Todas as noites, quando me deitava ao lado de Timóteo, sentia que o matava lentamente. Como se empunhasse uma faca nas suas costas quando me abraçava, ou o sufocasse com um travesseiro enquanto dormia. Ele não sabia de nada, nunca soube. Sorria largamente para todos, me enchia de beijos e flores como se seu dinheiro e seus lábios fartos pudessem suprir a falta de companheirismo que tinha para comigo em dois anos de matrimônio. Entretanto, as flores sempre murchavam enquanto eu o esperava sozinha em casa, rodeada de empregados e um luxo que me sufocava tanto quanto as festas que ele amava liderar em todas as estações.
Eu já não amava meu marido há muito tempo, muito antes do baile de primavera, muito antes do dia 29 de abril, muito antes de Augusto chegar. Talvez fosse quando os carinhos diminuíram, se tornaram mais automáticos, como se dormir comigo fosse uma grande e difícil obrigação. Ele não me beijava como antes, pouco conversava comigo, e estava sempre ocupado ou cavalgando sem rumo, fazendo charme para as donzelas solteiras que suspiravam por saber que jamais poderiam tê-lo.
Foi então que ele chegou na cidade, um forasteiro, vindo de um lugar distante, com uma história misteriosa e uma única bagagem de mão. Senhor Min possuía muitas terras por Sunville, era conhecido por muitas pessoas influentes, amigo de duques e primo de Timóteo. Foi-me apresentado no baile de primavera, homem bonito, com traços orientais assim como meu marido, mas mais delicados. A pele era extremamente pálida, como um algodão recem-colhido, os lábios pequenos e corados, cabelo negro e longo que quase nunca era domado. Era um homem sério, não sorria com tanta facilidade e era dono de um olhar penetrante.
Era magnífico, não tinha como negar.
No baile, Timóteo nos apresentou todo orgulhoso, com um sorriso enorme de olhos semicerrados. Não parava de falar o quanto sua esposa era fantástica para o primo, e nem como Augusto era o homem mais honrado que conhecia. Ele gargalhava alto, o vinho da sua taça já começava a fazer efeito em seu humor, arrancando alguns risinhos divertidos do homem que nos acompanhava na mesa. Estava entediada, aquelas festas sem sentido do meu marido me davam nos nervos. Qual era a necessidade de abrir cada estação com um baile? Quem ele pensava que éramos? Monarcas?
Augusto pareceu notar minha falta de animação com tudo, pois me lançou um olhar interrogativo que foi respondido apenas por um sorriso cordial. Timóteo ainda falava sobre a possibilidade de haver pedras preciosas em uma de suas terras, quando o outro homem se levantou e deu a volta na mesa, vindo até onde estávamos. Ele tinha olhos brilhantes e um sorriso lateral que tentava esconder.
— Me daria a honra de ter sua esposa em uma dança, Tim? — Augusto perguntou, já com a mão estendida e a outra escondida atrás das costas. Meu estômago borbulhou como o champanhe da taça sobre a mesa e eu encarei meu marido esperando alguma reação negativa, mas tudo que fez foi sorrir largamente e assentir.
— A vontade, meu amigo.
Sorri, como fui treinada a fazer minha vida inteira, mas por dentro estava aos gritos. Como Timóteo não notou a intensidade do olhar de Augusto sobre mim? Como pôde me entregar nas mãos do inimigo como se não fosse nada? Tolo. Nunca me conheceu de verdade, nunca soube de nada sobre mim, por isso chorou até soluçar naquela noite. Eu pousei minha mão sobre a palma de Augusto, já pressentindo o que poderia acontecer depois daquela dança. Aquele olhar não me enganava, ele queria bem mais que apenas uma música. No entanto, persisti com o sorriso no rosto, pois era agradável olhá-lo.
