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Capítulo 27. - Aceitando a paternidade.
Acordei relutantemente, sentindo meu braço levemente dormente por ter dormido em cima dele. Também senti dois braços (um de metal e um de verdade) me abraçando, com tanta força que eu estava quase sufocando.
Levei alguns segundos para me situar e perceber que eu estava dormindo praticamente de conchinha com Bucky, que, pelo movimento despreocupado dos dedos no meu braço e na minha cintura, já estava acordado.
Lembrei da mensagem que Steve me mandou de madrugada e me senti péssima de estar me sentindo tão confortável naquele abraço. Mas eu não conseguia evitar gostar de Bucky, ainda mais quando eu sabia que, assim como meu sentimento por Steve era real e recíproco, o dele também.
-Bom dia, Meu Anjo!
Estremeci de susto e comecei a rir, me virando para ele. Nos encaramos. Bucky tinha um sorriso no rosto que em nada lembrava o cara irritado e triste do dia anterior. Ele estava bem feliz hoje e eu sabia o motivo.
-Bom dia, Soldadinho!
-Soldadinho? - Bucky fez uma careta, negando. - Não vai me dizer que chama o Steve de Capitãozinho?
-Não! - Soltei mais uma risada e dei de ombros. - Ele me mataria se eu chamasse ele assim. Mas confesso que vontade não falta, de vez em quando.
Bucky sorriu e suspirou, encarando o teto a seguir. Ele engoliu em seco algumas vezes, enquanto eu aproveitava o silêncio para admirar ele.
-Eu tô com vontade de te beijar, mas o Steve avisou que mandou umas mensagens para você. - Bucky declarou, de repente, apontando para o meu celular. - É melhor você ver primeiro. Parecia importante.
Assenti e me estiquei para pegar o celular, abrindo a conversa. Ele tinha respondido a mensagem que eu mandei antes de dormir garantindo que não ia afastar ele de mim pelo simples fato de que "eu estar dividida entre dois homens fazia com que eu quisesse ficar com os dois" e que "o tempo que eu precisava só se referia ao fato de ter que decidir entre eles antes de primeiro, acertar minha vida pessoal".
Arregalei os olhos, levantando meu corpo da cama quando li o conteúdo da última dele. Meu coração acelerou tão rápido que achei que saíria pela boca. Bucky sentou e me encarou.
-O que foi?
-Eles vão chegar no final da tarde. - Sussurrei.
Havia um pouco de pânico na minha voz mas acho que ele não percebeu, já que Bucky gemeu em protesto e deitou na cama de novo, falando em um tom de voz irônico:
-Que conveniente, Boneca! O namoradinho tá vindo, é?
Encarei ele, séria. Bucky bufou e revirou os olhos, apoiando as mãos no alto da cabeça.
-Okay, desculpa! Não vou falar assim dele.
-O meu problema não é o Steve voltar, Bucky.
-É claro que não. - Ele sorriu ironicamente de novo. Dei um soco na coxa dele. - Ai, Maddi! Doeu, estúpida...
-Deixa de ser idiota! O meu problema é o Bruce!
-Ah...
Bucky assentiu, finalmente, entendendo o meu problema e a minha reação.
-É... "Ah"... - Esfreguei meu rosto e soltei o ar, o encarando. - O que foi faço?
Bucky sentou na cama, se posicionando de forma que ele me encaixou entre as pernas dele, fazendo um leve carinho no meu rosto com a mão de vibranium. Fiquei arrepiada com a diferença de temperatura entre nós.
-Hey, primeiro de tudo: Não entra em pânico! Isso não vai ajudar... Em segundo lugar: Vocês vão conversar, Maddison. Não é um bicho de sete cabeças. Você é boa de conversa... E em terceiro e mais importante... - Bucky fez uma pausa, segurando minha mão e sorrindo. - Me beija? Eu garanto que vai te acalmar!
Revirei os olhos. De novo. E sorri, negando. Bucky estreitou os olhos para mim e deu um meio sorrisinho.
-Por quê? Por quê seu namoradinho tá chegando?
-Porque eu acabei de acordar, idiota!
-E daí, mulher? - Bucky me encarou, confuso.
-Eu tô com bafo!
Bucky riu e negou, ajeitando meu cabelo para trás da orelha.
-Não tá, não, Maddi...
-Além disso, preciso fazer xixi! Já volto!
Deixei Bucky na cama, frustrado, e corri para o banheiro. Quando eu voltei, devidamente limpa da cabeça aos pés, Bucky estava deitado na mesma posição. Parei na porta do quarto e observei o corpo dele.
Gostoso.
-Ainda quer o beijo, seu dramático?
-Bucky Barnes não pode responder pois morreu devido à rejeição de Maddison Miller.
-Bucky! - Soltei uma risada alta. - Responde, seu palhaço!
-Quero! - Ele riu e levantou do colchão, sentando na cama. - Até porquê, duvido que você faça o Steve implorar por um beijinho! É aí que a gente vê os preferidos, sabe?
Ignorei e caminhei até ele, sentando sobre as pernas de Bucky e o puxando pelo rosto para mim, enquanto ele segurava minha cintura. Nos beijamos sem pressa, nossas línguas emboladas e se acariciando me causaram um prazer imenso e me controlei muito para apenas romper o beijo e não jogar ele na cama e o beijar inteiro.
-Bom Dia! - Ele sorriu, a testa ainda encostada na minha. - Escuta... Como vamos agir com o Steve?
-Não sei... - Suspirei e encarei os olhos dele. - Acho melhor a gente ver como ele vai agir perto da gente.
-É, melhor mesmo...
Realmente, quando os Vingadores chegaram, no final da tarde, parecia que eram uma multidão em contrapartida ao silêncio que eu e Bucky fizemos nos dia todo, interrompido apenas por uma aula de Yoga que não terminou em Yoga, e sim, no quarto dele. Mais especificamente, na cama, comigo dormindo embolada nele.
Wanda passou por mim junto com Chad e pelo jeito que eles me olharam, eles já sabiam o que tinha acontecido. Natasha estava sentada no sofá quando eles chegaram e correu para procurar Sharon. O primeiro a falar comigo foi Sam.
Eu estava com muitas saudades dele então, não rompi o abraço correndo. Isso deu oportunidade para ele murmurar, baixo, só para que eu escutasse:
-Eu falei para não se apaixonar!
-Eu não me apaixonei! - Me defendi, falando baixo.
Sam me encarou, incrédulo. Bufei e dei um tapa na orelha dele, o que fez ele rir.
-Gulosa!
-Idiota!
Sam me abraçou de novo e percebi que ele fuzilou Bucky com o olhar, murmurando um "Temos que conversar". A única coisa que Bucky fez foi dar o dedo do meio para ele.
-Vai abaixando esse dedo aí ou eu vou te enfiar ele no meio do seu c...!
-Samuel!
Estremeci de susto junto com Sam. E embora a sala estivesse hiper barulhenta também, até porquê, naquela altura, Tony já tinha chegado e estava irritando Natasha, eu podia jurar que todo mundo estava me olhando e que o ambiente tinha diminuído o som.
Eu mal respirava quando Steve meteu um tapa em Sam, o encarando sério.
-Para de implicar com o Bucky e olha o palavreado!
-Foi ele quem me deu o dedo do meio! Vai defender ele mesmo?!
-Ele quem provocou!
-Eu não falei nada! Eu estava calado!
-Ah, é claro que estava... Você é um santo, né?
-Calem a boca os dois!
Os dois calaram.
Eu e Steve nos encaramos e eu confesso que só queria um buraco para enfiar a minha cabeça, afinal, realmente, estava todo mundo olhando para a gente e eu me perguntei quantas pessoas sabiam que eu e Bucky tínhamos transado.
Ele me encarou por segundos, mas pareceu uma eternidade. Eu queria correr para os braços dele e dizer que eu senti saudadade. Queria contar para ele como eu estava me sentindo diante da perspectiva de ir falar com Bruce, que eu sentia muito por não conseguir gostar só dele.
Mas eu estava nervosa. Ou melhor, em Pânico. Minhas mãos tremiam e minha garganta estava seca. E, por segundos, a possibilidade dele me ignorar ou me tratar friamente me paralisou.
Mas tudo isso passou quando Steve abriu um sorriso (cansado, mas ainda assim, um sorriso) e andou até mim, tão rápido que só percebi que estava presa no abraço dele quando Steve beijou minha cabeça, me apertando forte, contra o peito agitado dele.
-Eu senti sua falta! - Steve sussurrou, baixo, só para eu ouvir. - Muita!
-Eu senti a sua também! - Sussurrei de volta, erguendo o olhar e encarando ele.
Eu tremia quando Steve sorriu mais uma vez e, segurando meu rosto, ele encarou algum ponto atrás de mim, fixamente. O olhar dele não era raivoso, mas provocativo, quando ele abaixou e me deu um beijo que eu não deixei ele aprofundar.
Me olhando confuso, Steve franziu testa e eu o encarei, Séria.
