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Capítulo 02.

24 de novembro de 2019

Rio de Janeiro/RJ

Sete anos depois

–Parabéns pra você... – Cantamos juntas, graças a Deus o aniversário não era meu e a aniversariante não estava achando aquilo ridículo como eu provável acharia.

–Parabénnnnsss! – Abracei Emily que me retribuiu com a mesma animação.

–Agora moço, pode trazer a cachaça. Traz a pinga mesmo, a gente quer é se divertir. – Emily disse. – Deixa o bolinho pra Juliana que é a única comprometida. – Fez pouco.

–Hoje tô soltinha, soltinha. – Juliana disse bebendo uma dose de tequila. Pura.

–Uuuuhhhh! – Nós gritamos juntas.

Nosso quarteto, mais conhecido como Furacão 90 — porque todas nós nascemos na década de 90 — era formado por mim, Júlia que era minha amiga de infância, Emily minha colega de trabalho e Juliana que conhecemos no dentista.

–O que aconteceu? Brigou com o maridão? – Emily quis saber lambendo o bigode que a cerveja tinha deixado.

–Nada, a Andressa tem hora até pra dormir, muito chato. – Ela bocejou. – Por falar na Andressa, eu sei que ninguém aqui quer falar sobre trabalho, mas eu te indiquei pra um caso no time, Bru. – Ela olhou pra mim.

–Sério? Que tipo de caso? – Perguntei. – A da atacante expulsa?

–Você viu o jogo? – Ela perguntou.

–Eu não te falei que ia levar o Ti no Maraca? Eu o levei, mas não entendi direito o que aconteceu. – Respondi.

–Devem te ligar amanhã. – Ela disse balançando a cabeça. – Falei muito bem de você.

–Obrigada. – Sorri pra ela.

–Nem vamos falar disso, mas já que falamos... – Júlia começou. – Atendi a irmã de um jogador de futebol hoje, a menina chegou toda contorcida no meu consultório, quase perguntei pra mãe dela se ela não estava me confundindo com um exorcista. – Riu. – Eu sou psicóloga, ainda não consigo fazer esse tipo de coisa. – Deu de ombros.

–Quem era? A irmã do Neymar? – Emily debochou. – Sem querer ofender, mas eu só conheço o Neymar de jogador. – Falou olhando pra Juliana.

–Não ofende. – Ela riu.

–Nem, era irmã de um desses caras que jogam com a Andressa. – Júlia deu de ombros.

Fazia pouco tempo que tinha aberto seu escritório, mas tinha bons contatos, entre eles a Juliana que conhecia metade do Clube de Regatas do Flamengo. A ajuda dos contatos serviu pra mim algumas vezes que estava no ramo da advocacia a três anos. Juliana também era advogado, mas criminalista, então não precisava que ninguém lhe oferecesse casos, os casos mais bizarros caiam na sua mesa de paraquedas. Já Juliana era cirurgiã dentista e tinha entrado pro nosso grupinho a pouco tempo.

–Você vai ter uma folga mês que vem? – Juliana perguntou pra mim enquanto Emily e Júlia tagarelavam sem parar. – Podia ir pra Lima com a gente, levar o Thiago pra ver a final da Liberta. – Sorriu.

Ah, o futebol. Minha família é fanática por esse esporte, meu pai é o pior deles, nascido e crescido no Rio de Janeiro, tudo o que ele sabe fazer é assistir aos jogos do Flamengo. Eu também sou flamenguista, mas nunca ao ponto de me descabelar por isso. Thiago era o mais novo fanático, se era dia de Flamengo e não íamos ao Maracanã ele fica emburrado e assistia o jogo trancado no quarto. E isso porque só tem oito anos, não quero nem saber o quanto esse garoto vai ser um torcedor chato quando mais velho.

–Que dia vai ser mesmo? – Perguntei tentando fazer as contas.

–Vai ser dia 23, pensei em você pegar os três dias do seu aniversário, já é perto não é? – Ela disse animada.

–O Thiago vai adorar se acontecer. – Sorri e me virei pra conversar com as meninas.

