☾ ℂ𝕒𝕡𝕚́𝕥𝕦𝕝𝕠𝟙 ☾
Fazia se dois dia dês que havia acordado.
Porém pareciam dois meses.
Todo o dia eu ficava sozinha neste quarto com a minha sombra a ser a única companhia de vez em quando viam enfermeira ver como eu estava porém o Dr. que eu mais esperava não apareceu, será que ele foi um sonho?
Quando recuperei totalmente a consciência a primeira coisa que notei foi o colar, eu já não o usava. Era estranho que eu meio de tanta coisa eu me lembrava dele, eu não o havia esquecido.
Isso me fez lembrar a minha mãe, que também ainda não apareceu, pelo menos não quando eu estava consciente.
Durantes estes dias também tive a sensação que alguma coisa importante que me estava a escapar, alguém importante porém eu não sabia quem, era como se tivesse algo a proteger me da verdade e sinceramente por mais curiosa que esteja também estou com medo de descobrir o que não lembro do acidente.
Meu corpo doía e estava sempre cansada nem parecia que tinha passado 8 meses a dormir.
Ainda era estranho ter ficado todo esse tempo em coma porém vou ter que me habituar, em forks tudo a gente sabe de tudo, ou seja, toda a gente irá comentar sobre isso.
Uma das coisas que mais me irritava era ter que ser acordada a meio da noite, cara porque não me deixam dormir em paz, uma noite, é tudo o que peço.
Sinto algo gelado em contacto com a minha pele quente fazendo me arrepiar com a sensação.
– Mãos geladas – sussurro quase não reconhecendo minha voz.
– Peço desculpa senhoria não era minha intenção acordá-la. – uma voz grossa me faz abrir os olhos encontrando o mar dourado dos olhos do Dr. Cullen – só queria checar se não havia nenhuma anomalia.
Ele voltou. Eu sabia que ele iria voltar.
– E encontrou alguma? – notando minha dificuldade para falar o Dr. pega no copo com água e me entrega – obrigado.
Tomo a água como se fosse a coisa mais saborosa do mundo enquanto o Dr. Carlisle analisa as minhas pernas tocando com uma espécie de agulha nelas.
– consegue sentir isto? – continuando a analisar as pernas ele pergunta.
– Está um pouco dormente, mas dá para sentir – olho para o Dr. Cullen sentindo uma segurança estranha, como se o conhece se há anos – como aconteceu?
Notando o olhar confuso do Dr. Carlisle esclareço a minha pergunta.
– O acidente? Como aconteceu?
– Não sei senhorita, na verdade a única coisa que se sabe é que foi de carro, sem ser isso não há nada mais que indique o motivo do mesmo ter acontecido. – fecho os olhos automaticamente quando sinto a luz da pequena lanterna a bater contra eles – mantêm-a os olhos abertos por favor.
Um silêncio toma conta do ambiente, me deixando inquieta.
– O que eu vou fazer? – olho para o mais velho em minha frente à procura de um concelho – é suposto eu aguentar os olhares de pena, as pessoas a comentar sobre ter estado num coma, é nestas alturas que desejo nunca ter acordado.
– Bom você tem duas escolhas, continue a ser como sempre foi, não a conheci antes do acidente porém você parece ser uma pessoa alegre sempre a falar e que não se importa com as opiniões alheias. Continue a ser a Erika de antes. Ou seja alguém diferente, você tem uma nova chance, faça as coisas diferentes desta vez. Você que escolhe agora. – afasta se da cama para apontar alguma coisa que não consigo identificar na minha ficha médica – É tudo por agora, mais tarde a doutora Santiago Irá vir a buscar para fazer um exame, se precisar de alguma coisa aperte o botão que alguém irá vir.
– Sim senhor – observo o sair do quarto me deixando sozinha no meio destas paredes assustadoramente brancas.
Eu quero ser a Erika de antes? Eu quero ser alguém diferente? Eu não sei…
Talvez ter sofrido o acidente e ter estado num coma seja o sinal de mudança. Dizem que mudança é uma porta para o desconhecido talvez seja disso que eu preciso.
Eu era ingénua, acreditava que todo o mundo era bom, que tudo o que diziam era verdade, acreditava que talvez um dia iria de deixar as pessoas passarem por cima de mim e iria enfrenta las de uma vez por todas.
Iria mostrar a tudo o mundo que eu podia ser o seu pior pesadelo, se não me quiseram respeitar da maneira simples, vão me respeitar tendo medo de mim.
O barulho da porta a bater faz me acordar dos meus pensamentos.
Olho em direção ao barulho ficando paralisada quando vejo quem entrou.
Debbie Stone.
Minha mãe.
Nos dias que passaram durante o meu raro estado de consciência pude identificar que havia alguém no quarto comigo a segurar a minha mão. No início pensei que seria uma alucinação, porém, quando realmente acordei pude reparar em minha mãe dormindo toda desajeitada na poltrona.
Ao vê-la ali senti uma confusão de emoções, eu estava contente de não estar sozinha, por rever um rosto conhecido após tanto tempo apagada, mas havia alguma coisa errada eu só não sabia o que era.
Para quem tinha a filha em coma ela aparentava estar bem, não parecia ter nem emagrecido nem engordado, o cabelo continua hidratado, as unhas impecáveis como sempre, mesmo contendo um olhar cansado.
A única coisa de diferente era as roupas, elas eram novas e mais ousadas, assim como o perfume atual que usava era diferente, o mesmo estava mais doce e forte.
– Mãe – sussurrei chamando a atenção da mulher que acabará de entrar.
– Oi meu girassol – meu girassol, nunca pensei que sentiria falta desse apelido ridículo.
– Ainda com esse apelido? – ela sorri apertando minha mão – acho que tiveste tempo suficiente para arranjar um novo.
– Não importa quanto tempo passe tu irás ser sempre o meu girassol. – as lágrimas surgem em seus olhos – como estás? Dói te alguma coisa? Precisas de algo? Se quiseres a mãe pode fazer uma sopa e trazer às escondidas ou então podia…
– Mãe – interrompo a mesma que já estava perdida nas suas ideias de me mimar – a única coisa que preciso é de sair deste lugar. Estou cansada de estar aqui, quero ir para casa.
– Infelizmente isso não sou eu que decido girassol – reviro os olhos com o apelido – o máximo que posso trazer é os teus livros para passares o tempo.
– Pelo menos isso – bocejo sentindo o sono a chegar.
– Agora descansa, meu girassol, a mãe vai estar aqui quando acordares.
As palavras da minha mãe mandaram o medo de ficar sozinha neste lugar embora. Mesmo não querendo admitir era disso que eu precisava ouvir para ter uma boa noite de sono, ou não.
A escuridão tomava conta da minha visão enquanto o cansaço se apodera a do meu corpo.
Fecho os olhos sentindo os mesmos começarem a pesar deixando o mundo dos sonhos me consumir por completo.
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Notas da autora:
Não se esqueçam de votar e comentar.
Xx: Mari
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