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|| DOZE - O CONTADOR DE HISTÓRIAS - MILEY

Depois de torturar minhas meninas com apertos infinitos até que minha ruiva explosiva me chutasse a canela, roubei Helena indo para o jardim com ela. Logicamente que fugindo da tarefa de arrumar a mesa para o lanche da tarde. Rachel escandalosa que só ela, nos chamou vinte minutos depois e após lavarmos nossas mãos, nos sentamos para comer. Nunca passou pela minha mente ter James e Julieta sentados na mesma mesa. Sem que fiquem constrangidos ou que meu futuro namorado não queira arrancar as mãos dela por tocar em mim.

É como se um novo tempo tivesse início na minha vida. A imaturidade da juventude e o medo que era o ar que eu respirava não faz mais parte de mim. Sou um adulto até sabe o que quer, que está aprendendo que nem tudo nessa vida é perfeito e que as vezes temos que lidar com algumas perdas. Mas que no fim as coisas vão se acertar. Tive uma discussão horrível com minha mãe mas sei que em algum momento teremos de conversar novamente. E enquanto isso não acontece, sigo em frente.

Durante o tempo que o lanche dura, a conversa corre solta no meio de nós. Julieta ainda tem aquela sombra de tristeza que lhe pinta os olhos mas fico feliz pelo esforço que a vejo fazer ao conversar com minhas amigas e James, que com seu grande coração a tratou muito bem. Mesmo com tanta coisa enterrada entre nós, ele não a tratou com menos consideração do que ela merece e a vontade de beija - lo só por isso foi grande. Não fiz por dois motivos: o primeiro é que tínhamos platéia e o segundo é que o homem de sorriso sincero ao meu lado poderia muito bem me dar um soco. Não estamos preparados para mais.

Eu quero e meu maldito corpo também. Mas sei que não estamos no momento certo. Não até que tudo entre nós seja resolvido.

Julieta foi a primeira a se despedir, por ter um compromisso com os pais. E pelo seu semblante cansado, eu sei que não posso deixar de ligar para ela depois. Mad teve que ir pois Luke se enfiou dentro do buraco de uma árvore e disse que só sairia de lá com a mãe. Rachel e Helena foram embora com Drake. James foi para casa ficar com Rose.
E no fim só ficamos eu e Jenah. Com Bob entre nós. Sua cabeça deitada no colo dela e ele se aproveitando dos carinhos dela. As mãos pequenas eram ágeis sobre os pelos escuros dele.

Sentado na escada da varanda, que leva até o jardim, ficamos ombro a ombro. Sua companhia é silenciosa mas muito marcante. Como sempre foi desde que nos conhecemos. Jenah era uma futura mãe e que tinha bagagem demais para lidar mas nunca deixou de sorrir. Me lembro que cheguei a pensar estar apaixonado por ela mas no fundo eu sabia, até queria estar interessado nela. Assim minha vida seria mais cômoda. Sem estresse. Nós seres humanos somos assim, sempre queremos seguir pelo caminho mais fácil. Com menos esforço ou menos entrega. Então ela conheceu Marcel e vi que o tipo de entrega que ela precisava, eu não poderia lidar. Não comigo me fingindo de cego para o que realmente sentia.

- Sabe, você foi a única que não disse nada sobre minha aproximação com James.

- Eu deveria?

- Não sei. - olho para o céu. - Anos atrás você me deu um aviso.

- Sim. Mas anos atrás, você não tinha amadurecido tanto quanto agora.

- Acha que eu amadureci? - ergo uma sobrancelha surpreso por dia fala. Diariamente busco ser alguém melhor, mas tendo uma pessoa de fora, mesmo sendo sua amiga, apontando que seus esforços estão dando frutos. É diferente.

-As pessoas mudam amigo. Para o bem ou para o mal. Você passou por muitas coisas na sua vida. Hoje vejo uma determinação em fazer a coisa certa, que não vi antes.

- Pode não acreditar mas eu o amo. - sinto a necessidade de afirmar esse fato para ela.

- Não posso desacreditar dos seus sentimentos. Afinal de contas, não sou eu a lidar com eles e sim você. - põe um pouco dos fios escuros atrás de sua orelha. E ganha uma nova lambida de presente, o que faz ela rir mais alto. - Mas só peço que tenha cuidado.

- Cuidado...- testo a palavra.

- Não seja impulsivo. - levo a mão ao peito, fingindo horror.

- Não sou!

- Você bateu em Paul depois daquele fiasco de churrasco. Poderiam, ambos terem se machucado seriamente.

