13: CONCEITO DE ES-TRA-TÉ-GIA 📌
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Acordando com um zumbido em meu ouvido, eu demorei a abrir os olhos, preso a dois braços fortes, sentindo um calor escaldante, eu consegui escapar do abraço de Jungkook, e apanhei meu celular, jogado no chão do quarto. Desorientado, eu atendi sem ver quem estava ligando.
— Por Deus, onde você está? — ouvi, reconhecendo a voz de Jin do outro lado da linha.
Alheio e cansado, eu me sentei na cama, bocejando. — Jin. Hm… eu tô…
Por um momento, eu quase disse o que não devia, mas o corpo de Jeon se mexendo na cama me trouxe a realidade. Então, eu disse: — Eu saí pra beber com uns calouros…
Ah, merda. Por favor, só acredite.
— Você nos assustou, o Hoseok disse que você saiu e não voltou — me disse.
Mantendo um tom de voz desinteressado, respondi: — Eles me pegaram na saída, eu só fui.
Enfim, me despedindo dele, eu larguei o celular no chão de novo, sobre minhas roupas, e ouvindo um resmungo, me virei, encontrando os olhos de Jungkook em mim. Engolindo em seco, olhei pela janela e vi que o dia estava amanhecendo, chutando que devia ser quase sete horas da manhã.
— Ele não pode saber que você ficou comigo? — Jeon me perguntou, com sua voz rouca, cheia de sono e cansaço.
Desviando o olhar, eu disse: — Ninguém pode saber, Jungkook.
Rindo fraco, ele bocejou e se sentou na cama, alongando os braços. — Certo…
Em silêncio, eu cutuquei uma bolinha de acne na perna, mas Jungkook me fez parar, passando os dedos pelas minhas marcas de estria na coxa. Para alguém que levanta barras de peso, as mãos dele são muito macias. Subindo o olhar devagar, eu mirei seu rosto levemente amassado, seu cabelo bagunçado, e lembrei do que estávamos fazendo há pouco tempo atrás.
Tomando coragem, eu falei: — Isso não vai acontecer de novo, Jungkook.
Ciente, ele assentiu e me olhou. — Tudo bem. — e sorriu. — Mas e se você quiser mais?
Pego de surpresa, eu afastei sua mão de mim e me levantei. — Não tô contando com isso.
Rindo, ele voltou a se deitar, sem tirar os olhos de minha direção. — Só não conte mentiras a si mesmo, Jimin.
Me vestindo, eu passei as mãos pelo cabelo, tentando arrumar o estrago. Então, eu lhe disse: — E você, não crie falsas expectativas, Jungkook.
— Eu costumo conseguir o que eu quero — me deu um sorriso, e eu me lembrei de quando ele me deu esse mesmo sorriso enquanto me comia mais cedo. — Te vejo por aí, Minie.
“Minie” as minhas bolas.
Sem me dar ao trabalho de respondê-lo, eu saí do quarto, sentindo os malditos tremeliques nas pernas, tentando ignorar a sensação pós-sexo em meu corpo. As memórias são a parte mais difícil de engolir, soa tudo tão mágico, tão florido.
Já na pousada, entrei em meu quarto, encontrando MinKi e KiJoon arrumando suas camas, lentos por causa do sono, denunciando que tinham acabado de acordar. MinKi me olhou, e deu um sorriso sonolento. — Bom dia, sunbae… tudo bem?
Eu gostaria de ser honesto e lhe dizer: — Está tudo ótimo, eu acabei de levar 19 centímetros de rola.
Mas eu disse: — Tudo tranquilo.
— Está pronto pra hoje? — me perguntou KiJoon.
Fechando os olhos, me deitando, eu afundei a cara no travesseiro. No meu corpo ainda tinha a sensação do toque de Jeon, como quando saímos do mar, mas continuamos no ritmo da água. Sem contar com as consequências físicas que ele havia deixado em minha pele.
Há um bom tempo eu não levava uma surra dessas.
— Hyung — me chamaram, e eu me levantei, dolorido.
— Eu encontro vocês no caminho — falei, pegando uma toalha e indo para o banheiro.
Sem roupa, de frente para o espelho, eu notei as marcas que Jungkook deixou em mim, pequenas manchas localizadas. Chupões em volta dos mamilos, como se ele nunca tivesse mamado quando criança.
Me encostando a pia, eu encarei meus pés, tentando organizar meus pensamentos. Precisava usar a lógica, mas todos os meus pensamentos foram interrompidos por cenas dessa noite, me impedindo de ser sensato.
— O que foi que eu fiz? — me perguntei, passando as mãos pelo rosto, frustrado.
