01 | A OUSADIA DE OAKLAND
QUEM DIRIA QUE ela estaria naquela situação. Ela sabia que o capitão Morgan, o comandante da base da Marinha, tinha um filho, um jovem chamado Helmeppo e aproximar-se do filho, poderia ser uma maneira de ganhar acesso à base e, possivelmente, encontrar o mapa que precisava. Aquele pedaço de papel poderia fazê-la encontrar o que tanto procura para ter um pouco de paz em sua mente perturbada.
Era uma ideia que a deixava horrorizada: Annika teria que fingir um relacionamento com o filho do Capitão Morgan para obter acesso à base. Era um plano arriscado e moralmente desafiador, mas Annika sabia que não tinha muitas opções. Ela deu uma maneira do garoto de cabelo engraçado e personalidade engomada acompanhá-la em uma caminhada pelo vilarejo. E quem dera aquela fosse sua terra natal, ela saiu de lá depois que comeu aquela maldita fruta e causou um mar de sangue.
— Meu pápi é praticamente dono de tudo isso. — ele continuava balbuciando enquanto a garota de cabelos roxos apenas assentia com um sorriso falso no rosto. — Vamos entrar ali, podemos comer de graça já que meu pápi...
— Sim! — interrompeu rapidamente, cansada de ouvi-lo falar sobre seu próprio pai como se fosse um Deus. — Vamos, gosto de Tteokbokki.
— Sério? É só arroz. — riu escandalosamente entrando no local e fazendo questão de segurar em sua cintura.
Talvez ela vomitasse.
Ele cumprimentou os outros guardas da Marinha como se fosse um príncipe respeitado. Sem perceber, ele a empurrou, fazendo esbarrar em uma garotinha que segurava um prato de comida.
— Oh, desculpe, querid... — ela sentiu seu braço puxado para trás e Helmeppo gritar com a menina.
— Sua garota estúpida! Olha que você fez? Sua animal!. — disse pisando na comida que estava no chão. — Olha por onde anda! Tá cega?
— Ei, não precisa disso. — pediu Annika tentando se manter calma.
— Ela me desrespeitou.
— E? — ele iria retrucar ela, mas ambos ouviram uma voz meio rouca chamando a atenção.
Era Roronoa Zoro, um caçador de piratas.
— Você pisou na minha comida e você deveria andar com gente melhor. — ele tinha cabelo verde e carregava três espadas.
— Aham, obrigada pelo conselho. — murmurou Annika. Ele iria arruinar seus planos.
O homem se abaixou e comeu a comida do chão.
— Bom, delicioso. — ele colocou um pouco de alimento de volta no prato e se levantou, oferecendo para os dois. — Agora, vocês comem um.
— Eu? O que eu fiz? — quem era aquele idiota?; Ele apenas deu os ombros. — Tá, quer brincar, ok? — ela pegou um pedaço da comida e comeu.
Que engraçado, não tava ruim.
— Uma delícia. — ele estava no mínimo surpreso. Ela não era uma rica mimada que estava saindo com um marinheiro imbecil? — Vamos?
— Que nojento! Viu o que fez? A intimidou até que ela comesse! — Annika franziu o cenho para o loiro.
Ela só queria ir pra base logo.
— Deixe isso pra lá. — tentou pedir.
— Eu não sou que nem você, garota burra. — ela olhou para ele com ironia e se afastou. Aquilo era sério? — Você sabe quem eu sou?
— Um marinheiro imbecil com um cabelo ridículo. — Helmeppo não aguentou aquela ironia, então puxou sua espada.
Annika revirou os olhos e pegou uma vassoura.
— Eu não faria isso.
— Ah, vamos lá, seu durão. Três espadas? — deu uma risada estranha. — Eu só preciso de uma.
— E eu de uma vassoura. — respondeu a garota dando uma batida na cabeça do loiro que desabou no chão.
— EI! Eu não preciso que lutem por mim. — gritou o de cabelo verde que recebeu um sorriso de lado.
— E quem disse que foi por você? — indagou vendo os outros marinheiros se aproximando. Annika, com sua agilidade aprimorada pela fruta do Diabo, que havia consumido, se moveu com uma velocidade surpreendente. Ela esquivou-se dos golpes dos marinheiros, desviando-se das tentativas de agarrá-la. Com um movimento fluido, ela chutou um dos marinheiros que estava prestes a atacá-la pelas costas, enviando-o ao chão. — Vai ficar parado? Você começou isso!
Dando um suspiro, o outro pegou o banco que estava sentando e jogou nas pernas de um dos marinheiros, o derrubando. O próximo iria atacá-lo mas ele desviou e o empurrou direto pra mesa. Outro veio correndo, mas Annika fez o mesmo em sua direção e o acertou no meio do peito com um chute.
Pegando umas três facas em cima do balcão, ela atirou em outros enquanto o seu aliado indesejado derrubava alguns. Concluindo a luta com os marinheiro e Helmeppo que tinha se levantado, Helmeppo foi posto contra a bancada.
— Mandaram bem. — elogiou um garoto de chapéu de palha que recebeu um sorriso de lado de Annika que passou pelo mesmo e se aproximou de Zoro ainda segurando seu "passe para a base".
— Sua mocreia traidora. — Annika deu os ombros enquanto Zoro o dava uma sacudida, o assustando. — Não me mate, por favor. Meu pápi, pode dar qualquer coisa que você quiser.
Espera, ele não estava com medo dela? Ela não iria conseguir dessa forma.
Chutando as pernas de Zoro e puxando uma de suas espadas, ela o afastou enquanto ele a olhava em puro choque. Helmeppo tentou escapar mas ela o segurou com uma das pernas que para a sua surpresa, era forte demais.
— O que pensa que está fazendo? Me devolve! — pediu com raiva em sua voz.
— Não é nada com você, alface, é com ele. — disse apontando a katana branca para Helmeppo. — Você tem medo que ele te mate, mas enquanto a mim? — perguntou colocando a lâmina perto da garganta do loiro que tremeu assim que sentiu o contato frio. Os olhos dele estavam arregalados, seu coração parecia uma bomba e estava um poço de suor.
Quem diabos era aquela garota?
— Tá bom, tá bom, vocês dois, não me matem! Meu pai é o capitão Morgan, ele é responsável por essa base da Marinha. Eu levo vocês até ele e vocês pedem o que querem.
— Ótimo. — sorriu e assim que Zoro viu ela afrouxar o aperto, a puxou e tirou sua espada dela.
— Nunca mais toque nisso!
Annika sorriu, seus lábios se curvando em um sorriso ladino que iluminava o seu rosto. Seus olhos, meio ocultos sob os cílios escuros, brilhavam com uma cintilação de malícia e travessura. Era como se ela guardasse um plano astuto que estava prestes a ser revelado.
(...)
Ela estava de prisioneira agora, uma mudança radical, mas melhor do que a primeira opção.
— Eu já sei que mandou quatro dos meus homens pro pronto-socorro e você, senhorita, cinco. — comentou o Capitão Morgan, um homem muito alto e musculoso, intimidando com o cabelo loiro e uma mandíbula de aço, enquanto soldava o seu machado, que estava no lugar de uma de suas mãos.
— Eu fiz? Oh, desculpe. — disse fingindo uma voz angelical na qual Helmeppo e Zoro a olharam estranhando.
— Diz isso com sarcasmo, você é bem corajosa — continuou enquanto Annika forçava outro sorriso, como se estivesse tudo sobre controle. — E você, não usou nem a espada, impressionante. — se direcionava para Zoro.
— Eu não estava afim de causar. — Annika escondeu um riso com a fala do homem ao seu lado.
— Roronoa Zoro, o demônio. — comunicou ficando na frente dos três. — E...
— Annika Oakland.
— A ousadia de Oakland... uma pena que nunca ouvi falar de você.
— Vim da Maré Vermelha. — disse se lembrando do nome que seu vilarejo ganhou depois daquela noite.
— Ah sim, é assustador como dizem? Existe a tal dama de sangue?
— Não sei, talvez. — respondeu inclinando um pouco seu rosto pro lado.
— Uhm. — ele parecia pensar.
— Se for tudo a mesma coisa, vou pegar minha recompensa e sumir. — avisou Zoro indicando para o saco ao seu lado que tinha um corpo de um pirata em pedaços.
— Terá sua recompensa. Mas primeiro, você, querida, precisa ser punida.
— O quê? — fingiu ter desespero em sua voz.
— Leve-a, desta vez sua coragem não vai te salvar. — marinheiros a puxaram para fora da sala enquanto Morgan ainda conversava com Zoro.
Eles a levaram para uma prisão, até o dia de decidirem sua morte. Ela até poderia fugir naquele exato momento mas tinha medo de abusar demais de suas habilidades e ter um descontrole, então passou uma noite. Mas ela não dormiu, ela observou cada detalhe do ambiente e pensou em sua mãe, Colette. As lembranças de sua mãe eram um conforto e uma fonte de força para ela, mas também uma lembrança constante de sua missão. Annika se lembrava do rosto caloroso de sua mãe, do jeito como ela a segurava quando era criança e das poucas horas que tinha para brincar por causa do emprego. Ela podia ouvir a voz suave de Colette quando ela cantava para ela. No entanto, essas memórias eram acompanhadas por um profundo sentimento de perda e raiva. Annika não podia deixar de se perguntar por que sua mãe havia sido tirada dela tão brutalmente. Ela prometera a Colette que encontraria vingança, que honraria seus sonhos e que encontraria um lugar seguro para chamar de lar.
No dia seguinte, Annika sentiu seu rosto quente por causa da pouca luz que drenava na cela. Ouvindo um barulho de passo, ela botou seu novo plano em prática. Ela fingiu estar fraca e doente, chamando a atenção dos guardas. Suas tosses era tão realistas que um dos guardas se aproximou dela, abrindo a cela para verificar sua condição
— O que há de errado com você, garota? — Annika tossiu ainda mais fingindo se contorcer.
— Preciso de água... por favor... — o guarda, acreditando que Annika estava realmente doente se afastou para pegar água e foi o suficiente para ela se aproximar sorrateiramente e com um movimento rápido e preciso, Annika agarrou o guarda por trás e tapou-lhe a boca com uma das mãos para evitar que ele gritasse. O guarda, surpreso e momentaneamente sufocado, lutou para se libertar, mas Annika o imobilizou com sua força sobrenatural. O segundo guarda, ao perceber o que estava acontecendo, tentou reagir, mas Annika usou o primeiro guarda como escudo, impedindo-o de atacá-la. Ela se manteve calma e determinada.
— Fiquem quietos, ou isso vai ficar ainda mais desagradável. — vendo que estavam em desvantagem, concordou em não fazer barulho, temendo a força de Annika. Ela os desarmou e os deixou inconscientes antes de escapar da cela, continuando sua busca pelo mapa do Grand Line.
Caminhando de volta para a sala do Capitão Morgan, ela viu uma guarda de cabelo laranja e se escondeu. Vendo a barra limpa, ela voltou ao seu caminho. Chegando a sala, ela verificou se estava vazio, então, sorrindo e saltitando, ela se aproximou da mesa.
— As coisas andam bem demais. — murmurou enquanto procurava por algo e foi quando seus olhos avistaram o cofre na parede.
Ela caminhou até lá e se agachou, e como não sabia a senha, respirou fundo.
— É só uma vez, vai ser moleza. — sussurrou fechando os olhos e abrindo novamente com os olhos da cor verde brilhante. Sua força ficou anormal e com as mãos, puxou com tudo, quebrando o cofre no processo.
Dando certo, ela comemorou pegando o seu precioso mapa.
— EI! — levantando a mão pra cima com o papel enrolado, ela se levantou de costas. — Eu tô levando você sob custódia por invadir uma base da Marinha.
Se virando, ela franziu o cenho ao ver a mesma guarda de antes, com um garoto atrás.
— E ele?
— Uh? Ah, ele...
— Ei, você é a garota do bar, não é?
— Ah, o fofinho. — cumprimentou acenando com a mão livre.
— Gostei disso. Valeu. — sorriu abertamente. — Você conseguiu fugir deles? — ela assentiu, notando o olhar de confusão na alaranjada. — Você deveria ter um motivo pra fazer tudo aquilo. Você é uma garota bem durona.
— Obrigada? E quem é você?
— Eu sou Monkey D.Luffy e eu vou ser o rei dos piratas. — Annika olhou para a garota, ela já tinha sacado que nenhum dos dois era guarda.
— Nami. — bufou sem saber o que fazer.
— Legal. Monkey D. Luffy, Nami, que a sorte esteja com vocês. — disse agindo rapidamente e pegando a porta do cobre e jogando sobre os dois, os derrubando. Ela ouviu os grunhidos enquanto passava por eles.
— EI! Isso não foi legal! — ouviu Luffy dizer, mas ela saiu da sala sem falar nada. Ela ainda não acreditava que tinha conseguido o mapa do Grand Line. Seu coração batia forte de expectativa, e ela estava confiante.
Mas então sentiu uma presença hostil ao seu redor, mas era tarde demais para recuar. Antes que pudesse reagir, ela sentiu alguém a empurrando para dentro da sala novamente, e sentiu seu corpo ser segurado por Luffy e Nami. Os três ficaram com os olhos arregalados ao ver o Capitão Morgan, pronto para usar seu machado neles.
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