Capítulo 18 - Nunca mais quero te ver
✨▫️Brunna Gonçalves ▫️✨
Após sairmos da loja Ludmilla me levou até a minha casa.
- Está entregue, não se preocupe, eu sei que é tarde e não sairei daqui até você entrar.
- Obrigada. Por tudo que aconteceu obrigada. Pelo jantar e pelo vestido.
- Brunna. - Pegou a minha mão - Não precisa agradecer - Beijou a minha mão - Boa noite, Senhorita.
- Boa noite, Senhora Oliveira- Beijei sua bochecha e após nos olhamos nos olhos - Obrigada mais uma vez.
- Não há de que - Abri a porta e sai. Entrei em casa e deixei o vestido em cima da cama e fiquei adimirando, ele era lindo, mas foi tão caro, mas é como Gustavo disse, a Ludmilla tem muito dinheiro e vai deixar nós dois ricos. Só espero que ela não descubra nada..
Bateram na porta e sorrindo fui atender pensando que era Ludmilla .
- Você voltou - Falei empolgada.
- Quem voltou, Brunna? - Gustavo foi entrando, ele estava com um terno verde musgo.
- Gustavo, que cheiro é esse? - Ele estava com um cheiro doce.
- Meu perfume - Fui até ele sentindo o cheiro do seu pescoço.
- Gustavo, eu sei muito bem o perfume que você usa e não é esse.
- Brunna, para de pirar.
- Não estou pirando, o seu perfume é forte, amadeirado, não é doce desse jeito, e olha - Coloquei a mão no seu blazer - Você está todo bonito, e seu cabelo está cheio de gel.
- E daí? não posso mais me vestir? Tenho que andar sempre horrível igual a você? - Foi até a geladeira - Brunna, não é porque você anda feito uma mendiga que tenho que andar da mesma forma - Pegou uma garrafa de água e um copo.
- Gustavo, não fala assim, eu não tenho muito dinheiro para andar com roupas tão chiques como as suas - Bebeu um copo de água e me encarou.
- Mas vai ter, isso se você parar de ser idiota e fazer o que eu falo - Passou por mim e voltei a sentir o cheiro do seu perfume, meus olhos encheram de lágrimas, aquele cheiro era de perfume de mulher - O que é isso aqui? - Olhou para a cama - Um vestido, e saltos? - Pegou o salto na mão - Essa marca aqui é muito cara, sei disso porque a Yas...A minha mãe usa. Pra quem você deu para conseguir isso aqui? Porque com certeza o seu salário de merda não iria pagar isso aqui.
- Não é um salário de merda - Suspirei - Esse salário me ajuda a colocar comida aqui.
- E você chama o que come de comida? Agora para de papo furado, quem te deu?.
- A Ludmilla.
- O que? - Falou surpreso - Vocês finalmente - Gesticulou um ato sexual com as mãos
- Não.
- Então ela é mais idiota do que eu previ que ela seria. Olha, uma salva de palmas para a idiota da Ludmilla- Bateu palmas - Bate - Bati palmas também - Deixa eu ver quanto custou...20 mil? E os sapatos 30. Sem foda ela gastou 50 mil, gastaria bem melhor com uma prostituta, ela é muito otária mesmo, mas isso é muito bom, quanto mais otária melhor será para nós dois - Seu celular tocou indicando que havia mensagem, ele olhou e sorriu - Tenho que ir.
- Ir para onde?.
- Tenho que ir - Passou por mim e saiu, e mais uma vez senti aquele cheiro. Lágrimas caíram e rapidamente liguei.
Para com isso Brunna, ele não está te traindo, não seria capaz, tira essa loucura da sua cabeça.
(.......)
No dia seguinte fui trabalhar a cafeteria estava lotada, mas mesmo com tantas pessoas eu poderia reconhecer Ludmilla, mas ela ainda não havia chegado. Fui chamada e fui até a mesa.
- Em que posso ajudar? - Estava com os olhos focados no meu bloco de notas.
- Que tal morrendo - Olhei para ver quem era e dei de cara com a noiva de mentirinha da Ludmilla.
- Senhorita, apenas o que está no cardápio.
- Você pensa que eu não sei não é? Sai com a Ludmilla para ficar na minha frente. Você deve estar achando que ela está com você porque está apaixonada, mas fique você sabendo que o que ela sente por você é pena, eu sinto pena, porque então ela não iria sentir - Me segurei para não chorar, porque isso que ela estava dizendo fazia muito sentido - Agora me traga um affogato - Anotei o pedido e fui até o balcão entregando para Patrícia.
