Amizade Subaquática
— Shui, Merida, Nerissa - Madame Shirley chamou — Tem certeza que estão bem? Não deveriam estar descansando?
Gallie estava dando o show para as sereias arrancando gritos e suspiros das dançarinas do café, enquanto isso eu seguia sentada numa das mesas com todas as comidas possíveis disponíveis.
Nerissa era a única sentada próxima a mim, aparentemente mais interessada na minha pessoa do que na ave.
— Sim! — Merida que tinha os cabelos num tom de coral disse animada antes de passar os braços pelo pescoço da minha ave. Que estava em sua versão de carga — Temos que agradecer Gallie-chi por nos salvar não é?
Com certeza a harpia estava mais que animada, balancei a cabeça e voltei a encarar a sereia na minha frente. — Como sabe o meu nome? Não me lembro de ter dito em algum ponto.
— Vejamos... — ela apoiou a mão no rosto deixando a voz divagar — A Madame falou ontem sobre a sua visita, mas eu já sabia quem você era antes disso.
— Uma vez nessa mesma cidade um homem apareceu, um humano. Gentil como um que eu nunca havia visto antes, não andava sem um sorriso no rosto e arrancava suspiro por qualquer lugar que passava. — Nerissa começou a contar — Era belo, mas nada se comparava com seus olhos.
— Brilhantes como um tesouro raro, assim como os seus. Soube ser de Cyrus assim que passou pela porta.
— Você conheceu meu pai?
— Fui uma das muitas sereias que suspirava por ele quando aparecia na ilha. Mas mesmo naquela época ele já dizia ter alguém na superfície. Poder ter algumas conversas foi mais que o suficiente para mim.
Pela foto que Rayleigh me deu sabia que o meu velho tinha uma boa aparência, mas chamar atenção de sereias parecia ser uma conquista e tanto. Ainda mais sabendo da questão humanos vs tritões.
— Sinto muito.
Nerissa riu — Não sinta, foi só uma paixonite juvenil.
— Ele passava muito por aqui? — perguntei, e me expliquei logo em seguida — Não me lembro dele, coisas ruins aconteceram há muito tempo.
— Foi duas ou três vezes, sendo que a última ele já estava sozinho. Nas outras ele estava com uma tripulação um tanto quanto barulhenta, mesmo sendo uma notícia da superfície soubemos o que aconteceu com o capitão deles.
— Antes de morrer meu pai me deixou com um dos aprendizes do navio. Shanks, o ruivo.
A sereia resmungou — Acho que me lembro de alguém assim, mas me conte [Nome] que tipo de aventuras você já viveu?
Olhei para Gallie, ela não devia se livrar tão cedo. Então tomei meu tempo conversando com Nerissa. Contei sobre a minha vida e ela compartilhou alguns detalhes sobre a dela, isso até que desse o horário do café abrir.
As sereias montaram sacolas com comidas e me fizeram prometer que voltaria no dia seguinte, Gallie se enfiou no meio delas provavelmente exausta — A vida de uma estrela é difícil né?
Ri quando ouvi um pio fraco, chamei os rapazes no den-den mushi e coloquei o capuz. Acenei para as sereias do café antes de seguir de volta para o navio.
— O que é tudo isso? — Limejuice perguntou.
— As sereias me deram comida.
— É sério?
Já no Red Force coloquei a sacola no convés e disse para os tripulantes se servirem, já que era comida de graça e eu já tinha me alimentado no próprio café. Durante o dia inteiro fiquei com eles por ali, jogando cartas e apostando jogos e é claro treinando como dava, não era bom treinar a mira então por hora treinaria combate direto.
Dessa vez o meu combatente era Hongou, eu não sabia da donde vinha o estilo meio samurai dele, mas era alguém muito bom com espadas. Tão bom quanto Shanks, então podia contar com ele para me ajudar.
— Hongou, eu acho que não gosto da katana. Me parece muito comprida, quero dizer... Mais um pouco é do meu tamanho!
— Mas você não treina com espadas normais?
— Não são tão compridas. Só que katanas são mais leves, não tem como juntar as duas ou quebrar uma katana?
O homem colocou a mão na minha cabeça e riu alto — Seria um sacrilégio, pode tentar com uma wakizashi ou uma tanto. Não é tão diferente daquela adaga de pedra do mar que você carrega por aí.
Olhei para a minha perna onde um suporte de couro agora deixava a adaga segura, após cair em Sabaody o próprio Rayleigh me deu ela como solução.
— Parece mais confortável. — respondi.
— Se você não fosse tão pequena não ia precisar se preocupar com isso.
— Bonk calado! — devolvi o comentário
Sem hesitar, Hongou deu com a bainha da espada na minha cabeça — Foco.
Pelo restante do tempo, com algumas interrupções da tripulação, continuei treinando. Mesmo que fossem apenas movimentos sem lâmina ou observação de movimento, depois de certa hora até eu estava com fome novamente.
A comida da ilha dos tritões era boa, mas não se comparava com a da superfície. Certos tripulantes reclamavam sobre não ter carne.
— [Nome]-chi!
Virei a cabeça após ouvir um chamado, mas todos os homens pareciam estar fazendo suas próprias coisas. De novo um sussurro e agora Gallie já recuperada voou para a lateral, e os gritinhos animados me denunciaram quem estava me chamando.
Me apoiando na lateral vi Shui e Merida acenando da água. Arrumei o capuz e sai do navio descendo até o porto, as duas estavam com os braços cruzados sobre o concreto suas caudas balançando animadamente e reluzindo pela água.
— O que estão fazendo? — falei baixo olhando para os lados — Ainda tem outros piratas por aqui.
— Não pudemos ficar com você porque Madame Shyarly nos mandou descansar. Mas pode ir amanhã no café de novo?
Por algum motivo o rosto delas estavam corados enquanto realizavam o pedido. Merida continuou a frase de Shui em seguida.
— Queremos saber mais sobre a superfície.
Então era isso.
— Bem, se a Madame estiver disposta a me receber. Não vejo porque não.
— Isso! — Disseram animadas, antes de eu colocar a mão na boca e pedir para elas ficarem quietas. Então continuaram numa voz mais baixa — Viremos te buscar amanhã!
Antes que eu pudesse responder ambas afundaram, me deixando apenas com a dúvida.
Como?
N/A: Obrigada por ler até aqui!
Até mais, Xx!
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