✨-47-✨
☀️▫️LUDMILLA ▫️☀️
- Tenho notícias fresquinhas recém saídas do rabo do macaco! – Camila anunciou de modo animado, colocando a bandeja com o seu almoço em cima da mesa do refeitório do colégio. Ela havia avisado que iria se atrasar, por isso, já estávamos comendo quando ela chegou.
- Por que você tira sempre algo do bumbum de alguém nas suas frases? – Clara perguntou com uma careta enquanto retirava o canudo de sua caixinha de suco.
- Por que sim. – Ela explicou não explicando merda nenhuma enquanto pegava um punhado de batata frita no prato de Daiane. – Não vamos nos desviar da fofoca. – Ela se inclinou na mesa e involuntariamente me inclinei também, chegando mais perto dela. - O pai do Pedro foi exonerado da polícia.
- O quê? – Daiane perguntou alto demais (como sempre).
- Já pensou em procurar um Otorrinolaringologista? –Clara perguntou fazendo uma careta. Ela estava ao lado de Daiane e provavelmente seus tímpanos foram os mais agredidos pela voz de Daiane.
- O quê? Pra quê?
- Para ver se você não está ficando surda! – Camila explicou a pergunta de Clara.
- Não estou. Fui ao otorrino semana passada e está tudo bem com o meu ouvido. – Ela respondeu mordendo o sanduíche de manteiga de amendoim com queijo e hambúrguer ao molho de limão, que era o seu preferido. A mãe de Daiane era um pouco viciada em programas culinários e sempre se sentia inspirada para criar na cozinha e sempre ousava nas misturas. Lauren fez uma careta ao ver o molho escorrendo pelas mãos de Daiane. Na família de Daiane, todos elevavam as cordas vocais à exaustão por falarem tão alto, e depois de anos de amizade, eu meio que me acostumei.
- Não importa, vamos continuar com o assunto. – Camila respondeu com um abanar de mão. – Eu estava saindo daquele banheiro perto da secretaria quando ouvi a senhora Byrnes chamando o Pedro. Eu fingi que tinha um assunto a tratar com o diretor, os segui e ouvi quando a senhora Byrnes contou para o Pedro que o pai dele havia sido exonerado e preso por corrupção e o liberou para ir para casa. – Ela recostou-se à cadeira. – Bem feito pra ele! Agora quero ver o pai dele ficar acobertando as merdas que ele faz, não é Bru? – Olhei para Brunna que estava concentrada ao celular desde que saiu da sala de aula.
- Bru... – Eu chamei e ela pulou de susto, escondendo o celular com os olhos arregalados.
- O-oi! – Ela respondeu com a voz fraca e eu estranhei aquela atitude.
- O que você estava vendo no celular, Brunna? – Camila perguntou com um sorriso insinuante no rosto.
- Nada. – Minha namorada deu a pior das respostas que uma pessoa que está escondendo alguma coisa pode dar. Ela estava mentindo!
- Estava vendo saliências, não é? – Camila continuou e o rosto de Brunna ruborizou.
- Não estava fazendo isso, para de me difamar! – Ela respondeu com uma careta enquanto colocava o celular em cima da mesa.
- Não estou difamando porque sei que você pesquisa essas coisas, eu vi o seu histórico, Brunna. – Ela sorriu largamente. – Por falar nisso. – Ela olhou para mim enquanto eu bebia meu suco. – A pesquisa dela sobre sexo lésbico foi eficaz? – Lauren e Daiane começaram a rir enquanto eu me afogava no suco.
- KARLA CAMILA! – Brunna exclamou enquanto eu só desejava a morte ardentemente.
- Que foi? – Camila perguntou enquanto eu me recuperava. – A gente já sabe que vocês transaram sábado passado. Suas burras, dava para ouvir tudinho! – Ela riu.
- Ainda bem que eu estava dormindo inocentemente... – Clara murmurou.
- Você estava desmaiada por causa do álcool, não tem nada de inocente nisso. – Eu a acusei numa tentativa de desviar o foco do assunto.
- Não tente desviar do assunto, Oliveira!
- Vocês estão certas! – Minha namorada falou enquanto eu ainda estava pensando em alguma coisa para dizer. - Realmente tivemos a nossa primeira vez e foi ótima, mas não vamos dar detalhes da nossa intimidade para vocês. – Ela pegou a fatia de pizza que estava em seu prato e mordeu. – Se você está curiosa sobre essas coisas, eu posso passar os endereços dos sites que visitei para você e para a Lauren. – Foi a primeira vez que vi Camila ruborizar e eu mordi o lábio inferior tentando não rir, mas Daiane não teve cuidado porque começou a rir escandalosamente.
- Cala a boca, Daiane! – Ela acertou um tapão que quase arrancou o braço de Daiane. – E eu não estou gostando nada nada da sua grosseria,Brunna Gonçalves Coelho. – Ela resmungou. – Não precisava de uma resposta tão mal criada.
- Não foi malcriada Mila, eu juro! – Brunna fez beicinho.
- Tá bom! – Camila sacudiu a mão. – Você ouviu o que eu falei sobre o pai do Ped... – O celular de Brunna vibrou em cima da mesa e eu vi "DEMONIA 2" aparecer no screen antes de Brunna cobrir rapidamente o celular com a mão e eu rapidamente desviar o olhar.