- Tá de sacanagem? Vou ter que abrir a geladeira, viu o frio que está fazendo?.
- Eu sei, mas a patricinha ali pediu isso - Dei de ombros.
- Tinha que ser - Começou a fazer o café.
- Você a conhece? - Perguntei curiosa.
- É claro que sim, quem não conhece a Stella? A cidade inteira conhece - Eu moro aqui alguns anos e nunca tinha ouvido falar da Ludmilla, e muito menos dessa tal de Stella. - A mais nojenta de toda a cidade.
- Jura?
- Sim, ela é filhinha de papai e acha que manda em tudo..
- Cão que late não morde.
- Se eu fosse você não se segurava nisso não, ela é uma mulher muito poderosa - Colocou a xícara em cima da bandeija. Fui até a mesa da Stella e lhe dei o café, ela provou comigo ali mesmo.
- Mas que porcaria é essa? Eu não vou tomar isso, me traga outro café.
- Esse café é muito elogiado aqui.
- Eu perguntei alguma coisa? - Peguei a xícara e levei de volta.
- O que houve? - Patrícia perguntou.
- A jararaca não gostou do café, disse que está horrível.
- Como horrível? - Patrícia provou - Está uma maravilha.
- Garçonete, por favor - Stella me chamou e fui até ela.
- Em que posso ajudar.
- O que eu realmente quero você disse que não tem no cardápio. Me traga um frappuccino.
- Sim, Senhora - Anotei o pedido e fui até Patrícia.
- Agora quer dar uma de Gustavo. - Negou com a cabeça e passou a fazer o café, com o café pronto entreguei para Stella. Atendi as outras mesas mas não demorou muito para Stella me chamar novamente.
- Garçonete - Fui até ela - Parece um cachorro - Ela riu - Eu chamo você vem.
- Em que posso ajudar?
- Me traga um café com chantilly e adoçante. Você sabe o que é isso não sabe? Esse daqui está muito gelado.
- Sei sim, Senhora - Falei enquanto anotava.
- Do lugar onde você deve ter vindo não deve existir adoçante - Olhei bem para ela me controlando.
- Com licença, Srta. - Fui até Patrícia e entreguei o pedido - Essa garota está me dando nos nervos, ela falou que o café estava muito gelado.
- Ué, é frappuccino, é café gelado. Sabe, eu acho que o problema aqui não é o café.
- É o que então?
- Você - Colocou chantilly no café e colocou em cima da bandeija - Boa sorte.
Por mais duas vezes Stella me fez de barata tonta, e após entregar o café puro para ela resolveu que iria parar.
- Quer saber, não me traga mais nada, cansei de brincar com você - Se pôs de pé - Você já é toda humilhada, não precisa de mim para piorar - Pegou sua bolsa - Não vou tomar café nesse lugar imundo, e você, acho bom pensar melhor se vai querer continuar com a Ludmilla. - Colocou o óculos de sol - Com licença, Garconetezinha - Saiu esbarrando no meu ombro.
Suspirei aliviada já que aquela cobra não estava mais na minha frente, continue servindo as mesas. Estava servindo uma mesa quando ouvi a campainha, olhei para o relógio e estava no horário da Ludmilla chegar, olhei para trás e a vi tirando o óculos de sol, ela sorriu pra mim e sorri de volta. Fui até sua mesa lhe atender, estava usando um terno cinza dessa vez, ela ficava tão bonita com esses ternos.
- O de sempre, Por favor - Anotei e pedido e levei para Patrícia.
- Já falei que você só gasta papel - Passou a fazer o café - Ela já foi?.
- Sim - Suspirei - Mas me fez trabalhar igual uma doida.
- Você trabalhar igual uma doida? Só você?
- Você também, Patrícia. - Ri - Mas o objetivo era me atingir.
- Não foi tão mal assim.
- Por que?
- O gerente manda a gente jogar os cafés devolvidos na pia, mas esses que a Stella devolveu eu coloquei em copos, vou levar tudo pra casa.
- O chefe vai deixar?
- Ele não vai saber de nada - Colocou os pedidos em cima da minha bandeija - Agora vai servir sua crush - A olhei - Bora, ela é uma pessoa ocupada, não pode demorar muito - Levei o pedido até a Ludmilla.
