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️▫️LUDMILLA▫️☀️

- Meninas, eu acho que fiz uma merda enorme! - Desabafei, sentada na minha cama com o notebook no colo durante uma chamada de vídeo com Daiane e Lauren.

- O que foi dessa vez? - A voz de meio metalizada de Daiane soou através dos alto falantes do notebook e visualizei seu rosto perto demais da câmera. Eu só conseguia ter uma visão parcial da parede de seu quarto coberta de pôsteres de super-heroínas.

- Deixa ela falar, Daiane! - Lauren respondeu com a câmera focando sua testa, fazendo-me visualizar a decoração de cor extremamente escura de seu quarto, tinha muito pôsteres de banda de rock, era bem o estilo dark de Lauren Jauregui.

- Lauren, ajeita essa câmera porque eu só estou vendo a sua testa.

- Ah tá, foi mal..

- Conta logo, Ludmilla!

Será que era possível eu abaixar o volume do microfone apenas da Daiane? Procurei a opção, mas não achei.

- Daiane, abaixa o volume do microfone antes que eu fique surda! Lembram do acordo que propus a Brunna?

- Claro que eu lembro! Você inventou que está afim da MINHA Vanessa, isso é impossível de esquecer. - Daiane gritou.

- Eu já expliquei, o nome dela foi o primeiro que me veio à mente porque você ficou me enchendo o saco a noite toda falando dela, mas deixa eu continuar. - Suspirei. - Bom, a Brunna aceitou o acordo.

- Mentira! - Daiane berrou de novo.

- Isso é sério? - Lauren perguntou.

- Sim gente, mas tentem ficar quietas e ouçam. Depois que vocês saíram da cantina, eu vi o Mello e a Brunna juntos e fui até eles chamar a Bru para a aula, sabe, para afastá-la do idiota, ela me seguiu sem reclamar e me parou no meio do corredor para dizer que aceitava o acordo. Nos encontramos na casa dela não faz muito tempo e eu fui ajudá-la a escolher uma roupa para a festa da Vanessa, a merda é que eu acabei ajudando de verdade e estou com medo do idiota querer ficar com ela na festa.

- Você é bem burra mesmo, mas eu te entendo. Se você não ajudar a Brunna de verdade, ela vai perceber a sua sabotagem, mas se você ajudar ela de verdade ela vai acabar ficando com o Pedro, ou seja, você está fodida.

- Obrigada por jogar na minha cara uma coisa que eu já sei, Daiane.

- De nada!

- Você não deveria ter proposto isso.

- Obrigada por ser tão óbvia também, Lauren.

- O que você quer que eu diga? Você vai ter que contar com a sorte ou você pode contar para ela o lance da Aline com o Pedro.

- Eu não posso expor a Aline assim, além disso, a Brunna não acreditaria em mim porque ela venera aquele idiota.

- É verdade Laur, mesmo que a Aline tenha mudado de cidade, nós prometemos para ela não contar para ninguém e temos que manter nossa promessa. Infelizmente a Brunna vai ter que descobrir sozinha o tipo de filho da puta que o Pedro é. - Daiane abrandou o tom de voz pela primeira vez na noite.

- Sim, eu sei meninas, foi uma idéia estúpida, mas Ludmilla, o que você vai fazer? - Eu bufei repassando aquela pergunta pela milésima vez em minha cabeça, desde que saí quase correndo da casa de Brunna.

- Eu não sei, eu só queria passar mais tempo com ela e não empurra-la para os braços daquele idiota. -Respondi, pegando o tupperware destampado com o bolo que dona Mia insistira para que eu trouxesse antes de fugir da casa dela.

- Tá comendo o quê? - Lauren perguntou, grudando a cara na câmera.

- Bolo de baunilha. - Respondi enfiando um pedaço de bolo na boca.

- Não come tudo, guarda um pedaço para mim!

- Eu também quero um pedacinho, Ludizinha. - Eu revirei os olhos e tampei o pote sabendo que teria que levar bolo pra elas no dia seguinte e fazendo nota mental para não comer nada na frente delas.

- Eu levo para vocês amanhã, mas agora me digam o que eu devo fazer.

- Qual será a lição de amanhã? -Lauren perguntou.

- Eu não sei, acho que vou ensiná-la a danç... - Minha fala foi interrompida pelo som estridente do celular de Daiane. Eu começava a suspeitar que minha amiga estava ficando surda. Vi o exato momento em que ela pegou o aparelho e seus olhos se arregalaram.

- PUTA QUE PARIU CUZÃO! - O berro que ela deu causou microfonia e eu tinha certeza que meus tímpanos estavam sangrando. Ao longe eu pude ouvir a mãe dela gritar um "cala a boca, cacete!" e a próxima visão que eu tive foi de seus pés pulando em cima da cama. Ela ia acabar pisando em cima do notebook.

- Daiane, se acalma! O que aconteceu? - Ela começou a sacudir o notebook.

- A Vanessa me mandou uma mensagem, porra!

- E o que ela falou? - O tom animado da Lauren ecoou pelo autofalante e eu me perguntei de onde elas tiravam tanta energia. Daiane pareceu se acalmar e pegou o celular que ela havia jogado em cima da cama, com as mãos trêmulas.

- Ela escreveu "Boa noite! Sou eu Vanessa, da escola, tudo bem?" e colocou uma carinha piscando. Ela piscou para mim, merda! - O sorriso da Lauren pareceu ter congelado na cara enquanto ela olhava para os lados sem mover a cabeça e eu tinha certeza de que minha cara não estava muito diferente. Eu podia entender Daiane, mas eu tinha medo que esse entusiasmo dela acabasse por machucá-la.

- Não vai responder, Daiane? -Perguntei com cuidado, vendo o sorriso gigante da minha amiga através da câmera.

- O que eu respondo?

- Retribua o "boa noite" e pergunte como ela está. - Eu a vi assentir freneticamente antes de digitar.

- Eu coloquei "Boa noite, Vanessa! Eu estou bem, como você está? ", ficou bom? Eu poderia colocar um "melhor agora que estou falando com você", o que acham? - Lauren franziu o nariz em uma careta ao ouvir a sugestão de Daiane.

- Não, isso é o tipo coisa que os caras falam para as garotas nos sites de paquera, não faça isso. Envia essa primeira coisa que você falou. - Daiane assentiu mais uma vez e voltou a olhar para o celular por alguns segundos antes de soltar mais um grito.

- Porra Daiane, para de gritar! - Vi minha melhor amiga morder o torso da própria mão enquanto agitava freneticamente a outra mão. Ela pegou o celular e o aproximou da câmera, fazendo com que Lauren e eu tivéssemos uma visão do seu screen.

[06:14 PM|AMOR DA MINHA VIDA]:

Que bom que está bem... =D

Eu estava pensando... eu me sinto péssima por nunca tê-la agradecido por ter me ajudado na escola, o que acha de eu te pagar um sorvete depois da aula amanhã?

Ok, eu não sabia o que pensar daquilo, digo, eu não conhecia Vanessa direito então não podia dizer para Daiane algo que a iludisse. Talvez ela só quisesse realmente agradece-la ou talvez a tenha chamado para um encont...

- Cara, ela tá tão na sua. - Lauren interrompeu minhas divagações e eu vi Daiane pulando sentada em cima da cama.

- Caralho porra! Eu devo estar sonhando, vem aqui socar minha cara para me acordar, NÃO! Não me acorde. Merda! Eu ia tirar o aparelho amanhã, mas vou falar pra minha mãe que vou precisar ficar até mais tarde no colégio e pedir para ela remarcar a consulta. O que eu falo para a Vanessa?

- Que aceita, ué. - Era a única certeza que eu tinha sobre aquela mensagem, Daiane precisava sair com Vanessa.

- Agradeça o convite e diga que aceita. - Eu podia ver os dedos de Daiane tremerem enquanto ela digitava.

- Agora é oficial, o sonho da minha vida acabou de acontecer. - Daiane desabou em cima da cama e aproximou o celular novamente para que pudéssemos ver a resposta de Vanessa.

[06:21 PM|AMOR DA MINHA VIDA]:

Então estamos combinadas. Amanhã nos vemos durante a aula e decidimos aonde vamos.

Boa noite! ;)

🌸▫️Vanessa Vieira ▫️🌸

- Fernanda, o que você sabe sobre Daiane Oliveira? - Perguntei à minha amiga enquanto abanava a camada de esmalte vermelho nas unhas do pé esquerdo.

- Por que você quer saber? Eu sei que por causa dela eu fiquei com A+ em Biologia no ano passado. - Fernanda respondeu com os olhos vidrados no celular.

- Só isso? -Perguntei levantando os olhos para ela.

- Sei que ela faz todas as aulas com a gente, já te deu cola em quase todas as matérias e além disso. -Ela levantou olhar para mim. - Ela é meio crânio e eu particularmente a acho fofa de um jeito esquisito. - Ela sorriu de leve e eu ergui uma das sobrancelhas para ela.

- Acha ela fofa?

- Sim ué, aquele jeitinho nerd e agitado dela é bonitinho. - Ela respondeu com um dar de ombros.

- Isso que eu estou detectando na sua voz é interesse, Fernanda Maciel? -Ela acertou um travesseiro em mim. - Cuidado com a minha unha, merda!

- Claro que não é interesse, eu não posso achar mais ninguém fofo?

- Não foi o fato de você tê-la chamado de fofa e sim o risinho que você deu quando disse isso. - Eu respondi e ela revirou os olhos.

- Para de procurar pêlo em ovo. Por que você quer saber da Day? - Meu sorriso se acentuou mais ainda por causa do apelido.

- Day...? - Fernanda levantou-se da cama e foi até o vídeo game ligá-lo.

- Eu ouvi a amiga dela chamá-la assim, qual é o problema?

- Nenhum. - Eu peguei o outro joystick que ela me entregou. - Acho que vou aproveitar o fato de ter o número dela para descobrir mais sobre a Ludmilla, que tal? -Perguntei escolhendo o meu personagem no jogo de luta.

- Agora que você já sabe que a Ludmilla gosta de você, por que não fala diretamente com ela

- Eu prefiro saber mais sobre ela e chegar sabendo o que fazer.

- E vai usar a Daiane para isso? Não acha que está sendo filha da puta? -Perguntou antes de iniciar a partida e virou-se para mim.

- Usar não seria a palavra correta, mas eu quero sim conseguir com ela algumas informações sobre a Ludmilla. Eu até pensei na outra amiga dela, a Lauren. Mas pelo o que eu sei, só temos uma aula juntas e eu não tenho o número dela. - Eu larguei o joystick e peguei o celular. - Vou chamá-la para tomar um sorvete comigo amanhã e ver no que vai dar. - Digitei a mensagem e enviei.

☀️▫️LUDMILLA ▫️☀️

- Bru... - Eu sussurrei para a garota sentada ao meu lado que estava com os olhos vidrados na professora. - Brunna... - Eu cutuquei seu braço com o lápis.

- Que foi, caralho!? - Ela sussurrou virando-se para mim.

- Grossa, estúpida! - Ela revirou os olhos. - Hoje a lição será lá em casa no mesmo horário de ontem, tudo bem? - Ela assentiu e voltou a prestar atenção à aula.

[...]

Brunna chegaria daqui a pouco e eu estava dando os últimos retoques na minha aparência fazendo com que ela parecesse desleixada e ao mesmo tempo arrumada.

- Filha, a Brunna está aqui! -Minha mãe gritou do andar debaixo e eu não pude controlar minha respiração ansiosa.

- Pode pedir para ela subir, mãe, obrigada! - Parei em frente a porta, cruzei meus braços, entrelacei meus dedos na barra da camiseta e a levantei, fazendo com que parte dos meus seios ficassem à mostra. Fiquei nessa posição por alguns segundos e quando ouvi os passos da Brunna se aproximando, movimentei meus braços de modo que ela pensasse que eu estava colocando a camisa, ao invés de tirá-la.

- Que porra Oliveira! Precisa ficar mostrando os peitos? - Eu "terminei" de colocar a camisa e olhei para a garota que no momento estava de costas pra mim.

- Boa tarde para você também. Eu falei que era para você subir e não que era para você chegar entrando.

- Se não era para eu entrar, para que você mandou eu subir? - Ela resmungou jogando a mochila em qualquer canto enquanto eu trancava a minha porta.

- Vamos parar com essa discussão idiota, você já está aqui, não é? Diga-me, você sabe dançar?

- Sim, por quê?

- Porque sábado você vai a uma festa e sabe dançar é fundamental para atrair a atenção. - Eu me sentei na ponta da cama e reclinei, apoiando o peso do meu corpo nos cotovelos olhando para a garota loira à minha frente com um sorriso. - Dance para mim, Gonçalves!

- Como é que é? - Seu tom indignado me fez rir internamente.

- Eu preciso saber como você dança porque se você dança assim como beija, teremos um grande problema.

- Você quer que eu dance sem música? - Eu me levantei e me aproximei dela.

- Feche os olhos.

- Se você fizer alguma gracinha eu te arrebento a cara. - Ela resmungou fechando os olhos. Eu fechei meus olhos sentindo meu coração bater freneticamente.

Vamos lá, Ludmilla!

Eu me coloquei atrás dela e segurei suas mãos levemente e a senti se afastar.

- Shrrr... relaxe... - Sussurrei em seu ouvido e meus dedos percorreram superficialmente a pele de seus braços até os ombros e os apertaram de leve.

- Isso é mesmo necessário? - Ela resmungou.

- Não discuta comigo, eu sou a professora aqui. - Mas que merda eu estava fazendo? Levei minhas mãos até sua cintura e a segurei com toda delicadeza que havia em mim, impulsionando-a a mexer o quadril para a esquerda e para a direita. - Você não precisa ouvir a música Brunna, ela está dentro de você, movimente seu corpo de acordo com seus instintos. - Eu a trouxe para mais perto de mim e senti suas costas colarem-se ao meu peito enquanto seu traseiro roçava em meu baixo ventre.

- O que você está fazendo?

- Estou ensinando-a dançar. - Menti porque eu não sabia que porra eu estava fazendo, mas ainda assim estava fazendo. Segurei suas mãos novamente, as levei até a parte de trás do meu pescoço e coloquei meu queixo sobre o seu ombro enquanto nossos corpos se moviam em sincronia. - Você está indo bem, na festa seus movimentos deverão ser um pouco mais rápidos, agora finja que eu sou o babac... Pedro. O que você faria se ele fizesse isso? -Meus braços rodearam sua cintura e beijei seu pescoço ao mesmo tempo em que eu ouvia Brunna arfar enquanto ainda nos movimentávamos. As pontas dos meus dedos passeavam entre sua barriga e cintura enquanto eu inspirava o cheiro suave de seus cabelos presos em um rabo de cavalo e sentia a macies de sua pele em meus lábios. Tirando uma ousadia não sei de onde, eu mordi a pele quente de seu pescoço e todos os seus pêlos se arrepiaram enquanto ela inclinava a sua cabeça para o lado para que eu pudesse continuar a minha exploração. No instante em que minha língua tocou seu ponto de pulso, seus dedos puxaram meus cabelos, eu apertei a carne de sua cintura e comecei a sugar sua pele a medida em que nossos quadris ainda se moviam. Eu me sentia tão inebriada com o gosto de sua pele que não percebi a sucção em seu ponto aumentar enquanto os sons de nossas respirações ofegantes preenchiam todo o silêncio do quarto.

- Meninas, venham lanchar!

A voz de minha mãe se fez ouvir enquanto o estalar de meus lábios se separando do pescoço da Brunna ecoou por todo o cômodo. Eu abri meus olhos e vi Brunna parada, com os olhos arregalados e peito arfante me fitar espantada. Eu não estava muito diferente quando disse entre ofegos.

- Não... não... deixe... o Mello fazer isso com você, por favor! - Meu olhar involuntariamente parou na marca vermelha em seu pescoço e eu fechei meus olhos por alguns instantes. Ela iria me matar. Aquela porra iria ficar roxa e Brunna iria arrancar meu couro. Eu torcia pra que ela não visse aquilo tão cedo.

- Ludmilla! - Minha mãe gritou de novo.

- Estamos indo, mãe! - Eu olhei para Brunna que ainda parecia estática e mordi meus próprios lábios ao fitar seus lábios entreabertos. - Ela sempre prepara algo para comer nesse horário, quando voltarmos partiremos para a próxima lição, sem mais danças por hoje.

Ela assentiu sem questionar e me seguiu.

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