✨-70-✨
🌷▫️DAIANE ▫️🌷
Segui Fernanda para o quarto muito feliz em poder jogar vídeo game com ela de novo e ela entrou, deixando a porta aberta para que eu entrasse e assim que eu o fiz, fechei a porta.
- Que jogo nós vamos jog... – As palavras morreram em minha boca ao vê-la curvada, mexendo em alguma coisa, que eu não fazia questão de saber o que era, na cama.
Era e não era legal ela usar um short tão justo e curto porque eu não iria conseguir me concentrar direito no jogo e...
Era melhor eu ir ligando o vídeo game para me distrair de algumas coisas que eu gostava que me distraíssem, mas me deixavam nervosa.
- Quê? – Ela perguntou e eu não tive coragem de olhar para ela porque eu não tinha.
Eu gostava dela, ela gostava de mim, nós transamos e eu não me lembro, nós nos beijamos há poucos minutos, mas já nos beijamos antes, inclusive naquele quarto, com aquele pijama, que era vermelho como a maçã do paraíso... eu não tenho certeza se era uma maçã e se era vermelha, mas estava no paraíso e foi responsável pela queda de Eva, mas eu não era Eva, eu era Daiane, eu sou Daiane porque não mudei de nome e...
- Você está bem? – Minha alma saiu do corpo e voltou ao notar que ela estava perto de mim, bem perto, invadindo meu espaço pessoal que eu queria que fosse invadido.
- A Ferrari vermelha é minha. – Eu avisei entregando o joystick para ela e me afastei, tirando meus sapatos e sentando-me na cama que ela havia arrumado.
Eu precisava me distrair da minha distração, mas ela precisava colaborar comigo e respirar a uma distância mínima de cinquenta metros da minha pessoa.
Mas ela não queria colaborar comigo.
Senti o colchão afundar ao meu lado e pelo canto do olho a vi com o joystick nas mãos e o olhar amendoado grudado na tela.
Olhar amendoado... Olhar amendoado não, o olhar dela era castanho claro como fezes de uma criança recém nascida, assim dá para entender melhor e não fica tão estranho.
- Você não dar os comandos? – Era para eu ter olhando para a cara dela quando ela falou comigo, mas involuntariamente meu olhar foi para o decote dela.
O que estava acontecendo comigo?
- Sabia que Philip Sheridan foi general do exército americano entre 1883 e 1888? Ele também gostava de dar os comandos.
Do que eu estava falando?
- Eu sei. – Ela sorriu. – Nós estudamos isso em História, mas eu estou falando dos comandos do jogo. Você gosta de ser o player 1.
- Ah tá! – Eu assenti e desviei o olhar do decote dela para a tela e iniciei o jogo, mas não deu muito certo porque eu não conseguia me concentrar com ela tão perto.
Eu não sei o que aconteceu, mas alguma coisa aconteceu, se desencadeou dentro de mim e toda a usual concentração que eu dedicava aos jogos não existia mais.
Era o pijama, eu tinha certeza!
- Assim não dá! – Ela exclamou, pausando o jogo e me fazendo pular de susto. – Você está batendo em cada curva e assim não tem graça. – Ela se levantou da cama e foi até o vídeo game. – Vamos assistir algum filme e depois voltamos a jogar, tudo bem?
Talvez o filme fosse mais distrativo.
- Eu estou com câimbras na mão porque fiquei muito tempo andando de bicicleta e meus dedos ficaram muito tempo na mesma posição. – Eu menti e ela assentiu antes de colocar algum filme, que eu não fazia questão de saber qual era, desligou a luz e voltou-se a sentar ao meu lado. Daquela vez eu olhei bem para o rosto dela, que sorriu para mim antes de pegar minha mão direita.
- Vou fazer um pouco de massagem na sua mão para ver se melhora. – Ela explicou antes que eu perguntasse e minhas mãos começaram a suar.
- Obrigada! – Eu murmurei, voltando minha atenção para a televisão e sentindo seus dedos macios apertarem a minha mão com cuidado e firmeza e foi relaxante até o momento em que ela acabou a massagem e colocou minha mão descansando em cima da perna dela.
- Daiane, a outra mão. – Ela pediu e eu ainda com os olhos grudados na tela da TV, estendi minha outra mão para ela, mas ela não estava alcançando e por isso, se aproximou mais de mim, grudando seu corpo ao meu.
Minha respiração começou a ficar alterada sem eu saber o motivo.
Fechei meus olhos sentindo a macies da perna dela sob minha mão e abri os olhos devagar e pelo canto do olho, olhei para baixo, me deparando com minha mão quase em cima do órgão sexual feminino dela e involuntariamente meus músculos manuais sofreram um espasmo, fazendo com que eu apertasse o corpo dela naquela parte da coxa bem perto da virilha enquanto ela ainda massageava minha mão.
- Assim está incomodando para eu continuar a massagem. – Ela sussurrou.
Por que ela estava sussurrando?
A pergunta morreu no instante em que ela mudou de posição e se sentou no meu colo, de frente pra mim. Eu não sabia se aquela era uma posição boa para massagear a minha mão, mas eu tinha certeza que era uma posição boa para me fazer enfartar.
- Tem certeza que assim é melhor? – Eu perguntei, olhando para o teto, mas estava escuro. Eu gostava de olhar para tetos escuros.
- Olha para mim, Daiane. – Sua voz ultrapassava na medida certa o som que vinha da TV e eu olhei para ela, sentindo sua respiração bater contra o meu rosto. – Você sabe que eu não quero jogar ou assistir filmes de verdade, não sabe? – Ela ergueu-se sobre os joelhos, ficando com a cabeça um pouco acima da minha.
- Eu sei? – Perguntei tremulamente. E ela segurou minhas mãos e as colocou em seu quadril, uma de cada lado antes de assentir.
- Sim, você sabe. – Ela respondeu, e, ainda segurando minhas mãos, impulsionou-as para cima e eu entendi o que ela queria que eu fizesse. Eu desconfiava que além de ser cardíaca, eu também sofria mal de Parkinson porque meus dedos não conseguiam se manter firmes a medida em que eu retirava a parte de cima do pijama de Fernanda.
Eu descobri que a merda não estava no pijama e sim no que estava debaixo dele.
Eu com certeza era lésbica, bem lésbica, muito lésbica, lésbicona, lésbica pra caralho, Xena Princesa Guerreira...
- Sabe, eu adoro a forma como você está admirando meus seios, mas faz meses que eu quero sentir sua boca me sugando de novo.
Meus olhos não poderiam ter se arregalado mais.
- Você está começando a me deixar um pouquinho nervosa. – Eu confessei, olhando para seu rosto parcialmente escondido pelos cabelos ondulados cor de caramelo. Ela riu e levantou as sobrancelhas.
- Day... – Ela murmurou como se mandasse eu calar a boca e eu me concentrei no que estava a minha frente, na altura do meu rosto. Lutando para não desmaiar, eu segurei seu quadril novamente e segui para cima, tateando seu corpo como uma pessoa cega, sentindo cada célula sob os meus dedos porque daquela vez eu queria me lembrar de tudo, me lembrar dela, só dela.
Ela apoitou as mãos nos meus ombros no exato momento em que eu coloquei minhas mãos sobre os seus seios, sentindo seus mamilos rosados rígidos entre meus dedos e os massageei de leve, antes levar minhas mãos às suas costas e puxá-la para mais perto, contra a minha boca.
Eu pude concluir que aquilo era melhor que vídeo game quando me desvencilhei daquela parte maravilhosa de seu corpo e segui para outra parte maravilhosa: a boca.
Era esplendidamente perfeito beijá-la sem culpa nenhuma. Apesar de não haver culpa, eu ainda sentia minha respiração alterada e meu coração acelerado, eu também estava suando um pouco, mas era por causa do calor, que eu sabia que vinha de dentro de mim.
Entrelaçar minha língua à dela era melhor que assistir toda a saga de Star Wars e aquilo era grave, bastante grave, mas eu não me importava porque eu só queria continuar.
Quando nossas respirações começaram a ficar escassas, reduzirmos a velocidade do beijo até não restar nada mais que um encostar de lábios. Eu estava de olhos fechados, ouvindo nossas respirações se misturarem ao som do filme, sentindo os dedos de Fernanda enroscados em meu cabelo, suas coxas apertarem os lados do meu quadril e nossos peitos se movimentando freneticamente, buscando oxigênio.
- Amor... – Ela sussurrou. Era a primeira vez que eu era chamada daquela maneira e eu gostei.
- Hm... – Respondi, ainda de olhos fechados, apenas sentindo e tentando evitar minha morte.