O erro de Timóteo foi me deixar sozinha todas as noites, não conversar comigo e agir como se fosse invisível. Ele não fazia minha existência ser necessária, não me dava atenção, me ignorava como se fosse uma pedra no caminho. Então, Augusto chegou fazendo o oposto. Entrelaçou o braço na minha cintura, me encarava nos olhos quando me dirigia a palavra e sorria como se eu fosse a mulher mais linda da noite. Ele me deu atenção, me tratou como merecia, me elogiou com toda sinceridade, não apenas por educação.
— Acredito que nem todo o ouro do mundo reluzido ao sol se compara com o brilho dos seus olhos. — exclamou, enquanto me rodopiava pelo salão. Alguns pares de olhos nos encaravam com curiosidade, mas resolvi não me importar. Havia um homem bonito me cortejando, e mesmo que fosse casada, meu marido não precisava saber disso. — E creio que não há nenhuma flor tão formosa quanto a senhorita.
— Senhor Min, receio que esteja pisando em solo perigoso. — ele sorriu, tão magnífico. — Meu marido ficaria desgostoso em lhe ouvir falando assim.
— Timóteo Kim não pisa em nem uma mosca. — desdenhou. — Mas, e a senhorita? Não lhe agrada meus elogios? Se estiver sendo inconveniente, pararei.
Sorri largamente, evitando responder sua pergunta. Entretanto, todos sabem que quem cala consente. E isso foi o suficiente para ele sorrir ainda mais, fazer um afago discreto na minha cintura e me rodopiar mais algumas vezes pelo salão. Timóteo ria ainda mais alto quando retornamos à mesa, formava frases com dificuldade, e tinha as bochechas coradas. Concordei que aquela era a hora de nos retirarmos e pedi ajuda para alguns empregados para carregar meu marido, recusando educadamente a ajuda de Augusto. As pessoas já nos olhavam demais.
Tentei não pensar no senhor Min quando deitei minha cabeça no travesseiro, mas foi impossível. O rastro cítrico do seu perfume ainda me assombrava, seus olhos penetrantes ainda me fitavam quando eu tentava encontrar o sono que me abandonou. Ele havia grudado em mim como uma erva daninha que cresce ao redor de rochedos e se alastra para todo canto. Timóteo roncava do meu lado e eu me sentia impura, como se não merecesse estar naquela cama, ao mesmo tempo que o sentimento era controverso e eu queria chutá-lo dali. Por que ele não podia me tratar como eu merecia?
O que não há em casa, costuma-se procurar em outros lares. É assim que as traições começam.
Batidas leves na porta me acordaram de meus devaneios. Duas únicas batidas tão rápidas que pensei que fossem fruto da minha imaginação. Meu marido se remexeu na cama, resmungando alguma coisa em um idioma estranho, mas apenas virou de costas para mim. Quis socá-lo, era tão bonito, tão etéreo, que me frustrava tanto não ser o marido ideal. Quando fui ao seu encontro naquela igreja parecia a coisa certa a se fazer, ele parecia o homem dos sonhos, meu conto de fadas estava prestes a acontecer. Mas, isso tudo acabou como a garrafa de vinho que ele secou essa noite. Ele não era o que pensei, e nem eu o que ele esperava. Eramos dois estranhos dividindo a mesma casa por um contrato de convivencia e aneis dourados.
Suspirei, coloquei os pés para fora da cama e me senti melancólica de repente. Lembrar das nossas primeiras noites juntos, os sussurros carregados de promessas, os risinhos divertidos, os dedos delicados na minha pele, tudo parecia ter sido um sonho. Quando foi que deixamos de ser aquilo? Algum dia nos amamos de verdade? Não deveríamos ter nos casado tão depressa. Caminhei até a porta, sentindo meu peito pesado e meus olhos ardendo. Sentia falta de algo que não sabia o que, sentia falta de sair da monotonia, de sentir alguma coisa que não fosse a frieza do meu marido e as lágrimas no meu rosto.
