Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

|| BÔNUS - MATHIAS

Engulo em seco e tento prestar atenção na aula. Sentado no mesmo lugar de costume, com Jordan ocupando a mesa ao meu lado, ainda assim me sinto diferente. Acho que são as roupas novas que ganhei de presente de sua mãe. No começo me senti muito constrangido, eu mal a conhecia por mais de algumas horas após voltar do abrigo onde fiquei por uma semana inteira. No entanto, não só a mãe dele como toda a família de Miley pareceu feliz em nos receber. Por isso vou fazer de tudo para não decepciona - los, vai que eles nos devolvem. Vou continuar trabalhando, tirando boas notas e falando o menos possível.

Uma sensação de leveza se apodera de mim ao saber que não terei que voltar para casa. Seja o que for que aconteceu, Sandro foi embora da cidade e deixou papéis assinados que passavam nossa guarda para Miley. Ouvi isso enquanto me esgueirava perto das portas do pequeno escritório do lugar. Sei que é feio escutar atrás das portas mas não iria ser pego de surpresa novamente. O bem estar de Matteo depende disso e minha paz de espírito também. Se nos separarem, não sei o que faria da minha vida. A informação foi confirmada por Miley, meu novo guardião. Ele sentou comigo e me explicou como seria minha rotina e de Matteo em nossa nova casa. Até brincou que poderia chamar ele de pai, pois não ligaria. Ri até minha barriga doer do modo como disse.

Uma risadinha irônica chega até meus ouvidos e mesmo sem me virar, sei a quem pertence. Mas continuo a focar minha atenção na aula de biologia. No entanto, uma bolinha de papel acerta meu ombro e é como se estivesse tentando novamente arrancar uma reação minha. Mas não ligo, fecho minhas mãos em punhos. Não posso arrumar uma briga no meu primeiro dia de aula após quase três semanas em casa, me recuperando de uma fratura em uma costela minha e também não quero deixar Miley triste. Ele parecia tão feliz em nos receber em sua casa dias atrás. Minha garganta se fecha tamanha a emoção.

Ele as vezes se comporta de forma... única. Penso que deve ser um jeito só dele. Fazendo piadas sobre tudo, me abraçando quando menos espero e sorrindo ao cantar uma canção infantil, até quando Matteo tem uma dor de ouvido, por exemplo, como aconteceu dois dias atrás. No começo, quando ele começou a se mexer de maneira erratica e a puxar a orelhinha, eu fiz de tudo para que ficasse quieto. Sandro não suportava ouvi - lo chorar e não queria chatear o homem que me acolheu de braços abertos e seu namorado que é muito legal com a gente. Mas não consegui conte - lo por muito tempo. Meu irmão não só não parou de chorar como quase arrancou a orelha fora. Miley bateu na porta perguntando o que estava acontecendo e quase em pânico disse que achava que ele estava com dor. Ele perguntou se poderia entrar. Sem alternativa, permiti. Ele vestia apenas uma calça de moletom e nada mais. Pegou meu irmão dos meus braços pacientemente e o levou para seu peito. Diminuiu seu choro por um momento mas não durou por muito mais que alguns minutos. Vinte minutos depois, estávamos indo para o hospital e pela primeira vez permiti que alguém segurasse minha mão. James ficou comigo enquanto Matteo era atendido pelo mesmo pediatra dos sobrinhos dele. Meu irmão estava com uma infecção no ouvido. Foi medicado e enviado para casa. O que foi feito em silêncio mas eu nunca tirava meus olhos dele.

"- Tem algo nos meus dentes? Ou baba no canto de minha boca? - perguntou preocupado. Mas pelo pouco tempo que estou vivendo com ele, sei que está brincando. Seguro a risada que quer me escapar com força. - Oh, já sei, sou muito lindo para que seus olhos resistam a mim. Não consegue desviar o olhar não é?

- Meu Deus amor! Quem vive te enganando desse jeito?

- Minha mãe logicamente e você, quando...- ele engasga quando recebe um beliscão no braço. Tapo minha boca para não rir alto e acordar meu irmão dormindo no bebê conforto ao meu lado. - Não precisa bater! - recebe apenas um bufar do namorado.

