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Capítulo 08.

Segunda-feira, 04 de novembro de 2019

Ninho do Urubu/ RJ

Depois de uma discussão no WhatsApp com as meninas sobre o nome novo que tinham colocado no grupo, tomei café da manhã correndo e dirigi feito uma louca até o ninho.

Uma semana depois da bendita discussão no corredor com o Dr. Anderson Salesiano essa é a primeira vez que estou o vendo e ao contrário de todas as vezes, ao invés de estar chegando, ele está saindo do ninho em seu carro. Usando um óculos de sol, não tenho certeza se olhou pra mim, mas diria que não.

Quando cheguei no corredor que dava para a área de advocacia, de cara percebi que algo de errado não estava certo, isso porque em frente a minha porta e a do Dr. Salesiano, estavam Marcos Braz e Rodolfo Landim.

–Bom dia. – Falei pra avisar que tinha chegado, os dois se viraram pra mim.

–Bom dia. Dra Brunna Gonçalves, certo? – Marcos Braz perguntou.

–Eu mesma. – Respondi.

–Eu sou Marcos Braz, vice presidente de futebol e esse é Rodolfo Landim, nosso presidente. – Disse ele, apresentando-os. Troquei apertos de mãos com os dois e observei. – Você se importa de te tirarmos da sua sala por alguns minutinhos?

–Claro que não. – Respondi ajeitando a bolsa no ombro.

–Nos acompanhe por favor. – Disse Rodolfo, saímos junto pelo corredor.

Logo percebi que me levariam para a sala da diretoria. Essa sala ficava bem mais perto da academia, por isso consegui enxergar de relance todos os jogadores e jogadoras treinando, uma caixinha de som tocava alto um pagode que eu não conhecia e logo entramos na sala, deixando tudo para trás.

–Fique a vontade. – Braz falou apontando para o sofá imenso que ia de um canto a outro, os dois sentaram de frente a mim e me encararam.

Será que eu devia ficar com medo? Eles provavelmente queriam colocar um pouco de pressão para que o caso fosse resolvido logo.

–Como anda o caso da Ludmilla? – Rodolfo Landim Perguntou.

–Até o momento tudo certo, a primeira sessão é na quarta, às dez. – Respondi a eles.

–Qual a possibilidade do processo acabar nessa quarta? – Braz respondeu.

–Eu diria que 50%, temos que esperar para ver o que a defesa vai trazer. – Olhei pra eles, incorporando a advogada que existe em mim.

–Não foi exatamente por este motivo que chamamos você aqui. – Rodolfo disse. – Tivemos um problema grave com o Dr. Salesiano que acabou culminando em sua demissão.

Eu sei que deveria ficar chocada, mas estava aliviada mesmo. Já tinha percebido que ele não era um profissional tão bom quanto imaginei que seria e o machismo que demonstrou comigo só me fez ter certeza disso.

–Temos uma proposta temporária para que você possa ficar no lugar dele até que a gente consiga encontrar alguém para o cargo, você se interessa? – Braz perguntou.

–Depende, isso atrasaria o caso que estou trabalhando de alguma maneira?

–Não. – Braz negou. – Você teria um estagiário para ajudar com as questões que o Anderson deixou pendente e poderia ficar nesse caso, já que ele é o mais importante no momento.

–E claro, você teria o salário reajustado. – Landim emendou.

–Quando essa mudança aconteceria? – Questionei.

–Agora mesmo se você aceitar, você ficaria com a sala principal e chegaria um estagiário amanhã mesmo. – Landim respondeu.

–Façamos assim: eu aceito a proposta, porém as mudanças só podem acontecer depois de quarta-feira. Não quero ter que lidar com uma mudança radical, praticamente às vésperas de uma sessão tão importante. Até lá, o estagiário pode trabalhar nas questões menores. – Aguardei a resposta deles, que pareciam analisar tudo nos mínimos detalhes, era por esse e outros motivos que eu acreditava que o flamengo estava onde estava.

–Tudo bem, então você começa como chefe da advocacia do Flamengo ainda na quarta-feira. – Disse o Braz levantando, era minha deixa para levantar também. – Temos seu e-mail, enviamos tudo por lá mais tarde. – Trocamos um aperto de mão.

–Lembrando que é temporário, mas pode depender do que você tem a nos mostrar. – Rodolfo Landim sorriu apertando minha mão.

–Fico muito grata pela oportunidade. – Sorri para ele também. – Não quero ser intrometida, mas gostaria de saber o motivo pelo qual o Dr. Salesiano foi... – Deixei a frase no ar, a verdade é que queria saber se a discussão na segunda passada tinha alguma coisa a ver com isso.

–Foi uma série de coisas, na verdade. – Landim respondeu.

–Inclusive queria deixar bem claro que não aprovamos a maneira como ele vem te tratando desde sua chegada, as mulheres têm a mesma chance e possibilidade dentro deste clube. – Marcos Braz respondeu com um sorriso.

–Escutar isso é muito importante. – Senti meu coração se aquecer. – É muito importante que um time tão grande como o Flamengo tenha uma diretoria que pense assim.

–Tamo junto. – Braz disse.

Sai de lá com um sorriso de orelha a orelha, me tranquei na minha sala pronta para acabar com aquele processo ainda na quarta-feira.

Quarta-feira, 06 de Novembro de 2019

A caminho do Tribunal do RJ

Sai da minha sala do Ninho carregando uma pasta imensa com todos os papéis que iria precisar na sessão do tribunal, no meio do caminho derrubei um dos saltos e me agachei pra pegar. Eu nunca dirigia de salto alto, sempre trazia um sapato fechado e quando descia do carro tirava para usar o salto, me incomodava.

–Está indo para o tribunal? – Uma vez perguntou, Levantei o olhar para encarar a atacante que estou representando. Ludmilla ergueu uma das sobrancelhas na minha direção.

–Sim. – Levantei tentando equilibrar toda minha bagunça.

–Porque você está com um salto alto na mão? – Perguntou piscando várias vezes.

–Ah, eu não dirijo de salto. – Respondi. – Você não vai?

–Na verdade vim perguntar se posso ir com você. – Disse me encarando. – Você precisa de ajuda aí?

–Não, eu dou conta, vamos. – Apontei com o queixo para a saída e começamos andar. Dei uma olhada rápida nela, vendo que era a primeira vez que eu o via bem vestido, com calça e tudo mais. Estava bem bonita, na verdade ela é bonita.

–Você parece agitada. – Comentou ela quando entramos no carro. Larguei todas as minhas coisas no banco de trás, incluindo o salto alto e a beca obrigatória e dei partida no carro.

–Porque não está indo no seu próprio carro? – Me esquivei da pergunta sem querer falar que estava muito nervosa.

–Fabinho tá com ele. – Respondeu somente. – Ele e sua irmã ficaram conversando o jogo inteiro. – Puxou assunto.

–É, foi um milagre, a Selena não costuma ficar de papinho com ninguém. – Comentei dando seta e virando uma esquina.

–O nome da sua irmã é Selena? Tipo a Selena Gomez? – Me olhou erguendo a sobrancelha.

–Sim e não. O nome dela foi em homenagem a outra cantora. – Dei de ombros. – Quando nasci, queriam um nome parecido, mas minha mãe não gostou da ideia, então ficou Selena e Brunna. – Sorri ele me retribuiu.

Fomos o restante do caminho conversando sobre música, ela era um grande fã de rap, hip hop e trap, assim como eu e fomos falando sobre as melhores músicas do Matuê, cantor favorito dela no momento.

As coisas estavam movimentadas quando estacionei nos fundos do tribunal, alguém tinha vazado para a imprensa que isso ia acontecer e eu podia imaginar como estaria a frente, repleta de fotógrafos e gente que adorava importunar.

