✨-56-✨
☀️▫️LUDMILLA ▫️☀️
- E assim que eu devolver as cinco velas restantes, conseguirei o perdão de Deus. – Clara concluiu enquanto minha namorada cínica raspava o esmalte da própria unha e Camila escondia o rosto sob as mãos, mas eu sabia que ela estava rindo.
- Clara, você sabe que isso nã... – Aline começou, mas foi interrompida por Camila.
- Deus irá perdoá-la, eu tenho certeza. – Ela anunciou aquilo como dona da verdade. – Agora vamos ao que interessa. Vanessa, você e Fernanda ainda são amigas mesmo gostando da mesma garota?
- Que mesma garota? A Fernanda gosta de garotas? – Alexa se pronunciou com uma expressão confusa no rosto.
- Acho que só você, Clara e Aline não gostam de garotas. – Lauren explicou o estranho fato de quase todas as garotas ali se sentirem atraídas por garotas.
- Mas a Alexa gosta de garotas! – Daiane anunciou e Alexa se encolheu ao lado de Camila.
- Gosta? – Vanessa perguntou virando-se para Daiane, que assentiu seriamente.
- A Aly também gosta! – Ela completou e eu fechei os olhos no exato momento em que Brunna se desencostou-se do meu torso e virou-se para mim.
Por que Daiane tinha que ter uma boca tão gigante?
- Não é que eu goste de meninas dessa maneira...– Aline explicou. – Eu apenas gosto de pessoas em geral, digo, o gênero para mim não é importante. – Ela deu de ombros.
- E você já gostou de alguma garota nesse quarto? – Fernanda perguntou e Aline assentiu passando a mão na cabeça de Natan, que estava no colo da Clara, mordendo algum brinquedo de borracha enquanto minha namorada voltava a atenção para Aline.
- Quem é a garota? – Minha namorada perguntou com interesse demais contido em sua voz e com as unhas cravadas em minha perna enquanto eu torcia para que Aline não dissesse que foi eu a garota que ela gostou, digo, eu nem sabia que ela havia gostado de uma de nós...
- Eu gostei da Daiane por um bom tempo. – Ela revelou com um encolher de ombros e eu contive minha vontade de tirar uma foto do rosto de Daiane, para dizer a verdade eu quis fotografar a expressão de todas naquele quarto.
- Isso é maravilhoso! – Minha namorada anunciou e apesar dela estar de costas para mim, eu sabia que ela estava sorrindo. Pelo menos a minha pele estava salva aquela noite. Aline sorriu para minha namorada antes de continuar.
- Para dizer a verdade, eu descobri gostar de pessoas em geral por causa de Daiane. – Ela olhou na direção da minha melhor amiga que estava com um de seus pijamas inteiriços que daquela vez imitava a roupa do Dead Pool e sorriu. Vanessa no mesmo instante abraçou a cintura de Daiane, que ainda estava com a mesma expressão petrificada no rosto. – Mas Daiane sempre esteve com a cabeça enfiada nos livros e vídeo games e eu decidi não falar nada porque sabia que não iria dar em nada e depois eu acabei me apaixonando por Pedro e o resto vocês já sabem.
- Vo... você gostou de mim? – Daiane perguntou com os olhos ainda focados no nada, parecia que a alma havia abandonado o corpo dela.
- E você Alexa, como descobriu gostar de garotas? – Fernanda com uma careta antes que Aline pudesse se pronunciar. Enquanto isso, eu sentia minha namorada quase deitada em cima de mim. Seu corpo estava tão relaxado, que quase se assemelhava a uma geleia.
- Ela gosta de...
Foi tão rápido que se eu houvesse piscado, eu não teria visto o exato momento em que Alexa saiu do lado de Camila e pulou em cima de Daiane, levando Vanessa junto.
- Nem pense em abrir essa boca enorme, Daiane! – Alexa resmungou ainda em cima do corpo de Daiane, com as duas mãos sobre sua boca enquanto a menor se debatia como um peixe fora d'água. Eu ajeitei o corpo de Brunna sobre o meu enquanto observava a cena estranha.
Eu cheguei a mencionar que Alexa também estava com um pijama inteiriço?
- Você é uma vagabunda! – Daiane reclamou enquanto se recompunha – O que tem demais em eu contar que você gosta da... – Alexa pulou em cima dela mais uma vez.
- Continuem assim! – Camila gritou com o celular apontado para as duas enquanto elas se estapeavam.
- Alguém separa elas, gente! –Clara gritou e Natan começou a chorar enquanto eu estava concentrada demais na briga que estava acontecendo.
