9: CARA OU COROA 📢
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Morrendo com dor de cabeça, eu levantei a câmera na altura dos olhos mais uma vez e tirei outra foto, mesmo que o mar na minha frente estivesse exatamente igual a um minuto atrás. Bocejando, pisquei algumas vezes, sentindo meus olhos secos por causa do vento que trazia areia. Quando me virei, Kihyun estava ao meu lado, com um coco na mão. — Pra você, hyung…
Eu não gosto de coco, meu Deus.
— Nossa, obrigada, não precisava… poxa. — disse, abrindo um sorriso amarelo, apanhei a fruta, bebendo um gole da água pelo canudo e segurando uma careta.
Enfim, me sentando em uma cadeira de praia, debaixo de um guarda-sol, que Kihyun montou, eu dei uma pré analisada nas fotos, enquanto ele editava alguns vídeos. — É tão bom trabalhar com o pé na areia, né, sunbae?
— Uma delícia — fui desonesto. Eu estava odiando, mas tínhamos que estar ali, para transmitir um treino ao vivo, do time, e tirar algumas fotos pro site.
— Ah, eles estão descendo — Kihyun se levantou, com o celular nas mãos. — Vou lá… comenta na live!
Assenti, vendo o time caminhar até a rede montada há alguns metros de onde eu estava. Entediado, até bebi mais um gole da água de coco, enquanto via o bando de gostosos se dividir em time de camisa, e sem camisa. Infelizmente, Taehyung continuou com sua camisa no lugar. Vitórias não vêm com facilidade.
Levantando a câmera para tirar algumas fotos, fiquei os assistindo por um tempo. Até que vi, do outro lado da faixa de areia, o time da Universidade de Yongsan se aproximando. Partindo do exato ponto onde eu estava sentado, o nosso time ficou do lado esquerdo e o time deles, no lado direito.
Que isso, um anime?
Hoseok também apareceu, se sentando ao meu lado. — Cena interessante.
Inevitavelmente, tirei uma foto do time da Yongsan também. — De fato, interessante.
E então, notei algo: eu tinha Taehyung de um lado e Jungkook do outro. O que eu ainda estava fazendo ali?
— Eu preciso ir — avisei, tentando me levantar, mas Jung me segurou no lugar.
— Por que? — perguntou. — Você precisa fotografar isso… e você nem tirou foto dos meninos ainda, eu vou usar na minha matéria.
Ah, as fotos. Grunhindo, eu bufei e voltei a vestir meu chapéu, me afundando na cadeira.
— Qual o problema? — Hoseok quis saber.
— Ahn? Não… nada. — dei de ombros. — Ah, por que tá falando comigo? Você me deixou pra apanhar ontem. Se esqueceu? Seu medroso!
Ele desviou o olhar. — Achei que você fosse correr também… minha intenção foi bem clara.
— Que bom que você que você me explicou seu plano com antecedência — ralhei, mas antes que eu pudesse continuar, vi um dos jogadores da Yongsan atravessar a linha imaginária que eu determinei a partir de onde eu estava sentado, indo em direção ao time da Federal.
Se curvando, ele cumprimentou o time e andou até o capitão. — Que tal uma partida? Vamos treinar também.
— Uuuh — Hoseok soltou, se ajeitando na cadeira. — Eu adoro rivalidade masculina.
Tirando um segundo para lhe dar uma olhada estranha, eu voltei, em seguida, a prestar atenção no decorrer da história. O líder do nosso time disse: — Não tenho certeza… nosso treinador confiou que a gente faria a rotina que ele preparou.
— Melhor que treinar saque é pôr em prática — explicou o rapaz. — Vão perder a chance de conhecer o time com quem vocês vão jogar?
— Mas vocês vão conhecer o nosso — responderam.
Nisso, nós vimos SeokJin descer pela faixa de areia, com os chinelos nas mãos. E se aproximando deles, soltou: — Vocês vão jogar? Que legal… vai lá, time!
— O senhor acha que devemos, professor? — o nosso jogador perguntou, confuso.
