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1 - Ilyana

Estou no meu quarto, olhando para o pouco do meu espelho, que não está tapado por fotografias. Eu amo fotografias, mas não é por isso que as meto em meu espelho, não quero me ver ou prefiro ver o mínimo possível. Quando respiro, ou suspiro, ou soluço, ou engulo, vejo os ossos de meu tórax e não quero que eles pensem que estou anoréxica e que me fechem numa ala psiquiátrica. Eu não sou burra! Estudei muito e lutei muito para ser sempre a melhor da turma e sei o que eles fazem. Eles monitorizam a vida das pessoas, maior parte das vezes por dentro de suas vidas pessoais. Fiquei com mais certezas, após ver Persons unknown. Vi a série toda em apenas um dia. Não que seja difícil, só tem treze episódios. Quando acabei de ver, fugi para a dispensa, um cubículo onde mal cabe uma pessoa com a porta fechada e ouvi a voz de um deles, pela primeira vez.

— Eles também estão monitorizando você, Ilyana - A voz masculina disse isto três vezes seguidas. Era a voz de meu avô que falecera há apenas dez dias.

Só consegui pensar "eles apanharam meu avô de um jeito qualquer e estão usando a voz dele". O medo apoderou-se inteiramente do meu corpo e mexeriquei todos os quadros da casa. Procurei nos móveis, nos tapetes. As câmaras tinham que estar em algum lugar da casa. Onde elas estavam? Levei as mãos aos cabelos e quando as tirei da cabeça, tinha em minhas mãos uma madeixa quase volumosa. Isso levou-me a pensar que... nãooooo... eles meteram alguma coisa em minha cabeça, em meu cérebro, como fizeram a Beth em Orphan black. Já à algum tempo que não via esta série, mas agora lembrava-me. Era uma maneira muito eficiente de me controlarem, talvez fazerem estudos científicos maléficos comigo.

Porque é que a casa estava vazia? Onde estavam meus pais? Eles faziam parte da organização? Peguei no computador, fechei as persianas da sala, para não ser espionada e procurei sobre organizações. Imprimi folhas atrás umas das outras e fiquei na minha cama, a ler, apenas com uma lanterna acesa.

Quando a minha mãe entrou pelo meu quarto adentro, acendeu a luz e eu pisquei os olhos. Tentei me adaptar à luz forte de um momento para o outro.

— Passasse alguma coisa? - perguntou-me no seu jeito carinhoso.

— Onde você estava? — lancei, bem à beira de gritar com ela — E o pai? Porque me deixaram sozinha?

2A minha mãe olhou-me surpreendida com a minha reação e me respondeu:

— Eu tinha dito a você que íamos os dois ter reunião de pais. Você sabe como é, estamos na reta final e neste momento existem as reuniões de pais, às quais não podemos fugir — sentou-se ao meu lado e me afagou o cabelo. Abracei-a! Com ela ali, estava-me sentido segura.

— O pai?

— Está lá baixo a ligar para a pizzaria.

Esbocei um sorriso sincero e minha mãe beijou a minha testa com carinho. Olhou para as minhas folhas e largou-me lentamente.

— O que é que você está estudando? Para que é isso?

— Nada demais. Trabalho pessoal mãe.

— Curiosidade?

— Isso mesmo — respondi corando.

— Quer saber — mudou de assunto — Cruzei-me com a Ashley nos corredores do liceu e convidei-a para vir cá jantar. Infelizmente ela disse que não pode, mas pediu-me para lhe dar um beijo.

— O que estava ela fazendo no liceu? Nós andamos na Millington — senti um aperto no coração. Senti que minha amiga tinha segredos para mim, mas a minha mãe conseguiu me acalmar rapidamente e eficientemente.

— Estava com a Milly.

Ufa! Percebi! A Milly é a irmã mais nova de Ashley, tem quatorze anos e é aluna de ambos os meus pais.

A minha mãe Kira Martin é professora de inglês e espanhol e o meu pai Lewis Martin é professor de ciências e matemática. Embora eles nunca me tenham cobrado boas notas ou um currículo académico invejável, eu me sentia sempre na obrigação de chegar ao nível deles, duas pessoas que eu admirava pela inteligência e dedicação à profissão. Claro, também eram muito dedicados a mim, filha única. Os meus pais para mim não eram apenas os meus progenitores a quem eu devia respeito, eram meus ponto de abrigo e eu sentia-me sortuda por os ter como pais.

1Quando entrei para a Escola Superior de Enfermagem em Portadown, eles não se couberam de orgulho, mas eu tinha a sensação que estava sempre a falhar, que estava sempre aquém das suas expectativas, mesmo que eles me repetissem que tinham muito orgulho em mim.

Eu estudava muito, para conseguir o meu diploma. Já estava no segundo ano de formação quando comecei a ouvir as vozes. O avô também fôra enfermeiro nos seus tempos, fôra ele que me inspirara a seguir esta área. Quando morreu eu senti que perdi o meu chão, mas afinal, acabei por me aperceber que perdi toda a minha sanidade mental. Só podia ser uma conspiração para me enlouquecer. "Eles" que não sei quem são, existiam, e estavam aqui na Irlanda querendo assumir o meu controle, mas eu não ía deixar.

Saboreei a pizza com vontade e meu pai perguntou com um sorriso ainda um pouco apagado, se eu estava bem, se estava melhor de meus nervos.

Pronunciei um "mhumhu" em afirmação e ele pareceu contrair-se. Apesar de tudo o avô querido que eu perdera, era seu pai, e ele também estava de rastos. A minha mãe não pronunciava sequer uma palavra que fizesse lembrar o avô. Ela estava tentando nos proteger da dor.

Os dias iam passando e eu começava a ouvir cada vez mais, vozes diferentes. Fingi que estava bem, com algum sucesso, até o dia que uma delas me disse "É melhor te matares, não estás aqui a fazer nada".

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