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Capítulo 10 - Ela

⚡▫️Ludmilla Oliveira ▫️⚡

Entrei na sala de reuniões e já estavam todos lá, me sentei enquanto o meu pai estava de pé, ele vai conduzir a reunião.

- Primeiramente - Senhor Barbosa se pronunciou. Abri a pasta que estava em cima da minha mesa e tomei um gole do café que estava ali. - Desculpem a minha filha, eu poderia convencê-la a se vestir corretamente, se não tivesse chego aqui antes. - Ri baixinho. Daiane estava com uma camiseta grande do Nirvana e uma calça jeans - Se sente corretamente ao menos, Daiane. - Primeiro ela bufou e depois se sentou corretamente - Pode começar.

Então meu pai iniciou a reunião e no meio Daiane recebeu uma ligação e não voltou mais, com certeza ela mandou o Gustavo ligar para ela de propósito para sair da reunião. Sr Barbosa até tentou ir atrás dela, mas voltou dizendo que não havia a encontrado, eu já sei onde ela está mas ele não imagina, ela está na praia que fica perto daqui.

Ao término da reunião voltei para a minha sala, terminei as coisas que tinha para fazer hoje e após sai da empresa, meu motorista já estava a minha espera.

- Para onde, Senhora?

- Cafeteria, por obséquio - Seguiu até a cafeteria e enquanto isso estava nas redes sociais tentando procurar pela garçonete, mas só tendo o seu primeiro nome não adianta muita coisa.

Ramis estacionou em frente a cafeteria saiu e abriu a porta pra mim, sai do carro entrei na cafeteria e vi Brunna atrás do balcão.

- Senhorita - Me pronunciei

- O que deseja?

- Posso falar com você?

- Estou em horário de trabalho - Ela estava limpando a pia, a cafeteria estava praticamente vazia.

- Senhorita, só tem um senhor dormindo ali - Apontei - A Senhorita não está tão ocupada assim.

- Estou limpando algumas coisas aqui.

- A Senhorita é nova aqui, nesse horário não vai entrar ninguém aqui, só vai começar a movimentar as 3 da tarde, então temos muito tempo.

- Mas eu estou ocupada aqui com a cozinha.

- Senhorita, posso lhe fazer uma pergunta?

- Sim, é sobre algo em relação a cafeteria? - Ela está me dando fora atrás de fora.

- É em relação a você.

- Não posso falar agora.

- Não vai tomar o seu tempo, é só um sim ou não, não é daquelas perguntas que precisam de justificativa. Você tem namorado? - Meu coração acelerou do nada após essa pergunta, ela parou tudo que estava fazendo para me olhar e sua resposta foi curta.

- Não.

- Nem alguém que esteja com você, que talvez esteja conhecendo?

- Como você mesma disse era uma pergunta sem justicativa - Passou pela porta indo para a cozinha me deixando ali sozinha. Garota esperta.

Coloquei meu óculos de sol e sai da cafeteria, entrei no meu carro e mandei Ramis ir para a praia onde com certeza Daiane estava. Ele estacionou o carro e abriu a porta para mim, sai do carro e avistei Daiane sentada na areia ao lado da sua prancha.

- Pode ir, Ramis. Eu vou passar um bom tempo aqui, eu te ligo para vir me buscar.

- Ok, Senhora - Fui até Daiane.

- Ludmilla, o que faz aqui? - Se levantou - Tava com saudade de mim?

- A praia é pública - Ela riu.

- Tira essa roupa, estou com agonia só de ver, a não ser que você queira sentar na areia com essa roupa aí.

- É claro que não! Que absurdo, isso aqui é um terno italiano, um estilista super renomado fez sob medida, é mais caro que um rim.

- Eu daria um rim para não usar - Riu - Vamos até a minha loja tirar tudo isso aí.

Daiane tinha uma loja de surf em frente a praia, é como se essa praia fosse a casa dela, ela até mora aqui, o que deixa o seu pai louco, porque ele quer que a filha siga os seus pasos e seja empresaria.

Atravessamos a rua e fomos até a sua loja, vesti um short, e uma regata.

- Toma isso aqui - Me entregou uma prancha - Nem vem com essa cara, você vai surfar hoje.

- Faz tanto tempo que eu não faço isso, a última vez foi naquela viagem que fizemos a Portugal.

- Isso faz um tempão.

- Perdi a prática, estou cansada, só quero tomar um banho de mar.

- Nada disso, vamos logo - Atravessamos a rua - Vou entrar agora - Tirou a camisa e o short.

- Agora? Você não vai esperar um pouco.

- Que esperar um pouco o que?. Vamos logo - Pegou a prancha e correu para o mar. Tirei a minha roupa ficando apenas de sunga e parte de cima do piquine. Passei o protetor e depois corri em direção ao mar com a prancha.

Após muito tempo no mar já que Daiane não queria sair por nada fomos até um quiosque, me sentei em uma mesa enquanto ela foi fazer os pedidos.

- Aqui - Me deu um coco e se sentou na mesa com o seu - Pedi dois lanches de peito de Peru.

- Sem...

- Maionese. Eu disse, acha que depois de tanto tempo eu não te conheço?.

- Depois de tanto tempo vai saber. O Harry esquece tudo, o que acabou de ouvir ele esquece - Ela riu.

- Lembro do recado que deixei pra você importante e ele esqueceu de dizer, e acabamos perdendo aquele negócio, o ponto era maravilhoso. E você não demitiu ele, fiquei surpresa, você é tão exigente.

- Harry está comigo a anos, eu gosto de ter pessoas de confiança por perto, e além do mais não colocaria alguém assim na minha casa, um desconhecido, fora que eu gosto do Harry, ele me estressa as vezes, quase sempre - Ela riu - Eu não entendo, ele é afim do Gustavo.

- Ele é bonito - Ela me olhou com a sombrancelha arqueada - Qual é cara, vai falar que ele é feio? - Nossos lanches chegaram. - Obrigada.

- Ele não faz o meu tipo.

- Nenhum homem faz - Mordi um pedaço do meu sanduíche - Você gosta de mulher.

- Só de lembrar disso já estou com água na boca.

- Descarada.

- Hm, e a sua? Como é que está?

- Minha? Stella?

- Resolveu assumir? - Riu - Ela deve estar pulando de alegria.

- Não, eu não assumi ninguém.

- Tô falando da garçonete - Suspirei - Isso significa algo ruim.

- Ela não me dá bola.

- Você foi atrás dela de novo? Essa garota deve ter namorado.

- Ela não tem namorado, e hoje ela praticamente me jogou pra fora daquela cafeteria - Daiane riu - Isso não tem graça.

- Pra mim tem, você nunca levou um fora, essa garota merece um oscar.

- Eu não vou desistir.

(.......)

Após comer chamei o meu motorista e voltei para o meu apartamento, assim que o elevador privado se abriu vi Stella deitada no sofá.

- Ludmilla - Se levantou e veio na minha direção me abraçando - Chegou cedo hoje - Me deu um selinho. - Você está molhada.

- Estava na praia. O que você faz aqui?

- Nossa, assim parece que não me quer aqui, vim te fazer uma visita.

- Harry!

- Chamou, Deusa ?

- Prepare o meu banho - Se retirou e Stella revirou os olhos, ela estava linda naquele vestido branco, Stella é muito bonita.

- Por que você não demite esse cara? - Foi até a mesa e pegou um pedaço de queijo - Ele é insuportável - Abri a boca e comi o queijo que ela me deu.

- Ele é o meu mordomo, Stella Eu não vou demitir ninguém - Me afastei dela me sentando no sofá - Pare de implicar com ele.

- Não tem ninguém aqui implicando - Se sentou no meu colo - Apenas estou falando a verdade. Sabia que ele me mandou ir para o inferno? Ele se faz de bonzinho, mas de bonzinho ele não tem nada.

- O Harry não se faz de bonzinho, ele é a mesma pessoa na sua frente e na minha frente também.

- Ainda vou te convencer a demiti-lo - Colou nossos lábios e iniciou um beijo, fiquei acariciando sua coxa enquanto nós beijavamos.

- Não queria atrapalhar o casal - Nos separamos - O banho já está pronto.

- Tá bom, agora sai daqui - Disse Stella.

- Obrigada, Harry - Ela se levantou do meu colo e fui até o meu quarto e Stella estava atrás de mim.

- Vou te acompanhar.

- Stella, eu tenho que falar sempre o modo que se trata as pessoas? - Falei enquanto desabotoava minha camisa.

- Empregados devem ser tratados assim.

- Ninguém deve ser tratado assim, você quer ser elegante, mas acabou sendo arrogante, elegância não é maltratar as pessoas e sim tratar bem - Me lembrei do meu pai, quando eu era criança ele me ensinou tudo sobre boas maneiras, como se deve tratar as pessoas, e palavras que não saem da minha cabeça são "Ser elegante é tratar bem as pessoas" Ele sempre me dizia que eu tenho mais dinheiro do que muitas pessoas, mas isso não me faz melhor que elas.

- Tá bom, mas não vamos brigar - Agora nua entrei dentro da banheira e fechei meus olhos, as vezes a Stella me irritava muito - Não quero brigar com você - Senti um movimento na água, ela havia entrado.

- Stella, você faz comentários muito desnecessário - Abri meus olhos e vi que ela estava de frente pra mim. Abri a vinho e servi duas taças - Você deveria filtrar melhor as palavras que você diz - Dei uma taça a ela - Pode magoar as pessoas - Girei o líquido para sentir o aroma.

- Tá bom, agora vamos parar de falar disso - Tomei um gole do vinho e liquei a hidromassagem - Que tal fazermos algo bem melhor - Deixei a taça em cima da bancada ao lado da banheira e Stella se aproximou - Te beijar com gosto de vinho é tão bom - Se sentou no meu colo com uma perna de cada lado, peguei a taça de vinho e fiquei olhando para os seus seios enquanto bebida - Gostoso.

- Você sabe que eu sempre te achei muito gostosa - Nós beijamos, deixei a taça de lado segurei o seu cabelo com força e a beijei com mais rapidez enquanto minha língua passeava pela sua boca. Meu pênis já estava ereto, o conduzi até a sua intimidade e ela sentou com força, jogou a cabeça para trás e gemeu meu nome, aproveitei para beijar o seu pescoço.

Após transamos e tomar banho saímos do banheiro, me deitei na cama com Stella e cochilei. Acordei com meu despertador tocando, rapidamente desliguei. Stella estava dormindo com a cabeça no meu peito, com cuidado a tirei de cima de mim, me levantei devagar da cama e fui até o meu closet, olhei para as paredes de vidro e vi que já havia escurecido.

Coloquei um jaqueta preta uma calça jeans e um coturno preto. Sai do closet vendo que Stella ainda estava dormindo. Sai do quarto e dei de cara com Harry.

- Onde você vai? Está gata. Ah não, cadê ela! Você vai deixar sozinho aqui com essa cobra.

- Harry, a Stella não morde. Eu vou dar uma saída e já volto.

- Vai jantar em casa.

- Não, vou jantar fora hoje - Apertei o botão do meu elevador e as portas se abriram, apertei para o terrio e depois de alguns segundos sai do meu prédio e a porta do meu carro já estava aberta.

- Onde, Senhora? - Ramis perguntou.

- Cafeteria - Seguiu para a cafeteria enquanto eu olhava a vista pela janela.

Ele estacionou o carro na parte de trás da cafeteria. Ramis abriu a porta e sai, faltava 5 minutos para ela sair, as luzes já estavam sendo apagadas. Brunna saiu enquanto mexia em algo na bolsa, me desloquei ficando a sua frente, o que fez ela se assustar.

- Me Desculpe, não queria lhe assustar, Senhorita.

- Em que posso te ajudar?.

- Nada disso, você não está em horário de trabalho como me disse hoje mais cedo, então não tem desculpas para querer falar comigo.

- E o que a Senhora que falar?

- Janta comigo hoje? - Falei enquanto me sentia perdida naqueles olhos.

- Senhora, eu sei bem o que quer. Quer o mesmo que ocorreu no dia em que fomos assaltadas, sei as suas intenções, e não são as mesmas que as minhas. Aquilo que aconteceu foi por uma causa e agora como você mesma vê não há causa alguma. Então, com licença - Tentou se afastar mas antes segurei seu braço.

- Pelo menos aceite uma carona.

- Prefiro ir de ônibus. Com licença - Saiu indo em direção ao ponto de ônibus, o motorista do ônibus parou e ela entrou sem ao menos me olhar.

Bufei com raiva e joguei o meu cabelo para trás.

- Algum problema, Senhora? - Ramis perguntou

- Apenas vá pra casa - Entrei no carro.

Ele estacionou o carro em frente ao meu prédio.

- Boa noite, Ramis. Não vou precisar mais dos seus serviços.

- Tenha uma boa noite, Senhora Oliveira. - Sai do veículo e entrei no meu prédio, entrei no meu elevador privado e subi até o meu apartamento, quando as portas me metal se abriram vi uma confusão entre Harry e Stella.

- Hey, o que está havendo aqui? - Me coloquei no meio dos dois que estavam trocando ofensas - Stella, você quer parar de gritar, Por favor. - Ela ficou quieta. - Você também Harry, fique quieto. Alguém vai me dizer o que está acontecendo aqui?

- Esse idiota veio me chamar de cobra, ele não serve para nada, não sei porque ainda mantem ele aqui, não passa de um empregadinho de merda.

- Você é uma cobra, não sei o que a com você, ela merece coisa melhor.

- Já chega! Os dois - Fui firme - Quer saber, eu não estou com paciência para isso. Estou morrendo de dor de cabeça, e não quero mais confusão aqui, eu vou para o meu quarto, e não me incomodem - Me afastei.

- Amor, deixa que eu te faço uma massagem - Colocou as mãos no meu ombro, me virei e segurei suas mãos.

- Não, Stella. Eu não quero, vá pra casa e Harry vá trabalhar, era o que você deveria estar fazendo e não aqui discutindo com a Stella.

- Amor....

- Stella, eu já disse, quero ficar sozinha - Entrei no meu quarto e me joguei na minha cama, fechei meus olhos e me veio ela na cabeça.

Brunna...

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