Confuso, dando uma mordida em uma tangerina, Jin perguntou: — Vocês ainda não tinham decidi…
— Seu professor acha uma boa ideia, vamos — o menino da Yongsan interrompeu.
— Esse SeokJin… — Hoseok murmurou.
Trocando olhares com o time, o capitão finalmente aceitou. — Bora.
Jin deu alguns passos para trás, até que estivesse com a gente, e depois de um longo momento de silêncio, ele disse: — Eu não devia ter…
— Não — disse.
— Tá. — soltou, se calando mais uma vez.
Vendo o time da Yongsan avançar até a rede, Jungkook passou por nós, nos olhando e sorrindo. Eu engoli em seco, puxando a aba do meu chapéu para tentar me esconder. Em que buraco de coelho eu me enfiei?
— Vai lá fotografar, porra — Hoseok me empurrou, me fazendo quase tombar da cadeira. Eu me levantei aos tropeços, andando sem coragem até as proximidades da “quadra”, parei longe o suficiente.
Quando vi, Taehyung estava me olhando.
Talvez não longe o suficiente.
Acenando, eu tentei fazer com que ele lesse meus lábios: — B-o-a s-o-r-t-e!
Abrindo um sorriso, ele assentiu e se posicionou entre os outros jogadores. Inevitavelmente, eu sorri também, antes de tirar uma foto da visão geral.
Kihyun se aproximou: — E agora? Eu já comecei a live.
— Bom, torce pra gente não perder — avisei, vendo Hoseok chegar de fininho.
— Como tem homem gato aqui — ele comentou, com as mãos na cintura.
— A maioria é hétero — lhe disse, tirando algumas fotos, enquanto os times se organizavam.
— Como você sabe? — perguntou Jung.
— Porque você só se interessa por hétero — expliquei. — Logo, se você acha eles atraentes…
Kihyun riu, mas Hoseok não moveu um músculo de seu rostinho bonito.
— Alguém tem uma moeda? — um dos meninos da Yongsan perguntou.
Movido por um impulso, levantei a mão. — Eu tenho.
— Tira a sorte pra gente então — Jungkook pediu.
Ah, era pra isso?
Sorrindo falso, eu me aproximei, e a Yongsan escolheu “cara” enquanto a Federal escolheu “coroa”. Jogando a moeda pra cima, ela girou algumas vezes antes de cair na minha palma, e eu a bati nas costas da mão, mostrando o resultado a eles. — Coroa.
Sacando, Taehyung fez o primeiro ponto.
Fotografando as jogadas mais impressionantes, em pouco tempo, havia uma pequena multidão em volta, assistindo ao jogo. E eu estava torcendo pro meu time, óbvio, mas quando vi Jungkook pular tão alto e defender uma bola rápida, a atirando na areia, marcando um ponto, confesso que abri um meio sorriso. Ele havia melhorado muito desde aquela época.
Ele sempre foi bom em tudo, pra falar a verdade.
Com uma diferença de 18 a 25, o time da Federal levou o primeiro set. Mas não me pergunte mais nada, porque eu não entendi nada do jogo.
Durante o curto intervalo que eles fizeram, eu me afastei um pouco, subindo em um morro para tirar fotos mais amplas. Ajustando a lente, levei um susto quando Jungkook surgiu na minha frente, se enfiando na foto, mostrando a língua. Suado, e um pouco ofegante, ele sorriu. — Tá torcendo pra mim?
— Sim — disse. — Pra você quebrar a perna e voltar pra casa.
Girando os olhos, sem tirar o sorriso do rosto, ele observou a praia. — Vou tentar não humilhar o seu time.
— Eu não ligo — respondi, tentando parecer o mais sereno possível perto dele, pro caso de sermos vistos publicamente. Eu não podia ser pego conversando com esse moreno misterioso. — Eu odeio vôlei.
— Você pareceu gostar, agora a pouco — se virou para mim de volta.
Dei de ombros. — Gosto da sua cara de tacho.