-Não provoca, Stee. Não sou um prêmio! - Sussurrei. - Ou me beija normal ou...
-Tá, desculpe. Foi idiotice... Vem cá!
Ele voltou a me puxar pelo rosto e eu senti a diferença dos beijos. Esse tinha sentimento, não era só provocativo. E eu não liguei de estar em uma sala cheia sendo beijada por ele. Pelo contrário, eu gostei dele não ter tentado esconder a gente. Ouvi Sam murmurando um "constrangedor" enquanto eu sentia o olhar de Bucky em cima da gente.
Uma parte de mim ficou com pena. A outra, não queria parar de Beijar Steve. Obedeci a segunda.
Nos separamos com beijinhos quando ouvi Bucky pigarrear pela terceira vez seguida. Encaramos ele, que não tinha a melhor cara do mundo. Fiquei vermelha.
-Eu acho que o pai da Maddison quer conversar com ela, Capitão!
Olhei ao redor. Não achei Bruce de primeira, mas achei Mary me encarando com uma cara nada feliz. Não entendi, então, deixei para lá.
Desviei o olhar e só então, achei Bruce e Clint juntos. Encarei Steve que acenou com a cabeça para ele ir lá e olhei para Bucky. Ele também acenou com a cabeça. Então, respirei fundo e me encaminhei para a direção dos dois.
-Oi, Maddison! - Os dois me cumprimentaram quando cheguei perto.
-Oi, Gente... - Respirei fundo e encarei Bruce. - Será que a gente pode conversar, Bruce?
-É claro! Quer conversar aqui ou...?
Pensei alguns minutos e dei de ombros
-Você toma café?
Bruce concordou, entendendo que eu não queria conversar alí, onde todo mundo poderia nos ouvir. Caminhei até o quarto de Bucky, onde eu tinha deixado minha mochila, e a peguei, encontrando com Bruce na recepção da Shield, como combinamos.
Caminhamos até a lanchonete que se localizava há duas quadras dalí só falando sobre coisas banais como o calor que estava fazendo naquele dia ou a festa que Tony ia dar em comemoração ao sucesso da missão na sexta-feira e ao Dia das Bruxas.
Chegamos na cafeteria e sentamos em uma das últimas mesas, próxima à cozinha, o que aumentava o calor que estávamos sentindo. Quando nossos cafés chegaram, ficamos alguns instantes em silêncio e foi extremamente constrangedor.
Então, nos encaramos e eu falei ao mesmo tempo que ele.
-Eu queria...
-Preciso falar...
Sorri, indicando que ele podia dizer primeiro. Bruce insistiu que eu poderia falar, mas neguei. Então, ele tirou os óculos e passou a mão pelos cabelos, me olhando intensamente.
-Eu sei que você está com raiva, Maddison, e eu não vou culpar você.
-Na verdade, eu não estou mais com raiva. - Expliquei. - Eu só estou magoada porque precisou que a pessoa que eu mais odeio no mundo descobrisse para minha mãe me contar!
Bruce assentiu, hesitando.
- Escuta... Eu gostei muito da sua mãe. Muito mesmo! Mas eu era um cara meio idiota, totalmente focado nas minhas pesquisas e eu não sabia lidar com o fato de gostar da sua mãe, então... Nos perdemos pela vida.
Me inclinei para frente, esperando Bruce formular novas frases. Ele sorriu e encarou o café quando continuou falando.
-E sabe? Parece até ironia o fato de que o destino colocou minha filha de volta no meu caminho, não concorda?
Dei de ombros, sem saber o que pensar. Bruce esticou a mão por cima da mesa em um pedido silêncioso. Hesitei por segundos, mas enfim, coloquei minha mão sobre a dele e nos encaramos de novo.
-Eu juro para você que eu não sabia que tinha uma filha, Maddison. Nunca nem passou pela minha cabeça que sua mãe podia ter engravidado de mim! E eu Não sei se mudaria algo eu ter descoberto quando você era pequena, mas... Ao menos, eu estou feliz de ter descoberto agora.
-Está feliz mesmo? - Perguntei, engolindo o nó que se formou na minha garganta.
Eu não queria parecer desesperada para ter a aprovação dele, mas também não ia gostar se ele não estivesse feliz ou animado. E eu nem sabia o porquê, já que não fazia diferença, em teoria, ter um pai. Eu nunca tive um antes.
Bruce assentiu, levando minha mão a boca e depositando um beijo nela, sorrindo.
