Capítulo 4
Raphael narrando.
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Mais um dia em um bar qualquer nessa cidadezinha chata, meus dias tem sido assim. Na parte da manhã eu procuro algo para fazer pois preciso de grana e a noite eu gasto tudo que ganhei durante o dia com cerveja barata, batata frita e frango. Mas eu preciso de grana para juntar, imagina volta pra Califórnia sem nada? Seria um desastre e sem contar que tenho uma dívida a pagar e não é nada barata, mas não posso fazer muita coisa pois preciso comer e beber e o pouco que ganho não dá para quase nada e até agora não achei nada fixo. Estava fazendo uns serviços na casa do Roy pai da maluca que me pediu para ser seu "namorado de fachada" agora você vê, eu um burro velho entrando em papinho de casal com amor impossível. Enfim, estava trabalhando lá mas parece que já fiz tudo que tinha para fazer, agora eu sou meio que um faz tudo e me ofereço para fazer qualquer trabalho na casa das pessoas, de levar lixo para fora até limpar calhas entupidas com folhas de árvores.
Hoje o garçom me falou que teria música ao vivo de uma banda de jovens locais, mas desde que eles chegaram eu percebi que um dos integrantes está alterado e jogando alguns instrumentos. Reviro os olhos pra grosseria dele e volto a prestar atenção na garçonete linda para um caralho que circula pelo bar. Levanto a mão chamando sua atenção só para ter o prazer de tê-la em minha mesa, abro um sorriso e ela levanta uma das sobrancelhas.
— Mais uma cerveja? — Ela pergunta e eu concordo.
— Você é muito bonita.
— Obrigada por isso. — Sorri meia sem graça e vejo que ela não está confortável, então prefiro tirar meu time de campo e não flertar mais.
— Pode me trazer também mais uma porção…
— Eu não canto mais nessa merda, quer saber se virem! Eu estou caindo fora. — O cara da banda que estava alterado grita chamando toda a atenção do bar e uma menina negra com cabelo bem curtinho levanta e empurra ele.
— Ótimo, nós não precisamos de você. Já queria sair há muito tempo, só estava procurando uma desculpa e outra coisa se você tocar nos instrumentos novamente eu vou quebrar a sua cara. — Uau, ela é fodona.
— Mete o pé. — Um outro cara diz e o briguento sai do bar bufando de raiva.
— Esse menino sempre foi tão problemático. — A garçonete diz e balança a cabeça.
— Sempre tem um para foder com tudo. Voltando, eu queria uma porção de frango também além da cerveja.
— Ok, volto em poucos minutos. — Ela se retira e eu fico vendo o desenrolar da banda que está conversando com o dono do bar.
Parece que o carinha nervoso era o vocalista e eles não tem mais como tocar. Eu preciso de grana eles provavelmente ganham alguma coisa e eu não sou de todo mal cantando.
Me levanto e vou até eles.
— Não vão mais tocar? — Pergunto como quem não quer nada e a menina que empurrou o outro cara nega com a cabeça.
— O otário nos deixou na mão.
— Eu posso tocar no lugar dele se quiserem. — Digo e eles se entreolham.
— O que você acha Robert? — Um cara baixinho e gordinho pergunta ao dono do bar que dá de ombros.
— Vocês precisam tocar, eu prometi música ao vivo o povo gosta de vocês ou tocam ou me devolvem a grana.
— Tudo bem. — A garota diz e Robert se afasta.
— Eu sou Luanda, esses são Paul e Zac. Paul é o baterista, Zac o guitarrista e eu fico no teclado. O que você precisa saber sobre a banda? Bom ela se chama The Angel's e nós tocamos de tudo um pouco, passamos uma lista para as pessoas do bar e elas vão colocando as músicas que querem ouvir e nós tocamos as que sabemos, na maioria das vezes nós sabemos todas. E recebemos por isso, a grana é dívida igualmente, bom para você?
— Ótimo, quando começamos? — Pergunto e jogo o microfone o pegando no ar.
Na Califórnia todo menino tem o sonho de formar uma banda de garagem, eu toquei em uma até meus dezesseis anos mas parei pois nós não tínhamos grana para comprar instrumentos, mas continuei cantando na rua para ganhar uma graninha eu cantava enquanto um cara mais velho tocava guitarra era um bom meio de ganhar dinheiro.
— Tudo pronto Paul? — Luanda pergunta para o cara baixo e gordo. O outro é alto e cheio de espinhas com certeza não tem mais que 18 anos.
— Pronto. — Luanda pega o microfone da minha mão e subimos no pequeno palco ela fala algumas coisas com os clientes que aplaudem animados eles parecem mesmo ser bem famosinhos aqui.
— E eu queria dizer também que Otávio não faz mais parte da banda e que por hoje quem irá cantar no lugar dele será… — Ela me olha e eu passo o braço pelo seu pescoço e chego a boca perto do microfone.
— Raphael. — Opa parece que os clientes curtiram.
Luanda pega o papel que havia passado pelo restaurante com os pedidos de músicas e a primeira da lista é Just A Dream do Nelly. Eles me olham para saber se eu sei e quando dou minha confirmação nós começamos a tocar.
No meio da música eu pego Luanda pelo braço e a giro no palco enquanto danço e canto. Ela sorri e os outros também, a porta do bar é aberta e um pequeno grupo de jovens adentra o local entre eles estão Stefan e Emanuelly.
No final do pequeno show eu estou na merda e logo Zac nos traz água e eu tomo toda a minha garrafa.
— Você é algum tipo de anjo? — Paul pergunta e aperta meus ombros me balançando.
— Por quê?
— Cara, você não viu o que fez? Você nos salvou de uma merda e ainda nos fez ter uma das nossas melhores apresentações. — Ele diz animado e eu dou risada.
— E você fez a Luanda dançar, nós nunca conseguimos isso. — Zac diz e em resposta leva um soco no ombro.
— Angel's, como vocês estão? — Emanuelly pergunta assim que se aproxima e logo é cumprimentada por todos, segundos depois o irmão dela e mais duas garotas se aproximam, a mesma que estava com ela quando fui empurrado na piscina e uma outra menina que eu não conheço.
— Agora estamos ótimos, Otávio nos deixou na mão mas fomos salvos pelo mais novo vocalista da banda. — Mais novo?
— Você canta muito bem. — A menina que não conheço diz e abre um sorriso de flerte.
— Valeu. Hã, eu vou ir até o bar beber alguma coisa, podemos conversar mais tarde? — Pergunto me referindo ao pessoal da banda e eles concordam com a cabeça.
Vou para o bar e me sento em um banquinho peço uma nova cerveja e abro com o dente e bebo direto da garrafa.
— Uma Coca-Cola por favor. — Emanuelly diz assim que se apoia no balcão ao meu lado, o cheiro de frutas vermelhas entra pelo meu nariz e me pego respirando ainda mais fundo, está com um perfume diferente do dia que ela me jogou na piscina, naquele dia ela estava cheirando a bebê.
— Aqui está.
— Obrigada. — Ela responde e olha para mim. Lá vem. — Você até que canta bem.
— Obrigado. — Não dou o braço a torcer e vejo que ela tem mais alguma coisa a dizer mas não puxo assunto.
— Eu pago. — Ela diz de repente e eu tenho que olhar para seu rosto para ter certeza que ela estava falando comigo.
— O que?
— Se você aceitar ser meu namorado de fachada eu pago por isso. — Dinheiro nunca é demais ainda mais em minha situação.
— Colocando dinheiro no meio a coisa fica mais interessante. — Digo e ela me olha com aqueles olhos cor de mel.
— Sempre soube que você faz tudo por dinheiro.
— Mas é claro, se você me paga eu estarei fazendo um "serviço" sem me pagar eu estaria fazendo um favor e eu não faço favores.
— Ótimo, podemos conversar amanhã?
— Com certeza, nova namorada. — Digo e dou um beijo em sua bochecha antes de me afastar e ir até a banda resolver esse negócio de novo vocalista.
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Espero que estejam gostando minha gente, comentem digam o que estão achando e adicione na biblioteca para não perder as atualizações.
Sei que o capítulo ficou um pouco pequeno mas é que eu queria postar logo. Os próximos serão bem maiores 🥰♥️
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