|| VINTE E CINCO - ESSE É MATTEO - MILEY
Após a ligação de Mathias, eu corri até meu quarto e pegar as chaves do meu carro. Eu não me importava que estava usando roupas gastas, só queria chegar a ele logo. O desespero em sua voz ainda ecoava em meus ouvidos após a chamada ter sido finalizada. Minha sobrinha foi levada para o jardim por minha amiga e como se soubesse como meu humor estava, James me seguia silenciosamente.
Quando falhei na minha terceira tentativa de abrir a porta do meu carro, delicadamente retirou o objeto de minhas mãos, deixando um beijo em meu pulso e me fazendo sentar no banco do carona. Sem palavras, tomou seu lugar no banco do motorista e deu partida. Durante o percurso inteiro não falamos palavra alguma, eu por estar com muita raiva e vontade de gritar aos quatro cantos o quão injusta a vida é para uma criança. E ele talvez por não ter palavras o suficiente para o momento. Seja o que for, estava grato.
Quase vinte minutos depois, ele estaciona bem perto do lugar onde estão. Não há muitas pessoas a essa hora no lugar, somente alguns ciclistas, cães e uma pessoa ou outra caminhando. Abro meu cinto de segurança pronto para sair mas uma mão gentil mas não menos firme me para. É assim que ele é. A mistura de gentileza e firmeza o faz ser lindo aos meus olhos. Ele pode não ter dito uma palavra sequer do caminho todo até aqui, mas guardou para mim o simples gesto de segurar minha mão.
- Eu sei que está nervoso. Eu também estou amor. - suspira olhando para fora do carro talvez procurando por ele, como fiz nos minutos que somente nos sentamos aqui.
- Então sabe como me sinto. - murmuro baixinho.
- Eu sei, mas precisa aparecer calmo para as crianças. Pelo que disse ele está desesperado e há um bebê no meio disso.
Tomo respirações profundas. Um pouquinho de calma se infiltrando em minhas veias. Mas não muito. O desejo de amassar a cara de um certo homem as vezes supera minha alma.
- Você tem razão. - beijo seus lábios rapidamente, ele dá uma risadinha.
- Eu sempre tenho amor. Agora vamos lá e ver como podemos ajuda - lo.
Aceno tentando sorrir mas falho. Ambos deixamos o carro e procuramos freneticamente pelo local. Seguro a mão dele, que para por um momento e olha ao redor. Toco seu nariz fazendo - o bufar.
- Está fazendo de novo.
- O que?
- Te incomoda? - ergo nossas mãos juntas. Ele sorri e fica na ponta dos pés, beijando - me rapidamente.
- Te incomoda? - me lança um sorriso travesso.
- Não! - congelamos quando ouvimos um chorinho baixo.
Seguimos rapidamente o som e depois de passarmos a ponte, atravessamos a rua e seguimos por um beco sem saída. Ao lado de uma lixeira, vemos pés calçados em tênis gastos demais. Penso em ir correndo para eles mas mais uma vez, uma mão aberta em meu peito me para. Olho para James impaciente, ele aponta o dedo no meu rosto e rosna sob sua respiração um "calma". Dando um passo a frente, diz suavemente.
- Mathias? - os pés ficam completamente imóveis.
- Quem é você? Não se aproxime! - grita e os pés desaparecem. O bebê resmunga agora.
- Sei que está com medo....
- Você não sabe de nada! Vai embora! - se vira em minha direção. Me incentivando a falar, pigarreio e fico ereto.
- Mathias?
- Por que veio com ele? Pensei que viria sozinho! - diz desconfiado.
- Uma coisa que precisa aprender desde já é que James faz o que quer. - brinco tentando aliviar a tensão. Ganho um olhar atravessado mas dou de ombros.
- Hum...ele é o que para você?
- Meu namorado.
- Você ainda não fez o pedido amor. - me pisca um olho.
- Vamos discutir isso agora? Você aceitou muito bem esse tempo todo.
- Ainda espero pelo pedido. - dá uma risadinha.
O menino ficou em silêncio, talvez pesando suas opções. Ambos esperamos o seu tempo, antes dele confiar o suficiente para vir até nós. Minhas mãos nesse meio tempo ficam frias e suadas. De repente ele aparece diante de nós e James ofega horrorizado. Eu no entanto, fico com tanta raiva que aperto as chaves do carro em minha mão com tanta força, que sinto apenas ela ficar um pouco mais úmida. Mas não ligo.