-É claro que eu estou! Olha para você, Maddi! Você é linda, inteligente, é esforçada, uma Agente maravilhosa! Eu não teria como não ficar feliz de descobrir que sou seu pai! Quer dizer... Você é, literalmente, o que todo pai sonhou!
Pisquei, tentando afastar as lágrimas que tentavam vir à tona. Bruce esperou eu me recompor e voltou a falar.
-Escuta, eu sei que você cresceu achando que tinha um pai que não te amava ou não ligava para você. Mas... Agora, eu ligo. Entende? Eu me importo com você, Maddison. E eu não tô pedindo para você me chamar de pai ou sair espalhando isso por aí se você não quiser. Eu só... É que eu queria fazer parte da sua vida agora. Entende? Pode ser de longe, até...
-Eu entendo, é claro! - Sorri para ele e vi Bruce suspirar, aliviado. - E quer saber? Por mim, tudo bem! Você não foi ausente ou negligente, então... Então, acho que não tem o menor problema a gente se aproximar.
Continuamos conversando sobre isso por longos quarenta minutos, até que Bruce me contou que estava pensando em, apesar do Hulk, pedir minha mãe em namoro.
-Jura?! Mesmo?
-Sim. - Bruce riu da minha empolgação. - Quer dizer... Por quê não? O Hulk gosta dela e, além disso... Eu já tenho mais controle do que antigamente.
-Eu vou amar ver vocês dois juntos! Sério!
-Acredite, não é só você!
Comecei a rir, mas então, parei. Bruce me observou por alguns segundos antes de perguntar:
-Hey, não está na hora de você ir falar com a sua mãe, não? Ela só estava tentando te proteger, Maddison. A Martha não merece isso...
Acenei que sim. Realmente, Bruce tinha razão. Então, caminhamos de volta até a Shield, onde esperei até dar nove da noite e saí com Bruce de novo, indo de carona até o apartamento dele. Era bem longe do meu, na verdade, o que fez com que eu dormisse no meio do caminho.
Bruce me acordou assim que chegamos e confesso que eu estava nervosa demais, pensando na reação da minha mãe.
Mas para a minha surpresa, assim que Bruce me deixou entrar no apartamento dele comentando algo como "Essa pode ser sua casa também se você quiser ou precisar de um lugar diferente", minha mãe levantou do sofá onde estava sentada assistindo uma série e veio me abraçar tão forte que achei que sufocaria.
-Oi, Mãe! - Sussurrei, a abraçando de volta.
-Você está bem, meu amor? - Martha apertou meu rosto e meus braços, procurando machucados, talvez.
-Tô, sim!
-Eu vou fazer um chá. Alguém quer?
Neguei mas minha mãe aceitou, enquanto me arrastava para um sofá enorme, macio e preto. Sentamos de frente uma para a outra e, embora eu não quisesse, comecei a chorar quando me joguei em cima dela de novo e a abracei.
-Eu sinto muito, mãe! Desculpa! Não devia ter falado tudo aquilo e nem ter ficado tanto tempo sem te procurar...
-Não tem problema, filha. - Ela deu de ombros e segurou minha mão. - Eu deveria ter te contado há muito tempo atrás! E não deveria ter esperado vazar a informação na Shield. Aliás... Quem vazou?
-Se eu soubesse... - Dei de ombros também. - Ninguém sabe, mas acham que é uma rede de pessoas, não uma só. Enfim...
Começamos a conversar sobre o que Fury achava disso tudo até Bruce chegar com o chá e um refrigerante para mim. Então, ele nos contou sobre a missão (e eu fingi que estava escutando a história pela primeira vez).
Quando eu e eles percebemos, o dia já estava raiando e eu só tive duas horas para me acomodar no quarto de hóspedes, já que, para a minha surpresa, os dois estavam dormindo juntos e ela tinha até algumas roupas no apartamento dele.
Ooie, Pessoal! 💖
Chegamos com um capítulo muuuito amorzinho e que eu amei escrever demais! O Bruce é tudo para mim e eu acho que ele tão esquecido pelo Fandom... 🥺
E é claro que ele vai ter muuuito destaque nessa história, apesar do romance e dos outros arcos da história!
E sobre o tempo que a Maddison vai precisar... Vocês acham mesmo que ela vai conseguir se manter longe dos gostosos? Ops, eu quis dizer dos namorados KKKKK
E VAMOS EM FRENTE QUE ATRÁS VEM GENTE ( No caso, atrás vem mais capítulos para encararmos a primeira parte da história, com trinta capítulos, sendo que o 28 vai ser dividido em 28.1 e 28.2 👀
Até quarta!
Beijos! 💋💋
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