- Tá tudo bem? - Ela perguntou - Estou te achando um pouco triste - A culpada é a Stella mas não direi
- Estou bem, não se preocupe, com licença - Me retirei indo até a mesa 1 para atender um cliente.
- Quero dois donuts de morango, um café com leite e creme, ovos com bacon, waffles, sanduíche natural número 3 - Anotava tudo e sentia o olhar da Ludmilla sobre mim, e o homem ainda falava - Pão de creme com queijo, duas panquecas com calda de morango e um chá gelado.
- Algo mais?
- Por enquanto não - Esse homem vinha todos os dias na cafeteria e pedia sempre muitas coisa. Estava me aproximando da Patrícia e ela já estava bufando, ela odeia esse homem porque ele a faz trabalhar muito.
- Por que ele não pode pedir coisas simples? - Quebrou dois ovos na frigideira - Por que ele não pode ser igual a Ludmilla? Café puro e pão de creme com queijo? - A Ludmilla parece perfeita. Olhei para ela que estava lendo o jornal - Patrícia, faça isso, faça aquilo, esse salário não é bom ao ponto de me fazer trabalhar tanto assim - Colocou os ovos com bacon no prato - Esse cara é um saco - Colocou café no copo após leite e por fim o creme - Brunna, você não acha que merecemos coisa melhor? - Perguntou enquanto batia a massa da panqueca rapidamente com as mãos
- Eu acho, mas é o que eu tenho. Patrícia , eu preciso muito desse emprego, não posso me dar ao luxo de ser demitida, se não eu vou passar muita
dificuldade, e preciso ajudar os meus pais - Após tudo pronto levei até a mesa um.
Peguei a jarra de café e fui até as mesas que estavam pedindo por mais, cheguei na mesa da Ludmilla e ela estava concentrada no jornal.
- Café?
- Não, obrigada. A conta, por favor - Fui até o balcão deixando a jarra em cima, peguei a conta e levei para Ludmilla- Você tem certeza que está bem? - Perguntou agora me olhando.
- Sim, está tudo bem, Senhora.
- Apenas Ludmilla. Como combinamos - Tirou o dinheiro da carteira deixando em cima da mesa - Tenha um bom dia, Brunna.
- Pra você também, Se...Ludmilla- Ela saiu. Peguei o dinheiro e levei até o caixa.
Tirei as coisas da mesa da Ludmilla levando até o balcão, chegou duas pessoas e fui até elas.
- Bom dia, em que posso ajudar? - Engoli seco ao ver o Gustavo ali junto com o seu pai.
- Quero um latte sem açúcar. E você filho? O que vai querer?
- Ovos mexidos cremoso e um suco de laranja - Anotei tudo.
- Algo mais?
- Só isso - Disse Gustavo. Levei até Patrícia que revirou os olhos
- De novo mais trabalho, esse ovo é um saco pra fazer, esse Gustavo é outro saco também.
- Você é muito corajosa.
- Por que?
- Por que vive reclamando do trabalho, o chefe pode chegar e ver você falando.
- É isso que eu quero, que ele veja e aumente o meu salário.
Com o pedido pronto levei até a mesa, tirei o suco da bandeija deixando na mesa.
- Meu filho, que dia vai apresentar aquela sua noiva rica? - Deixei tudo cair no chão - Hey! Garota! Enlouqueceu?
- Eu não...eu... não. Eu vou limpar, olha eu vou limpar - Sai correndo até o vestiário.
Me sentei no banco que havia ali e passei a chorar, pelo Gustavo e pela Stella. Por Gustavo ter mentido e me traido feito um canalha, e a forma como a Stella me humilhou, fazendo eu retirar e colocar os pedidos, só para ela se sentir satisfeita em me ver ali a servindo. Eu só tenho uma pergunta. O que eu fiz para merecer isso? Será que o karma do que eu estou fazendo com a Ludmilla já está vindo contra mim?
- Brunna? - Ouvi a voz dele e senti raiva - Que merda aconteceu ali? - Fui para cima dele o enchendo de tapas.
- Seu ordinário! Você não vale nada, Gustavo! Como você pode? me trair dessa forma. Eu sabia que era mentira, a minha intuição não falha, aquele não era o seu perfume, eu sei do seu perfume a metros de distância, seu maldito! Infeliz. Eu te odeio Gustavo, nunca mais quero te ver na minha vida.
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