Seu rosto está inchado, há sangue no canto de sua boca e um olho dele não está abrindo. O bebê em seus braços se move freneticamente e ele geme de dor. Saindo do nosso torpor, corremos em direção a ele, eliminando a pouca distância que há entre eles e nós. Meu namorado não sabe onde toca - lo. E eu somente o observo de perto. Ele não quer demonstrar que está sentindo dor, o que diz muito sobre sua força.
Inconscientemente, pego o bebê dos seus braços. Ele parece sair do seu torpor e tenta tira - lo de mim. Há ferocidade em seu rosto maltratado.
- Me devolve ele cara! Eu posso segura - lo! - com uma mão leve em seu ombro meu namorado tenta acalma - lo.
- Você se esqueceu de quem tem uma costela quebrada e quê não pode pegar peso?
- Meu irmão não é um peso para mim e nunca será!
- Eu sei que não! Mas no momento você precisa ficar calmo, seu humor o influencia. Se você fica nervoso, ele também segue pelo mesmo caminho. - tento dizer calmamente.
- Vem, nosso carro está logo ali na esquina. Precisamos te levar para um hospital.
- Não! - pula para longe de nós. O olho bom arregalado em terror. Isso me atinge em cheio. E faço uma promessa de foder o homem que fez isso com ele com o maior prazer. Criança nenhuma tem de viver aterrorizado e ser tão arisca assim. - Sem hospitais! Eles...eles vão me separar do meu irmão.
- Mathias...
- Eu disse não! - respira com dificuldade, logo leva a mão ao local de onde na certa está doendo.
- Tudo bem, tudo bem! - força um sorriso. - Olha como seu irmão está mais calmo. - olho para o bebê de olhinhos pequenos e puxados no meu colo. Os cabelos loiros e espetados, estão em todas as direções. Ele realmente parou de chorar ou resmungar e está muito satisfeito em chupar minha camisa em sua pequena roupa.
- Primeiro vamos sair daqui. - olho ao redor em busca de uma única alma viva mas não há ninguém. - Depois vemos o que vamos fazer.
- Promete que não vai chamar ninguém? - há tanta vulnerabilidade em seu olho e voz. Aceno firmemente sentindo o olhar quente de James mas não me importo. No momento precisamos tirar esses meninos daqui.
- Eu prometo!
- Miley...
- É uma promessa garoto! - ignoro o aviso do meu namorado que está pronto para arrancar minhas bolas no dente.
Seguimos rapidamente pelo mesmo caminho pelo qual chegamos no beco. Ao ver algumas pessoas passando por nós, ele coloca o capuz sobre a cabeça e olha para o chão e se deixa guiar inconscientemente por um abraço amigo de James. Do lado de fora do carro, ajudamos ele a subir no banco de trás. Ele grunhe quando se senta mas não diz nada.
- Eu posso carrega - lo agora. - coloca o cinto de segurança. Faço o mesmo, incluindo o bebê que agora chupa os dedinhos minúsculos, não sentindo a tensão do irmão.
- Pode mas não vai! - entrego as chaves para James que vê o sangue nelas mas não diz nada. Só bufa.
- Ele é meu irmão!
- E? - ele fica em silêncio. O carro entra em movimento.
- Eu sempre o carreguei. - diz olhando para o colo.
- Você pediu ajuda. - olho para o perfil inchado do seu rosto. - Uma parte dela incluí carregar seu irmão, pelo simples fato de você ter estado em um hospital ontem. Você me ligou e acredito que fez isso por confiar em mim.
- Eu não confio em ninguém. - ri com escárnio. - Só te liguei por só pensar em você no momento.
- Uma boa desculpa você tem aí garoto.
- Miley!
- Eu estou certo! - me defendo. Ele somente nega suavemente com o cabeça. - Sabe que estou certo homem!
- Se você diz! Oh todo poderoso.
- Está sendo irônico comigo? - ergo uma sobrancelha. Ele manda um beijo no ar ainda dirigindo.
- Estou sendo Mathias? - o menino está quieto demais ao meu lado.
- Desista, ele não vai te defender! - finjo horror.
O som de engasgo corta o ar. Sorrio ao ve - lo ter uma mão na boca tentando não rir. Os cabelos escuros estão selvagens, o deixando com uma aparência desarrumada.
- Está rindo do que? Olha bebê, seu irmão está rindo de mim.
- Matteo também gosta de rir. - diz quando consegue se recuperar.
- Que nome lindo você tem bebê. Assim como você, vai ser um galã quando crescer. - brinco com a mãozinha dele babada, que acerta meu rosto, sinto - me sendo observado e pego Mathias me observa bem de perto. Foi - se o riso e agora só há seus olhos escuros protegidos. Ele se fechou novamente. - Disse algo errado?
- Você o acha bonito.
- Ambos são.
- Hum...- se deixa cair contra o banco e se fecha em si mesmo vendo a rua passar.
James olha para mim com mil perguntas. Perguntas essas que não posso responder. Não agora. Ainda estou com raiva mas no momento preciso focar neles. Na varanda de minha casa, minha amiga e sobrinha estão sentadas no sofá que fica no canto. Ao redor delas há muitos livros de colorir. Alguns dos meus vizinhos já caminham pelo bairro e acenam para James que é o primeiro a sair do carro. Ele se ajoelha na frente das duas e diz algumas palavras. Elas se levantam e entram.
- É aqui que mora? - cola o rosto na janela.
- Também amo minha casa. - digo muito orgulhoso do lugar que escolhi morar depois de tudo.- Vamos, aposto que está com fome.
- Não estou! - sua voz sai fraca. Mais um para eu conquistar a confiança. Minha sorte é que estou ficando bom nisso.
- Não está então! - tiramos nossos cintos e devagar seguimos até minha casa. A mesa para o café está arrumada, Helena longe de ser vista.
Toco seu ombro e é a coisa errada a se fazer pois ele pula para bem longe de mim. Se vira rapidamente e se encolhe.
- Não vou te machucar, eu juro.
- Eu posso ir ao banheiro? - olha para o chão.
- É só seguir pelo corredor. - nem bem termino de falar, ele desaparece. Olho para o bebê nos meus braços e recebo um sorriso banguela que me arrebata a alma. - Temos um longo caminho pela frente ein?
- Como essa fofura se chama Miley?
- Oi Julie! - dou um sorriso completo para ela que olha meio apaixonada para Matteo. - Acho que você tem uma fã garoto.
- Olha esse sorriso.
- É lindo não é? Igual ao meu! - encho meu peito para falar. Ela faz careta socando meu abdômen.
- Não seja um convencido. O dele é mais bonito.
- Bem, se não perdi meu lugar de homem irresistível.
- Perdeu feio amor! - James aponta seriamente. - Onde está o irmão dele?
- No banheiro. - sussurro. - Acho que precisava de um tempo.
- Entendo. Eu vou em casa pegar alguns moletons de Rose que devem servir nele. E algumas roupas que Ben ganhou mas são grandes demais para ele. Na certa servem nesse príncipe. E vou comprar algumas coisas para ele.
Meu coração quase se parte com sua gentileza. Ah, eu amo esse homem. Beijo seus lábios rapidamente.
- Obrigado.
- Não agradeça! - diz e se despede de nós.
- Vai me contar o que está acontecendo?
- Mais tarde. - olho para a mesa. - Você poderia fazer um prato com tudo o que fez para ele? O cabeça dura diz que não tem fome mas não acredito.
- Mais um cabeça dura para a família. Não sei se aguento. - diz alegremente indo fazer o que pedi. Não comento sua afirmação de início mas não aguento.
- Quem é cabeça dura aqui mulher?
- Você.
- Eu não...
- Puff...você demorou cinco anos para ir atrás do homem que amava. - faço careta.
- Colocando assim. - pego um pedaço de bacon e mastigo sob o olhar atento do bebê. - Você não pode comer isso bebê.
- Nós temos um bebê! Temos um bebê! - um gritinho estridente corta o ar. Matteo pula de susto em meu colo. Ando para frente e para trás tentando acalma - lo.
- Fale um pouco mais baixo princesa! Ele se assustou. - sua boca se abre em um "o".
- Desculpa bebê. Posso pegar ele?
- Não ainda mas vamos nos sentar no sofá e pode brincar com ele. O que acha? - acena freneticamente. Me sento no sofá com ela ao meu lado. Sua mão acaricia a mãozinha de Matteo que ri.
- Qual é o nome dele tio?
- Esse é Matteo. - ergo sua mãozinha e aceno dramaticamente para minha sobrinha que ri. Os olhinhos enrugados com o gesto. - E essa linda aqui é Helena, minha sobrinha!
- Você é tão bonito neném!
- Ele é mesmo! - nos viramos para ver Mathias caminhar lentamente em nossa direção. - Eu posso pega - lo agora.
- Não vou machuca - lo, acredite.
- Olha obrigado por ter ido me buscar mas agora eu quero pega - lo. - diz com desespero. Com um sorriso forçado, lhe dou o irmão que instantaneamente chora alto quando vai para o colo do irmão mais velho. - Ei carinha, sou eu. Por que o choro? - quase três minutos se passam com ele tentando acalma - lo. Mas nada adianta, se dando por vencido. O entrega a mim novamente. Ele grunhe e eu sorrio feliz da vida.
- Também gosto muito de você bebê. - beijo seus cabelos macios. Percebo minha sobrinha quieta demais ao meu lado e praguejo ao vê - la fitar intensamente o menino no centro da sala.
- O que?
- Você caiu? - sua máscara de irritação cai imediatamente.
- Sou um pouco desastrado.
- O que acha de comer um pouco Mathias?
- Quem é você? - e a desconfiança volta com força total.
- Julieta, amiga desse loiro abusado.
- Hum... não.... não estou com fome!
- Tem certeza? Fiz panquecas também.
- Tudo bem. - se dá por vencido.
Na mesa, vejo - o comer silenciosamente. Suas mãos as vezes tremem, mas fingimos não ver. Matteo em certo momento dorme em meu colo, a mão firmemente apertada em volta do meu cordão. Deixo - o comendo e vou em direção ao quarto que há ao lado do qual Julieta dorme. Com leveza, posiciono o bebê no centro da cama e ao redor dele coloco muitos travesseiros para o caso dele acordar e talvez rolar na cama. Não quero ter um ataque cardíaco se ele cair no chão.
De volta a mesa, vejo - o ouvir o que quer que minha amiga diga a ele. A campainha toca e abro a porta deixando James entrar. Após fechar a porta, o ajudo a levar as diversas sacolas que carrega para o sofá. Olho interrogativamente para ele, que passa por mim e se senta ao lado de Mathias. O rosto ainda está inchado mas o olho quase fechado está melhor.
- Vi que não trouxe mochila com você. E tomei a liberdade de lhe trazer alguns moletons de minha amiga. Ela é do seu tamanho ou um pouco menor que você. E comprei leite e fraldas para seu irmão. As roupas que tenho são do meu afilhado, são grandes demais para ele. - ele não diz nada de início.
Parece perdido dentro de si mesmo. James aguarda pacientemente seu tempo em assimilar as informações. Ele permanece se cabeça baixa e punhos cerrados. Percebi que palavras não são muito o forte dele. Mas é uma única lágrima deslizando suavemente por sua bochecha, que traduz s gratidão que ele sente, não colocando em palavras.
Ele pigarreia.
- Quero ficar com meu irmão!
- Vamos então. - se levanta. Entrelaça seus dedos nos meus. Nesse gesto estou dizendo o quanto sou grato a ele. James me pisca um olho. - Me ajuda a levar as sacolas para o quarto onde vão ficar?
- Estou a sua disposição querido! - digo me curvando levemente.
- Ridículo!
Coloco as sacolas no armário que há no quarto. Mathias fica de pé no centro do quarto sem saber o que fazer. James e eu estamos na porta do quarto.
- Você pode se deitar se quiser, a cama é grande como pode ver.
- Eu sei.
- Então, descanse um pouco. Vem Miley, estou louco para comer os bacons da July. - mal nos viramos e ele pigarreia novamente.
- Você pode ficar um pouco mais? - se direciona para James que se ilumina todo. Pelo menos ele está tentando confiar em alguém.
- É claro amor! - James praticamente me empurra para fora do quarto e fecha a porta na minha cara.
- Ainda sou o dono dessa casa! - grito rindo.
- Se você diz amor! - ele ri do outro lado. - Você está bem?
Me recosto na parede ao lado da porta. Sei que deveria estar indo para a sala e não quase atravessando a parede para conseguir ouvir qualquer coisa. Mas agora que estou longe deles, a raiva que decidi ignorar com eles ao meu redor, volta com força total. Mas lembrar do rosto machucado e inchado de um garoto que só devia se preocupar com coisas de sua idade, me faz querer grunhir de frustração.
- Vai me contar quem fez isso com você? - espero ansiosamente somente pela confirmação.
- Ele queria me usar para arrancar dinheiro do Jordan.
Silêncio. Engulo em seco.
- Ele quem? - diz com a voz trêmula.
- Meu pai. - funga baixinho. O som me cortando em dois. - Ele também machucou Matteo.
Deixo minha cabeça cair contra a parede, amaldiçoando o mundo fodido no qual vivemos. Como um pai pode machucar os filhos assim, um deles um bebê que nada fez para ele. Bem, parece que vou fazer uma visita para um certo pai abusador. Esse filho da puta vai aprender a não bater nos filhos.
Acho que nosso loiro delícia vai usar o réu primário dele hoje kkkkkkk
13/07/20
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