A noite foi longa, acabou com nós quatro pedindo pra alguém pedir um Uber porque estávamos tão bêbadas que era impossível digitar algo inteligível. Acordei no dia anterior com o meu celular tocando em alguma parte do apê, pra chegar até ele passei pela Juliana  jogada no colchão aos pés da minha cama, Emily com metade do corpo no colchão e a outra metade beijando o chão. No sofá da sala, Andréa parecia ter morrido. Meu celular tocava praticamente do seu lado e ela não se mexeu.

–Pois não? – Atendi ao número desconhecido sentindo uma puta dor de cabeça.

–Bom dia eu falo com a advogada Brunna Gonçalves? – A voz de um homem pergunta do outro lado da linha.

–Quem gostaria?

–Sou um dos responsáveis jurídicos do Clube de Regatas do Flamengo, recebi seu número ontem e gostaria de saber se estaria interessada em trabalhar conosco. – Disse ele categoricamente.

–Eu gostaria de saber do que se trata primeiro, se for possível. – Puxei um dos banquinhos na cozinha e sentei, passando a mão no rosto pra ver se acordava.

–Pelo que andei pesquisando você tem especialização em direito esportivo, certo? – Questionou.

–Certo.

–Precisamos de um advogado com disponibilidade de um mês para um processo que já está correndo. – Explicou melhor.

–O clube está sendo processado ou abriu um processo? – Questionei.

–Podemos nos encontrar? Que tal às dez e meia? – Perguntou. – Só tenho esse horário vago. – Dei uma olhada no relógio do microondas e pulei do banquinho, já eram nove e meia.

–Onde?

–Bom, eu estou no Ninho do Urubu, fica perto de Vargem Grande. – Disse o rapaz, que até então não tinha se apresentado.

Puta merda, o ninho do Urubu era longe pra caramba, eu levaria pelo menos meia hora do centro da Barra até lá, mas não podia recusar uma oferta de trabalho num tempo desses.

–Quem eu devo procurar quando chegar? – Peguei um papel pra anotar o nome do cara pra não correr o risco de cometer uma gafe.

–Dr. Anderson Salesiano. – Disse.

–Nos encontramos então, doutor. – Respondi, ele pareceu sorrir do outro lado e desligou sem nem dizer um tchau. Grosso.

Corri pra tomar um banho, no processo Juliana acordou e tinha desaparecido do quarto, Emily conseguiu deitar seu corpo todo no colchão, enquanto isso Júlia continuava morta no sofá. Sai do quarto colocando a blusa por dentro da calça e encontrando Emily passando um café na cozinha.

–Pensei que estivesse de folga. – Ela disse bocejando quando me viu abrir o armário e pegar uma barrinha de cereal.

–O problema deve ser sério porque já me ligaram do Flamengo. – Falei abrindo a barrinha e dando uma mordida.

–Quer saber do babado? – Juliana perguntou recostando o corpo no balcão.

–Não vai rolar, tenho que chegar lá em tempo recorde. – Comecei a sair da cozinha. – Me avisa depois se a Júlia está viva, porque parece que já morreu e só falta enterrar. – Passei por ela esperando que ela acordasse e mandasse uma piadinha, mas não rolou. Realmente a cachaça foi das bravas.

Deixei minhas amigas pra trás e dirigi o mais rápido que pude até chegar ao Centro de Tratamento do Clube de Regatas do Flamengo, mais conhecido como Ninho do Urubu, se Thiago soubesse que eu estivesse ali sem ele eu provavelmente morreria.

–Bom dia. – O porteiro falou assim que parei o carro e abaixei o vidro no portão de entrada.

–Bom dia, tenho horário marcado com o Dr. Anderson Sales. – Falei pra ele com um sorriso.

–Seu nome, por favor.

–Brunna Gonçalves. – Respondi.

–Dra. Brunna Gonçalves, aqui está. – Me entregou um cartão de visitante e abriu o portão.

Que merda eu tinha que fazer com o cartão de visitas? Mostrar para os seguranças? Eu estava num centro de treinamento de futebol ou na papuda? Estacionei o carro perto de alguns outros que estavam por ali, não tinha nenhuma placa indicando ser proibida então desci e caminhei até a portaria, onde uma senhora me encarava.

–Bom dia. Como eu faço pra chegar na sala do Dr. Anderson Salesiano? - Perguntei a ela, que sorriu com muita simpatia.

