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🌷▫️DAIANE ▫️🌷
Eu ainda não sei direito o que eu vi, mas eu sei que vi e não gostei muito do que vi.
- Daiane, já vai começar, vem logo! – Minha mãe berrou do quarto dela e eu fechei os olhos com força. Eu não entendia como uma pessoa podia gritar tanto...
The Ellen Degeneres Show era o meu talk-variety show preferido, que minha mãe e eu sempre fazíamos questão de assistir juntas, mas naquele dia eu não estava com vontade de ver a cara da Ellen Degeneres porque ela me lembrava bastante a Yris. Também não queria saber de Eminem, Katy Perry ou Justin Bieber porque eles também me lembravam Yris e aquela cabeça 'loiramente' careca dela.
Eu não deveria estar tão puta com ela sem motivos. O fato dela ter tomado toda a atenção de Fernanda para ela realmente não me incomodava, talvez eu só estivesse um pouco abalada com a partida de Vanessa, mas já que eu estou mencionando o fato de Fernanda ter passado a tarde toda conversando só com Yris, sem a mínima educação por todos naquela sala, devo mencionar também que só faltou Yris esfregar os peitos na cara da Fernanda de tão oferecida que ela era. Enfim, só estou mencionando os fatos.
- Anda logo, merda! – Minha mãe gritou de novo.
- Estou indo! – Gritei de volta, apesar do quarto dela ser ao lado do meu. Meu celular vibrou e o screen acendeu, mostrando a notificação de uma nova mensagem.
[09:03 – PIJAMA DO SATÃ]
Sei que provavelmente você está assistindo a Ellen agora e não quero atrapalhar, mas eu só gostaria de saber como você está depois de tudo.
Se quiser conversar sobre qualquer coisa, depois do programa, eu estarei aqui, ok?
Beijo!
- Não quero falar com você! – Eu resmunguei para o celular. – Por que você não vai conversar com a sua futura namorada e mostrar seus pijamas para ela? – Eu joguei o celular em cima da cama sem responder à mensagem e fui para o quarto dos meus pais assistir a Ellen mesmo contra a minha vontade. Eu precisava me distrair.
☀️▫️BRUNNA ▫️☀️
- Eu preferia ficar em casa, agarradinha com você. – Minha namorada resmungou pela milésima vez desde o dia anterior, quando ficou combinado que de iríamos assistir Supergirl no apartamento de Yris e Aline. Eu expliquei os motivos de eu haver nos convidado, mas ela não entendeu e continuou resmungando. Ela havia recebido "aquela visita dos infernos" então eu a entendia e me continha para não perder a paciência involuntariamente.
- Amor, quer um chocolate? – Eu perguntei trincando os dentes enquanto tocava a campainha do apartamento.
- Eu quero minha casa! Eu estou com cólicas, Bru... – Ela choramingou e eu me virei para ela, observando sua expressão chorosa e todo meu aborrecimento foi para o espaço.
- Oi! – A voz de Aline ecoou pelo interfone.
- Oi Aline, sou eu, Brunna! – Avisei, e assim que ouvi o som da porta ser destrancada permitindo a nossa entrada, eu me virei para minha namorada. - Vamos ficar só um pouquinho e depois vamos embora. Vou preparar uma compressa de água quente para colocar em cima da sua barriga e fazer uma massagem, ok? Não seria educado não comparecermos. – Eu esclareci inteligentemente acariciando levemente seu baixo ventre enquanto usava os dedos da outra mão para tocar-lhe o rosto.
- Não foi educado você ter comido todo o pudim que fizemos para trazer.
- Se elas não souberem que existiu pudim, elas não sentirão falta. Eu não tenho culpa de, entre meus muitos dons, também saber cozinhar. – Dei de ombros, limpando uma poeira invisível no ombro.
- Tem certeza que vai mentir tão descaradamente? Você queimou a calda, Brunna! – Ela me acusou, grossamente afetada pelos hormônios.
- Eu já falei que gosto dela mais marrom e amarga. – Eu menti.
- Ela estava preta e intragável. – Ela rebateu.
- Vamos entrar! – Eu segurei sua mão e a puxei, entrando no prédio. Eu não deveria discordar da minha namorada porque ela estava certa, mas eu ia discordar mesmo assim porque eu amava causar uma discórdia para nós brigarmos e depois nos reconciliarmos na cama.
Se bem que ela estava com essa TPM gerada por satanás...
- Ludmilla! – Clara gritou com os braços abertos, assim que pusemos os pés dentro do apartamento. Ela me abraçou brevemente e me deu um beijo no rosto antes de abraçar minha namorada por pelo menos cinco minutos, como vinha fazendo desde a cirurgia. Até aí tudo bem, mas diferente das outras vezes, minha namorada chorou.
- Ela está sensível desde que descobriu a gravidez. – Eu avisei e Clara olhou ainda para o ventre de Ludmilla antes de olhar para mim e perceber que eu estava zombando.
- Para de falar merda, Brunna! – Camila gritou e eu me virei para ela, notando pela primeira vez os outros presentes na sala. Aline, Yris, Fernanda e Daiane, respectivamente estavam espremidas no sofá, sem se atreverem a se levantar para nos cumprimentar e eu nem liguei porque desconfiava da trama maligna que permeava àquelas quatro.
- Cadê a Lauren e o Natan? – Perguntei notando a ausência dos dois.
- A Lolo está resolvendo algumas coisas a respeito matrícula dela. – Camila respondeu, deitada no outro sofá, ocupando todo o espaço. Clara sentou-se no chão e Ludmilla, já recomposta, e eu a acompanhamos.
- E Natan vai passar a noite com o meu pai. – Yris respondeu e eu imediatamente me virei para ela.
- Com o seu pai? – Eu sabia que a convivência forçada iria gerar algum tipo de intimidade entre Aline e Yris, mas jamais imaginei que chegaria ao ponto de Aline deixar seu filho pequeno com o pai de sua colega de apartamento.
Aline assentiu e sorriu. Eu egoistamente agradeci ao fato dela não estar nada interessada na minha namorada porque o sorriso daquela garota era perfeito demais para eu não ter dores de cabeça por causa daquilo.
Se bem que eu não era ciumenta porque era bastante autoconfiante...
- Eles se deram muito bem e meu pai se ofereceu para ser babá dele. – Yris completou com um sorriso sem mostrar os dentes.
- Vocês estão mesmo se dedando... digo, se dando bem, não é? – Camila perguntou cinicamente insinuante e eu escondi meu rosto entre os joelhos para ocultar o fato que eu estava rindo.
Camila não valia um cocô de mosca.
- Ignorando a piada, sim, estamos nos dando muito bem. – Yris respondeu olhando para Aline. – Aline e Natan são os melhores colegas de apartamento que eu poderia haver encontrado. – Ela colocou os braços envolta de Aline, que olhava para ela igual idiota. – Nossa parceria não poderia ser melhor.
- E a Lilly? – Eu perguntei, lembrando da ex-colega de apartamento dela, pela qual ela era apaixonada.
Eu poderia me inspirar naquilo para escrever o meu roteiro de sucesso...
- Nós conversamos todos os dias, mas não nos vemos desde a mudança. – Ela respondeu de maneira preguiçosa.
- E como está a sua paixão por ela? – Eu perguntei, olhando Aline pelo canto dos olhos. O sorriso dela não estava mais por lá.
Será que Camila e eu iríamos para o inferno por atiçarmos a discórdia?
- Eu não sei, tenho pensado muito em outra...
- Quem? – Daiane gritou, fazendo Fernanda pular de susto no sofá.
- Vamos mudar de assunto? – Minha namorada intrometida se intrometeu onde não havia sido chamada e eu quase dei dois socos nos peitos inchados dela.
Por falar em peitos inchados...
Peitos inchados...
Hum...
Voltei meu olhar para a minha namorada linguaruda e ele involuntariamente desceu para o decote de sua camisa. Ela estava sem sutiã por causa do inchaço (se bem que ela vivia sem sutiã) e eu literalmente lambi os beiços, gostando bastante e pensando um monte de besteira.
Tão lambível...
- Os peitos da Ludmilla vão cair antes do tempo! – A voz de Clara interrompeu meu momento apreciação.
- Meus peitos não vão cair! – Minha namorada anunciou, indignada, colocando as mãos naqueles montes de carne macia.
- Verdade, os peitos da minha namorada não vão cair! – Eu defendi veementemente, colocando minhas mãos por baixo das da minha namorada em puro ato defensório.
- Parem com isso! – Camila jogou o travesseiro no meu rosto sem eu merecer e eu não consegui evitar fazer um bico por causa daquela injustiça. – Vamos ao que interessa! Quem é essa outra garota, Yris?
- Sim, quem é? – Fernanda perguntou, se pronunciando pela primeira vez e Daiane arregalou os olhos diante daquela pergunta.
- Por que você quer saber? – Daiane perguntou e eu me ajeitei de lado, para ter uma visão mais ampla de todo o drama.
- Porque sim, você não quer saber? – Fernanda perguntou.
- Por que eu iria querer saber de uma coisa que eu não quero saber? – Daiane perguntou e eu pisquei algumas vezes, levando alguns segundos para assimilar a sua pergunta.
- Por que você não quer saber? – Yris perguntou e eu senti algo atingir meu rosto, me deparando com um pacote de salgadinhos que eu nem sabia que tinha. Olhei para Camila e ela sorriu, com um pacote já aberto.
- Ela tem o direito de não querer saber. – Aline defendeu e Fernanda olhou feio para ela.
- E quem perguntou alguma coisa pra você? – Eu me virei totalmente para elas, oferecendo um pouco de salgadinho para Clara e Ludmilla, sem tirar os olhos dela. Eu não estava entendendo nada, mas estava interessante.
- Olha aqui gar... – Começaram a bater na porta de entrada e Yris imediatamente levantou-se (esperta) e olhou pelo olho mágico antes de abrir a porta.
- Yris, nós terminamos! – Uma garota com sobrancelhas gigantes e lindas gritou, abraçando Yris enquanto chorava.
- Lilly... – Yris murmurou, visivelmente chocada pela visita.
Será que tinham mais salgadinhos na dispensa? Eu iria precisar.
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