- Não esqueceu disso ainda? - jogo alegremente. Ela nega suavemente. - Ele mereceu. A cabeça dele estava na bunda. Tive que levar uma certa clareza para ele. - rindo baixinho, apoia a cabeça em meu ombro.

- Vocês homens! - entrelaça seus dedos nos meus. - Só faça a coisa certa. Pense a cada passo que derem no caminho de vocês. Já se machucaram tanto.

- Eu machuquei tanto você quer dizer não é? - digo amargamente. Ela se desencosta do meu ombro e olha atentamente para meu rosto. Seriedade marca suas feições.

- Quando a gente se nega a viver um sentimento, também nos machucamos Miley.

- Hum...fui um covarde isso sim.

- Foi mas estava com medo. Todos tem seus medos, você não seria diferente. Só o enfrentou da maneira que achava melhor para você.

- Achei mais fácil.

- Mas isso não tem faz menos humano. Nós erramos Miley. - seus dedos traçam as linhas da minha mandíbula.

- Menos Marcel! - brinco bufando levemente e revirando meus olhos. - Aquele homem sim é perfeito!

- Para de graça homem! Ninguém é perfeito.

- Brincadeira! Obrigado por estarem aqui comigo hoje. Foi muito importante para mim.

- Como você está depois da discussão? Quando Rachel me ligou dizendo tudo o que aconteceu, confesso que fiquei preocupada. Sua mãe pode ter todos os defeitos dela mas sei que a ama. Por isso nem pensei, só passei na casa de Mad e a trouxe comigo. Quando chegamos James e Julieta já estavam aqui.

- Vou ficar bem! - digo sinceramente. É uma verdade absoluta em minha vida. Vou ficar bem.

- Eu sei que vai. - agora quem deita a cabeça no ombro dela sou eu. A brisa de fim de tarde acariciando minha pele. - Mas quero que saiba que estaremos aqui para tudo o que precisar. Nem palavras são necessárias em alguns momentos. Apenas um ombro amigo como apoio.

- Eu só tenho a agradecer. - fecho meus olhos, sentindo um focinho úmido cutucar meu joelho. Olho para meu cão, meu fiel companheiro e que me ajudou muito no logo  período de recuperação que tive. - Agora me fala, por que em alguns momentos você se perdia em pensamentos e fazia careta? Estava ruim o bolo ou o café?

Sei que ela pensava que ninguém estava olhando mas eu conheço minha amiga. Seu rosto não consegue esconder o que se passa dentro dela. Ela é como um livro aberto. E preocupação era tudo que ele demonstrava. Sinto - a respirar profundamente e então diz lentamente.

- Nancy voltou das profundezas do inferno, onde dela estava para pedir para ver a neta. - me arrepio sentindo um nojo ao ouvir o nome da mulher.

Quando a filha mais precisou, não estava lá para ela. Volta cinco anos depois, consegue entrar na escola para ver a neta sem o conhecimento da mãe e quase mata a menina no processo. Para no fim pedir dinheiro. Essa mulher tem uma pedra no lugar onde ficaria seu coração.

- O que ela quer agora? Ela despareceu facilmente e agora volta como se não fosse nada?

- Eu não sei. A escola onde Hope estuda é mais rígida em relação a segurança. Então acredito que ela não vá tentar vê - la novamente. - diz esperançosamente. - Já deixei avisado para não deixarem ela chegar perto dela. Ela foi no local de trabalho de Marcel acredita?

- Seu marido é um Lord. O homem não precisa gritar para ser ouvido. Então no momento tenho uma vaga ideia do que ele fez.

- Primeiro ela se fez de vítima. Dizendo que sua própria filha a esqueceu e que não deixa a avó ficar perto da neta. Como não funcionou. Foi pelo caminho que a levou até ali. Dinheiro. A mulher está devendo muito em jogos. Está desesperada.

Um medo irracional desce por minha espinha, me deixando frio de medo. Pessoas desesperadas fazem coisas desesperadas.

- Já pensou em uma medida protetiva?

- Não mas se ela tentar se aproximar novamente, é o que vou fazer! - aperto sua mão na minha.

- Estamos aqui para você.

- Eu sei!

Quando o Sol está deixando o céu com cores vívidas, entramos. Lavo as vasilhas de água e comida de Bob e as preencho. Marcel bate na minha porta as seis da tarde em toda a sua altura, roupas casuais, óculos de armação preta quadrada e um sorriso contido. Apertamos as mãos e recebo como forma de cumprimento alguns tapas nas costas. Com um beijo em meu rosto por parte de sua esposa, sou deixado sozinho. Somente eu e meu cão que tem a mania de tomar todo o espaço de meu sofá.