- É minha mãe. – Ela mentiu. – Vou atender ali fora porque aqui está um inferno de tanto barulho. – Ela olhou para mim e selou os lábios aos meus rapidamente antes de sair do refeitório quase correndo. Eu não queria ser uma namorada intrometida, mas eu estava um pouco curiosa para saber o motivo de Yris estar ligando para ela.
- Meninas, vou ao banheiro! – Eu anunciei, me levantando sem dar a elas a chances de fazer algum comentário e fui até a saída do refeitório.
"Eu vou encontrar com você hoje no hospital às quatro e meia... aham..727...ok... vou inventar alguma coisa para a Ludmilla e para meus pais... Obrigada... Beijo"
Foi o que eu consegui ouvir antes de ir correndo até o banheiro feminino. Eu mal consegui chegar lá porque praticar qualquer tipo de atividade mais pesada estava se tornando cada vez mais difícil para mim. Apoiei-me na pia da melhor maneira que consegui e tentei fazer com que minha respiração voltasse ao normal.
Sobre o que Brunna estava falando com Yris?
Por que ela sentia a necessidade de mentir para mim?
O que ela iria fazer num hospital?
Eu precisava das respostas para aquelas perguntas e sabia que confrontar Brunna ou Yris cara-a-cara não iria adiantar nada. Aquilo ficou martelando na minha cabeça por alguns instantes, até que meus pensamentos foram interrompidos pelo som da porta sendo aberta.
- Oi amor! – Brunna me cumprimentou entrando no banheiro. – Eu não vi você saindo do refeitório. – Ela disse entrando em uma das cabines.
- Eu estava sentindo um pouco de dor na barriga, mas era alarme falso. – Eu menti enquanto abria a torneira fingindo lavar as mãos. – Está tudo bem com a minha sogra? Ela não costuma ligar para você no colégio...
- Sogra? – Ela perguntou e eu ouvi o barulho da descarga.
- Sim, sua mãe não te ligou agora? – Eu perguntei secando minhas mãos enquanto Brunna saia da cabine.
- Ah tá... – Ela não me fitou, estava concentrada em limpar as mãos. - Ela queria que eu cuidasse de uns assuntos para ela de novo... – Ela virou-se para mim e deu um sorriso fraco. – Vou passar na sua casa assim que eu resolver esses assuntos, tudo bem? – Eu assenti enquanto sentia seus braços rodearem a minha cintura e seus lábios beijarem o meu pescoço. – Sabe... Talvez podíamos testar a transa no banheiro, o que acha?
Meus pensamentos sobre sua mentira se dissiparam magicamente ao ouvir sua proposta. Olhei para todos os lados verificando se alguém havia ouvido aquilo enquanto Brunna ria, mas só havia nós duas no banheiro.
- Isso é nojento, Bru! – A idéia de transar no banheiro não era nada atraente pra mim e parecia muito desconfortável. Não, definitivamente não!
- Eu não estou falando de um banheiro público, sua idiota! –Ela ralhou e eu revirei os olhos. – Minha idéia envolve nossos corpos nus, molhados e escorregadios no banheiro da sua casa ou da minha na próxima saída dos nossos pais, o que acha? – Ela sorriu escorregando a mão, tocando diretamente a minha intimidade por cima da calça, fazendo com que eu desse um pulinho involuntário.
- Acho que você é pervertida! – Eu impliquei tentando não pensar que ela havia acabado de mentir para mim.
- Eu sou pervertida por você. – Ela tirou a mão de lá e beijou meu pescoço. – Vamos voltar para o refeitório que eu quero comer antes que alguém roube a minha comida. – Eu a segui sem reclamar.
--//--
- Boa tarde, Ashley! – Eu cumprimentei a recepcionista plantonista do hospital com um sorriso. – Eu gostaria de falar com o doutor Andrews rapidinho, eu posso entrar? – Eu perguntei depois de haver seguido Brunna até o mesmo hospital no qual eu tinha meus acompanhamentos médicos.
Eu odiava o fato de ter me comportado daquele jeito e parecer uma namorada perseguidora ou coisa do tipo, mas ela estava escondendo algo que de acordo com ela eu não deveria saber, mas se era relacionado a mim, eu tinha o direito de saber e para isso eu estava ali, conversando com a recepcionista mais legal do hospital que eu sabia que não iria ralhar a minha entrada.
- Oi Ludmilla! Ele está sem consulta agendada agora e como ele já me sinalizou que posso deixar você entrar sem ser anunciada, pode ir! – Eu agradeci e andei o mais rápido possível pelos corredores, me lembrando o número da sala que Brunna mencionou ao telefone. Quando finalmente visualizei a porta, eu a abri lentamente, sentindo todo o meu coração bater furiosamente contra o peito e zumbindo em meus ouvidos quando pela fresta, eu vi Brunna e Yris sentadas em frente à mesa do doutor Araújo. Franzi as sobrancelhas ao ver minha namorada de mãos dadas com Yris. Que porra era aquela? Eu iria pensar sobre aquilo depois, eu só precisava ouvir.
- E então John? – Ouvi Brunna perguntar. – Como foram os exames finais? Eu finalmente poderei doar o meu pulmão para a Ludmilla?
Não era possível!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro