✨-51-✨
🌟▫️BRUNNA ▫️🌟
- Saia daqui, Ludmilla! - Eu gritei, empurrando todo o peso do meu corpo contra a porta que a idiota cismava em querer abrir. - Dá azar me ver com o vestido! - Eu completei porque ela era uma anta e não entendia nada.
- Brunna, é o nosso baile de formatura e não nosso casamento, abra logo isso! - Ela empurrou a porta e eu dei tudo de mim para mantê-la fechada.
- Eu não vou deixar você entrar. - Minha voz saiu esganiçada pelo esforço. - Mila, me ajuda! - Eu pedi a Camila que estava pouco se importando com aquele desastre que Ludmilla queria causar.
- Estou ocupada. - Ela murmurou e eu virei minha cabeça para ver o que ela estava fazendo. A imbecil estava deitada na cama tirando pêlos imaginários do próprio vestido.
- Eu preciso terminar de me arrumar, Bru! - Ludmilla gritou batendo na porta. Talvez teria sido melhor eu ter me arrumado na minha casa.
- Você é uma idiota! - Eu resmunguei ao deixá-la entrar no quarto. Ela estava vestindo apenas uma toalha enquanto seu cabelo estava amarrado em um coque, deixando aquele pescoço maravilhoso ao alcance das minha vista. Talvez eu devesse mandar a Camila comprar biscoito e...
Por que ela estava saindo do quarto com a roupa dela?
- Aonde você vai? - Eu perguntei e ela se virou para mim com um sorriso fraco.
- Vou trocar de roupa no quarto dos meus pais porque a Lauren está no banheiro.
Fazia um pouco mais de um mês desde que Silvana havia atendido aquela ligação do doutor Mitchell informando que Ludmilla poderia fazer o transplante. Não havia muito tempo para questionamentos porque ela precisava se preparar para a cirurgia e um pulmão os médicos não tinham muito tempo para realizar o transplante porque o tempo de funcionamento de um pulmão estando fora do corpo era de 4 a 6 horas.
Mais tarde ficou explicado que houve a possibilidade de fazer a cirurgia porque Ludmilla já havia feito os exames e estava fazendo os acompanhamentos necessários para o transplante. Apesar de haver muitas pessoas na frente dela na lista de espera, o médico explicou que aquele não era um caso isolado porque quando surgia um doador, a organização responsável pela distribuição de órgãos levantava uma lista com os possíveis receptores em potencial, levando em questão idade, urgência médica, distância... enfim, a questão era que minha namorada não iria morrer por fibrose pulmonar. O acompanhamento necessário estava sendo feito e só teríamos um prognóstico dali a algum tempo e apesar de tudo ter dado certo, eu notei uma coisa em Ludmilla que antes da cirurgia não estava lá: a insegurança.
Desde que voltou para casa, minha namorada não trocava de roupa perto de mim ou de qualquer uma das garotas. Eu havia pesquisado muito sobre o transplante e sabia que uma cicatriz marcava a região abaixo dos seus seios de uma ponta a outra e apesar de tentá-la se sentir bem com aquilo, eu não tinha coragem para tocar no assunto, afinal, quem não tem cicatrizes?
As cicatrizes geralmente representam algo que o machucou no passado e estava ali presente como uma lembrança da dor que você sentiu, mas a cicatriz de Ludmilla era uma coisa boa porque lhe trouxe vida e minha namorada só via aquilo como algo feio que marcou o seu corpo.
- Você vai me privar de um show grátis? - Eu perguntei a ela com um sorriso sacana no rosto enquanto enlaçava sua cintura.
- Você nunca pagou por nada. - Ela resmungou. - Agora me dá licença porque eu preciso ir me arrumar. - Ela se movimentou para sair, mas eu continuei segurando-a junto a mim.
- Quando chegarmos do baile, você não me escapa. - Eu selei nossos lábios e ela revirou os olhos.
- Eu estou recém-operada, Brunna! - Ela protestou.
- O médico já liberou você para algumas atividades e o sexo está incluído na lista.
- Eu estou ouvindo, sabia? - Camila resmungou e eu me virei para ela observando sua careta.
- Está com inveja, Mila? - Eu provoquei. - Você deveria tentar, sabia?
- Eu deveria tentar socar a sua cara, isso sim! - Ela me ameaçou. - Agora solte a Oliveira e vá arrumar esse cabelo porque não temos todo o tempo do mundo para nos arrumarmos. - Eu soltei minha namorada que em segundos já não estava mais no quarto.
Era o nosso baile de formatura e eu mal podia acreditar em tudo o que havia acontecido naquele ano. Eu havia iniciado o meu primeiro dia do último ano do colegial pensando em todas as formas de matar Ludmilla e ali estava eu, no meu último dia naquele colégio amando aquela idiota loucamente.
- Puta que pariu... - Eu ouvi o murmuro rouco de Ludmilla e desviei meu olhar do rosto concentrado de Camila, que estava concluindo a maquiagem em meu rosto, para minha namorada. Ela estava parada, na entrada do quarto olhando para mim com os olhos arregalados, mas eu não estava diferente. Eu com certeza tinha a namorada mais gostosa e mais bonita do mundo! Cacete, a primeira coisa que veio à minha cabeça ao vê-la em seu vestido de formatura, foi o desejo de tirá-lo ali mesmo. Nunca um vestido pareceu tão bem em uma pessoa, se bem que essa pessoa era Ludmilla então... ela não estava maravilhosa por causa do vestido, o vestido que estava maravilhoso por causa dela.
- Que merda! Sua baba está atrapalhando eu passar o batom. - A voz indignada de Camila me arrancou dos meus devaneios puramente carnais, sexuais e pervertidos. Eu desviei meu olhar para ela, que estava com um bico enorme. - Limpa esse cacete, sua nojenta babona! - Ela me entregou um lenço. Eu não acredito que havia realmente babado. - A Oliveira vai precisar colocar uma fralda na boca. - Ela disse e começou a rir sozinha.
- Você está perfeita! - Ludmilla disse ignorando a piada sem graça de Camila e eu senti meu rosto queimar com o elogio, eu não era muito boa em reagir a elogios.
- Você acabou de me ver com o vestido. - Eu fiz questão de lembrar.
- Mas você fez tanta gracinha, que eu nem reparei direito. - Ela reclamou sem razão nenhuma enquanto vinha me abraçar. Eu revirei os olhos e abracei o seu pescoço.
- Tem certeza que não vai rolar uma rapidinha antes do baile? - Talvez ainda houvesse esperanças.
- Eu vou te castrar, Brunna!
Por que a Camila estava se metendo na minha conversa íntima?
- Não quer dar uma volta no banheiro e ver se a Lauren se afogou na privada? - Eu perguntei malcriada, pronta para correr a qualquer momento caso ela quisesse me bater. A fenda gigante do meu vestido me ajudaria.
- Camila tem razão, amor. - Minha namorada que deveria me defender, respondeu sem razão nenhuma. - Por que você não esquece esse assunto por alguns instantes? - Se fosse em outra época, ela já teria expulsado Camila do quarto e estaria nua e pronta. Eu tinha certeza que era por causa da cicatriz.
- Estou me sentindo indesejada aqui. - Eu resmunguei me afastando do corpo gostoso de Ludmilla. - Vou comer alguma coisa enquanto vocês ficam ai bolando idéias de como me insultar injustamente.
- Não coma nada com molho para não sujar o vestido. - Minha namorada pediu enquanto eu saia do quarto.
- Eu não tenho três anos, Ludmilla, é óbvio que eu não vou sujar o vestido.
Eu sujei o vestido.
- Eu falei que não era para comer nada com molho, Brunna! - Ludmilla resmungou esfregando um pano molhado contra a mancha de ketchup em cima do meu peito enquanto Camila terminava a maquiagem de Lauren.
- Não se come hot dog sem ketchup... - Eu expliquei o óbvio enquanto ela ainda esfregava o tecido sobre a mancha. - Sabia que você esfregando isso no meu peito está me deixando excitada? - Assim que terminei de falar, vi a tia Silvana parada na porta do quarto, segurando um vidrinho e eu só quis falecer. Com certeza ela havia me ouvido.
- Eu não achei que vocês eram capazes de fazer isso com Camila e Lauren no quart...- Ludmilla a interrompeu.
- Mãe! - Eu olhei para minha namorada, que estava rubra, e dei por encerrar minhas frases pervertidas naquela noite, bem, talvez eu ainda fosse usar algumas...
- Tia, elas estavam quase acasalando na nossa frente, acredita? - Lauren perguntou rindo e foi acompanhada por Camila e Silvana.
O manual do mundo não dizia que mães tinham que dar exemplo? Por que Silvana estava contribuindo com aquelas coisas constrangedoras?
- Pelo menos eu não vou precisar me preocupar com netos tão cedo... - Ela murmurou ainda rindo. - Eu trouxe um tira manchas para passar no vestido. - Ela estendeu o vidrinho para mim.
- Mãe, por que você não ajuda as outras mães a fazerem coisas de mãe? - Minha namorada perguntou pegando o vidro da minha mão, se referindo à minha mãe e as tias Sinuhe e Clara que havia chegado para paparicar Camila e Lauren.
- Porque eu prefiro estar aqui entre gente jovem constrangendo a minha filha, mas já vou descer... agora olhem para mim e sorriam! - Eu mal tive tempo de olhar para ela porque uma sequência de flashs quase me cegou. - Vocês estão todas maravilhosas. - Ela elogiou antes de sair do quarto.
- Alguém já falou com a Daiane e a Clara? - Lauren perguntou depois que todas já estávamos arrumadas e havíamos tirado umas cinco mil fotos, que nossas mães insistiram serem necessárias.
- Clara acabou de me falar que Lucas foi buscá-la numa limusine e que está surtando. - Camila explicou. - Daiane mandou uma mensagem em dizendo que acabou de chegar lá com Alexa e que já quer morrer e eu faço questão de fazer esse favor a ela porque eu odeio quando ela escreve tudo com letra maiúscula.
Daiane havia sido convidada para o baile por Vanessa e Fernanda, mas a coitada ficou tão desesperada em ter que recusar uma das duas, que no final acabou convidando Alexa, que não havia recebido nenhum convite de companhia para o baile. De acordo com ela, Alexa não iria querer abusar do corpo dela sem ela poder se defender, visto que tanto Vanessa quanto Fernanda já haviam feito isso. Ninguém ousou questionar sua decisão porque... bem... porque tudo em Daiane era peculiar e tentar entendê-la ia muito além do que nossa sabedoria. Eu não tinha certeza, mas parecia que Vanessa e Fernanda iriam juntas, o que era mais esquisito ainda.
- Alguma de vocês casa comigo? - Yris perguntou com um sorriso apaticamente animado (isso existe?).
- Todas nós já somos comprometidas, mas a Daiane tem um harem e você pode fazer parte. - Camila disse entrelaçando os dedos aos de Lauren.
- Eu vou falar com ela... - Yris murmurou com um dar de ombros. - Bem, trouxe uma coisa para vocês encerrarem o colegial com chave de ouro. - Ela apontou com o polegar por cima do ombro em direção a janela da sala e eu imediatamente fui até lá, me deparando com uma limusine estacionada do lado de fora. - Parabéns meninas!
Será que até o fim da noite eu conseguiria copular na limusine?
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