Capítulo 18
Meu amigo está indo embora pois sua ex namorada a mãe de sua filha ligou e o quer na Califórnia o quanto antes, fico esperando enquanto Justin joga sua mochila no banco de trás da sua velha caminhonete, ele ficou com o carro depois que seu pai foi morto a tiros pelos traficantes rivais. Justin era filho único e morava com a mãe dele no apartamento abaixo do meu no complexo onde moravamos. A mãe dele era maravilhosa, me tratava como filho não fazia diferenciação entre Justin e eu, estava sempre brigando com a gente e tentando por juízo em nossa cabeça.
Onde eu moro tem vários apartamentos, a vizinhança é da pesada, alguns vendem drogas, se matam pelo ponto, as meninas vivem grávidas e sempre tem uma briga lá. Obviamente que também tem as pessoas de bem que saem para trabalhar logo pela manhã, tem quem faz faculdade e mora lá por necessidade e tem os vagabundos também, eu e Justin nos encaixamos nessa. Eu organizava umas festas universitárias junto com um outro cara cheio da grana, eu dava a ideia das decorações e essas merdas. Recebíamos uma boa grana, eu ajudava Justin a comprar os remédios da mãe dele pois ela tem HIV e precisa tomar coquetéis de remédio. Justin trabalha no McDonald's, foi obrigado a arrumar um emprego depois que a Ive mãe da filha dele resolveu colocá-lo na justiça. Ela agiu de má fé fazendo isso, pois Justin sempre ajudou a menina com tudo, mas ela queria grana e conseguiu. Já mandei ele recorrer na justiça pois Ive gasta dinheiro colocando cabelo e cuidando de si mesma ao invés de investir na menina.
— Irmão, qualquer merda você me liga. — Justin diz e aperta minha mão e me abraça apertando minha nuca.
— Pode deixar, leva isso pra tia Melissa comprar os remédios dela.
— Claro que não, você precisa de grana. — Coloco o dinheiro no bolso dele.
— Fica com essa merda, eu consigo mais. Mande um beijo para todos lá e diga para Cindy que estou com saudades dela. — Cindy era a pequena de Justin, tinha 2 anos e era muito esperta para sua idade.
— Mano eu te amo, estou aqui para qualquer coisa é só me ligar não importa o horário.
— Justin para de ser uma chorona, vai logo antes que fique mais tarde. — Ele concorda e me dá um beijo na bochecha antes de entrar em sua caminhonete e ir embora.
Depois que some de vista eu entro no hotel e vou até o quarto que estávamos dividindo.
Recebi uma ligação de Roy pai de Manu, ele quer que eu corte a grama do jardim em sua casa e limpe sua piscina, eu agradeci por isso, grana nunca é demais e sem contar que vou poder ver Emanuelly. Me deito na cama e fico assistindo a reportagem na pequena televisão de tubo, pois é a minha grana só dá pra pagar isso aqui. É esse quarto minúsculo ou o banco da praça e sinceramente eu prefiro mil vezes ter um teto sobre a minha cabeça, minha casa não é tão diferente disso aqui então não tenho do que reclamar, e sem contar que a hospedagem é barata.
Depois de um tempo eu resolvo desligar a televisão e ir dormir, amanhã o dia será longo.
***
Chego na casa de Roy ao meio-dia, ele está me esperando no jardim vestido com um terno e gravata.
— A máquina está ali, e o negócio da piscina você já sabe onde está. Eu preciso ir pois tenho uma reunião, aliás, te chamei aqui para trabalhar então espero que você não se aproxime muito de Emanuelly, eu prezo pelos bons costumes lembre-se disso. — Ele diz e eu concordo.
Quando ele sai eu corro pro banheiro da piscina pois estou apertado para mijar e aproveito para pegar as coisas da piscina. Tiro minha blusa pois o calor está castigando todo mundo e coloco óculos de sol e meu boné.
Vou até a máquina de cortar grama puxo a alavanca trazendo a máquina a vida. Começo o meu trabalho, ouvindo um rock bem pesado em meu fone de ouvido. O calor me faz suar sem parar, o sol está bem em cima da minha cabeça. Paro um pouco para tomar uma água, me foi deixado uma garrafa de água bem gelada.
Quando estou no meu segundo copo, Emanuelly aparece junto com Stefan, August e um outro cara. Lembro dele, Steven o ex namorado. Ela está com a roupa de líderes de torcida e ele com o uniforme de capitão do time, olhando de longe é o casal perfeito dos colégios daqui. A capitã das líderes de torcida e o capitão do time de futebol americano, que casal mais solicitado. Certeza que todos ainda torcem para eles ficarem juntos.
Eles ainda não me viram, pois estou meio que escondido atrás de um muro.
Steven senta atrás de Emanuelly e a puxa pela cintura a fazendo se encostar nele.
— Casal mais lindo, quando eu estudava eu super shippava vocês. — August diz e eu reviro os olhos, idiota.
Olho para as mãos do outro otário que vai até o cabelo dela, passa pelas suas costas e aperta sua nuca.
Minha vontade é quebrar a mão dele para que ele não possa mais toca-la.
— Nós acabaremos juntos, o casal mais foda daquele colégio. — O tal Steven universo diz e Emanuelly da risada e se apoia no peito dele para se sentar.
Ela está uma delicinha com aquele uniforme que me deixa louco, sempre achei esse uniforme sexy para um cacete. Quando eu estudava gostava de ficar com as líderes de torcida só por causa do uniforme, aquela merda me dava um tesão da porra. Nunca joguei no time e nunca participei de nada que fosse me ajudar a entrar em uma faculdade, no colégio. Eu era da turma dos caras que matavam aula para ir a praia fumar e beber. Mas a assistente social ia sempre em minha casa e minha mãe me obrigava a ir para o colégio para não perder o benefício que o governo nos dava.
Emanuelly se levanta e pega o celular colocando uma música para tocar.
— Vou mostrar alguns passos de dança, aí vocês julgam dizendo o que tem que melhorar. — Ela diz e começa a dançar.
É a coisa mais hipnotizante de ver, seu corpo é molhinho e ela sabe como se mover e os movimentos que tem que fazer a cada batida da música. O idiota do ex namorado se levanta e vai pra trás dela.
— Eu acompanhei o ensaio algumas vezes e o Ben na apresentação faz esses passos… — Ele começa a dançar também se esfregando em Emanuelly e ela sorrir.
— Que maravilhoso, pegou os passos certinhos. — Ela diz e eles continuam dançando.
Pelo amor de Deus, ela dormiu comigo ontem e hoje está aí se esfregando nesse idiota de merda. Chuto a máquina de cortar grama e saio do jardim pelo outro lado para ninguém me ver.
Entro no banheiro do andar de baixo e me apoio na bancada, me olhando no espelho.
— Ela não é sua, porra, vocês só estão se pegando. Então se controle. — Digo para o meu reflexo e passo as mãos pelos cabelos os puxando. Que merda é essa? Eu não posso ter ciúmes dela, Emanuelly é só uma garota pela qual estou atraído, entramos no acordo de ficarmos juntos só para transar e que cada um poderia pegar quem quisesse.
Mas foda-se eu não sei o que está acontecendo comigo e essa merda não é nada legal.
Uma batida suave na porta me tira dos meus pensamentos. Abro a porta e dou de cara com Peterson, levanto uma sobrancelha e o olho.
— Eu quero falar com você. — Ele diz.
— Não tenho nada para falar, preciso voltar ao trabalho. — Ele segura meu braço e eu olho para sua mão até que ela esteja longe de mim.
— Eu quero me desculpar pelo que te fiz passar. Eu descobri que quem pegou o dinheiro foi a Penny, ela precisava para comprar algo pro colégio e pegou sem me pedir. Eu te peço desculpas por ter te acusado sem provas, mas continuo magoado por saber que você anda metido com drogas. — Dou uma risada sarcástica e balanço a cabeça.
— Pois bem, a verdade sempre aparece. Mas Peterson pra que ficar magoado? Por favor, não me faça rir.
— Eu quero que você volte para casa, pode continuar lá.
— Eu não preciso do chão da sua sala para dormir e nem do seu banheiro para cagar, onde eu estou eu durmo na porra de uma cama e posso transitar pelo local sem ser proibido de nada. Faça um favor para mim, e esqueça que um dia eu te liguei pedindo ajuda ok? Vamos continuar como se esse reencontro nunca tivesse acontecido. — Digo e saio antes que ele comece a falar mais alguma coisa.
Volto para o jardim e dessa vez não me importo em me esconder, pego a vara de limpar a piscina com uma rede na ponta e começo a tirar a sujeira lá de dentro.
Raiva é isso que estou, da minha vida de merda, dessa cidade, do cara que um dia chamei de pai, da minha mãe egoísta de merda, do maldito juiz por ter me jogado aqui e da Emanuelly que está toda se engraçando para cima do seu ex namorado que parece ser bem apaixonado por ela. Ok, ela faz o que quiser da vida dela até porque nós não somos nada um do outro. Mas pra que me chamou para dormir com ela? É, dormir pois nós nem transamos depois do banho. Só ficamos lá como um casal, conversando e nos conhecendo melhor, eu tinha que ter ido embora depois da nossa transa no banheiro estou misturando tudo e isso está me afetando, não posso deixar isso acontecer, Emanuelly é só uma amiga de foda nada mais que isso.
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#RaphaMeChamaDeCamaEVenhaDeitarEmCimaDeMimDeliciaaa
Titia está boazinha essa semana hein. Aproveitem
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