Capítulo 26.
Segunda-feira, 25 de Novembro de 2019
Rio de Janeiro/ Brazil
–Você sabia, não sabia? – Ludmilla perguntou assim que eu entrei no carro.
–"Oi meu amor, boa noite. Você tá bem?" – Perguntei ironicamente, ela olhou pra mim e sorriu. – Sei do que? – Perguntei afivelando o cinto de segurança.
–Da Luane com o Reinier. – Ea disse dando partida no carro.
–Ah, sim. – Mordi o lábio. – Quem te contou? Ela ou ele? – Perguntei.
–Ela acabou de me ligar pra dizer que tá indo ao luau com ele. – Respondeu me olhando de esguelha.
–Eles vão juntos?! – Perguntei animada. – Ai, que fofo.
–Brunna! Minha irmã, caramba. – Ludmilla resmungou.
–E minha amiga. – Falei pra ela de volta. – Precisava ter visto eles juntos na festa, muito fofinhos. – Sorri.
–Quer dizer que você lembra deles dois juntos na festa, mas não lembra da briga com a Rafaella? – Me perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas grossas.
–E quem disse que eu não lembro? – Respondi erguendo uma das sobrancelhas pra ela também.
–E não se arrepende? – Perguntou com um indício de sorriso.
–Me arrependo de uma coisa. – Falei.
–Do que?
–De não ter dado um puxão no aplique que eu sei que ela usa. – Ela soltou uma gargalhada.
–Que maldoso, Brunna.
–Aham. - Murmurei. – Eu não teria feito uma briga daquelas se estivesse sóbria. – Comentei.
–E você acha que eu não sei? – Ela perguntou retóricamente enquanto ria.
–Você falou com ela hoje? – Perguntei jogando um verde pra colher maduro.
–Não, tem umas ligações dela no meu celular, mas preferi não atender. – Falou casualmente.
–Por qual motivo?
–Não quero perder a paciência. – Deu de ombros.
Continuamos conversando sobre outras coisas e logo chegamos na prainha.
–Aquela ali é a Andressa? – Ludmilla falou assim que desligou o carro, prestando atenção na amiga que também estava chegando agora, só que sozinha. – Sozinha? – Semi cerrou os olhos.
–Parece que sim. – Respondi soltando o cinto e abrindo a porta do carro.
–Ei! – Ludmilla desceu do carro gritando pela amiga.
Ô beleza, o clima entre mim e ela provavelmente estaria uma merda pela cena no banheiro da festa. Ludmilla esperou que eu desse a volta no carro pra agarrar minha mão e sair nos puxando até a Andressa, as duas se cumprimentaram e Andressa e eu trocamos um sorrisinho sem graça.
–Cadê a Juliana? – Ludmilla perguntou. – Achei estranho te ver chegando sozinha, ela nunca perde essas coisas. – Continuou.
–Então... – Andressa desviou o olhar. – Eu e ela demos um tempo, cara.
–Como assim deram um tempo? – Ludmilla insistiu no assunto. Lhe dei um cutucão, mas nem assim ela entendeu o recado.
–Ah cara, não estava dando certo mais. – Andressa falou encolhendo o ombro. – E aquela confusão no banheiro não foi nada do que pensou. – Falou pra mim.
–Não pensei nada, talvez na hora, porque estava um pouquinho bêbada. – Sorri.
–Deu pra perceber. – Ela sorriu também.
–Que negócio é esse de banheiro? – Ludmilla perguntou.
–Cara, uma garota maluca me vomitou no banheiro. – Andressa falou fazendo careta. – Gosto nem de lembrar. – Ludmilla riu.
–Você lembra até disso? – Ela me perguntou.
–Eu estava bêbada, não com alzheimer. – Brinquei fazendo as duas rirem.
–Hoje vai ficar só na água com gás né? - Ludmilla perguntou passando o braço pelo meu ombro.
–Não vou beber nunca mais. – Falei pra ela brincando também.
–Licença. – Andressa falou se afastando.
–Ludmilla, você é burra ou só se faz? – Perguntei pra ela.
–Quê? – A lerda perguntou.
–Não fica se perguntando esse tipo de coisa, dá pra ver que ela não tá bem e não quer falar disso.
–Mas, pô... A mina é minha amiga. – Ludmilla disse.
–Mas eu não sou amiga dela, deu pra perceber que ela não estava confortável. – Revirei os olhos. – Deixa isso pra lá, o clima tá bom demais pra gente discutir por causa da Andressa. – Falei fazendo-o rir.
–BRUNNA! VEM CÁ! – Emily me gritou.
–Vai lá. – Ludmilla riu me dando um selinho. – Mais tarde te roubo delas.
–Tá. – Saí rindo.
A beira-mar minhas amigas riam e fofocavam, quem era o site do G1 perto do grupo caminhão de boi?