–Você pode ir entrando se quiser. – Falei pra ela. – Preciso colocar o salto e a beca.

–Vou te esperar. – Falou colocando as mãos no bolso da calça e me observando abrir a porta do carro, coloquei primeiro os saltos e só então abri a caixa que a beca estava guardada.

–Droga, droga, droga. – Falei olhando pra beca que eu trouxe. Devo ter trocado as caixas e ao invés da beca normal, trouxe a com gravata.

–Algum problema? – Ludmilla perguntou.

–Me diz que você sabe dar um nó na gravata. – Olhei para ela implorando.

–Nunca consegui, mas posso tentar.

–Tá, beleza. – Respirei fundo e coloquei a beca, depois me virei pra ela e lhe entreguei a gravata vermelha.

Talvez tenha sido o jeito que ela se aproximou de mim, bem devagar. Ou foi o lufada de ar que passou por ali, mas ... Comecei a imaginar coisas, coisas que não devia imaginar. Que ela era cheirosa eu já sabia, mas assim, de pertinho, o cheiro me inebriou. Ela passou a gravata pelo meu pescoço e começou a tentar fazer o nó, não consegui nem prestar atenção no bendito nó, porque meu olhar estava preso no jeito que ela mordia o lábio quando estava concentrada.

De repente, ela parou o que estava fazendo e me afastei, desviando o olhar depressa.

–Não vai rolar. – Ela disse fazendo uma careta, só então olhei pro nó. Eu ri, ri demais.

–Meu Deus. – Respirei fundo. – Certo, dei a volta no carro e abri a outra porta, vasculhando debaixo do banco do carona, eu tinha certeza que tinha deixado uma das minhas tiras vermelhas por ali... – Achei! Aí senhor, obrigada Deus! – Falei, amarrando na minha cintura de qualquer jeito. – Vamos.

–Espera. É... Tá um pouquinho torto aqui. – Chegou perto de mim, colocando as duas mãos na minha cintura.

Ela com certeza não tinha feito isso com o intuito de arrumar minha tira, mas não reclamei porque simplesmente não conseguia abrir a boca, mal conseguia respirar. Devagar ela moveu as mãos até a tira e a arrumou.

–Pronto. – Deu um passo para trás.

–Obrigada. – Murmurei soltando o ar pela boca, ela me mostrou um sorriso que descreveria como cafajeste e apontou com o queixo para o tribunal.

–Está pronta? – Questionou.

–Já nasci pronta.

Demoramos mais tempo tentando passar pelos fotógrafos do que o caminho do ninho do Urubu para cá, quando finalmente adentramos o tribunal, encontramos todos os bancos lotados de pessoas de engravatadas, que graças a Deus ainda não tinham percebido a presença da jogadora. Eu estava suando mais que um porco quando de relance vi alguém que conhecia.

Essa pessoa estava de pé ao lado de ninguém mais ninguém menos que o juiz que apitou a partida e sem dúvida nenhuma era o advogado dele. Ele se virou no exato momento que o encarei e me encarou de volta, com aquele sorrisinho presunçoso que eu conhecia tão bem. Não pensei que ele fosse largar o juiz lá e caminhar na minha direção.

–Merda. – Resmunguei. – Acho que essa sessão já era. – Olhei pra Ludmilla.

–Mas a sessão nem começou. – A jogadora me encarou sem entender.

E nem precisava começar pra eu saber que ele ia recorrer meu resultado, não importa o quão contundente fossem minhas provas, ele iria recorrer, só para não ter o gostinho da derrota.

–Está vendo o homem vestido exatamente como eu? – Perguntei a Ludmilla, ela vasculhou a multidão com os olhos. – Está vindo na nossa direção.

–Ah, sim, o que tem ele? – Perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas grossas.

–Ele é meu ex namorado e digamos que continua indignado com o término do relacionamento. – Fiz uma careta me virando pra ele.

–Brunna! – O infeliz me gritou.

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