- Saia daí, Fernanda! – Camila gritou quando Fernanda tentou separá-las. Segundos depois Alexa ficou em pé, com o rosto vermelho, cabelo desgrenhado e respiração ofegante enquanto Daiane estava jogada no colchão, olhando para Alexa, segurando um punhado dos cabelos dela em suas mãos. Elas se encararam por alguns instantes antes de começarem a rir. Lauren olhava para a cena com uma careta no rosto e eu sabia que não estava muito diferente.
- Alguém quer champanhe? – Vanessa perguntou a ninguém em especial, já saindo do quarto, acompanhada de Fernanda, que ainda estava olhando para Daiane e Alexa.
- E então Aline, planeja ficar na cidade? – Minha namorada perguntou depois que todos já estavam recompostos.
- Para dizer a verdade, sim – Ela respondeu ninando a criança de cabelos castanhos que já havia se acalmado. - Eu não consegui me acostumar a Miami e agora eu estou hospedada na casa de uma tia, mas não quero ficar lá por muito tempo.
- Nossa amiga Yris está procurando alguém para dividir o apartamento com ela porque a amiga dela foi morar com o namorado. Você não tem interesse? – Eu perguntei.
Fazia algumas semanas que Yris havia incentivado Lilly em sua decisão de morar com o namorado. Eu sabia que ela estava chateada por ter que fazer aquilo, mas eu entendia a sua decisão de querer preservar a amizade das duas.
- Eu não iria sozinha Lu, eu tenho Natan. – Ela beijou a cabeça do filho. Eu ainda não havia me acostumado com a idéia de que aquele garotinho era filho da minha amiga.
- Eu vou marcar um encontro para apresentar vocês. – Sentenciei achando aquilo uma ótima ideia, mas eu só tinha ótimas ideias, então...
- Voltei! – Vanessa anunciou, entrando no quarto com duas garrafas de champanhe, seguida por Fernanda, que trazia uma bandeja com várias taças.
- Que venha a faculdade! – Fernanda gritou entregando uma taça a cada uma.
- Eu vou esperar Natan dormir primeiro. – Aline meneou a cabeça, recusando a taça que Fernanda entregou a ela.
- Desculpe. – Fernanda murmurou entregando uma taça a Daiane.
- Tudo bem, às vezes ainda é estranho até para mim me acostumar com as obrigações maternais...
- E como você se vira sozinha? – Camila perguntou.
- Eu não me viro sozinha, digo, meus pais sempre me ajudaram e minha mãe me ensinou tudo o que eu não podia aprender sozinha. – Ela deu de ombros.
- Você pretende terminar os estudos? – Clara perguntou e eu fiquei apenas escutando. Mesmo que eu houvesse mantido algum contato com Aline durante o tempo em que ela passou longe, eu não sabia de tudo.
- Eu já terminei. – Ela respondeu com todas concentradas nela. – Eu estudei em um colégio para adultos e minha mãe ficava com Natan enquanto eu estudava. Não foi fácil, mas eu consegui. Eu vou esperá-lo crescer mais um pouco antes de eu me inscrever na universidade, mas por enquanto eu consigo dinheiro administrando a loja virtual da loja de artigos de pesca do meu pai e posso me manter sozinha.
- Agora eu estou me sentindo a maior vagabunda da face da terra. – Minha namorada resmungou e eu não podia deixar de concordar com a idéia dela porque eu também me sentia inútil.
- Bru, você é a maior vagabunda da terra. – Camila se pronunciou.
- Você também não faz nada da vida! – Brunna a acusou.
- Eu cuido da minha irmã e isso é quase como ter filhos. – Camila fez uma careta.
- Ficar mandando ela arrumar a sua bagunça não é cuidar dela! – Brunna retrucou se sentando e eu tirei a taça das mãos dela antes que quebrasse.
- Eu ensino a Sofi o valor do trabalho, isso é o que qualquer irmã que é quase mãe faria.
- Isso é o qualquer irmã exploradora faria!
- Cala a boca!
- Cala a boca você, palhaça!
- Gente, vamos brindar? – Eu interrompi antes que elas também começassem a se estapear.
- Brindar o fato de vamos nos separar? – Brunna resmungou. – Não vejo motivos para brindar isso.
- Vamos brindar por termos conseguido passar em todas as matérias, por nós duas não havermos sido expulsas mesmo depois termos ido para a detenção várias vezes, brindar por você ter parado de me odiar... – Minha namorada me interrompeu.
- Brindar por você ter parado de ser uma idiota, brindar por você estar viva... – Minha namorada completou e Aline a interrompeu.
- Como assim brindar pela Ludmilla estar viva?
- Essa panaca também não te contou? – Lauren perguntou e Aline meneou a cabeça. – Então...
Lauren começou a contar e eu peguei uma das garrafas de champanhe da mão de Vanessa da disposta a encher minha taça e pronta para ouvir a mesma enxurrada de acusações vinda das meninas desde que descobriram sobre minha doença.
Acho que seria preciso mais algumas garrafas de champanhe.
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