15
Meu plano de dormir com Steve naquele dia não foi frustrado, apesar de Sam e Natasha. Afinal, deixei os dois dormindo na minha cama e eu e Steve continuamos assitindo filme, até que eu caí de sono no colo dele, alí, no sofá mesmo.
Porém, não ficamos muito tempo dormindo. De madrugada, mais especificamente, às duas e meia da manhã, os telefones de todos nós tocaram juntos, até que eu acordei e, lutando contra a minha preguiça, me livrei dos braços dele e, literalmente, me arrastei até minha bolsa, pegando meu celular.
Levei algum tempo para conseguir atender a ligação, mas despertei assim que reconheci a voz de Fury contra a minha orelha.
Então, desliguei correndo e em questão de cerca de trinta minutos, já tínhamos chegado ao local da emergência: Um grupo extremista explodiu o cofre de um dos maiores bancos de Nova York durante a madrugada, fazendo reféns e vítimas. A polícia foi acionada mas haviam, entre os reféns, pessoas importantes para a Shield e, claramente, estávamos lidando com pessoas com habilidades especiais.
Eu, Chad, Mary e Angel ficamos mais afastados, como um plano reserva, junto a Yelena, Peter Parker e Scott Lang, esperando pela nossa vez de agir.
-Quando vamos saber que é para atacar? - Chad questionou, impaciente, na garupa da minha moto.
-Se precisarmos atacar, vai ser só se algum carro ou moto tentar fugir! - Yelena, que tinha Mary na garupa, respondeu, séria. - Do contrário, vamos ficar aqui.
-Por que? - Angel questionou.
-Porque somos o apoio dos Vingadores, menina. Não os Ving... Abaixa!
Não deu tempo que Peter e Scott abaixassem. Eles foram atropelados por um Falcão em Alta velocidade que acabou recebendo um tapa do Hulk, que estava meio descontrolado.
-Meu Deus, Sam! - Chamei, dando uma guinada na moto e pilotando até onde eles tinham parado, estatelados. -Vocês estão bem?!
Chad pulou da moto e se jogou ao lado de Sam, que estava desacordado no chão.
-Minhas costas... - Peter reclamou, saindo debaixo de Scott. - Meu Deus, acho que quebrei a coluna!
-Não quebrou, mas com certeza, quebrou a minha! - Scott reclamou.
-Maddison!
Olhei para Chad e acabei sendo atropelada por outra moto que veio em alta velocidade na minha direção, o que fez com que eu caísse da minha. A dor do impacto foi grande e eu ouvi um tiroteio assim que eu caí no chão. Tentei me proteger como deu, mas eu não conseguia ver nada devido ao impacto da minha cabeça no asfalto.
Então, enquanto eu tentava me levantar, ouvi mais uma explosão e meu coração acelerou, afinal, que eu saiba, a maior parte dos Vingadores estavam lá, naquela explosão.
Empurrei a moto de cima da minha perna e percebi que ela estava sangrando com um corte profundo na panturrilha. Xinguei, olhando minha mão suja de sangue. Eu mal conseguia respirar fundo e talvez, eu tivesse quebrado uma costela.
Olhei ao redor, mas acho que não havia ninguém por perto o suficiente para me ajudar. De qualquer forma, não deu para fazer nada, já que um homem atirou na minha direção.
Deitei no chão, sentindo meu coração bater forte contra o peito. Esperei o impacto das balas, mas ouvi o som delas se chocando contra algo metálico. Ergui os olhos e encarei Pietro segurando o escudo de Steve na minha frente. Quando as balas acabaram, ele jogou o escudo na cara do homem, o desmaiando.
Foi tudo tão rápido que meu cérebro só processou o que aconteceu quando Pietro me pegou no colo e me levou até uma loja cuja porta tinha sido explodida pela metade direita.
-O Capitão América mandou você ficar quietinha aqui, Gatinha!
-Mas, Piet...! DROGA!
Reclamei quando ele me deixou falando sozinha. Tirei meu celular do bolso mas ele não funcionava. Devia ter quebrado no impacto. Conferi quantas armas eu ainda tinha no coldre: Três carregadas, dois cartuchos de recarga, um teaser de choque e uma corda pequena.
Tentei levantar do chão, mas então, foquei meu olhar na perna com a dor excruciante que senti. Percebi que meu pé estava torto. Eu não parava de sangrar pelo corte e minha cabeça latejava, enquanto meus olhos tinham pintinhas coloridas.
Ao longe, ouvi mais uma explosão e me arrastei, no chão, até a porta explodida da loja. Eu não conseguia enxergar nada além de vultos, muito fogo e fumaça. O som de carros de Polícia e bombeiros me deixaram preocupada, mas eu mal conseguia ficar em pé.