- Você não tem travas na boca! Simples.

- Parei amor! - lhe pisca um olho. Seriedade cobre seu rosto. - Hum...você está bem Mathias?

Aceno rigidamente.

- Obrigado por cuidar do meu irmão!

- Não agradeça! Ele estava doente e o levei para o hospital, fim.

- Prometo que não vamos dar trabalho. - disse com a garganta apertada. Senti a necessidade de reafirmar o que lhe disse no dia que cheguei em sua casa e chorei em seus braços.

- Vocês não dão trabalho garoto! - me pisca um olho claro. - Só faça uma coisa por mim?

- Sim! - digo ansioso.

- Seja feliz."

- Pensamentos apaixonados Mathias? Quem te deu essas roupas? Seu namorado?

- Eu não tenho namorado. - murmuro anotando as coisas essenciais.

- Tá com raivinha é? Te magoei? Que pena!

Nosso professor que é uma versão magricela e pálida do Clark Kent, ainda de frente para o quadro, se vira nos observando por um segundo ou dois. Mas nada faz. Típico.

- Estou falando com você donzela! Tirou férias é? - o garoto arrogante que apanhou do meu livro de física meses atrás, não desiste. Ele quer uma briga, mas de mim não terá nada.

- Não é da sua conta!

Por um momento ele não diz nada e quando penso que vai enfim se dar conta de que até sua voz é insuportável, ele se vira na outra direção. A aluna nova que não falou com ninguém desde que chegou, a não ser se apresentar para os professores quando pedem, se encolhe ao ver que virou alvo de um garoto que não tem mais o que fazer da vida. Mas em sua postura não vejo medo, mas assim como eu, talvez não queira se envolver em confusão.

- Lucy não é? - a menina o ignora. Quase enfiando o rosto nos livros. Ele bufa. - Me disseram que era analfabeta. - diz alto e com um tom de deboche que me esquenta o sangue.

A garota deixa o lápis cair e olha sem acreditar para ele. Sua turminha o acompanha nas gargalhadas. Estou pronto para defende - la, quando se ergue. Ela é alta e magra. Possui cabelos escuros como a noite e tem traços indígenas. A deixando linda.

- Não sei de quem ouviu isso, amigo. - desdenha da última palavra dita. - Mas ser disléxica é diferente de ser analfabeta. Te aconselho a se informar direito sobre as coisas antes de sair por aí dizendo o que não sabe!

Enquanto fuzila a garota com um olhar, seus amigos tiram sarro dele. Eu estou me segurando para não rir. Jordan já desistiu, posso ouvi - lo engasgar com a própria risada ao meu lado. Ela se vira para se sentar em seu lugar e faz questão de jogar seus cabelos no rosto de Bryan.

- Sem bagunça na minha aula garotos! - o professor enfim se manifesta e reviro meus olhos.

- Cara, ela tem que ser nossa amiga.

- Jordan, não!

- O que? - sussurra ao mesmo tempo que escreve algo em seu caderno. - Eu sou bom em fazer amigos, admita!

- Você praticamente se enfiou na minha vida.

- E você gostou, aposto! - o ignoro pelo restante das aulas.

Como sempre faço vou para a biblioteca na hora do intervalo. Senti falta só lugar que era mais meu abrigo que minha própria casa. As mesas de madeira escura e bem polidas, as estantes sempre muito bem organizadas, a iluminação perfeita para o lugar. A cadeira a minha frente faz um baque alto e arregalo os olhos vendo - o se jogar diante de mim. Recebemos um olhar de repreensão da bibliotecária que é uma mulher de meia idade baixinha.

- Precisava desse escândalo todo? - digo baixinho.

- Ela me adora! - acena animadamente para a mulher, que se vira e se enfia no meio das dezenas de estantes do lugar.

- Veja como ela te ama!

- Isso foi uma tentativa de piada? Oh meu Deus! Meu amigo fez sua primeira piada. - diz dramaticamente.

- Silêncio meninos!

- Ops! - sua atenção se fixa em um ponto atrás de mim. - Alvo a vista!