Mais duas batidas leves, me senti intrigada. Aquilo não foi coisa da minha cabeça, havia alguém batendo na porta. Timóteo nem mesmo se moveu, continuou agarrado a um travesseiro e babando feito uma criança. Toquei a maçaneta como se ela fosse me morder e abri a porta vagarosamente. Havia um garoto do outro lado, bem vestido, jovem e com traços familiares. Ele me cumprimentou com uma mesura, como se eu fosse uma rainha e me estendeu um envelope amarelado. Senti vontade de perguntar quem ele era, mas temi acordar meu marido. Por isso, me contive em apenas lançar um olhar confuso em meio ao breu. Era difícil vê-lo direito sob as luzes bruxuleantes dos abajures do corredor, mas os fios dourados reluziam como ouro puro. O rapaz lançou um olhar por cima do meu ombro antes de se virar para mim com um sorrisinho malandro. Colocou o indicador nos lábios fartos, pedindo silêncio e isso me fez franzir ainda mais o cenho. Antes que eu pudesse questionar alguma coisa, ele sumiu pelas sombras do corredor, me deixando com a expressão confusa e o envelope na mão.
Minhas mãos tremiam quando rompi o selo da carta, que continha a letra M na cera, já prevendo de quem se tratava. Me sentia uma criminosa lendo aquelas palavras enquanto Timóteo dormia feito um anjo na cama, e me senti um pouco pior quando sorri ao terminar de ler o que havia escrito naquele pedaço de papel. Tinha o cheiro dele, em uma letra cursiva apressada. Eram inúmeros elogios relacionados a minha beleza, metáforas dignas de livros, e uma última frase tentadora demais para eu suportar:
"Haverá um carro esperando pela senhorita no final da rua. James, o mensageiro que lhe trouxe essa carta estará esperando. Assim como eu, a noite toda."
🌸
Gostaria de poder dizer que eu não fui até James naquela noite, que dormi ao lado do meu marido bêbado e não lhe traí. No entanto, eu fui. E não me arrependo, mesmo se isso me custasse a vida, se estivéssemos na Idade Média e eu fosse apedrejada, ainda sim, morreria sorrindo. Augusto me conhecia como ninguém, sabia ler meus olhares, gestos e me mostrava um mundo entre seus lençóis. Era bem mais que noites prazerosas, toques maravilhosos, era o que vinha depois. Os risos, os carinhos e a forma com que ele sempre parecia saber o que se passava na minha mente. Quando Timóteo falava alguma coisa sem sentido, ou se embebedava como se o mundo fosse acabar, ele me olhava daquele jeito que dizia: "está tudo bem, estou aqui"
Então, não me arrependia. Não me arrependia das fugas noturnas, das mentiras que meu marido acreditava cegamente. Não me arrependia de ser uma adúltera, mesmo que isso significasse que seria a vergonha da minha família. Augusto era o crime perfeito que valia a pena correr todos os riscos, O cabelo longo meio enrolado, os olhos afiados, o sorriso corriqueiro, as mãos calejadas por cordas de violão que dedilhavam meu corpo como fazia com o instrumento. As estações continuaram passando, mas nada nunca mudou. Ele continuava sendo meu.
Até o dia 29 de abril, a primeira mentira que Timóteo não acreditou. Ele não estava tão bêbado naquela noite, me viu saindo e me esperou acordado. Estava taciturno, sentado na cama, como se fosse uma estátua de gesso, encarava os lençóis brancos com um olhar distante. Meu coração errou uma batida quando adentrei no quarto e o vi assim, como se fosse uma assombração.
— Onde estava? — sussurrou, como se falar exigisse muito de si, ainda sem mover um músculo sequer. Minha mente começou a trabalhar em milhões de desculpas, mesmo que eu soubesse que ele não acreditaria em nenhuma.
— Fui ao jardim tomar um ar. — andei até minha penteadeira, para disfarçar o nervosismo e fingi procurar algo. Escutei Timóteo soltar um risinho sem humor e o encarei, pela primeira vez senti medo dele. Percebi que não o conhecia de verdade, não sabia o que poderia fazer se descobrisse o que eu fazia todas as noites.
— A noite toda? — inquiriu, nitidamente cansado. Os olhos baixos, ombros caídos, e expressão desolada me fizeram sentir a mais cruel das mulheres.
Uma rajada de sol tímido entrou pela fresta da cortina, iluminando seus fios castanhos e a pele caramelo. Ele estava sem camisa, a pele úmida, e o cabelo grudado na testa. Deduzi que acabara de sair do banho, e ignorei o fato de que parecia mais pálido que o normal, com lábios rachados e esbranquiçados. Talvez fosse minha visão ou a escuridão do quarto.
Me desfiz do robe de seda e ele cravou seus olhos em mim, tão afiados quanto uma faca. Suas íris vasculharam meu corpo com certa desconfiança, até pararem em meu rosto. Me acomodei ao seu lado na cama, ele voltou a mirar o lençol.
— Acabei tirando um cochilo no banco, desculpe se te preocupei. — exclamei casualmente, enquanto me acomodava sobre os lençóis. Timóteo me olhou como se não acreditasse nisso, mas parecia cansado demais para falar alguma coisa.
Ele se deitou de costas para mim, puxou o edredom até o pescoço e se encolheu como um caracol dentro da concha. Ergui a mão para tocá-lo, mas travei no lugar. Ainda tinha o direito de me preocupar? De tocá-lo? Se eu me importasse mesmo, não estaria traindo-o pelas costas, murmurando o nome de outro enquanto ele dormia em casa. Trouxe minha mão de volta para perto do corpo e suspirei pesadamente.
— Você está bem? Precisa de algo?
— Dormir.
E foi o que fiz, deixei-o dormir pelo resto do dia, assim como nas outras noites que se seguiram. Ele continuava dormindo em casa enquanto eu corria até Augusto. O que eu não sabia era que Timóteo estava ligando os pontos, percebendo todas as minhas fugas e não engolindo minhas mentiras. Ele estava à espreita, como se esperasse que eu desse o próximo passo, que me ajoelhasse aos seus pés por perdão, ou fugisse com outro. Ele sabia, ele soube naquele dia 29, e eu não percebi isso.
Foi só quando cheguei em casa mais cedo que o habitual porque Augusto tinha um compromisso pela madrugada, e mais uma vez, Timóteo estava me esperando acordado. O robe azulado abraçava seu corpo, enquanto ele olhava algo pela janela com um olhar distante e braços cruzados. As cortinas estavam abertas, revelando uma lua cheia que banhava a pele dele e clareava todo o quarto, revelando as cartas jogadas sobre a cama. Todas as cartas que Augusto já me dera. Meu coração deu um solavanco, ele descobriu.
Me aproximei a passos cautelosos, temia o que aconteceria, temia sua reação. Nunca soube o que faria se Timóteo descobrisse sobre meu amante, nunca pensei que de fato ele iria descobrir algum dia. Por isso apenas me aproximei, fitando-o à espera de algo dramático. Gritos, xingamentos, lágrimas, qualquer coisa. Entretanto, ele continuava imóvel, fitando a paisagem noturna enquanto piscava os olhos lentamente. O cabelo ondulado recaia em seus olhos, deixando-o com uma expressão ainda mais sombria.
— Por quê? — sussurrou rouco. — Por que não disse que não me queria mais ao seu lado? Por que fez isso, Helena?
Suas palavras carregavam dor, mágoa e outros sentimentos negativos. Sua voz tremulava, sentia que ele desmoronaria como um castelo de cartas com um sopro a qualquer momento. Ergui o queixo, não adiantava mais distorcer a verdade, as cartas estavam ali, ele já sabia de tudo.
— E de que isso iria adiantar? — questionei, trazendo seus olhos pra mim. — Você já não me quer ao seu lado há tempos, não se faça de vítima.
Timóteo descruzou os braços, soltando um riso anasalado.
— Quer dizer que a culpa é minha?
— Sim! — gritei, ele deu um passo para trás e arqueou as sobrancelhas. — Eu errei em lhe trair, mas você também não é nenhum coitadinho. Nunca agiu como um homem de verdade, seja na cama ou como um parceiro. Se esquiva de mim, me toca friamente, age como se eu fosse um incômodo. Você deu brechas, Augusto fez o que você nunca fez, ele me tratou como mereço!
Meu coração martelava em meu peito loucamente, minha respiração estava falha como se tivesse corrido uma maratona. Há tempos estava com tudo aquilo entalado na garganta, e despejar tudo naquele quarto foi como vomitar todas as flores que ele me deu naqueles anos. Timóteo me olhava como se não me reconhecesse, com os olhos banhados por estrelas cadentes que estavam prestes a cair e lábios entreabertos. Ele abaixou a cabeça, ato que pensei nunca ver. Os fios cobriram seus olhos, seus ombros se curvaram para baixo, ele estava desolado.
— Você poderia simplesmente... ter dito tudo isso antes. — sussurrou. Sorri em escárnio.
— E o que mudaria? Acreditaria em mim, Timóteo? Não me chamaria de louca ou paranoica?
Ele me encarou, seu rosto banhado em lágrimas.
— Isso pouparia a humilhação, Helena. As pessoas comentam, os boatos são-
— É isso que te importa? Os boatos? — ri novamente, fazendo-o ter uma expressão ainda mais chocada. — Não percebe que não havia solução para esse casamento?
— Oh, e a solução que encontrou foi dormir com meu primo?
— Não distorça os fatos, Augusto não foi uma solução, foi uma válvula de escape.
— Ah, mas que bela história de amor!
— Melhor que a que nunca tivemos.
Timóteo me encarou com mágoa, como se estivessse prestes a me enforcar ou se jogar da sacada. Ele piscou os olhos, algumas lágrimas caíram, mas não me abalei. Eu simplesmente não conseguia sentir nada olhando-o, nenhum remorso, dor, carinho, ou arrependimento. Só uma vontade de ir embora dali o mais rápido possível.
— Você é cruel, Helena... — ele enxugou o rosto com as costas da mão, evitando meus olhos. Algo semelhante a pena transpassou pelo meu peito ao assisti-lo assim.
— Peço perdão por lhe ferir assim, pela humilhação e por não ter sido sincera. Mas eu não vou dizer que me arrependo, sinto muito. — suspirei, ele ainda não me encarava. — Eu o amo, Timóteo. Amo-o como nunca amei homem nenhum.
Timóteo cobriu a boca com a mão e virou de costas para mim, um soluço escapou de sua garganta e eu me arrependi de ter sido tão dura com palavras. Mas talvez fosse necessário assim, que ele me odiasse, amaldiçoasse minha família e me expulsasse. Aquele casamento não tinha concerto muito antes de Augusto chegar, nada mudaria.
— Por favor, arrume o necessário e suma da minha vida. — ele sussurrou depois de um tempo chorando alto. — Mandei um mensageiro, ele virá te buscar. Pela manhã envio o restante das suas coisas.
Encarei suas costas largas, sentindo um certo alívio por Timóteo ser um homem de coração puro, pois sabia que outro em seu lugar estaria com uma arma ameaçando matar a mim ou meu amado. No entanto, ele sofria baixinho, chorava e soluçava como um garotinho que ralou o joelho. Ele se virou para mim, me encarou com um par de olhos vermelhos e magoados.
— Você é bom, Timóteo. — exclamei — Desejo-lhe felicidade, espero que encontre alguém para amar assim como eu encontrei.
Ele passou por mim rapidamente, mas travou com a mão na maçaneta. Ainda chorava, as mãos tremiam e o peito movia-se rapidamente. Mirou seus olhos em mim, pensei que iria me xingar, mas tudo o que disse foi:
— Espero nunca mais lhe ver.
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