Quando fecho a porta, me deixo cair contra ela e me dou conta do que aconteceu hoje. Foi mais do que um enfrentamento entre mãe e filho. Foi um tipo de libertação contra as amarras do meu próprio preconceito. Do preconceito enraizado em minha mãe pela criação que teve. Foi um passo para longe do medo do que vão pensar de mim. O que importa é o que eu vou pensar de mim. Se vou ser para sempre esse cara dominado pelo medo que fui por tanto tempo.

E a leveza que me preenche agora é linda em tantos níveis. Que a vontade de chorar quase me coloca de joelhos. Mas eu me forço a sorrir. É só o começo. E além de minha própria liberdade, vou conquistar a confiança novamente do homem que amo.

[....]

A semana se passou em um piscar de olhos. Com tanto trabalho para adiantar, quase não vi James. Ele também estava ocupado então somente nos falamos por mensagens. Eram tão verdadeiras que era como se estivéssemos no mesmo ambiente, compartilhando um diálogo sadio. Mamãe não tentou entrar em contato comigo e nem eu queria. Estava machucado demais para não conseguir só gritar minhas frustrações com ela. E minha irmã ouviu pela primeira vez o coração do meu sobrinho ou sobrinha e está nas nuvens.

Olho para o teto limpando o suor do meu rosto. Ergo novamente minha perna a mantendo no ar por alguns segundos e logo fazendo o mesmo a outra. Volto a me deitar e respiro profundamente. Ergo meu tronco em um abdominal o máximo que consigo.  Olho para meu relógio de pulso e satisfeito por que consegui fazer os exercícios para o fortalecimento dos músculos, me sento. Passo as mãos por meus cabelos úmidos.

Os olhinhos castanhos me fitam sem piscar. Pego as muletas que estão encostadas no braço do sofá e me coloco de pé. Vou até meu quarto onde minha roupa para o dia estão arrumadas sobre a cama. Com uma toalha limpa vou para o banheiro. Me barbeio e tomo um banho. Já seco, volto para meu quarto e me visto. Sentado na cama coloco a meia de compreensão e a prótese. Espero por um instante para sentir que está tudo certo e pego minha carteira, óculos escuros e celular. E minha bolsa onde tenho os livros da infantis que uso.

Quando chego ao hospital, passo pelo mesmo processo. Brinco com o segurança e pergunto por sua filha que é uma das estagiárias do meu setor. Dou boas risadas com uma das recepcionistas com quem costumo conversar e logo a vejo. As vezes acho que ela me espera sempre no mesmo lugar. No corredor que dá acesso a ala infantil. O mesmo sorriso cordial, olhos castanhos claros brilhantes, coque bem feito e roupa que não tem uma linha fora do lugar. Já com o rosto dolorido de tanto rir, a abraço fortemente.

A considero como uma amiga fiel. Sua gentileza e boa vontade vão além desse prédio cinza e estéril. Quando fui para casa, ela fazia questão de levar bolinhos recheados para mim e me emprestar seu ombro delgado para eu chorar. Chorar a perda de um membro que antes não fazia ideia de quanta falta faria.

- Meu Deus! Eu amo seus sorrisos! - lhe pisco um olho.

- Eu também!

- Bobo! Hoje todas estão elétricas. E esperando muito ansiosas pelo tio Miley! - bato com a palma da mão aberta contra a bolsa.

- Eu vim preparado! E Jhony? O pai veio hoje?

Ela engole em seco. Nego suavemente me sentindo por um momento triste pelo menino. Que passa por um quadro de leucemia e só conta com a companhia da mãe. O pai viaja sempre a trabalho. E sei o quanto ele sente falta do homem.

Envolvo seus ombros e juntos vamos em direção ao lugar que além de ser uma distração para mim, foi responsável por parte da minha cura. Ler para essas crianças de idades, tamanhos e rostos diferentes me faz ver que o que aconteceu comigo não significou o fim da minha vida. Mas o início de uma forma diferente.

- Não sabe como sua ajuda aqui é fundamental. - há reverência em seu rosto. Aperto seu ombro dando de ombros.

- Não sou eu Mary! E sim as histórias. Elas tem o poder de transformar vidas.

- Dar seu tempo para eles...

- Não quero elogios senhorita! - Aperto seu nariz. E recebo um tapa de presente. Deus, quem diria que hoje eu seria tão aberto com as pessoas?

- Mas você merece! - rebate. Finjo não ouvir e no momento que chego na porta do quarto, uma chuva de gritos infantis me recebe. A alegria dessas crianças, é a minha. - Vai lá! - me empurra levemente e desaparece.

Está tudo arrumado. Os travesseiros coloridos, que mais parecem um colchão de tão grandes estão espalhados pelo chão. Sobre cada um deles, uma criança está sentada. Com seus pijamas de hospitais e as vezes com suportes para soros. Mando um beijo no que todos suspiram em conjunto e o pegam no ar. Rindo baixinho, me sento no centro com um pouco de dificuldade. Então após colocar minha bolsa ao meu lado, abro meus braços e todas elas se jogam sobre mim.

E ouvindo sobre seus dias, sobre como estão sendo fortes em seus tratamentos. Sorrio largamente e abro um dos livros que trouxe. Me desligando do mundo, me deixo ser o porta voz de bem estar. Aliviando por um pouco de tempo a dor que elas passam. Atrás das janelas vejo os pais que tem lágrimas nos rostos cansados de lutar mas que não desistem. Aceno levemente tentando dizer que vai ficar tudo bem.

Na hora do almoço, faço um lanche na lanchonete do hospital com Mary, Glenda e Patrick. Converso um pouco por mensagens com James que diz estar em uma missão de achar a cor perfeita para o quarto do pequeno Ben. Indiquei a cor verde água. É uma cor muito bonita e quem sabe a barriguda não o mude pela décima vez. Notei ela tentando olhar na tela do meu celular mas somente o guardei e bebi mais do suco natural de laranja maravilhoso que servem aqui.

Passei um pouco mais de tempo com as crianças e logo me despedi de todos. Minha mente em no garotinho que estava mais quieto do que o normal hoje. Andava tão distante em pensamentos, que não vi um corpo magro se chocar de forma brusca contra o meu. Ambos grunhimos, eu por ter caído literalmente de bunda no chão e ele por estar machucado. Muito machucado se parar para olhar bem. O que me deixou o observando por um tempo longo demais ainda no chão, construindo um clima pesado de constrangimento. O lado esquerdo de seu rosto está roxo e inchado. Ele me pega olhando e desvia o olhar, engolindo em seco, enfia as mãos pálidas e magras nos bolsos da calça de moletom surrada. A peça de roupa já viu dias melhores. Parecendo sair de um transe, olha para minha prótese e cambaleia com culpa estampada em seus olhos castanhos claros.

- Nada desse olhar garoto. Estou bem, só estava distraído e não te vi.

- Eu deveria olhar também para onde ando. - murmura envergonhado. Sorrio de lado me levantando do chão. Ele recua ao me vê de pé. Parece ter medo de minha altura.

- Eu disse que estava tudo bem garoto.

- Me desculpa de verdade. Eu...- estendo minha mão para cumprimenta - lo e ele literalmente se encolhe em si mesmo, levando as mãos para a cabeça. Quem recua sou eu, o coração se quebrando em meu peito.

- Eu não vou machuca - lo. - tento sorrir e sei que falho miseravelmente. Tentando deixa - lo confortável, mas ao ve - lo com o corpo tenso sei que não funcionou.

- Muitos me disseram isso. - diz baixinho mas tão amargamente.

- É mesmo? Você parece não acreditar muito. - ele ri baixinho, mas não há um pingo de humor no som.

- Advinha? Mentiram para mim. Eu tenho que ir.

Sem me dar tempo de falar algo se volta, dá a volta por mim e sai andando o mais rápido possível. Em um impulso, me vejo seguindo - o, seguro sua mochila. Assustado, ele pula e luta mas para ao ver que sou eu. Uma respiração aliviada deixa seus lábios ressecados. Vagarosamente pego em meu bolso, um dos meus muitos cartões com meus contatos e estendo em sua direção.

- Aqui. Se precisar...- há tristeza em seus olhos, se desvencilha do meu aperto sobre sua mochila.

- Eu não vou! - o cartão escorrega de minha mão, batendo no chão silenciosamente. O observo seguir seu caminho como se estivesse fugindo de algo.

- Merda! - procuro pelo estacionamento pelo meu carro. Olho para a fachada do hospital onde venho todos os sábados e com a imagem daquele garoto machucado em mente vou embora.

20/06/20

Por que não resisto a esse sorriso

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