Princesa Carmesim
Realmente tinham muitos navios náufragados por ali, eles se empilhavam um sobre o outro sem qualquer ordem. Completamente destruídos, aparentemente não eram todos os piratas que conseguiam navegar no Novo Mundo, a segunda metade da Grand Line.
Não procurava nada em particular, mas tinha a sensação de que encontraria algo se continuasse olhando. Olhando dali era possível observar a margem da bolha que protegia a Ilha dos Tritões e o mar profundo que se estendia além dela. Misterioso e escuro, bem diferente dos corais coloridos que cresciam na cidade.
Um galeão me chamou a atenção, não estava tão destruído e não tinha um estilo que já vira antes. Parecia mais alto do que os normais a madeira era avermelhada e na frente tinha algo que se assemelhava a um dragão as escamas entalhadas percorriam toda a lateral do navio. Também era um dos que pareciam estar mais conservados apesar de já estar coberto de musgo.
Usei as falhas nas tábuas de madeira para conseguir escalar até a lateral dele, ali tinha um buraco grande o suficiente para eu entrar. Um cheiro forte me atingiu imediatamente era de madeira podre misturado com algo ainda pior, realmente horrível, mas tinha algo de fascinante ali que não me deixava sair.
Não tinha nenhum vestígio de tripulantes, mas tesouros e outros itens estavam espalhados pelo interior. Algo brilhou no canto do meu olho mesmo que não tivesse tanto luz ali dentro para refletir, era um baú relativamente pequeno preso embaixo de uma parte do convés que desabou. Tirei as madeiras de cima e após derreter o fecho consegui abrir.
Tinha uma lâmina dentro, pelo que Hongou me disse devia ser uma wakizashi uma katana curta. A bainha era de um tom vermelho vivo e tinha detalhes em branco entalhados, apesar de parecer estar parada ali por um longo período a lâmina estava intacta. Sorri, era exatamente o que estava procurando.
Ouvi os príncipes me procurando do lado de fora, guardei a lâmina nas minhas vestes e saltei do galeão. Pulando em seguida entre os escombros até voltar à terra firme.
— Vocês três são muito... Apavorados — disse colocando as mãos — Sei que sou a estranha aqui, a terrível humana, mas o que eu faria no meio de um monte de navios piratas destruídos?
Os três estavam parados na minha frente e paralisados olhavam para algo atrás de mim.
— Não se mexa. — eles murmuraram, então senti o vento se movimentando, virei a cabeça devagar apenas para conseguir enxergar pelo canto de olho. Era algo similar a um caranguejo gigante, coloquei a mão para trás pegando o cabo da minha nova wakisashi. O monstro marinho daria um pouco de trabalho.
Joguei-me para o lado bem a tempo de evitar ser esmagada por uma de suas enormes pinças, estávamos longe das sereias e elas provavelmente não nós veriam. Me apoiei no chão após desviar, era claro que eu era o alvo dele então voltei a escalar os navios destruídos levando o caranguejo para longe.
Assoviei chamando a harpia e assim que cheguei num ponto alto saltei em meio ao ar me agarrando as suas penas logo em seguida.
— Gallie de a volta — falei — Se empurrarmos aquele navio do topo ele despencará até a base. Pegue o máximo de altura que conseguir.
Respirei fundo me concentrando no meu poder e me lembrando dos ensinamentos da tripulação sobre Haki, assim que o monstrengo subiu por completo no galeão e esticou as pinças para nos pegar a harpia mergulhou. Senti o calor correr pelas minhas veias e pouco antes de nos chocarmos com o fundo saltei dando um chute poderoso.
A madeira rangeu e junto com o impacto de Gallie o navio tombou para trás rolando a pilha de naufrágios em seguida levando o monstro marinho para o fundo dela. A harpia passou perto me pegando entre as garras e soltando depois perto da onde os príncipes nos observavam.
— Você... Matou-
— Claro que não — interrompi a fala do príncipe laranja — Só empurrei para longe.
Não pude evitar fazer uma careta desde o começo tudo que fizeram foi me olhar com desconfiança, estava farta de tal atitude, sai andando com passos apressados e firmes voltando para onde as sereias estavam — Por favor, me leve de volta para o navio.
Nerissa me encarou confusa — Aconteceu algo?
Joguei o capuz em cima da minha cabeça cobrindo minha feição — Não.
A resposta foi seca e deixava claro meu descontentamento, a sereia de cabelos esmeralda olhou para as outras antes de me acompanhar até a parte com água e retornar comigo ao porto onde o Red Force ficava. Os três filhos da rainha ficaram quietos e eu também não disse nada.
Quando já estávamos no caminho ela me perguntou com mais afinco o que acontecera, e longe das outras compartilhei meus pensamentos.
— Como pretender conquistar a paz entre as raças se não conseguem confiar? — mexi as minhas mãos — Não dei nenhum motivo, mas mesmo assim parecem acreditar que minha natureza é vil.
— Eles cresceram num mundo diferente, não viram e nem sentiram metade da dor que você já viveu. São imaturos, não os culpe por suas ações.
Fiquei em silêncio enquanto a bolha se aproximava da superfície, já podia observar o Red Force e assim que emergimos pulei para os degraus de cimento. Antes que pudesse me afastar Nerissa segurou a minha mão impedindo.
— Não desista dessa ilha [Nome]. Se deixarem de acreditar, acredite o suficiente pelas duas partes.
Gallie voou do meu ombro e eu segui em seguida rumo ao convés.
— [Nome]-chan bem-vinda de volta — Lucky me recebeu, mas logo reparou na minha cara e se calou.
Andei até Hongou que estava sentado com alguns outros jogando cartas e estendi a espada que encontrei no galeão — O que acha?
Ele analisou a peça com calma — Onde encontrou isso?
— Num naufrágio, é possível de usar? — o homem desembainhou a lâmina e de olhos fechados percorreu o comprimento com a mão. Virando ela em seguida.
— Benihime Notan . Princesa Carmesim da luz e trevas. — disse alisando a extensão da lâmina — Foi com essas palavras que a lâmina foi forjada.
Ele me entregou a wakizashi — Cuide bem dela [Nome], esteve esperando por você durante muito tempo.
N/A: Obrigada por ler até aqui!
Até mais, Xx!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro