☾ ℂ𝕒𝕡𝕚́𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟝 ☾
Que porra está acontecendo?
Ainda parada esperando uma explicação do porquê de uma estranha estar na minha casa. Avalio a mesma, na busca de qualquer indício que possa me dizer quem ela é.
— Você é ela. — A garota sussurrou, depois de ter paralisado por minutos.
— É, eu sou ela — Respondi, não fazendo ideia a quem ela se referia, mas vai que se ela descobrir que eu não sou ela, a mesma resolve me bater com o taco de beisebol que estava segurando. Nunca se sabe.
Espera, aquele é o taco de beisebol da minha mãe?
Analisando-a novamente, captei seu olhar desconfiado em mim, avaliando todos meus movimentos. Acho que se eu respirar errado ela nota. Pela forma que está me olhando parece que sim, ao menos.
— Então, vai me dizer quem você é ou vai continuar me encarando de cara feia? — Indaguei, cruzando os braços, tentando assumir controle da situação e tentando encobrir meu desconforto com sua presença.
Sorrateiramente, fui me aproximando da pequena mesa da sala, em busca de algum objeto para me defender caso essa maluca invasora resolva me atacar.
A garota revirou os olhos, relaxando a postura.
— Erika Stone? — Perguntou.
A confusão me tomou rapidamente, assim como diversas perguntas sem respostas. Como ela sabe meu nome? Quem é essa garota? O que ela faz na minha casa? Onde conseguiu a chave?
— É meu nome. — Respondi, mais desconfortável ainda.
Como ela sabe meu nome?
— Jura? Nossa, estou chocada. — Foi a minha vez de revirar os olhos.
— Quem é você e o que quer na minha casa? — Questionei seria, sem abaixar a guarda.
A mesma revirou os olhos em resposta, me irritando. Quem ela pensa que é?
Com os últimos resquícios de paciência que me restavam, perguntei:
— Vai me dizer quem você é ou não? — Essa garota conseguia ser um pé no saco.
— Sinceramente? Não estou muito afim.
Eu estava no limite, completamente no limite. Era como um precipício, ou andando em uma corda bamba, em qualquer deslize eu cairia na escuridão sem fim, onde minha paciência se esgotaria e eu surtaria total. Essa garota tinha uma habilidade ridícula de conseguir tirar a paciência das pessoas bem rápido.
Ao ver aquele sorriso estúpido se formar em seu rosto, foi quando eu perdi o que me restava de calma e paciência. Agarrei o controle que estava na mesinha de centro, mais rápido do que eu achava possível, pronta para jogar nela. Queria que aquele vaso tivesse a acertado.
— Olha aqui, sua...— Passos apressados me chamaram atenção, eu conhecia a pessoa, obviamente.
Observando mamãe descer as escadas preocupada, a mesma perguntava o que estava acontecendo, antes de travar e se tocar do que estava rolando aqui. Seus olhos se arregalaram tanto que me surpreendeu por eles não teres saltado.
Ela começou a falar com a garota, gaguejando no processo. Fiz uma careta, percebendo sua reação. Ela conhecia a garota, então ela não era invasora. Kayla não era uma invasora. Mamãe disse seu nome enquanto se atrapalhava toda, ao mesmo tempo em que tentava me apresentar a aquela estranha.
— Sua filha? Eu já sei. Ela é um doce de pessoa. — Kayla respondeu, fazendo uma nova careta surgir em meu rosto.
Descontente, endureci a expressão, tentando tirar respostas sobre a garota a minha frente.
– Quem é essa garota, mãe? — Questionei, cruzando os braços vendo o sorriso da outra garota. Revirei os olhos, cansada dela. — Não vai responder?
Kayla começou a se retirar da sala, com meu olhar sob si, observando cada passo. Ela seguiu andando firmemente, com a cabeça erguida, como se estivesse em um maldito desfile. Com os braços cruzadas, vi quando a mesma se virou lentamente em nossa direção, passando primeiro os olhos por mamãe e depois por mim.
Parada no início da escada, ela tinha estampado em sua face uma expressão que dizia que nada de bom sairia dali.
— Bem-vinda de volta a sua maravilhosa residência, priminha. — Paralisei, surpresa e chocada. Isso era impossível. Mamãe sempre falou ser filha única.
Prima?
Eu não tenho primas. Eu tenho?
Uma gargalhada sai de minha garganta.
Isso só pode ser mentira, uma estúpida e ridícula mentira contada por essa garota estranha.
Me virei em direção a mamãe, esperando que a mesma mandasse a garota parar de mentir e sair daqui, mas ela não fez isso. Paraliso.
Prima. Eu tenho uma prima.
— Isso... isso é verdade? O que ela disse é verdade? — Questionei, em choque.
— Erika... querida. — Mamãe chamou, em um fio de voz.
— É verdade? Eu tenho uma prima e você sequer me contou? — perguntei furiosa.
Ela assentiu com a cabeça, com seus olhos se enchendo de lágrimas, das quais manteve presas. Ela mentiu pra mim minha vida inteira.
Por que ela mentiu pra mim? Por que me escondeu a verdade? Por que não me contou tudo? Nós éramos sinceras uma com a outra, o que tinha mudado?
— Eu não estou brava com você, só estou confusa, tentando entender porque mentiu. — Falo dando um último olhar a mamãe, seguindo em direção meu novo quarto.
Era tudo tão confuso, tão estranho. As coisas mudaram tão rápido que ainda me era difícil assimilar as coisas.
Mamãe havia trago uma estranha para dentro de nossa casa e nem pensou em como eu reagiria. Será que ela achava que eu iria ficar bem com isso?
Uma prima? Mamãe tinha um irmão ou irmã e nem pensou em me falar. Como ela nunca me contou? Quem que esconde a família aos seus filhos?
Eram tantos pensamentos frustrantes, tantas dúvidas sem soluções, tantas perguntas que eu não sabia mais o que fazer.
Eu mal estava raciocinando o que acontecia a minha volta que nem reparei que estava em frente ao meu novo quarto.
Ao entrar deparo me com uma janela enorme que dava visão para a floresta, era uma visão linda porem assustadora se pensássemos nos segredos que a mesma escondia.
De frente para a janela tinha uma cama de casal de madeira branca com arrumações de baixo.
Cobrindo grande parte do chão existia um carpete branco peludo.
O resto do quarto era simples e igual ao meu antigo, um armário de 2 portas, uma mesa de estudos e algumas prateleiras com livros.
Caminhei pelo quarto me sentindo uma estranha na minha própria casa, ela continua igual as minhas memórias então porque sinto que algo está errado?
Porque sinto que algo está faltando?
Tantas perguntas há espera de uma resposta.
Envolvida na escrita da Maya Banks me assusto quando uma mão descansa em meu ombro. Num sobressalto olho para trás vendo mamãe parada.
— Me desculpe ter assustado você, mas em minha defesa em chamei seu nome e esperei para entrar. — A mais velha da de ombros sentando se ao meu lado na cama.
— Eu estava lendo, — aponto para o livro em meu colo. — Precisa de alguma coisa?
Mamãe pega o livro do meu colo indo pousar ele porém parando a meio da ação.
— Mal voltou do hospital e já esta lendo putaria Erika. — Aponta para a capa.
— Em minha defesa é a Maya Banks dou de ombros.
Mamãe sorri de lado pousando o livro de vez.
— Estava com saudades de ver como você fica envolvida nos livros, sempre que passava por alguma livraria eu lembrava de você sentada no chão lendo porque não conseguia esperar ir para casa para ler o que acontecia. - Mamãe envolve me num abraço de lado parecendo perdida em lembranças.
Fico calada não sabendo o que devo dizer, enquanto um silêncio confortável envolve o quarto, me mantendo aninhada com mamãe.
— Ainda bem que você tomou banho, - olho para mamãe quando a mesma quebra o silêncio. — A última coisa que queremos é você resfriada.
— Óbvio que tomei banho, estava congelando daquela água fria. — Me lembro das luzes quebrando. — A propósito não se esquece de mudar as lâmpadas.
— Já troquei elas. — Mamãe se afasta, levantando — Vamos jantar. Vai indo na frente enquanto eu chamo a Kayla.
Reviro os olhos com a menção da minha querida priminha.
Caminho com mamãe até ao final do corredor, quando nos separamos, eu para a cozinha e a mais velha indo chamar Kayla para comer.
Sinceramente não era assim que eu esperava o meu primeiro jantar em casa.
Me sento na mesa, esperando elas que começam a demorar.
— Kayla não quer comer, — Mamãe entra na cozinha se sentando na minha frente. — Ela falou que o dia foi exaustivo.
Concordo com a cabeça, não querendo prolongar o assunto sobre ela.
— Eu espero que a Kayla esteja fazendo amigos, deve ser difícil para ela ter deixado a sua vida, a sua escola, para vir para aqui. No mínimo, ela poderia fazer novas amizades. — Reviro os olhos quando vejo que a garota que já odiava tinha virado assunto. — Nossa, eu tive uma ideia, talvez quando você fosse para a escola podes se apresentar seus amigos a ela? Aposto que se vão dar todos bem.
Franzo as sobrancelhas com a ideia de minha mãe. Ela só poderia estar louca, em nenhuma hipótese eu iria dividir minhas amizades com ela, já basta ter que dividir minha casa com ela.
Mamãe pousa seus talheres, suspirando em seguida.
— Erika, eu conheço esse olhar. — Levanto meu olhar à mais velha, indiferente.
— Não sei do que você está falando. — Faço de sonsa.
— Querida, Kayla é família, sague do nosso sangue, já deve estar sendo difícil ter uma mudança radical como esta em sua vida, não torne as coisas mais difíceis.
— Você falando assim faz eu parecer horrível. — Dou um sorriso de lado, tentando me livrar do assunto.
Mamãe gargalha.
— Girassol, eu conheço você, eu sei que é incapaz de odiar alguém. — Mãe pega minha mão. — Eu só estava pedindo para não descontar nela. Acordar do coma pode ter sido complicado e pode ter oscilações de humor como nos foi explicado, por isso tente pensar bem antes de falar.
Suspiro não querendo falar sobre Kayla e volto a comer em silêncio.
𒆜 ☾ 𒆜
Notas da autora:
Antes de tudo peço desculpa pelo sumiço.
Estive com bloqueio e não conseguia terminar este capítulo.
Espero que tenham gostado e não se esqueçam de ler o novo capítulo de Freaks da bborba619, já que a fanfic é um crossover com esta.
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