–Conta pra gente da Juliana. – Emily falou baixinho assim que cheguei.
–A Andressa meteu chifre nela? – Júlia queria saber.
–Vocês são duas fifis, sabiam? – Ri. – Não gente, acho que não teve traição, elas só não combinavam nesse lance de casar ou não casar.
–A Juliana queria casar? – Emily questionou.
–Pasmem, mas não, A Andressa queria. – Contei pra elas. – Elas conversaram e decidiram terminar.
–Nossa, mas a Juliana? Ela tem a maior cara de quem quer formar família e ser mãe de um time de futebol. – Júlia falou rindo.
–Por isso que eu sempre digo: nunca julgue o livro pela capa. – Emily filosofou. – Mas gente, tenho uma novidade. – Falou ela, Júlia e eu nos entreolhamos. – Lembra que contei pra vocês que me inscrevi no BBB?
–Sim. – Júlia respondeu.
–Fui chamada pra fase final, é tipo uma entrevista eliminatória. Vai ser lá no Espiríto Santo, mês que vem.
–E o que isso significa?
–Que vou ter que voltar pra lá por um tempo. – Emily fez um bico.
–Ué. – Olhei pra ela. – E o trabalho?
–E as amigas? – Frisou a Julia.
–Sem drama, Júlia. – Emily falou abraçando a amiga de lado. – Vou por uma semana primeiro, tirar uns dias do trabalho, ver minha mãe, fazer esse negócio aí... Então eu volto pro Rio. E outra: isso é segredo. Ninguém pode saber.
–Minha boca é um túmulo. – Falei pra ela.
–Já contou pro Arrascaeta? – Júlia quis saber.
–Não, o Giorgian e eu só nos pegamos galera. É um lance desapegado.
–Da sua parte é, já perguntou se da dele é também? – Minha amiga perguntou mais uma vez, dando uma de psicóloga. – Emily ficou pensativa.
Hum... Isso me fez pensar em mim e na Ludmilla, será que éramos só um lance desapegado também? Bem, estava na cara que eu estava apaixonadinha por ela e acho que é recíproco. Não gosto desse negócio de lance desapegado, sempre acabo tomando no cu.
Eu e as meninas fomos até a rodinha que tinha se formado, o centro da roda como sempre era o Rafinha e o seu cavaco, eles logo começaram o repertório de pagode, Ludmilla que sempre dava uma de cantoar, logo se juntou a eles. Daqui a pouco ela estava catando "tuê, tuê é do caralho" versão pagode.
Logo depois Luane chegou de mãozinhas dadas com o Reinier, os dois sentaram do nosso lado e Luane e eu trocamos um papo bacana. Gostava muito da vibe dela.
–Ei, bora brincar de quem sou. – Júlia chegou propondo. – Achei um post-it jogado dentro do carro da Patty, deve ser da filha dela, mas vou roubar.
Eu, Ludmilla, Luane e Reinier nos levantamos e seguimos a Júlia até a segunda rodinha que tinha se formado, uma rodinha de casais devo dizer. Arrasca, Patty e Emily já estavam por ali, nos sentamos aumentando o tamanho da rodinha. Decidimos que seria melhor uma pessoa de cada vez, Emily seria a primeira e eu escreveria pra ela.
–Eu sei uma boa. – Ludmilla disse com um sorriso sacana, se aproximando para falar no meu ouvido.
Coloquei "Nossa Senhora" pra ela e passamos a meia hora seguinte dando dicas e nada.
–Quer saber, cansei dessa bosta. – Ela disse arrancando o post-it da testa. – Você colocou "Nossa senhora" pra mim, Brunna?! Me dá aqui essa porcaria dessa caneta que agora ela vai ver. – Pegou com toda delicadeza do mundo — pra não dizer outra coisa — a caneta na mão do Arrasca, escreveu no post-it e veio grudar ele na minha testa. De cara todo mundo começou a rir. – Vai, começa. – Emily disse me lançando um sorriso diabólico.
–Beleza, eu sou homem? – Perguntei.
–Não.
–Então sou mulher?
–Até demais. – Ludmilla respondeu.
–Hum... Eu sou atriz? – Perguntei pensando nas possibilidades.
–Poderia ser, mas não. – Patty respondeu com um sorriso.
–Eu sou brasileira?
–Sim. – Júlia disse.
–Eu... Sei lá, eu existo ou sou um personagem? – Perguntei sem fazer idéia.
–Acho que existe, né? – Reinier olhou pra Luane, que riu.
–Porra. – Resmunguei. – Beleza, eu sou cantora?
–Tem umas músicas inspiradas nele. – Luane disse.
–Hum... Sou famosa então? – Questionei, alguns deles assentiram. – Eu sou o Neymar? – Perguntei olhando pra cada um deles.
