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Capítulo 18.

Foi aqui que pediram uma maratona? 👀

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Maratona - (1/5)

Sábado, 23 de Novembro de 2019

•Final da Copa Libertadores da América

1 A 0 para o River Plate, um dia fodido, cansativo e corrido - Literalmente.

30 minutos do primeiro tempo, perdida com a irmã da mina que eu tenho um crush no estádio, a bunda suja e o braço todo lascado.

Bem vindos a minha vida.

–Acho que são elas ali. – Luane apontou para um mundaréu de mulher vestida de roupa preta. – Meu Deus, graças a Deus. – Ela desceu as escadas correndo na minha frente, eu com a sorte que tinha desci olhando para cada degrau com todo cuidado do mundo, vai que de repente pisava em falso e quebrava uma perna? Tá amarrado. Luane já estava conversando com os pais quando eu cheguei.

–Emily, você nem olha pra minha cara. – Avisei assim que o olhar dela bateu em mim.

–Nossa, o que rolou miga? – Ela disse, não sei se sendo sincera ou fazendo a sonsa.

–Você falou setor 03, idiota. – Lhe dei um tapa na nuca.

–O que foi isso no teu braço? – Júlia pegou meu braço.

–Ram, estã dizendo isso porque ainda não viram a cor da minha bunda. – Falei virando pra elas verem. – Era uma vez um short jeans claro. – Brinquei, elas riram.

–Vocês se machucaram? – A mulher que provavelmente era a mão da Ludmilla e da Luane perguntou se aproximando com minha mãe ao seu lado.

–Não, não. Foi um idiota que acabou me empurrando sem querer, a Luane tentou me segurar e a unha dela bateu no meu braço. – Expliquei para que ninguém ficasse em pânico.

–Põe idiota nisso. – Luane falou levantando a mão e nos mostrando quatro dos seus dedos com a unha e o do meio sem. Eu gargalhei. – Essa é a Brunna mãe, a advogada que a Ludmilla falou.

–Silvana, prazer. – A mulher sorriu vindo me abraçar. – A Ludmilla falou que você era bonita, mas não imaginei que fosse tanto. – Completou com um sorriso, eu fiquei vermelha.

–É bonita, né? – Emily falou segurando meus ombros. – E solteira também. – Falou rindo.

–E pé quente, assim espero. – Juliana falou se referindo ao jogo.

–Gente vocês precisavam ver o tanto que estavam xingando os torcedores do flamengo lá do lado do River, a gente ouviu cada coisa né Luane? – Perguntei pra menina.

–Eu tive que morder a língua umas três vezes pra não arrumar confusão. – Ela disse revirando os olhos.

–Respirou fundo e contou até dez? – Júlia, que era a psicóloga dela perguntou.

–Não precisei, encontrei alguém mais louca que eu. – Falou rindo e me olhando.

–O que você fez? – Júlia me encarou preocupada.

–Xinguei todo mundo em coreano. – Contei, minhas amigas riram. – Já deu, já passou. Eu preciso sentar e beber alguma coisa.

Eu e minhas amigas nos separamos um pouco da Luane e das mães da galera e descemos uma fileira de cadeira pra ficarmos um pouco a sós. Perto da gente, meu pai, Selena, Thiago, o pai da Ludmilla e o Fabinho pareciam xingar Deus e o mundo enquanto assistiam a partida. Fui contar pra elas detalhes do meu dia enquanto elas contaram o que rolou e eu perdi. Conversa vai, conversa vem... Fim do primeiro tempo. Flamengo entrou no vestiário perdendo de um a zero e sem chegar com uma chance perigosa no gol do River.

Na volta do jogo, começamos um pouco melhor, tínhamos mais posse de bola, mas o River sempre estava nos assustando no contra-ataque. Perdemos uma chance clara de gol nos vinte minutos da segunda parte e foi quando o desespero começou a pousar em mim, parecia que a bola não entrava nunca apesar do time inteiro estar fazendo de tudo para que acontecesse. Thiago estava chorando falando que o Flamengo ia perder e a Selena me chamou pra que eu fosse socorrê-la com o garoto.

–Ei, meu bem, vem cá. – Tirei ele do colo do Fabinho e sentei-o no meu. – Não precisa chorar.

–Eu queria que o Flamengo ganhasse e eles vão perder. – Falou fungando.

–Mas o jogo ainda não acabou. – Tentei consolá-lo.

–Diego, ele tá colocando o Diego. – Ouvi meu pai falar. No campo o jogo estava parado para a substituição, Patty ia sair para a entrada do camisa 10. – Patty era a melhor em campo. – Meu pai praguejou.

–Ela deve ter se machucado. – Falei levantando com Thiago no colo. – Olha Thiago, quando nosso time tá perdendo a gente não pode chorar, nós temos que cantar beeeem alto pra eles escutarem e ficarem animados pra fazer gol.

–Que tal ficar no meu ombro? – Fabinho propôs dando um sorrisinho cúmplice pro menino.

–Siiimmm! – Thiago pulou do meu colo pro dele, eu revirei os olhos dando uma olhada pra Selena.

–É, o Thiago ele já conquistou. – Falei pra ela com um sorrisinho. – Só falta você.

–Ele é bonitinho, né? – Selena perguntou com um sorrisinho.

–Aham. – Concordo. – Se dá bem com o Thiago, papai gostou dele, ele é super legal... Só não rola se você não quiser.

–Dou uma chance pra ele se você der uma chance pra Ludmilla também. – Ela sussurrou pra mim.

–E quem disse que eu já não dei? – Olhei pra ela com ar de sapeca, ela arregalou os olhos surpresa.

-O QUE?!

–VAMOS FLAMENGO, VAMOS SER CAMPEÕES!!! – Cantei fazendo ela me odiar, soltei uma risada e continuei cantando.

Vinte minutos depois não existia mais nenhuma unha na minha mão e também não tinha saído nenhum gol, eu olhava para os lados e via gente chorando, gente ajoelhada... Ninguém conseguia mais cantar, nem a torcida do flamengo, nem a do River que estava passando sufoco com o time todo do flamengo em seu campo de defesa.

–Não acredito que isso tá realmente acontecendo. – Luane falou do meu lado.

–Isso tudo é culpa sua Emily, você é vascaína, com certeza tá secando o flamengo. – Júlia falou com a voz esganiçada.

A essa altura do campeonato todos os grupinhos tinham sido desfeitos e todos estavam sofrendo juntos amontoados nas cadeiras do estádio, a sensação era de que o jogo não ia acabar nunca e que essa angústia nunca ia passar.

–Gente juro por Deus que não estou secando, são meus amigos e meu boy ali. – Emily disse parecendo sincera e angustiada também.

Eu olhei pro campo respirando fundo e soltando a respiração devagar. O Mister tinha acabado de tirar o Arão do jogo e colocado Vitinho pra jogar, Hanna que estava perto da Juliana, começou a roer as unhas quando viu o namorado entrar em campo.

Procurei a Ludmilla no campo, era difícil encontrar alguém a essa distância já que o gol do flamengo no segundo tempo era do outro lado, depois de um tempinho o encontrei. Ela tinha descido até aqui perto pra ajudar na marcação e acabou cometendo falta, fiquei de olho quando ela respirou fundo, provavelmente se controlando pra não reclamar já que toda vez que fazia isso levava cartão. A falta foi cobrada.

Em minhas contas estávamos entrando agora no minuto 42 de jogo, faltavam no máximo uns cinco minutos pra terminar. Comecei a orar como uma desesperada sem conseguir tirar os olhos do campo. O River estava com a bola quando Arrascaeta com um carrinho por baixo conseguiu recuperar a posse. O uruguaio meteu o pé tentando encontrar alguém para passar a bola.

–VAI GIORGIAN! PASSA A BOLA PRO BRUNO PORRA! – Emily gritou do meu outro lado, metendo a mão no meu ombro e me empurrando. Como se tivesse escutado, Arrasca passou a bola para Bruno. Quatro jogadores rodeavam o camisa 27 e ele parecia não ter opção nenhuma para toque, mesmo assim partiu pra cima dos quatro caras numa jogada individual incrível.

–Ai meu Deus! – Luane me agarrou pelo braço, Emily continuava me empurrou.

De uma maneira mágica Bruno Henrique conseguiu passar a bola no meio dos quatro caras do River e a bola chegou novamente até o Arrascaeta. Antes mesmo do gol eu já estava gritando, Arrasca tocou a bola pra Lud que estava na cara do gol e só precisou empurrá-la pra dentro.

–AAAAAAAA! GOL CARALHO!

–EMPATAMOS PORRA, PUTA QUE PARIU EU SOU CARDÍACO! – Meu pai gritou de um lado.

–MAMA AQUI MINHA ROLA SEUS ARGENTINO ARROMBADO! – Emily gritou pra uns dois torcedores do River que estavam passando e foram parados pela horda de gritos dos flamenguistas.

Eu nem sei explicar o que aconteceu comigo no momento, só sei que eu gritei, pulei, e no final tava abraçada com a Luane meio rindo e meio chorando.

–Feliz aniversário. – Gritei pulando com ela feito duas idiotas.

–Pra você também. – Ela gritou de volta. Não tivemos nem tempo de nos separar, de repente a galera estava gritando de novo.

–FOI GOL? CARALHO FOI GOL! – Gritei quando percebi. –ACABOU CARALHO, CAMPEÃO!!!

–Foi da sua mina! Foi da sua minaaa! – Júlia pulou em cima de mim.

–Meu Deus, como assim eu perdi esse gol? – Perguntei procurando um dos telões no estádio.

Logo na saída de bola Diego tinha cruzado uma bola alta pra Ludmilla, que disputou com dois zagueiros do River Plate. O zagueiro do River foi tentar afastar e meteu a cabeça na bola fraco demais deixando-a cair exatamente na perna esquerda da Ludmilla, ele nem pensou duas vezes antes de meter o chute. Aquele gol ia virar quadro na minha casa, eu ia passar por ela todas as manhãs e lembrar que os perrengues desse dia tinham valido a pena.

Depois de gritar e xingar meio mundo com as minhas amigas, fui comemorar com minha família e até minha mãe que não era a maior fã de bagunça e de futebol chorou. Thiago coitado estava com a carinha toda inchada de tanto chorar e me abraçou ainda chorando.

–Agora tá chorando de felicidade, né? – Perguntei pra ele sorrindo, que assentiu sem nem conseguir falar. – Eu falei pra você que a gente tinha que cantar não foi? – Baguncei seu cabelo, olhando mais uma vez para o campo.

Uma confusão tinha se instaurado, Palácios tinha metido uma bicuda em Bruno Henrique e estava expulso, o que não entendi foi o lance seguinte, o juiz lentamente corre pelo campo, se aproxima da Ludmilla, tira do bolso o cartão amarelo e em seguida o vermelho, expulsando a atacante.

–Tá de sacanagem?! – Gritei pra ninguém. – De novo isso?! Puta que pariu.

–Oxe, não entendi. Ele expulsou a Ludmilla porque? – O pai dele perguntou do meu lado, nem tinha visto o pai dele por perto até então.

–Sua filha atraí cartão vermelho hein? – Falei pra ele de um jeito divertido.

–Eu falo isso pra ela direto, não adianta! – Ele disse irado.

Levava o cartão e não pagava o pacto sozinho, me arrastava junto. Já estava até imaginando o trabalhão que ia dar pra descobrir o porquê dela ter levado aquele cartão sendo que o juíz estava no sul e ele no norte. O cartão vermelho parou de importar quando o juiz apitou o fim da partida e o flamengo foi declarado oficialmente o Campeão da Copa Libertadores da América.

–BI CAMPEÃO! BI CAMPEÃO! BI CAMPEÃO! – Gritei junto com as meninas que já desciam para a área de entrada do campo, claro que teríamos que esperar a liberação, mas fazíamos nossa própria festa por enquanto. Thiago e Baby Guto já tinham feito amizade e brincavam de pega pega aqui por perto, as mulheres dos jogadores e seus familiares não paravam de gritar e gravar stories pra colocar no instagram.

–Meu Deus, que loucura! – Luane falou colocando as mãos no cabelo. – Eu perdi cinco unhas. – Falou me mostrando as duas mãos, eu gargalhei.

–Meu amor eu vou entrar dentro desse campo e pular em cima do Giorgian que só se vier uns cinco guindastes pra me tirar de cima dele e conseguir. – Emily falou pulando de um lado pro outro.

–Você sou eu. – Júlia deu uma risadinha.

–Ah!!! – Eu gritei. – Quer dizer que vamos descobrir quem é a mina misteriosa da Júlia? – Brinquei abraçando minha amiga.

–Misterioso pra vocês né meu amor? – Emily disse, dando a entender que sabia quem era. – Que? – Olhou pra mim. – Não foi a Júlia que me contou, foi a dita cujo, mas não vou contar então nem vem.

–Eu nem ia te perguntar, vaca. – Mostrei o dedo do meio e a língua pra ela, que riu. – Tenho minhas próprias desconfianças.

–Gente, liberaram. – Juliana chegou falando. – Antes da gente descer eu só queria saber se vai ter beijo de comemoração. – Ela falou com um sorriso olhando para mim, todo mundo estava olhando pra mim.

–Ei, parem de fazer isso, a irmã da menina está bem aí. – Falei com vergonha.

–Eu? – Luane riu. – Tô do lado delas, miga. Beija ela. – Piscou pra mim.

–MEU DEUS. – Comentei fazendo todas elas rirem. – Nenhuma de vocês valem sequer um real. – Falei balançando a cabeça enquanto elas batiam na minha nuca e me empurravam para a portinhola aberta que dava acesso ao campo.

O campo estava uma zona! Alguns dos jogadores estavam numa roda de samba DO NADA, com instrumentos e tudo. Papel laminado estava caindo do céu e o gramado estava verde e dourado por conta deles, tinham câmeras por toda parte, crianças correndo, gente chorando, gente cantando a música que a arquibancada entoava. Melhor sensação da minha vida.

–Ali, eles estão ali. – Júlia apontou para o grupo de jogadores que mais conhecíamos.

Ludmilla, Arrascaeta, Patty, Pablo Mari e Reinier pareciam fazer uma comemoração particular, mas pararam assim que nos viram. A primeira a sair correndo foi a Emily, ela fez exatamente o que prometeu e pulou em cima do Arrasca lhe metendo um beijão sem ligar para câmeras ou pra platéia que estava assistindo tudo. Júlia foi depois, se jogando no colo da Patty e deixando geral de queixo caído, eu sabia que no ônibus quando peguei a Patty sorrindo sozinha pro celular que tinha um dedinho da Júlia nisso. Juliana que estava por perto me encarou completamente surpresa e eu ri.

–Meu Deus, o que foi isso? – Ludmilla perguntou pra Patty.

–Ah sabe o que é né, parça? Deu mole é vapo. – Ela disse estalando um beijo na bochecha da Júlia que riu a empurrando.

–Tava escondendo só porque no começo a Emily queria ele, né danada? – Eu brinquei abraçando o Reinier, depois o Mari.

–Achei que ela pudesse ficar chateada. – Júlia admitiu, rindo.

–Eu chateada. – Falou apontando pro Arrascaeta, a galera riu e eu parei na frente da Ludmilla, abraçando-a.

–Poxa, achei que você fosse chegar aqui igual às meninas. – Falou no meu ouvido, provavelmente fazendo bico. Eu ri, me afastando e olhando pra ela.

–Parabéns pelos gols, mas depois vamos ter um papo sério sobre o cartão vermelho no finalzinho. – Falei brincando, ela riu, me arrancando um selinho de supetão.

–Ah não, esse beijinho mixuruca aí não valeu não. – Emily falou se intrometendo.

–Até eu meti um beijão na Patty, não são vocês que vão escapar. – Júlia complementou.

–Beija! Beija! Beija! – Um coro começou a ser gritado enquanto eles faziam uma rodinha comigo e Ludmilla no meio, eu ri e olhei pra Ludmilla, mandando tudo para os ares e lhe tascando um beijo.

Diferentemente daquele beijo na cozinha da casa dela, esse daqui foi bem mais devagar e sem pressa, ela agarrou meu cabelo e deixei que sua boca tomasse conta da minha. Não me importei com os gritos dos nossos amigos que assistiam de camarote o espetáculo, ou com alguém que poderia passar ali e ver — meus pais, por exemplo. Eu simplesmente o beijei por tempo demais e então desci do seu colo.

–Cara a gente precisa entrar, a maioria dos manos já estão no vestiário. – Patty disse.

–Puta merda, como a minha consegue meter dois gols dentro de campo e um golaço desses fora de campo e eu não consigo sair do 0 a 0? – Reinier perguntou cruzando os braços e fazendo bico.

–Aprende, criança. – Ludmilla falou bagunçando o cabelo do garoto.

–Tem que sair das fraldas primeiro, né pai? – Patty riu da cara do moleque, que correu atrás dela.

–O que achou do jogo? – Ludmilla perguntou pra irmã, que até agora tinha sido esquecida pelos lances de beijo — sorry, Lulu.

–Foi o aniversário mais louco da minha vida. Sério, a gente tem MUITA história pra contar. – Ela falou me olhando e me inserindo na conversa, será que eu já podia sair espalhando por aí o quanto eu já amava essa garota?! – Eu perdi cinco unhas e a Bru tá com a bunda toda suja.

–Ah é? Me deixa ver, sempre fui ótimo com limpeza, sabe?! – Ela falou tentando me virar, eu esquivei.

–Sai. – Avisei olhando pra ela, que tentou me alcançar mais uma vez. – Ludmilla, você é uma tarada. – Falei rindo.

–Deixa a menina em paz, babaca. – Luane riu. – Vai embora logo antes que venham te buscar pela orelha.

–Já vou, já vou. – Ela disse abraçando a irmã. – Mais tarde não esquece de mim. – Falou me abraçando e estalando um beijo perto da minha boca, se afastando em seguida.

Luane e eu seguimos para onde os outros estavam se arrumando pra voltar pro hotel, Marcos Braz contava pra todo mundo que ia rolar a maior festa na chegada do time ao hotel e uma festa maior ainda quando a galera chegasse no Rio de Janeiro, com direito a trio elétrico. Ficamos por ali um tempo esperando o ônibus fretado pra levar a galera — o ônibus que eu e Luane tínhamos perdido. Eu não iria no ônibus, já que tinha vindo dirigindo o carro que a Ludmilla tinha alugado, mesmo assim ficamos ali conversando com a galera.

–Não tínhamos nem terminado de comemorar o primeiro, foi surreal. – Uma das meninas falava.

–BRUNNA, CORRE AQUI! – Júlia me gritou e apareceu correndo e me puxando.

–Meu Deus o que foi? Aconteceu alguma coisa? Alguém precisa de uma advogada?

–Não, É BEM pior que isso, olha aqui. – Me estendeu o celular.

Era uma postagem no Instagram, feita pela Ludmilla com a bola no pé.

Com a legenda "Sempre será 💪🏾⚽️ eu e ela!!! Obrigada nação! ❤️🖤"

Primeiramente fiquei na legenda, achei fofinho e então a Júlia deu zoom numa foto específica, uma que ela estava usando uma blusa do Santos, na adolescência.

Foi quando eu percebi.

E também foi quando desmaiei.

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