Vômitos Angustiados 13
Já voei quando tive asas,
mas as cortei
por não querer mais voar.
Apaguei
a constelação do meu zodíaco,
e assumi para mim o meu destino.
Quando me mutilei era domingo
que não guardei
como qualquer outro.
Jurei que meu coração bateria livre,
mas o aprisionei
no tempo das minhas memórias tristes,
na masmorra do meu sofrimento celeste
em que chorei lágrimas imundas
e caminhei por vazios existenciais
no silêncio
do labirinto da minha mente.
Nunca me perdi,
mas me afastei
para que eu pudesse me reconhecer
nos sulcos do meu rosto,
marcas que coleciono.
Então o tempo passou
como antes,
mas dessa vez eu senti:
Deixa o tempo penetrar na carne
envenenar o sangue,
corromper o corpo,
e lembrar-me
que uma vez eu fui amado
em um dos meus sonhos
mas quando acordei
já era tarde demais.
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