–COMO É QUE É? – Ludmilla gritou do meu lado, dei um pulo de susto. – Você tá me tirando? – Ela me encarou, eu tirei o papelzinho da testa, vendo o nome dela. Gargalhei, ela levantou, chateada.
–Emily acabando relacionamentos desde sempre. – Júlia falou rindo, eu levantei ainda morrendo de rir pra ir atrás dela.
–Ludmilla! – Gritei quando o alcancei.
–Você falou Neymar? Neymar?! – Me perguntou indignada, soltei uma risada.
–Sei lá, não imaginei que ela fosse escrever seu nome. – Falei encolhendo o ombro. – Vai ficar chateada comigo por causa disso?
–Óbvio que não, mas porra.. Neymar?! Sou mais bonita que ele e ele não é mulher Brunna. – Falou me encarando, eu ri.
–Concordo. – Sorri passando os braços por seu pescoço. – Você até leva menos cartões vermelhos que ela, o que é ótimo e não fica fingindo falta. – Falei fazendo ela rir.
–Queria mesmo ficar um pouco a sós com você. – Ela disse me beijando na bochecha.
–Ah é? – Perguntei sorrindo. – Tem um motivo especial?
–Tem, tem sim. – Sorriu também. – Notei que a gente se conhece a bastante tempo e ainda não saímos juntas. – Mordeu o lábio me encarando.
–Tipo um encontro? – Mordi o lábio também.
–É, já nos conhecemos de um jeito nada convencional, né? – Riu, se referindo ao encontro de 7 anos atrás.
–A gente pode fingir que aquilo nunca aconteceu? – Perguntei fazendo ela soltar uma risada.
–Aquilo foi nosso diferencial e foi tão marcante que não dá pra esquecer. – Continuou sorrindo. – O que você acha? Do encontro? – Perguntou.
–Eu acho legal, porém não acho que precisamos colocar o nome de "encontro" a gente já tá em "oto patamá" – Sorri.
–Beleza, então... Quer namorar comigo? – Perguntou sem deixar o sorriso sumir. – Vai ser um patamar melhor ainda, prometo. – Mordeu o lábio mais uma vez, ela ficava irresistível quando fazia aquilo.
–Quero, sim. – Falei mordendo o lábio também. – Que tal a gente ir embora agora? – Perguntei cheia das segundas intenções sim.
–Minha casa ou a sua? – Perguntou beijando meu pescoço.
–O Fabinho tá na sua, então na minha. – Sussurrei em seu ouvido.
–Uhum, vamos só nos despedir da galera.
Levamos um ano pra sair dali, todo mundo queria saber o porque estávamos indo embora tão cedo, mas levamos uns 15 minutos pra chegar em casa. ela já tinha entrado na minha casa, mas não desse jeito, não me beijando e derrubando minha coisas no chão.
Já fazia um tempo que eu vinha imaginando essa cena - e que atire a primeira pedra quem nunca imaginou - mas superou todas as minhas expectativas. Vamos dizer, de uma forma bem simples, que nós não chegamos a dormir muito e que "comemoramos" bastante o sucesso. Depois disso passamos umas três horas acordados conversando sobre coisas sobre nós com o intuito de nos conhecermos cada vez mais.
Só sei que quando dormi o dia já estava amanhecendo e eu provavelmente não ia conseguir acordar a tempo de ir pro trabalho, Braz que me desculpasse, mas depois de todo o perrengue no Peru, bem que eu merecia uma folguinha.
Acordei com a campainha tocando. Devia ser alguém que eu conhecia, pro porteiro deixar subir sem interfonar antes. Resmunguei um palavrão no travesseiro e passei a mão na cama.
Nada de Ludmilla.
Arregalei os olhos e pulei da cama.
Ai meu Deus, pera, tô pelada.
Procurei meu roupão pelo quarto todo e nada, corri pro banheiro pegando a primeira toalha que eu vi, uma toalha do flamengo que eu tinha dado pro Thiago e ele sempre queria usar quando vinha pra cá.
Amarrei a toalha de qualquer jeito ao redor do corpo e saí do quarto correndo pra procurar a Ludmilla.
Bom, eu a encontrei. Abrindo a porta e só de cueca e top para ser mais detalhista. Até ai tudo bem se do outro lado da porta não estivesse minha mãe com o Thiago agarrada em suas pernas.
De onde eu estava observei minha mãe olhar pra Ludmilla e semi cerrando os olhos.
–Você deve ser a sogrinha. – Ludmilla disse com um sorriso. Gemi internamente, não era possível que aquilo estivesse realmente acontecendo.
–BRUNNA! – Minha mãe gritou. Eu pulei com o susto, Ludmilla pulou com o susto, até Thiago pulou.
Bom... Pelo meno a Ludmilla tinha se dado o trabalho de colocar a cueca e um top...
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