Capítulo 16 - Queijo e vinho
🦋▫️NARRADORA ▫️🦋
Gustavo estava suando frio e Brunna não estava diferente, ela tremia dos pés a cabeça.
- Vamos Gustavo, responda, o que faz aqui?
-O que você faz aqui? - Gustavo Perguntou.
- Nem vem, eu faço as perguntas primeiro. Me fale, o que faz aqui?
- Estava indo para a casa da Ludmilla , só isso.
- A casa da Ludmilla é pra trás e não pra frente, você está ao contrário da rota.
- Eu me perdi - Tentou se justificar, Brunna apenas olhava - Foi isso.
- Essa história está estranha. Você é amigo da Ludmilla a anos, como se perdeu?
- O que você acha? Acha mesmo que iria parar nesse fim de mundo? É claro que não, esse GPS sempre manda para o lugar mais longo.
- Ludmilla não está em casa, está na empresa trabalhando, ela está cheia de coisas pra fazer.
- Então eu vou para o bar do James, vai ter um jogo as 11.
- Então eu vou com você, depois eu falo com o Kj. Até mais, Brunna.
- Até mais, Daiane - Entrou no carro do Gustavo e os dois saíram.
⚡▫️Ludmilla Oliveira ▫️⚡
Após sair da empresa fui direto para a minha casa, após o banho me vesti com um robe. Sai do meu quarto e Harry me deu uma xícara de café como eu havia pedido.
- Forte não muito doce - Provei o café e torci o nariz.
- Harry, eu falei forte e não sem açúcar.
- A Senhora não falou sem muita açúcar.
- Eu não falei nada disso, apenas disse café forte.
- Eu faço outra - Tirou a xícara da minha mão.
- Não precisa - Tirei a xícara na mão dele colocando em cima da mesa - Vai sair pior que esse - Minha cozinheira havia tirado férias, e como tenho muitas coisas para fazer acabei me esquecendo disso, e hoje ela não havia vindo, e não tenho outra para entrar no lugar - Traga um suco, você sabe tirar da caixa e colocar no copo?
- Sim, minha Deusa.
- O que está fazendo na minha frente ainda? - Harry se retirou. Me sentei na mesa e Harry apareceu com o suco.
- Morango ao leite, vindo direto da caixa, eu prefiro o meu, mas você não me dá oportunidade de fazer.
- Harry, não abusa - Harry não conseguia segurar muito a língua - Se eu deixar você fazer suco coloca fogo na casa. Me traga o jornal - Fez o que eu pedi - Harry, esse é o de ontem
- Mas as notícias são as mesmas, todas chatas.
- Harry.....
- Aí Deusa, não me olha assim, eu faço o que posso. Que tal ler um romance?.
- Eu tenho cara de quem lê romance. Se dizer que sim eu te demito agora.
- Que preconceito - Revirei os olhos - Tenho mesmo que dizer? Quer a verdade.
- Quer saber, fique quieto, leve isso, e traga o meu notebook.
- De novo trabalhar? - Olhei para ele com uma sombrancelha arqueada. Nada respondeu e fez o que eu pedi, a campainha tocou e ele atendeu, olhei e vi Brunna.
- As entrevistas para a nova cozinheira será amanhã - Harry fechou a porta.
- Está louco? - Levantei de presa e abri a porta - Oi, Brunna. Entra - Fechei a porta assim que ela entrou. - Desculpa o meu mordomo, ele tem um parafuso fora do lugar.
- Deusa, não disse que as entrevistas seriam hoje.
- E não disse que seria amanhã.
- Não?
- Não, Harry.
- Ludmilla, eu trouxe isso, esqueci de te entregar - Era o meu blazer, no dia em que fomos jantar ela sentiu frio e a cobri com isso.
- Não precisava me trazer.
- Claro que precisava, isso não é meu - Brunna me olhou de cima abaixo, só aí percebi que estava apenas de robe.
- Brunna, me desculpe, eu vou trocar...eu...eu.
- Já volta?
- Sim, eu já volto. - Corri para o quarto.
✨▫️Brunna Gonçalves ▫️✨
O mordomo da Ludmilla ficou me olhando enquanto ela não aparecia.
- Nunca a vi tão nervosa assim. Isso é tão estranho.
- Voltei - Ludmilla agora estava vestida - Harry, você não tem nada pra fazer lá na cozinha não?
- Eu não, estou praticamente de folga hoje.
- Vai fazer as compras.
- Mas eu já fiz as compras.
- Então vai comprar bolo sei lá.
- Era só falar para deixar vocês a sós - Nos deu as costas.
- Harry, depois vamos conversar sobre isso.... Brunna, é tão bom te ver.
- Digo a mesmo, Senhora Oliveira.
- Por favor, apenas Ludmilla.
- Pode me chamar de Brunna.
- Então Brunna, me acompanhe - Ela foi até uma espécie de bar - Gostou da cesta? - Pegou duas taças colando no balcão.
- Sim, estava muito bom Senhora, e vim também para agradecer.
- Não precisava agradecer - Pegou um vinho e abriu. - Mas se isso te fez vir aqui então tive uma ótima idéia. Mas o que me intriga é como a Senhorita teve o meu endereço - Derramou vinho nas duas taças.
- Sua amiga Daiane me passou o endereço. Ela estava saindo com o carro junto com o seu amigo Gustavo, ela o mandou voltar para me passar o seu endereço.
- Vou agradecer muito a ela - Me deu uma taça - Vamos brindar pela sua doce presença aqui - Brindamos - Vermelho lhe cai bem - Estava usando um vestido vermelho que ia até o joelho e era rendado. Ela tomou um gole do vinho enquanto olhava para o meu vestido - Gosta de queijos?
- Senhora - Me olhou com uma sobrancelha. arqueada - Ludmilla - Tomou mais vinho e piscou, ela tinha um ar tão sexy - O queijo que veio na cesta não foi muito do meu gosto - Falei com medo. Ela vai falar o mesmo que o Gustavo falou, que eu não tenho paladar para coisas chiques.
- Te entendo, aquele queijo tem um gosto muito forte - Abri a boca e a olhei - Algum problema?
- Não, é que você me deu a cesta, não queria falar que não gostei.
- Tá tudo bem, Senhorita - Colocou uma mecha para trás da minha orelha - Aquele queijo tem um gosto que é só dele, nem eu gosto dele, acho que o gosto é forte demais, então eu te entendo completamente. Aconteceu que eu acabei te dando uma cesta que vinha com ele, mas era a única que vinha com aquela geleia, eu adoro aquela geleia. Você gostou dela?
- Sim, tem um gosto tão leve e doce.
- É maravilhosa, assim você - Colocou a taça em cima do balcão - Vou te mostrar um queijo muito melhor que aquele - Ela agiu como se tivesse dito algo normal, mas para mim significou tanto - Esse aqui você vai gostar, eu garanto - Foi até a geladeira que estava cheia de queijos, vi por conta da porta que era de vidro - Esse é um Camembert - Pegou uma taboa colocou em cima do balcão e o queijo em cima - É um queijo francês, tem um sabor adocicado - Cortou um pedaço - E combina muito bem com o que estamos tomando que é um tinto bem leve o Merlot. Prove - Me deu um pedaço do queijo.
- Nossa ele é docinho e molhado.
- Tome o vinho agora - Fiz o que ela pediu e foi a mistura perfeita.
- É tão perfeito - Pedi mais vinho, era muito bom, bem melhor do que o queijo que vinha na cesta.
Comi mais alguns pedaços que queijo enquanto conversava com a Ludmilla, mas já estava ficando tarde e eu tinha que ir para casa.
- Eu tenho que ir.
- Mais já? - Falou em um tom triste.
- Eu tenho muitas coisas pra fazer.
- Tudo bem. Até mais, Brunna. - Se aproximou e beijei a sua bochecha.
- Até mais, Ludmilla - Sai do seu apartamento e fui direto para a minha casa.
(....)
Assim que cheguei em casa fui me banhar, me lembrei da tarde que passei com a Ludmilla, ela me fez se sentir tão bem, estava tão pesada aqui em casa, e assim me encontrei com a Ludmilla é como se todo o peso fosse embora.
No dia seguinte acordei bem cedo para trabalhar, liguei para o Gustavo mas ele não atendia, e desde ontem ele não retornava as minhas ligações. Estava limpando as mesas após o café da manhã, não havia ninguém na cafeteria, vi a campainha tocar avisando que alguém havia chegado, olhei e vi uma moça e fui até ela.
- Em que posso ajudar.
- Então é você - Tirou o óculos de sol - Quando a Cindy me falou eu não acreditei, mas agora olhando com os meus próprios olhos vejo que ela estava certa.
- Não estou entendendo, Senhora - Ela era muito elegante. Era alta, seus cabelo era castanho claro e seus olhos eram verdes.