- Acho que é o momento de você terminar de tirar o meu pijama.
E morri.
🌟▫️ BRUNNA ▫️🌟
A urgência que Tia Sinu tinha em contatar Camila desencadeou uma série de acontecimentos terríveis na minha vida.
A primeira resposta da faculdade havia chegado e com ela sucederam todas as outras. Clara, Lauren, Camila, Daiane e Fernanda... Todas elas haviam recebido suas cartas de admissão nas faculdades.
Lauren optou por mudar a matrícula em NYU depois que Camila havia sido aceita na Universidade Drexel juntamente com Clara. Ela iria estudar na UPEEN junto com Daiane e Fernanda e isso seria ótimo para elas porque as universidades ficavam a menos de trinta minutos de distância uma da outra. Depois que completassem um ano morando no campus, o que era recomentado pelas universidades, elas tinham planos de dividir um apartamento, mas ainda não era nada concreto e eu esperava que estivesse bastante concreto depois que minha namorada e eu recebêssemos nossas cartas de admissão.
Sim, eu estava confiante que minha namorada e eu seríamos aceitas no próximo semestre porque algumas detenções não deveriam atrapalhar tanto nosso currículo acadêmico. Ok, eu não estava confiante merda nenhuma, mas eu não queria pensar naquilo porque estava ocupada demais sofrendo por ter sido abandonada pelas minhas amigas.
Fazia três semanas que elas haviam partido e eu não chorava tanto por causa da saudade, mas eu ainda chorava e ligava para elas de madrugada, sendo bastante xingada por isso porque elas estavam se adaptando à rotina intensa de estudos, mas elas sempre me perdoavam porque eu perdoava quando elas ligavam para mim de volta.
Lidar com a separação do nosso grupo não era fácil, mas eu estava conseguindo aos poucos.
Aline e Yris se aproximaram consideravelmente de Ludmilla e eu, mas eu ainda não notava nenhuma mudança extraordinária no relacionamento das duas, digo, não era extraordinário porque elas se portavam de modo natural e estranhamente não sendo estranho, elas e Natan pareciam uma pequena família.
- Quem vai cuidar da nossa filha quando a gente for para a faculdade? - Questionei a minha namorada, enquanto fitava a Cherry II que crescia lindamente.
- Eu já conversei com a minha mãe e ela se prontificou a regar a Cherry II.
- Filhos criados por avós costumam crescer mimados...
- Brunna, ela não é nossa filh... – Eu tratei de tapar aquela boca estúpida que eu gostava de beijar que me beijasse.
- Não fala isso, você não sabe se plantas podem ouvir. E se ela ouvir você renegando ela e morrer? – Eu perguntei retirando a mão de seus lábios.
- Ela não pode ouvir, além disso, você acha que ela vai se matar?
- Talvez...
- Como ela faria isso?
- Eu não sei, cala a boca porque eu tenho razão. – Eu segurei suas mãos, enlacei minha cintura, segurando-as juntas as minhas e me virei novamente para a Cherry II. – Ela é nossa filha porque é fruto do nosso amor.
- E vai continuar crescendo assim como o nosso amor. – Ela murmurou e me apertou mais ainda contra ela.
- E daqui a alguns anos vai dar frutos, mas não vamos pensar nos frutos dela como filhos dela porque eu vou querer comer todas as cerejas e não quero pensar em estar comendo os filhos dela porque isso é horrível e agora eu não sei se quero comer as cerejas que nascerem, mas eu quero comer as cerejas, e agora?
- Basta não pensarmos nela como nossa filha e sim planta de estimação.
- Talvez você tenha razão, ainda mais porque em breve teremos nossos filhos.
- Em breve, daqui a pelo menos seis anos. – Eu me virei novamente para ela.
- Daqui a seis anos eu vou estar na menopausa, eu te mostrei o fio de cabelo grisalho que eu achei ontem na minha cabeça.
- Era cabelo sujo com pasta de dente. – Talvez fosse mesmo.
- Mas serviu para me lembrar que em breve eu serei velha e não terei energia para brincar com os nossos oito filhos.
- Essa quantidade de filhos será outra coisa que vamos discutir mais tarde. – Ela sorriu safadamente. – Que tal aproveitarmos que meus pais não estão em casa para namorarmos mais intimamente?
Eu sorri de volta para ela e beijei seus lábios.
O amor da minha vida tinha ótimas ideias.
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