se conhecerem melhor, o que eu tenho para te falar é caráter de urgência - Olhou para Brunna e depois para mim - Precisa ser agora, Ludmilla.