- Alvo? - nem terminei de falar e já está fora de sua cadeira. Mais uma vez fazendo barulho. Vamos ser expulsos daqui. - Ei Martha, posso me sentar com você?

- Não!

- Obrigado, vou pegar a cadeira da frente ok?

Me levanto pronto para tirar - lo de lá. É bom quando as pessoas respeitam nosso espaço. Martha me olha de cima a baixo de maneira crítica.

- Leva seu amiguinho daqui antes que eu o chute, não vão fazer brincadeiras comigo. Não já chega o tal do Bryan?

- Não somos amigos dele! Somos os caras legais.

- Sim, as roupas dizem muito. - Jordan fica mortalmente sério.

- É injusto nos julgar pela roupa que vestimos. - a secura em sua voz diz que ela tocou em algo dolorido. Vejo - a engolir em seco, olha para seus livros espalhados pela mesa por um tempo.

- Vamos Mathias! É isso que a gente ganha por querer ser legal!

Mal chegamos a nossa mesa, a garota grita fazendo algumas pessoas reclamarem. Sinto que ela e Jordan farão um bom par. Dois escandalosos.

- Espera! - quando está perto de nós, baixa o tom de voz. - Desculpa. Estou na defensiva, o tal do Bryan me tirou do sério mais cedo.

Meu amigo a observa por um segundo, para logo abraça - la e rir como uma criança em manhã de Natal.

- Cara você acabou com ele. E tipo, sem gaguejar. - ele parecia fascinado. Quando está séria, ela é bonita mas quando sorri como agora, ela fica linda. - Sabia que meu amigo aqui ensinou um pouco de física para ele um tempo atrás.

- Jordan...

- Ela precisa saber cara!

- O que?

- Ele bateu no Bryan com um livro de física! - conta como se fosse um grande feito. Lhe dou um sorriso tenso. Ela me surpreende rindo histericamente.

- Os três fora da minha biblioteca.

Juntamos nossas coisas e observo os dois palhaços rindo como loucos. Dou um sorriso de desculpas para a mulher e deixamos a biblioteca. Meu estômago ronca me fazendo parar e pensar no que vou comer. Não tenho dinheiro, meu último salário foi todo para meu irmão.

- O que vamos comer cara? - entramos no refeitório.

Como já passou um pouco do horário, há poucos alunos no lugar. Mas Bryan e seu grupinho rindo como um bando de hienas me faz repensar se vou ficar para acompanhar Jordan e sua nova amiga que conversa com ele como se se conhecessem há anos.

- Não tenho dinheiro. - sussurro.

- Tem sim. Tio Miley me mandou uma mensagem avisando que colocou em sua mochila.

- Como? - viro minha mochila e vasculho dentro dela. E realmente tem dinheiro aqui. Solto o ar com força dos meus pulmões para não chorar.

Pegamos cada um, a bandeja com tudo o que queremos e nos sentamos em uma mesa perto das enormes janelas do refeitório. Jordan não tem problema nenhum em conduzir uma conversa, por isso não me incomodo em participar dela. Martha parece muito a vontade com a gente. E descubro que ela ganhou uma bolsa para estudar aqui, que o pai trabalha em um canteiro de obras e que a mãe os deixou há anos. Jordan conta que ama os pais, fala sobre o irmão mais velho que faz tudo por ele. O loiro alto, que não é muito de falar.

- E você Mathias?

- Eu o que? - digo suavemente após beber um pouco de suco. Não queria contar minha história ferrada.

- Sua história. - pisca - me um olho escuro.

- Tenho um irmãzinho. - não consigo não sorrir ao me lembrar dele. Que nesse momento está em uma creche. 

- E?

- Tenho ótimos pais! - dou de ombros olhando para o restante do meu sanduíche.

Eles ainda não sabem, mas são meus pais. Os vejo assim, só não tive coragem de chama - los desse jeito. Aposto que Miley queria me deixar a vontade quando sugeriu que o chamasse assim. Mas ele fez por mim o que meu pai biológico nunca fez. Me proteger, me dar segurança e me fazer rir também. Na casa onde morava antes, nunca teve riso fácil ou conversa. Eram sempre os seus punhos que falavam contra minha mãe e eu.

- Que legal cara! - diz. Jordan me observa quietamente com um sorriso completo no rosto.

Voltamos para a aula. Essa era de física, quando peguei meu livro os debochados não deixaram de rir. Martha se senta agora entre mim e Jordan. Bryan não falou mais com a gente e o restante do dia se seguiu assim.

Na entrada da escola, no meio de tanta gente entrando nos carros dos pais ou embarcando nos ônibus, avisto um carro em especial. Mas preciso olhar duas vezes para saber se estou vendo corretamente. Jordan ri alto ao meu lado. Martha se despede de nós e entra no ônibus.

- E aí garotos? Estudaram bastante? - o sorriso largo está lá.

- Oh meu Deus! Ele veio mesmo te buscar. - comenta ao meu lado. Sinto meu rosto quente, mas no meu coração me sinto querido. Sandro ou minha mãe nunca vieram me buscar.

Ele desce do carro usando uma bermuda jeans escura, camisa branca e tênis, sua prótese nítida. Vejo algumas pais e alunos olharem para ele com algum tipo de pena e lanço um olhar feio para elas. O homem que fez questão de vir me buscar na escola, parece não se importar com a maneira como outros olham para ele. E um tipo cru de orgulho preenche meu peito.

- Você vai com a gente? - na mesma hora o carro de seu irmão surge bem atrás do Miley.

- Não cara, até amanhã!

Aceno em despedida. Caminho lentamente para onde ele está. Minhas mãos estão nos bolsos, sinto que tremem demais.

- Como foi a aula? - entro no banco da frente.
Espero que dê a volta e ocupe seu lugar no banco do motorista.

- Foi boa.

- Só boa? - após colocarmos o cinto de segurança, dá partida deixando o estacionamento da escola.

- Jordan fez uma nova amiga. - olho para a rua através do vidro.

- Só o Jordan?

- Talvez eu também. - confesso meio a contra gosto.

Ele ri.

- Quer ouvir música?

- Posso? - digo ansioso. Sandro nunca me deixava fazer nada. Assistir TV ou ouvir músicas. Principalmente as clássicas.

- Claro! Eu gosto de música Folk, James odeia mas não ligo. Ele me ama sabe?

- Ele diz que não! - me permito brincar um pouco.

- É o charme dele. Que tipo de música gosta?

- Clássicas...- murmuro baixinho. - Maa Sandro...- me calo. Vejo suas mãos apertarem o volante com força.

- Não tenho música clássica mas podemos testar as minhas primeiro certo?

- Certo.

- Se você gostar, James vai morrer! - ri alto.

Ainda dirigindo, me ensina a ligar e a selecionar a sua playlist favorita. E pelo restante do caminho que penso ser para casa, ouvimos as canções. Uma mais bonita que a outra. Percebo que estamos indo para o centro.

- Não vamos para casa?

- Não, vamos ao shopping.

- Hum... não tenho dinheiro. - digo rigidamente. Não quero que fique gastando comigo.

- Eu sei. Mas precisamos decorar seu quarto.

- Posso ficar no mesmo quarto que meu irmão. - digo em um fio de voz.

A emoção de ter um canto só para mim quase me sufocando. Mas tenho medo de aceitar e ser tudo um sonho. Um sonho do qual vou acordar com a bota de Sandro batendo contra meu ombro e ouvindo o choro do meu irmão.

- Olha, minha ruiva está nesse momento testando os limites do meu cartão comprando as coisas para o quarto do seu irmão. - leva a mão ao peito. - É você quem vai dizer para ela que vai ficar junto com ele? Ela é meio perigosa sabe? - finge estar com medo.

- Não, obrigado. - finjo estremecer.

Ele ri estacionando na frente do maior shopping da cidade. Dentro dele há lojas de tudo quanto é tipo. Nunca pude vir aqui mas li em uma revista que o dono caminha entre nós. Que quando precisa trabalha junto com os funcionários.

- Está pronto?

- Acho que sim! - tento me controlar. Mas tenho vontade de sair gritando de emoção por todo o lugar.



16/07/20

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro