✨-59-✨
🌟▫️BRUNNA ▫️🌟
- Cha-cha... – Eu chamei minha namorada baixinho pelo novo apelido lindo e criativo que eu havia inventado.
- Hm... – Ela resmungou atrás de mim, apertando um pouco mais o braço ao redor da minha cintura.
- Eles não parecem com a gente? – Eu perguntei me referindo ao desenho animado que era exibido na TV da sala da minha casa. Senti o nariz de Ludmilla mover-se sobre meus cabelos levemente antes dela inspirar.
- Eles quem? – Não é que eu esteja falando mal ou duvidando da inteligência da minha namorada, digo, era óbvio que ela é inteligente porque ela me namorava e eu namorava ela de volta, mas às vezes ela era meio lenta.
- Eles dois. – Eu estiquei um pouco do meu braço para fora do cobertor que nós duas dividíamos e apontei para a TV.
- A lhama e o camponês? – Ela levantou um pouco a cabeça e eu sabia que ela estava olhando para mim, mas eu não olhei de volta porque estava concentrada no desenho.
- Eles têm nome, Kuzco e Pacha. – Eu fiz questão de esclarecer porque se nós quiséssemos mesmo nos casar algum dia, ela precisaria saber daquele tipo de informação para que fôssemos plenamente felizes.
- Tá bom, Kuzco e Pacha. – Eu poderia apostar que ela estava revirando os olhos. – Como eles se parecem com a gente? – Percebem o que eu falei sobre o fato da minha namorada ser lenta? Ela não percebia o óbvio!
Eu pausei o filme porque eu não queria perder nenhuma parte e virei-me para a minha namorada linda. Ela estava com as sobrancelhas franzidas para mim, enquanto seu cabelo estava parecendo um ninho de pássaros loucos e ruins em arquitetura, uma lindeza só.
- Eles se parecem com a gente porque você é igual o Kuzco e eu sou igual o Pacha. – Eu expliquei o que estava óbvio.
- Eu não estou conseguindo acompanhar seu raciocínio sem sentido.
- É simples! Pacha vivia feliz e tranquilo em sua vila até que Kuzco começou a infernizar a vida dele assim como você fez comigo. – Eu apontei para nós duas e fiz uma pausa para ela acompanhar meu raciocínio. - E então ambos passaram a se odiar assim como nós duas, e aos poucos começaram a se dar bem também igual a gente e depois viveram felizes para sempre na Kuzcotopia. – Eu concluí minha explicação brilhante e ela me fitou por alguns instantes antes de começar a rir, e eu tinha certeza de que ela estava rindo de mim. - Por que você está rindo, palhaça? – Ela meneou a cabeça e riu mais ainda como se houvesse acabado de escutar a piada mais engraçada do mundo.
- Eu... eu estou rindo dessa sua mania de querer encaixar nosso relacionamento em tudo quanto é filme da Disney.
Eu não tinha culpa se a Disney tinha o dom de retratar partes da minha vida através dos filmes.
- Eu não vou discutir com você sobre uma coisa que você é incapaz de compreender. – Ela sentou-se no sofá ainda rindo e eu a acompanhei no sentar.
- Já estamos indo! – Minha mãe anunciou descendo a escada junto com o meu pai.
- Eu sempre soube quem a Brunna puxou, a senhora está maravilhosa! – Minha namorada elogiou minha mãe de forma galante depois de cessar o riso. – O senhor também está muito bonito! – Ela disse se referindo ao meu pai.
- Obrigada, Ludmilla! – Minha mãe sorriu, passando a bolsa de mão para a outra mão. Ela estava mesmo maravilhosa, com certeza eu me parecia com ela!
- Obrigado! – Meu pai sorriu brevemente. – Vocês vão ficar sozinhas, mas se comportem. Ludmilla, você lembra da minha coleção de facas para churrasco que te mostrei, não é? – Ele fez um sinal, simulando uma faca cortando dedos.
- Sim, senhor Gonçalves...- Eu podia jurar que Ludmilla estava suando, medrosa!
- Eu agradeceria se o senhor parasse de ameaçar minha namorada. – Eu decidi intervir.
- Vamos, querido... amo vocês! – Minha mãe chamou, enlaçando o braço do meu pai enquanto o puxava até a porta
- Também amamos vocês! – Eu respondi com um sorriso bastante inocente e por todo o percurso até a porta, meu pai continuou nos olhando por cima dos ombros. Até que eles saíram em direção ao jantar de confraternização entre os membros do setor da empresa onde ele e tio Renato trabalhavam, por isso, eles iriam juntos. Levantei-me e fui correndo até a janela da frente, vendo o momento exato em que os quatro saíram no mesmo carro. Esperei cerca de um minuto e quando julguei a "barra limpa" voltei correndo para a minha namorada que ainda estava sentada no sofá mexendo no celular e sentei em seu colo de frente para ela, arrancando a minha própria blusa de uma vez.
- Bru, o que é isso? – Minha namorada perguntou, com os olhos grudados em meus seios despidos que estavam quase na altura de seu rosto.
- Você deveria saber que isso são peitos, afinal, você também os tem e já usou bastante os meus e eu quero que use de novo. – Eu expliquei com um revirar de olhos.
- Não ouviu seu pai me ameaçando? – Ela perguntou, com os dedos já apertando a minha cintura. Eu me aproximei mais ainda dela e sentei em cima de suas coxas, apoiando minhas mãos em seus ombros e subindo-as até elas estarem embarcando o seu rosto.
- Meu pai te adora. – Eu murmurei, sentindo a maceis da pele de seu rosto, enquanto o acariciava com a ponta do nariz. – Ele só está se fazendo de durão para você não deflorar o meu corpo inocente. – Eu expliquei levando minha mão direita até a parte de trás do seu pescoço, sentindo sua pele se arrepiar por causa do meu toque.
- Mal sabe ele que é você quem deflora o meu corp...- Ela inspirou profundamente quando eu suguei o lóbulo de sua orelha e eu não contive meu próprio suspiro ao sentir suas unhas arranharem de leve as minhas costas.
- Acho melhor nós pararmos de conversar, não? – Eu murmurei afastando-me um pouco para olhar seu rosto. Ela estava de olhos fechados, com os lábios entreabertos e eu já podia sentir sua pele quente sob os meus dedos quando suas pálpebras envoltas por cílios se abriram, revelando para mim aquela imensidão castanha que eu tanto amava.
- Eu te amo, sabia? – Sua voz não passava de um sussurro batendo de encontro aos meus tímpanos, ouvido interno, espalhando-se por cada célula do meu corpo, errando seu caminho até o meu cérebro, percorrendo-me até explodir dentro do meu coração, fazendo-o pulsar loucamente.
- Lembra-se daquela noite dentro daquela barraca de acampamento? – Perguntei, acariciando sua fronte com meus polegares, vendo suas pálpebras tremerem levemente.
- Sim, você me beijou pela primeira vez. – Ela respondeu assentindo e repousando suas mãos sobre a parte superior das minhas pernas desnudas.
- Você lembra exatamente do que eu disse a você? – Ela assentiu. – Pois então... – Eu me aproximei, tomando seu lábio inferior entre os dentes antes de soltá-lo. – Eu disse que não poderia dizer aquilo para você porque meus sentimentos não eram fortes o suficiente.
- Eu me lembro do quanto fiquei nas nuvens com apenas o fato de você gostar de mim... – Ela revelou com nostalgia. – Também lembro do quanto fiquei feliz como fato de poder te beijar quando eu quiser... – Ela beijou meus lábios e fincou os dedos nas minhas pernas e eu quase cedi ao seu beijo, mas eu ainda não havia terminado, por isso nos interrompi.
- Eu não terminei. – Disse ajeitando uma mecha de seus cabelos atrás da orelha, vendo-a conter a respiração por alguns instantes. - Eu não sou boa com palavras e não tenho o dom de dizer coisas bonitas assim como você, por isso, olhe nos meus olhos e me ouça atentamente. – Eu pedi, firmando minhas mãos em seu rosto, sentindo meu coração bater furiosamente quando disse. - Meu maior cuidado na vida é você. Se tudo desaparecesse e você ficasse, eu continuaria a existir. E se tudo o mais ficasse, e você fosse aniquilado, eu ficaria só num mundo estranho, incapaz de ter parte nesse mundo. E o meu amor por você é como as rochas eternas que ficam debaixo do chão; uma fonte de felicidade quase invisível, mas necessária. Ludmilla, eu sou você. Eu sou você porque você esteve em cada momento que eu vivi desde que cheguei a essa cidade até aqui. Você esteve em cada desejo homicida. – Nós rimos e ela fungou, fazendo-me tocar seus olhos com os polegares, fechando-os enquanto unia nossas testas, sentindo-a abraçar-me forte. – Você esteve em cada grito, em cada pensamento de ódio e depois você permaneceu em cada pensamento confuso e por fim amorosos. Você esteve comigo quando me senti frágil e desamparada e isso tornou você parte de mim, é como se eu não fosse apenas Brunna... – Eu estava me enrolando, mas como explicar o sentimento que transbordava no meu peito? – É estranho e ao mesmo tempo não é, é como se eu não fosse mais o suficiente para mim mesma, você é minha fonte de felicidade necessária... – Eu me afastei de seu corpo e bufei, sem conseguir evitar um sorriso. – Que saco... você acabou com meus planos de termos uma copulação selvagem porque agora eu só quero ficar abraçada a você como um casal de velhas fofas.
- Você é uma idiota, sabia? – Ela sorriu, limpando o canto dos olhos enquanto fungava, ela era uma chorona.
- Mas você me ama ardentemente. – Eu afirmei enquanto me aninhava em cima de seu corpo, já deitado de novo no sofá. Ela nos cobriu novamente com o cobertor antes de responder.
- Mais ardentemente que o Mr. Darcy ama Elizabeth Bennet.
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