Para piorar minha situação, olhei para o lado e percebi um homem vindo na minha direção, pelo outro lado da calçada. Ele olhava fixamente na minha direção. Segurei minha arma, limpando meu sangue na minha blusa, para firmar as mãos que tremiam.
Me escondi a atrás da porta e fiquei quieta. O homem parou atrás da porta, quieto também.
-Sabe, Maddison... Se você vier comigo, eu não vou te machucar... Ah!
Atirei através da porta três vezes seguidas e me joguei no chão, rolando para o lado. Eu devo ter atingido, talvez, a perna dele. Mas isso não foi o suficiente, já que ele entrou na loja e ergueu a arma para mim.
Para a minha sorte, o corpo do homem sacudiu e ele largou a arma quando caiu duro no chão, atingido por um dos ferrões da viúva negra. Sharon estava ao lado dela, dando cobertura. Natasha veio correndo até mim e alternou o olhar entre meus ferimentos e a mim.
-Meu Deus! O que aconteveu?
-Fiquei presa embaixo da minha moto! - Expliquei, tentando soar indiferente, mesmo com a dor.
-Você está bem?
-Tô tonta! E não tô enxergando direito... Nat, minha moto...?
-Depois a gente vê a sua moto, Maddison! Meu Deus! Isso não é hora!
Natasha levou a mão a orelha, pedindo reforço. Esperei ela terminar de pedir e segurei a mão dela.
-Escuta, Nat...
-Tô chamando a ambulância, já! Não se preocupa...
-Não, Natasha! - Interrompi ela. - Esse cara tentou me fazer seguir ele... - Ela e Sharon me encararam. - Ele sabia meu nome e disse que se eu fosse com ele, ele não ia me machucar!
Mas Natasha e eu não conseguimos falar mais nada. Sharon soltou um berro e acabou caindo no chão, desacordada, quando atingiram a cabeça dela com o que parecia um taco de beisebol.
Natasha levantou do chão e pegou dois bastões lutando contra o cara que investiu contra ela, derrubando as armas dele no chão e as chutando para mim. Eles entraram em luta corporal e eu não consegui fazer Nada a não ser, levantar me esgueirando na parede e mirar a arma.
Mas não atirei, mesmo que eu tenha achado que estava com ele na mira. Natasha não parava de lutar com ele e eu estava com a visão turva e as mãos trêmulas devido à dor.
As chances de errar eram altas. Eu não podia arriscar a vida dela assim.
De qualquer forma, Natasha não precisou de mim. Em cerca de cinco minutos, o homem estava caído em cima do corpo do primeiro. Mas foi isso acontecer e alguma coisa atingiu o pescoço dela.
Gritei e tentei segurar a arma mais firme, mas alguém jogou uma bombinha de fumaça que fez meus olhos arderem e minha garganta fechar. Tentei não respirar. Mas não consegui. Meu corpo ficou mole e minha visão escureceu. Eu tive a impressão de que alguém tinha me chamado e até me segurado no colo, mas não tive certeza.
Tudo ficou escuro e silencioso.
Por muito, muito tempo.
Até que eu comecei a acordar aos poucos e, primeiro, eu registrei as sensações: Frio, dor, sede, barulhos...
Depois, as dores. Meu corpo inteiro doía. Minha cabeça latejava. Meus olhos queimavam. Eu sabia que ainda estava com a minha perna porque ela doía profundamente e se tivessem tirado, ela não doeria. Ou doeria? Droga... Nunca lembrei de perguntar isso ao Bucky...
Bucky...
Abri os olhos e uma claridade branca intensa me cegou. Pisquei algumas vezes até que uma lâmpada entrou em um foco embaçado. Reconheci a voz que falava com alguém, irritado, como sendo a de Bucky. Forcei meus ouvidos a tentar identificar a segunda voz, mas tinham mais atrás daquela e eu não conseguia identificar a de ninguém. Nem mais a primeira. E isso me fez ficar seriamente na dúvida se tinha sido Bucky mesmo quem eu ouvi.
Tomei fôlego mas arquejei quando fiz. Uma dor lancinante invadiu o lado esquerdo do meu corpo e eu percebi que, sim, tinha quebrado uma costela. Me lembrei do que aconteceu e levantei de uma vez, ignorando a dor que eu sentia.
Eu vi um grupo de pessoas na porta do quarto que calaram a boca quando eu sentei na cama. Ouvi alguém mandando alguns saírem e apenas uma pessoa ficou.
-Steve? - Perguntei, incerta.
-Sou eu, Princesa! - A voz dele denunciava um sorriso.
Ele caminhou rapidamente até mim e sentou ao meu lado, colocando algo no meu rosto. Os olhos dele entraram em foco quando ele pousou meus óculos sobre meu rosto. E eu arfei, vendo o estado dele.
-Meu Deus!
-Você tinha que ver a cara do outro cara, Maddi! Ficou muito pior!
Revirei os olhos, respirando superficialmente. O rosto dele estava inchado e cheio de hematomas. O cabelo estava sujo de sangue e a boca tinha um corte com uma aparência feia, mesmo que estivesse com um bandaid. O rosto dele estava sujo e o corpo dele ainda estava revestido pelo uniforme rasgado, manchado, queimado e descosturado. Eu conseguia ver alguns cortes e escoriações pelo corpo dele.
-A Nat e a Sharon...?
-Estão bem! - Steve segurou minha mão e levou ela a boca, a beijando. - A Sharon é quem ficou pior... Teve que tomar uns pontos, mas já está em casa, descansando e de licença médica.
-Quanto tempo eu dormi, Stee?
Deitei de volta na cama quando ele me ajudou. Steve continuou sentado ao meu lado, de mãos dadas comigo. Ele se inclinou para mim e fez um leve carinho no meu rosto, sorrindo de leve. Meu estômago deu um pulinho e eu sorri de volta.
-Algumas horas... Você quebrou uma costela, teve uma concussão, precisou de uns catorze pontos na perna e teve uma fissura no osso do tornozelo. Além disso, inalou uma substância anestésica antes que eu entrasse e tirasse você de lá. - Quando ele terminou de me dar o saldo do meu estrago, Steve torceu a boca, de lado. - Você disse para a Nat que tentaram pegar você, foi isso?
Concordei e comecei a contar a ele sobre as três vezes que fui atacada em minutos. Steve assumiu uma expressão séria e pensativa e, enquanto ele analisava a situação, olhei ao redor e percebi que estava de dia, já. Pelo relógio em cima da televisão na minha frente, já eram nove da manhã.
Steve acompanhou meu olhar e levantou da cama, me chamando. Indiquei que ele podia falar.
-Escuta, agora que você está bem... Eu acho que vou em casa, tomar um banho e trocar de roupa.
-Você passou a noite comigo? - Perguntei, sentindo minha garganta tremer.
Ele deu de ombros, como se não fosse nada.
-O Sam ficou antes, enquanto eu ia receber notícias dos outros e falar com o Fury.
-Obrigada!
-Eu não ia abandonar minha Princesa mesmo que ela não queira nada comigo, né?
Steve se agachou e beijou minha testa, demorado. Sorri para ele, mas fomos interrompidos por uma batida na porta. O médico tinha chegado para fazer exames em mim e me informou também que eu tive que fazer uma pequena transfusão de sangue pela quantidade que eu perdi.
Depois, eu fiquei tão cansada, que só acordei no final das visitas. Sam estava sentado ao meu lado, lendo um livro e eu me sentia menos zonza quando estiquei um dedo e enfiei na orelha dele.
Sam se debateu deu susto e caiu da cadeira, o que fez eu ter uma séria crise de risos que me fez gemer de dor e chorar por causa da costela quebrada.
-Ai!
-Tá doida, mulher?! - Sam questionou, levantando do chão e ajeitando a blusa. - Para de rir, Miller! Você está toda quebrada!
-Eu... Ai... Não... Consigo!
Sam revirou os olhos e levantou a cadeira, pegando o livro do chão, ao mesmo tempo que a porta do quarto abriu.
-Ah, você acordou! Que bom!
Sharon veio direto até mim. Ela tinha uma faixa na cabeça e um machucado no rosto, mas estava bem quando nos abraçamos.
-Hey, só pode ficar um por vez no quarto! - Sam reclamou.
-Ótimo, você sai! - Sharon o encarou, com um olhar mandão.
Para a minha surpresa, ele apenas revirou os olhos, catou o livro e murmurou um "Depois eu volto!". Sharon acompanhou ele com o olhar até a porta e depois virou para mim, sem me dar tempo de dizer nada.
- Escuta, o Sam passou no seu apartamento e pegou umas roupas limpas para quando você sair. Também pegou seus óculos, mas isso você já tinha visto, e o seu celular antigo porquê o seu quebrou todinho! Já ativei seu número e email, não se preocupa! - Sharon esticou ele para mim e eu o peguei. - Você está bem, amiga?
-Eu tô. Obrigada por tudo, Sharry. - Encarei ela. - Desde quando ele te obedece?
-Desde que ele sabe que você é minha melhor amiga e que eu atiraria na cabeça dele se ele não deixasse eu falar contigo!