Se ao menos tivesse sido ruim, seria mais fácil odiar tudo isso, mas foi tão bom…
Quando deixei o quarto, mais tarde, com minha câmera no ombro, e óculos escuros no rosto, eu não quis comer, para evitar me encontrar com SeokJin. Claro, eu não estava a salvo de encontrar Hoseok, e isso se provou verdade quando dei de cara com ele na saída da pousada. Engolindo em seco, me curvei em respeito, e ele me olhou de cima a baixo.
— O que aconteceu ontem? — logo me perguntou.
Puxando o zíper da jaqueta que eu usava, eu guardei as mãos no bolso. — Uns alunos me chamaram pra beber…
Ele cruzou os braços. — De qual curso?
Jung Hoseok foi enviado pelo capeta pra minha vida! Que belo presente de um chifrudo para o outro.
— KiHyun, e uns amigos dele… da YongSan. — disse, e soltei um suspiro, tentando não dar tempo a ele. — Já foi ao ar a reportagem sobre o evento de ontem?
— Sim, ont-
— Que bom — respondi logo, saindo de perto dele, tomando o rumo da praia.
Ali, na areia, o treinador e Namjoon estavam conversando com alguns alunos do jornal, e os meninos do meu curso preparavam os equipamentos para começar a registrar a entrevista que eles dariam. O dia do jogo estava chegando, e eles queriam divulgar a partida ao máximo, mesmo que os ingressos já tivessem esgotado. Eu me aproximei de Kihyun, MinKi e KiJoon, os assistindo montar a área de filmagem enquanto eu configurava a câmera, checando a integridade do cartão de memória.
— Vocês podem me filmar da esquerda? — o treinador do time nos perguntou. — É o meu melhor lado.
Analisando bem, eu não encontrei nenhum lado bom nele.
— Devíamos filmá-lo de costas com a luz apagada — murmurei para os garotos, enquanto trocava a bateria da máquina.
Namjoon, por outro lado, estava radiante. Alto, bronzeado, atlético, reluzindo sob a luz do sol, como um deus vindo a terra nos abençoar. Todos os seus ângulos eram perfeitos, mas o meu favorito com certeza era o de baixo.
Rindo dos meus pensamentos impuros, eu subitamente me lembrei de Jungkook, e quase deixei minha câmera cair na areia. MinKi me olhou surpreso, mas eu dei um sorriso amarelo, me recompondo.
Começando as filmagens, um dos alunos do jornal fez a entrevista, fazendo as perguntas que Hoseok montou, enquanto este dirigia o rumo das coisas, improvisando algumas questões quando o treinador entrava em algum assunto interessante.
Eu não curtia tanto esse tipo de função, mas como fazia parte, fiz meu melhor, até que finalmente tivéssemos terminado. Sou bom filmando, poderia até mesmo ser cameraman de um filme erótico, eu tenho tato pra coisa. Diria que, qualidade comprovada.
Me sentando em uma pedra enquanto MinKi me enchia de perguntas sobre o que ele devia documentar durante a viagem, e o que seria melhor apresentar no seminário. Como um pai de filho pequeno, eu só soube responder: “hm, aham, é…”.
Descansando meus olhos sob os óculos escuros, eu vi ao longe a cara sonsa de Daichi apontar, descendo a areia, ele trazia uma garrafa de água, e do outro lado Taehyung acenou para ele, com um sorriso gentil. Em alerta, enquanto MinKi ainda tagarelava, meu queixo caiu quando Daichi chamou Kim para falar com ele, e deixando o grupo de jogadores, ele o acompanhou para longe.
Me levantando, eu passei a alça da câmera pelo pescoço, e puxei MinKi pela camisa, o arrastando comigo. — Hyung?!
Os seguindo, quase os perdi por entre as barracas de iguarias e bugigangas, andando lado a lado, Daichi sequer controlava aquele sorriso cheio de dentes. MinKi, ao meu lado, não parecia estar entendendo muita coisa, mas aos poucos parou de questionar.
— Hm, não, eu nunca disse que não iria, eu disse que estava ocupado com o time. — consegui ouvir Taehyung dizer, finalmente perto o suficiente para ouvi-los. — E eu não estava mentindo. Foi um fim de ano letivo bem corrido pra mim.
— Então, aquilo não foi um “não”? — Daichi perguntou, enquanto Kim observava uma barraquinha de artesanato. — Bom, eu não toquei mais no assunto porque eu não sou de insistir.
Não? Se ele jurar pela morte da vovozinha, a velha bate as botas.
— Desse jeito parece que eu menti ou algo assim — o jogador o respondeu. — Eu apresentei dois seminários em uma semana, hyung…
Então eles pararam de caminhar para olhar umas iguarias, e Daichi se virou em minha direção, me dando tempo apenas de usar MinKi como escudo, me escondendo dele.
— Hyung? — MinKi me chamou, confuso.
— Shh! — pedi, me encolhendo na frente dele. — Fica paradinho, eu imploro.
Espiando por cima do ombro dele, eu vi os dois continuarem a andar. Puxando o garoto comigo, continuei a segui-los pelas sombras, escondendo meu rosto em um lenço de praia à venda, quando eles se viraram para ver um helicóptero passando. Enfim, chegando ao fim da feira, eles desceram a praia de novo, em uma área pacata, e eu engoli aquela cena, os dois juntinhos de frente para o mar.
— Ele vai chamar o Taehyung pra sair — concluí.
— Hm… por que você tá seguindo o seu ex, hyung? — MinKi me perguntou, coçando atrás da orelha.
Não me preocupei em respondê-lo, me virei e olhei em seus olhos. — Você sabe nadar?
Ele fez uma careta para responder: — … mais ou menos.
Poucos minutos depois, MinKi estava saindo da água enquanto mancava, chamando por ajuda, gemendo de dor, arrastando-se pela água rasa, ele fez o suficiente para chamar a atenção de Taehyung e Daichi. Logo que avistou a situação, Kim correu na direção do garoto para ajudar, e em pouco tempo haviam mais pessoas em volta para averiguar o que havia acontecido.
— O que aconteceu? — Daichi perguntou enquanto chegava perto, parecendo irritado.
— Alguma coisa pegou a perna dele, eu não entendi — Taehyung explicou, com MinKi praticamente desmaiado em seu colo, choramingando.
— Eu vou chamar um socorrista — Daichi disse.
— Ah! — MinKi soltou. — Não, não… n-não… Taehyung, Taehyung… me leva pra pousada, por favor?
— Um dos seus colegas pode te levar, eu vou chamar — Daichi tentou dizer.
MinKi abriu um berreiro, se agarrando a Taehyung, forte e molhado. — Eu tô com medo Taehyung hyung, me leva, por favor.
— Ah, o que será que aconteceu? — Kim perguntou, o ajudando a se levantar. — Eu te levo, vem, se apoia aqui. — e acenou para Daichi. — Te vejo outra hora!
E dessa forma, Taehyung levou MinKi para a pousada, o carregando em seus ombros, ouvindo seu choro, deixando Daichi sozinho. Vendo o japonês bufar e passar as mãos pelo rosto, antes de deixar a praia também, eu saí de trás de um drive truck fechado, pondo as mãos na cintura, suspirei.
Eu vou ter que ser beta-reader dos trabalhos do MinKi por dois meses, mas sua atuação foi muito honesta, um preço justo. E se Jesus está do meu lado, nesse momento Daichi está acelerando o seu processo de calvície com tanta raiva que está sentindo. O que eu posso fazer? Eu tenho um dever a cumprir.
Segurando um sorriso, eu me virei, saltitando pela praia, prestes a voltar para onde o pessoal estava, quando o vi. Ele. Encostado em uma placa que dizia “PERIGO”, de braços cruzados, usando uma camisa colada de atleta e leggings por baixo do calção do seu time, ele me olhava. Jeon Jungkook. Aquele com quem eu transei noite passada.
Travando no lugar, eu o olhei. Nós nos olhamos, por um bom tempo, diga-se de passagem.
Ele não estava com uma cara boa, aliás, a cara dele estava péssima. Não, ele estava bravo.
— Você vai me explicar por que está fazendo isso? — ele me perguntou de longe, alto o suficiente para que sua voz chegasse até mim apesar do barulho das ondas quebrando atrás.
Fiquei nervoso, senti meu coração se agitar, e tive que me controlar para não perder o ritmo da respiração. Criando coragem, matei a distância entre a gente, me aproximando sem jeito, até porque não faziam muitas horas desde a última vez que nos vimos. — Ahn? — perguntei, como um idiota, sem saber como ter aquela conversa. — Do que… você tá falando?
Ele puxou os óculos escuros do meu rosto, e a claridão do dia agrediu meus olhos. — Ei!
Seu rosto sério estava mais sério agora que o via de perto. — O que tá acontecendo, Jimin? — perguntou, e eu fiz uma careta desentendida. — Eu vi. Você mandou o seu amigo fazer uma cena pra afastar o Taehyung e aquele cara.
— Que? — perguntei, sem saber como sair daquela.
— Aquele cara é seu ex — Jeon disse, o tom irritadiço muito claro em sua voz. — É ele o japonês que tá afim do Taehyung. Seu ex.
Engolindo em seco, eu não consegui responder.
Jungkook avaliou meu rosto, visivelmente desapontado, ele me devolveu o meu óculos, o colocando em minha mão. — Você tá usando o Taehyung pra algum dos seus planos sem sentido.
— Não! Eu não tô usando ninguém… — tentei dizer.
— Você tá só tentando mentir pra mim ou tá tentando se convencer disso também? — me perguntou, usando um tom de voz que nunca ouvi dele.
Eu não gostava de vê-lo naquele estado de irritação, de decepção, não parecia uma coisa que pertencia a personalidade dele. E eu comecei a me perguntar: sou eu? Eu estou causando esse sentimento ruim dentro dele?
— Eu não vou… machucar ele… — eu disse.
Jeon riu com escárnio, amargo. — Você deve estar tão acostumado a controlar todo mundo, que acha que pode controlar as consequências dos seus atos também. Você não sabe o que ele sente.
— Eu não vou… não é nada sério… eu… eu realmente… — e então me irritei. — Não é da sua conta! Você não sabe os meus motivos. Não se mete nisso, não se mete comigo!
E coloquei meus óculos no rosto de novo, desviando o olhar, disse: — Se você abrir a boca, eu vou te fazer pagar, não duvide.
Jungkook assentiu com a cabeça. — Isso foi bom pra eu saber quem é Park Jimin. Ficou bem claro. Vai, continua na sua loucura, eu quero ver o quanto você vai se foder no fim disso tudo.
— Terminou? — perguntei, me virando. — Tenho mais o que fazer.
Enfim, o deixando, eu voltei diretamente para a pousada, seguindo imediatamente até o bar. Ainda com areia nas sandálias, eu me encostei no balcão e virei uma dose de soju, com a câmera no colo, ouvindo a música de ambiente quase fúnebre que tocava. Pulando de pensamento em pensamento, tentando não pensar na única coisa que preenchia minha mente.
— Jimin? — ouvi, reconhecendo a voz de Hoseok. Me virei para ele, enquanto ele se sentava ao meu lado. — O que aconteceu?
— Nada — respondi, pondo o copo na bancada. Minha voz estava mais baixa que o normal.
Hoseok ajeitou a bolsa no colo, me olhando. — Defina “nada”.
Jung Hoseok é um bom amigo, talvez até ele não merecesse ter que viver próximo a mim.
— Nada — dei de ombros, desviando o olhar para o copo vazio. — Eu que só faço merda… sei lá.
Ele demorou um segundo para responder, mas então disse: — É. Mas e aí? Você vai parar, por acaso?
Engoli em seco, sem saber o que falar. Ele continuou: — Você é tão teimoso que acaba prejudicando a si mesmo. Mas se você não vai parar, assuma isso, seja essa pessoa. Não adianta de nada sentir culpa e não corrigir o seu erro.
— Assumir o que? Que eu sou um lixo? — perguntei. — Que eu sou egoísta?
— Egoísta, egocêntrico, narcisista, mal educado, arrogante, malicioso, golpista, falso, mentiroso, manipulador… — me disse, e ele iria continuar, mas parou, abrindo um sorriso amarelo. — Mas… se você não vai mudar, apenas seja isso tudo e não fique agindo como se estivesse se sentindo mal. Você precisa se decidir, não pode ficar no meio termo. Não existe meio termo.
O olhando, eu sorri por um momento, mesmo que felicidade fosse a última coisa que eu estivesse sentindo, sorri porque Hoseok estava anos luz à minha frente, e parecia até injusto ele andar com um perdedor como eu.
Eu deveria ouvi-lo? O que eu deveria fazer? Eu deveria voltar atrás nesse plano e deixar todo mundo em paz? Ou deveria assumir que sou uma água de esgoto?
Desistindo de pensar em tudo isso, eu enchi meu copo com mais uma dose de soju. — Quer um pouco?
— Sei lá, nem almocei ainda, porque não é nem meio dia ainda… sabe? — me disse, enojado.
Tomando a dose, e contorcendo com o gosto, eu perguntei: — Por que você é meu amigo, Hoseok?
Ele cruzou as mãos sobre a bolsa, encarando a parede de bebidas do bar. — Boa pergunta.
Sorri, mesmo que aquilo me deixasse triste.
Boa pergunta.
//que coisa né, pois é guria
Pretendo atualizar mais esses dias, então não coloquem meu nome na boca do sapo 🥲
Cês já conhecem o jeitinho da autora, né? Mas eu estou fazendo terapia, então eu espero melhorar!
Comentem pra eu ver vocês!
TT: namjowl
IG: baobei.zi //
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