Na distância
minha imaginação percorre
os lugares em que ela esteve
e preenche
os espaços onde eu não caibo.

Às vezes até as mãos entrelaçam
e a pele dela
aquece o que há de frio
em meus sentimentos,
ou o sorriso que ela oferece
derruba os muros que ergui
em torno do meu coração
para guardá-lo.

São dos olhos pequenos dela
que se emana a paz
que tanto persegui,
mas que nunca entendi o porquê,
agora que essa paz está aqui
e ela se manifesta na sua presença.

Me resta, se não,
a covardia
de manter o silêncio dos meus medos,
a fúria das minhas paixões insensatas
e a mesma decisão de pular
no abismo das possibilidades
que não permito que aconteçam
pelo motivo que só eu conheço
e que temo dizer
para não perder
minha condição de miserável.