Arqueei uma sombrancelha, mas não falei nada.
-Eu já tô há quantos dias aqui, hein?
-Três hoje. - Sharon explicou. - Você tem dormido mais do que fica acordada por causa da morfina.
Ela ficou calada durante algum tempo, o olha perdido na parede atrás de mim. Eu sabia que ela queria dizer alguma coisa, mas não saba como. Esperei. Se fosse algo importante ela ia dizer. Dito e feito.
-Escuta, Maddi... A Gente precisa conversar quando você sair daqui, tá? Mas não tem pressa. - Ela olhou por cima dos ombros e suspirou, depois me encarou.
-Por que não podemos conversar aqui?
- Porque tem alguém aproveitando que o Steve não está aqui e quer te ver!
Revirei os olhos, mesmo sorrindo.
-Eles estão brigados ainda?
-Piorou porque o Bucky acusou o Steve de quase deixar você morrer por não ter deixado você ir para o lado dele. Enfim...
Esfreguei meu rosto, ao mesmo tempo que meu celular tocou. Encarei ele. Era uma mensagem de um número desconhecido.
"Oi. Soube que trocou de celular... E do seu acidente. Eu queria ir tanto ir te visitar!"
Tinham mais duas embaixo dessa.
"Eu sei que é chato você não saber quem eu sou mas saiba que tô torcendo por você!".
"Tenha um bom dia, Boneca!".
Sorri para a mensagem e até ia responder, quando a porta abriu e Bucky enfiou meio corpo para dentro. O rosto dele não estava tão diferente do de Steve, mas não estava sujo, o que já melhorava o aspecto. Sharon levantou da cama e saiu do quarto, piscando para mim.
-Oi, Maddison.
-Oi, Barnes. - Sorri, me ajeitando na cama. - Não ganho um abraço? Todo mundo me deu um!
Bucky sorriu, meio tímido. Depois, concordou e caminhou até mim, me envolvendo no primeiro abraço que ele tinha me dado na vida.
Era forte, seguro, quente. Assim como no abraço de Steve, eu me sentia segura e protegida e sabia que nada ia me acontecer.
-Eu fiquei tão preocupado.. - Bucky murmurou entre meus cabelos. - Quer dizer, você parecia morta quando o Steve te tirou daquela loja!
-Eu tô bem!
Nos soltamos devagar. Ele me examinou com os olhos e foi até o meu pé.
-Nada de balé?
-Nem yoga! - Dei de ombros.
-Poxa...
-É...
-Oi, Maddison! Eu volt...
Houve um breve momento de silêncio quando Steve parou na porta e encarou, de testa franzida e braços cruzados, Bucky ao meu lado. Nenhum deles desviou o olhar um do outro e eu tive que pigarrear alto, atraindo a atenção deles ao mesmo tempo.
-Vocês dois vão ficar nessa palhaçada até quando, hein?
-Foi ele quem começou! E ele sabe muito bem disso! - Steve acusou.
-Foi você quem pediu para eu fazer! Eu não sabia que isso ia acontecer!
-Ah, então agora você admite que aconteceu, é?!
Bucky ficou instantaneamente vermelho. Era óbvio que eu queria muito saber o que foi que aconteceu, mas decidi não me meter. Apenas pigarreei de novo.
-Olha, se ficarem nessa palhaçada, especialmente na minha frente, eu juro que nenhum dos dois volta aqui ou vai na minha casa quando eu receber alta!
-O que?!
-Isso aí! Pelo amor de Deus, gente... Nem parece que são dois velhos centenários!
Os dois riram, quebrando o clima. Bucky o encarou, sério.
-Eu não pretendia, Steve. Aconteceu.
-Tá... Eu... Bem, não posso mudar isso mesmo... Mas é melhor a gente não decidir agora, tudo bem?
-Hmmm... - Bucky assentiu. - É, eu acho que é melhor mesmo!
E finalmente, os dois ficaram em paz novamente, o que me permitiu ter oportunidade de passar a curtir a companhia dos dois juntos na hora da visita, já que minha mãe me acompanhava no resto do dia todo.
Ooie, Pessoal! 💖
Cheguei com mais um capítulo e que foi tenso! 🙊
Maaas, para compensar o nervoso que vocês passaram, eu tenho uma novidade para contar: Voltage atingiu 2k de visualizações e como eu sou uma autora muuuuito boazinha, eu vou postar capítulo duplo em agradecimento a cada um de vocês que está lendo e acompanhando! ❤🥺
Muuuito obrigada mesmo por isso! Vocês são incríveis! 💕💫🥰
Então, vou deixar o resto dos avisos para o próximo capítulo que sai mais tarde!
Até lá!
Beijos 💋💋
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