–Bom dia! Você pode seguir reto, é a última sala do corredor, à direita. – Sorriu mais uma vez. – Posso ver o seu passe?

–Ah, aqui. – Entreguei o cartão a ela, solucionando o mistério de para quem eu mostraria.

–Certinho, tenha um bom dia.

–Igualmente. – Sorri passando pela catraca e seguindo direto pelo corredor.

No fim do mesmo havia uma placa indicando a sala do advogado com os dizeres: Dr. Anderson Salesiano Advogado em Direito Esportivo. Dei três batidinhas e esperei ser atendida, alguns segundos depois a porta se abriu e o homem que pensei ser o Dr. apareceu. Não parecia ter mais do que 35 anos, estava bem vestido e tinha uma barba que qualquer outro homem morreria de inveja.

–Você deve ser a Dra. Gonçalves, entre. – Sorriu me dando espaço para entrar. A sala era pequena e a mesa estava lotada de papéis que ele provavelmente estava analisando. – Sente-se, fique a vontade. – Aceitei e sentei na cadeira em frente a mesa. – Vejo que é pontual. – Comentou dando uma olhadinha no relógio de pulso.

–É um prazer conhecê-lo. – Foi o que respondi, minha cabeça ainda latejava e a dipirona que tinha tomado no carro não teve efeito nenhum.

–Como eu disse pelo telefone, recebi seu número como indicação, mas não conhecia o seu trabalho então andei dando uma pesquisada. Fiquei surpreso que aos 22 anos você já seja conhecida como uma hired gun no meio desportivo. – Disse com um sorriso.

(Hired Gun = Gíria utilizada na advocacia para se referir a um advogado altamente especializado contratado para resolver um problema difícil ou complexo.)

Vish, foi só ele usar aquela expressão para eu descobrir que o que viria a seguir era um processo pesado. E outra: Não gostei da maneira que ele disse "fiquei surpreso" o tom de machismo era muito forte.

–Terminei o colegial mais cedo que o normal. – Dei meu melhor sorriso amarelo a ele. – E como eu disse pelo telefone, gostaria de saber um pouco mais sobre o processo antes de tudo.

–Claro. – Ele disse parecendo sem jeito. – Ontem a jogadora principal do elenco recebeu um cartão vermelho ao final da partida, sem motivo aparente. O diretor de futebol pediu para que abrissem um processo contra a decisão do juiz que apitava a partida, a petição foi aberta esta manhã, mas ainda não temos um advogado no caso. – Complementou.

Com todo respeito, mas porque você não pegou o caso? – Questionei.

–Como pode ver estou atolado em serviço. – Apontou para a mesa. – E pra ser sincero esta é uma proposta para trabalhar juntamente com o clube em todos os casos, não somente neste específico. – Ele disse me entregando um papel. – É um grande caso.

Pude perceber, o caso estava avaliado em pelo menos 100 mil reais o que significava que se ganhasse a causa o advogado receberia mais de 30 mil. Olhei para o homem em minha frente.

–Quero todas as imagens do jogo, todas, o jogo completo. – Exigi. – Quero conversar com a jogadora em questão e talvez seja necessário conversar com o capitão da equipe ou algum outro jogador que estava perto no momento. Isso pode acontecer? – O encarei.

–Sem problemas, você teria uma sala aqui no CT, para trabalhar mais a vontade também. – Dispôs. – Está disposta a começar agora mesmo?

–Sim. – Falei me levantando, ele fez o mesmo.

–A sala a frente está vazia. – Começou abrindo a porta de sua sala e saindo para o corredor. – Estarei sempre a sua disposição também, caso seja necessário.

–Obrigada. – Coloquei minha bolsa sobre a mesa. – Esse processo pode durar quanto tempo?

–A jogadora tem que estar em campo na final da Libertadores, no dia 23 do próximo mês. – Ele colocou as mãos no bolso da calça social. – Posso trazer um contrato para você assinar?

–Claro. – "Vai ser uma honra mostrar pra você do que sou capaz" adicionei mentalmente, mas mostrei um sorriso perfeito a ele.

–Seja bem vinda a equipe jurídica do Clube de Regatas do Flamengo.

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