- Mas você vai entender melhor, meu nome é Stella, Stella Issartel.
- Prazer - Estendi a mão para ela que me olhou de cima a baixo.
- Eu não tenho prazer nenhum em falar com uma pessoa como você, não tocarei na sua mão suja - Abaixei a mão - Eu vou ser rápida tanto porque não quero ficar muito tempo aqui nesse lugar de quinta categoria. Olha aqui garconetezinha eu só vou falar uma vez, fique longe da Ludmilla, você entendeu? - Então essa é a Stella, com quem Ludmilla sai a muito tempo segundo o Gustavo- A minha amiga Cindy viu vocês duas em um restaurante, a Ludmilla de fato deve ter sentido pena de você e te levado para jantar, ela tem dessas coisas de ajudar os mais pobres. Dó, essa é a resposta, afinal para que ela te chamaria para jantar, por que se interessou? - Riu - Tadinha, você deve passar fome, não é para menos, o salário aqui deve ser deprimente, até o dono deve passar fome - Riu - Vocês pobres chegam a ser hilários. Sou filha do dono da Issartel, já ouviu falar? Aposto que não, é uma marca de cosméticos, você não teria dinheiro nem para comprar um batom por exemplo, tanto porque um batom tão bonito não cairia bem em você. Já dei o recado, a Ludmilla é minha noiva.
- Noiva? - Ela disse que era solteira. Ela mentiu para mim?.
- Sim, nós duas estamos noivas. Se não se afastar dela eu faço você perder esse emprego miserável. Você foi avisada - Me deu as costas mas antes que ela saísse eu disse.
- Eu não tenho medo de você.
- O que? - Se virou.
- É isso mesmo Senhorita sei lá o que. Eu não tenho medo de você.
- Você deveria.
- A é? - Cruzei os braços - Mas não tenho. Agora tenho coisa melhor para fazer. Faça o quiser, eu não tenho medo de você - Dei as costas para ela e continuei trabalhando. A Senhorita sei lá o que saiu batendo a porta com força.
- Que barulho foi esse? - Patrícia saiu da cozinha.
- Foi o vento, não sabia que está vindo uma tempestade?
- Não sabia não - Me olhou desconfiada mas não perguntou mais nada.
Após sair da cafeteria fui para casa e tomei um longo banho, hoje foi tão cansativo, aquela cafeteria vive lotada. Hoje iria sair com a Ludmilla, iríamos dar um passeio na praia que combinamos ontem durante a nossa conversa, mas depois do que a sua noiva me falou eu acabei não indo. No dia seguinte fiz o meu café da manhã e após lavei a lousa, peguei o lixo e sai de casa foi quando vi Ludmilla estacionar o carro em frente a minha casa, ela veio com rapidez ao meu encontro.
- Brunna, o que houve? - Colocou a chave do carro no bolso, estava vestida com um terno azul marinho.
- Com licença, preciso colocar o lixo para fora.
- Ok - Pegou o lixo da minha mão e colocou no cesto de lixo - Pronto. Agora me fala, o que aconteceu? Estive a sua espera por 3 horas, tentei te ligar mas você não me atendeu.
- Nada.
- Não me diga que não é nada, eu não vou acreditar nisso. Combinamos de ir a praia, iria lhe mostrar o quiosque da minha amiga, mas você me deu um bolo. Brunna, eu não vou sair daqui até que me diga o que realmente aconteceu...
- A sua noiva foi até mim.
- Minha o que?.
- Noiva.
- Eu não tenho noiva, eu sou solteira.
- Não foi o que aquela mulher me disse.
- Brunna, eu não faço a menor ideia do que você está falando. Eu sou uma pessoa solteira, não tenho noiva, não chego a nem ter uma namorada - Falou olhando nos meus olhos, ela parecia estar falando a verdade - Como essa mulher era?.
- Alta, cabelo castanho e olhos meio esverdeados, e esnobe - Revirei os olhos ao lembrar.
- Stella.
- É, pelo visto ela falou a verdade.
- Ela não falou verdade alguma. Eu saio com a Stella mas não estabeleci nenhuma relação com ela, nem de namoro e muito menos de noivado. Espere aqui, eu vou resolver essa situação.
- Quer saber, Ludmilla. Não precisa resolver nada, eu gosto muito do meu emprego, e preciso muito dele, não quero me meter em problemas - Voltei a entrar em casa e tranquei a porta.
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