— Então, você gosta de alguma coisa em mim — me disse.
Eu ponderei se deveria respondê-lo. Mas, de qualquer forma, disse: — Ah, essa não é a única coisa que eu gosto em você…
— Ai Deus — sorriu, mordendo o lábio, pondo a mão no peito. — O que mais você gosta, hyung? Me diz, me diz.
— Ah — soltei, sorrindo também, fazendo um charme. Com uma voz sexy eu disse: — Eu adoro quando você tá longe de mim. Mas… nada como essa sua boca fechadinha.
Esbanjando seus dentes brancos, ele me respondeu: — Ah, hyung, bem fechadinha?
— Bem fechadinha. Apertadinha, sem soltar um pio. Silêncio total. — falei, sorrindo com a língua entre os dentes.
Ele ia me responder, mas vimos os times voltarem a se reunir, e eu dei graças a Deus que ele ia sair de perto de mim, mas antes que ele o fizesse, tirou a camisa que usava, me dando para segurá-la. Então, pulando do morro para a areia, correu para a rede.
Com aquela camisa na mão, eu fiquei no mesmo lugar, sem saber pra onde ir e o que fazer. Então, andei até Jin, que assistia tudo debaixo do guarda-sol. Atirando a peça de roupa no colo dele, disse: — Guarda a camisa do seu cunhado.
Segurando com os dentes o picolé que chupava, ele analisou a camisa. — Ele te deu isso ou você roubou?
— Ele me deu — respondi, antes de parar pra pensar na pergunta idiota que ele havia feito. — Por que eu roubaria essa bosta?
— Porque você perseguia ele na escola — deu de ombros, me dizendo.
Eu chutei areia nele. — Eu não perseguia!
Rindo, Jin assentiu, debochado. Irritando-me, disse: — Será que eu posso saber o que tá acontecendo entre você e o Namjoon?
Aí ele engasgou com o picolé. — Q-que?
— Q-q-que? — o imitei. — Responde, zé ruela!
— Nada? — me olhou como se eu fosse o “louco”.
— Eu nasci ontem — concluí. — Olha, sou nenenzinho de tudo, olha que lindo, é um menino… Tá me tirando pra idiota, Jin?!
Fechando os olhos, ele cruzou as pernas. — Devia se preocupar com sua vida. Teus contatinhos estão todos na mesma praia que você.
Arqueei uma das sobrancelhas, irritado. — Não tenho contatinho nenhum…
— Não, eu que tenho — me disse.
— Só não te bato porque você é velho — avisei.
Puto, marchei de volta para a partida. Mesmo sem entender nada do que se passava, bati palma quando nosso time pontuou, antes de perceber que nós estávamos perdendo, segundo a pontuação marcada pelos jogadores reserva dos times. Odeio torcer pra time que está perdendo.
Espiando o celular onde Kihyun fazia a live, eu li os comentários.
“Vai Jungkook!!”
“O JK TÁ TÃO LINDO”
“Tira a camisa Taehyung eu pago”
“KIM TAEHYUNG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Subindo o olhar para observar os dois, acabei soltando uma careta. Eles tinham muita gente de olho neles, né… que ótimo. Que bom, que notícia boa.
No fim do set, já era quase almoço, quando a Yongsan fez o ponto da vitória. Empatados, o capitão do nosso time propôs: — Melhor de três?
— Claro — eles aceitaram.
Mas antes que eles recomeçassem, vimos Kim Namjoon abrir caminho entre o pessoal. — O que tá acontecendo aqui?
Ninguém respondeu, mas ele certamente já sabia o que era. — Eu não acredito nisso… a sorte de vocês é que o treinador não tá vendo a live.
Segurando a risada, o time da Yongsan se afastou um pouco. Namjoon perguntou: — O que vocês têm na cabeça? Entregaram todas as nossas jogadas pra eles? — e mirou Kihyun. — Encerra essa transmissão.
— Não foi totalmente ruim, hyung… — Taehyung explicou. — Sacamos o jogo deles também. E o professor Jin apoiou a ideia.
Automaticamente todos viraram a cabeça na direção de SeokJin, que tomava sol na cadeira. Namjoon fechou os olhos por um momento. — Voltem pro hotel.
De cabeça baixa, o time começou a recuar, caminhando para a orla. Hoseok chegou em mim, dizendo: — Eu adoraria colocar isso no jornal da faculdade.
— É, Hobi, eu imaginei que fosse preciso ser fofoqueiro pra fazer jornalismo — eu disse, seguindo com ele para onde nossas coisas estavam. No caminho, vimos Namjoon nos ultrapassar, alcançando Jin primeiro, que se levantou de onde estava.
Longe demais, não ouvimos sobre o que eles discutiram, mas sabemos que discutiram, porque Jin estava gesticulando furiosamente com as mãos e Namjoon estava com as mãos na cintura, com a cara fechada. Então, depois de muito ouvir Namjoon falar, Jin atacou o coco nele, o molhando com a água da fruta, antes de sair correndo. O professor fugindo do treinador como um bandido fugindo da polícia.
Parados no lugar, eu e Hoseok esperamos que eles sumissem de nossa vista para então apanharmos nossas coisas. Depois de um longo período de silêncio, Jung me perguntou: — Ele atirou um coco no Namjoon?
Jogando minha bolsa no ombro, eu olhei o coco caído na areia. — Foi.
Rindo, Hoseok me disse: — Eu lembrei de quando você atirou uma cadeira naquele seu ex do rabo de cavalo.
— Mas ele mandou eu atirar, correto? — me lembrei, rindo também. — Ele disse: “eu duvido”. — contei. — Aquele otário, com aquela barba rala horrorosa… ele ainda disse que era bonito demais pra mim! Coitado, aquele despencado, eu fiz foi uma caridade pra ele.
— Jimin — Hoseok me chamou.
Mas eu só continuei: — Por que os mais feios são os mais convencidos? Eu sou bonito pra caramba e nem por isso humilho ninguém. Esse bando de lixo, esses inúteis. Eu sou um príncipe pert-
— Jimin! — Hoseok mais uma vez me chamou, e me empurrou, fazendo eu me virar.
Atrás de mim estava Kim Taehyung.
Diante de sua careta confusa, eu engoli em seco, antes de murchar um pouco. — Taehyung… oi…
Guardando as mãos nos bolsos do short, ele deu mais alguns passos em minha direção. — E aí? Tá bravo com alguma coisa?
— Nã… Tô! — disse, rindo com nervosismo. — Eu tava lembrando de algumas coisas… que me deixam, muito, muito irritado… tipo, muito. Fico fora de mim. Viro outra pessoa, haha… — cocei a nuca numa curta pausa. — Hm, esse é meu melhor amigo, Jung Hoseok.
Hoseok se curvou, constrangido, e Taehyung o cumprimentou também. — Acho que conheço. Prazer, de qualquer forma.
Assentindo, eu lambi o lábio, sem saber o que fazer. Hoseok me deu um tapinha no ombro. — Eu vou entrar… até mais.
Dando um tchauzinho, eu vi ele se afastar, chutando a areia por onde andava. Enfim, olhei para Taehyung, ajeitando meu chapéu, com a câmera no pescoço, abri um sorriso, sem jeito. — Você jogou bem…
Eu acho que ele jogou, né? Deve ter jogado.
— Sério? — perguntou. — Eu estava distraído.
— Distraído? — quis saber. — Por que?
Por minha causa?!
— Ah — soltou. — Meu ex joga na Yongsan.
Eu ouvi errado?
— Seu ex? — não consegui esconder minha surpresa. — Quem?
— Não sei se conhece — Taehyung me disse. — Jeon Jungkook.
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coringuei 🦹
o que acharam? contem-me tudo não me escondam nada
assim, gente, essa é uma história mais leve tá, então, não tem GRANDES TRETAS e um aprofundamento muito grande, ok? Não é essa a intenção da fic. Só deixando claro.
Obrigada pela leitura! 💜
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