✨-43-✨
🌟▫️BRUNNA ▫️🌟
- Não me venha com essa de amor. – Ela resmungou cruzando os braços.
- Eu já pedi desculpas! – Eu não entendia o motivo de tanto drama.
- Você me deixou para morrer e não quer que eu fique chateada? – Eu não havia deixado ela para morrer, só porque eu corri e a deixei quando Camila veio pra cima da gente ela ficava afirmando aquele absurdo.
- Mas eu voltei, não voltei?
- Só voltou porque ela estava quase expelindo os pulmões. – Daiane se intrometeu se voltando para a minha namorada bicuda. – Aliás, acho que você tem que procurar um médico para ver isso.
- É só um resfriado, nada demais. – Daiane não questionou e olhou em volta do quarto e eu acompanhei o seu olhar vendo Camila e Lauren trocando carinhos em cima da cama passando por Ludmilla fazendo drama antes de parar em Clara que era a única que estava assistindo o filme.
- Clara. – Ela cutucou Clara com o cotovelo.
- Que foi? – Clara respondeu sem tirar os olhos da TV.
- Me abraça? – Clara desviou o olhar da TV para Daiane enquanto eu franzia minhas sobrancelhas sem entender aquilo.
- Quê?
- Somos as únicas que não estamos em casal. – Ela explicou como se aquilo fizesse sentido.
- E o que isso tem a ver? – Acho que eu estava com a mesma expressão duvidosa que Clara.
- Que devemos nos abraçar para tudo fazer sentido.
- Isso não faz sentido. – Minha namorada dramática se intrometeu enquanto desviava de mais uma tentativa minha de abraçá-la. Daiane a olhou com uma carranca.
- Claro que faz Oliveira, cala a boca! – Ela virou-se para Maria Clara novamente. – Anda Clara , me abraça!
- É só abraçar? – Clara perguntou com a suspeita implícita na voz.
- É sim. – Daiane reforçou a afirmação assentindo. – É só para não ficarmos de fora.
- Tudo bem. – Clara resmungou colocando a cabeça em cima do ombro de Daiane, enlaçando a sua cintura. Estranhas!
Depois de alguns instantes naquela posição e de minhas tentativas frustradas de conseguir dar uns amassos inocentes na minha namorada, o sussurro (que não parecia um sussurro, estava mais para grito) de Daiane ecoou por todo o quarto.
- Laurenzo, agora que você e a Camila estão juntas eu posso contar para que ela era a sua crush secr...
- Cala a boca, Daiane! – Lauren pediu tarde demais.
- Isso é verdade, Lolo? – Camila perguntou sentando-se na cama.
- O que é verdade? – Daiane perguntou. Sério que ela não percebeu que todo mundo ouviu aquilo?
- Sim. – Lauren assentiu com um encolher de ombros.
- Há quanto tempo? – Quando Camila acariciou seus cabelos eu soube que iria ficar tudo bem.
- Uns dois anos.
Ok, nem eu sabia daquela informação.
- Isso quer dizer que eu passei esse tempo todo me xingando? - Fiquei com vontade rir da indignação da Camila, mas preferi ficar na minha.
- Eu estava com medo de te contar, aliás, eu não ia te contar se a Daiane não houvesse aberto essa boca enorme! – Ela fez uma careta para Daiane.
- O que que eu fiz?
- Isso é sério, Daiane? – Clara perguntou ainda com a cabeça apoiada no ombro de Daiane.
- O quê? – Finalmente eu havia encontrado alguém mais lenta que eu.
- Você contou que...- Eu comecei a explicar, mas o toque estridente do celular de Daiane me interrompeu e ela atendeu a ligação erguendo uma das mãos pedindo para que eu esperasse.
- Alô! – Um sorriso enorme apareceu em seu rosto. – Estou bem, e você? – Ela ficou em silêncio. – Estou com as meninas na casa da Ludmilla... podemos jogar vídeo game outro dia, se você quiser... – Ela abriu e fechou a boca algumas vezes. – Vir aqui? – Ela olhou para nós. – Hm... Tá bom, vou ficar esperando! Beijo pra você também. – Ela desligou o telefone.
- Era a Fernanda, Josefina, Vanessa ou Alexa? – Camila perguntou e Daiane franziu as sobrancelhas.
- Por que seria a Alexa? Ela só é minha parceira do clube de matemática.
- Eu sei lá, você tem esse monte de mulher na sua vida... – Ela deu de ombros. – Quem era?
- Era a Vanessa.
- E o que ela queria? – Eu precisava saber daquela garota oferecida.
- Ela me chamou para jogar vídeo game na casa dela, mas eu falei que estava aqui com vocês e ela perguntou se poderia vir aqui para me entregar o sorvete que ela comprou e eu disse que sim e agora ela está vindo para cá. – Daiane nem ao menos respirou para falar aquilo.
- Acho que ela tá te querendo. – Lauren falou risonha, mas eu não tinha certeza se concordava com ela. E se Vanessa estivesse apenas querendo um pretexto para vir para a casa da minha namorada?
- Acho que ela só quis vir por causa da Oliveira. – Ela disse sentando-se no colchão.
- Acho que não é isso, afinal ela ligou pra você porque queria que você fosse jogar com ela. – O que Clara disse até que fazia um pouco de sentido, mas só um pouco.
- Ela gosta de jogar comigo porque a Fernanda vive vencendo ela. – Daiane argumentou.
- Mas ela comprou um sorvete pensando em você. – Lauren rebateu.
- Já sei como vamos resolver isso. – Minha namorada finalmente se pronunciou e eu não queria ela metida naquele assunto.
- No que você pensou, coração? – Eu enfatizei o apelido falsamente carinhoso com os olhos arregalados para aquela imbecil, que não entendia que não deveria pensar em nada relacionado àquela garota. Eu iria pensar numa solução para Daiane do meu jeito.
- Vocês só vão saber quando ela chegar. –Ela levantou-se. – Vou fazer pipoca, alguém quer ir comigo? – Eu abri a boca para me oferecer, mas ela nem me deu oportunidade. – Menos a Gonçalves.
- Sério que vai ficar sem falar comigo pelo resto da noite, Ludmilla?! – Ela simplesmente me ignorou e saiu do quarto.
- Você deixou ela nas mãos da Camila, Bru! – Até a Clara estava querendo justificar aquele drama?
- Tsc... tsc... tsc... – Camila era a culpada de tudo e ainda ficava estalando a língua pra mim?
- A culpa é sua, Camila! Se você não quisesse arrebentar a nossa cara nada disso teria acontecido.
- Se vocês não estivessem me espiando nada disso teria acontecido.
- Eu não quero ser expulsa da cama por causa de vocês. – Eu me levantei. – Vou atrás da minha namorada.
Ludmilla estava na cozinha, de frente para o micro-ondas e foi como se minhas mãos ganhassem vida própria porque foram direto para aquele traseiro maravilhoso dela, fazendo com que ela pulasse de susto.
- Você prefere continuar chateada comigo ou aproveitar melhor que estamos sozinhas? – Eu sussurrei em seu ouvido, levando minhas mãos diretamente aos seus seios e apertando-os por cima da camisa. Ela respondeu a minha pergunta virando-se para mim e agarrando minha cintura, imprensando meu corpo contra o balcão da cozinha. Isso!
- Eu só estava fazendo um pouco de drama. – Ela respondeu antes de puxar meu lábio inferior entre seus dentes. – Se eu estivesse no seu lugar eu faria a mesma coisa. – Suas mãos pressionaram meu traseiro e ela pressionou nossos quadris como se quisesse nos fundir e eu estava adorando.
- Então eu me preocupei à toa? – Sussurrei enquanto sentia seus lábios trabalharem no meu pescoço. Afastei meus cabelos para dar-lhe melhor acesso à área e logo em seguida abracei sua cintura sentindo a minha pele incendiar ao seu toque.
- Eu adoro brigar com você. – Ela mordeu de leve o meu maxilar e os dedos frios de sua mão direita se embrenharam por minhas costas por baixo do tecido da minha camiseta fazendo com o que a sensação de choque-térmico se apossasse do meu corpo. – Tudo ficará melhor ainda quando tivermos sexo de reconciliação. – Eu a apertei mais ainda contra mim, adorando a pressão de seus seios contra os meus.
- Então vamos brigar todos os dias. – Eu murmurei afastando minha cabeça o suficiente para que pudesse selar nossos lábios e a beijei. Ela afastou meu corpo do balcão enquanto eu enlaçava o seu pescoço com os braços, sentindo-me entrar em combustão com o contato delicioso de sua língua dançado em sincronia contra a minha.
Não sei por quanto tempo ficamos ali, nos sentindo, nos experimentando, mas como sempre acontecia, fomos interrompidas e daquela vez eu não pude nem xingar a pessoa porque quem nos interrompeu foi o bip do micro-ondas. Ludmilla se afastou de mim enquanto eu tentava recuperar o fôlego.
- Deixa essa pipoca ai e vamos continuar. – Ela retirou o pacote do micro-ondas e colocou no bowl para pipoca.
- Se não for a pipoca, vai ser uma das meninas que vai nos atrapalhar. – Ela me estendeu a pipoca. – Infelizmente não será hoje que poderemos continuar o que começamos mais cedo.
- Eu queria estar numa ilha deserta com você, assim ninguém iria nos atrapalhar. – Eu não conseguia evitar o desgosto na minha voz enquanto a babacona ria. – Não ria, eu estou falando sério! Você tem idéia de quantos banhos gelados eu tive que tomar desde que começamos a namorar? Muitos, Ludmilla! – Eu enfatizei. – Muitos! A água do mundo vai acabar por sua culpa.
- Você acha que eu sou indiferente? Se eu estivesse usando calcinha agora, eu poderia jogá-la no teto e ela ficaria grudada por lá. São mais de três anos querendo você, pense nisso.
Se eu tivesse usando calcinha.
Se eu tivesse usando calcinha.
SE EU TIVESSE USANDO CALCINHA.
- Você não está usando calcinha? – Eu não podia acreditar que ela era capaz de me dar aquela informação sem fazer nada comigo depois. Eu só queria chorar.
- Você só ouviu isso? – Minha visão paralisada moveu-se para o seu rosto.
- Você é uma vagabunda, Ludmilla! Como tem coragem de fazer uma coisa dessas comigo? Tem noção do quanto é grave ter apenas uma camada de roupa cobrindo a gente? – Eu apontei para nós duas. – A roupa íntima é como uma proteção e nenhuma de nós duas estamos usando... Será que a gente pode mandar as meninas irem embora?
- Elas vão ficar chateadas... merda! Podíamos pegar o seu fogo no rabo e colocar fogo na casa, assim elas iriam embora, que tal? – A idiota estava fazendo piada com aquele assunto crítico?
- Todo o meu fogo acabou de apagar, sua ridícula. – Eu estapeei o seu ombro enquanto ela ainda ria.
- Vamos subir Bru, a pipoca vai esfriar.
- Fique mesmo com essa merda de pipoca Ludmilla, isso vai ser a única coisa que você vai comer durante as próximas duas semanas! – Era a minha vez de fazer drama.
- Aonde você está indo? – Ela perguntou enquanto eu ia em direção a escada com um sorriso satisfeito dançando nos lábios. – Brunna, essa coisa de duas semanas não é sério, é? – Eu aumentei os passos. – Você sabe que não posso ficar fazendo esforço, volta aqui! – Eu estaquei no meio da escada.
- Você joga sujo. – Eu murmurei enquanto via a idiota vindo ao meu encontro com um sorriso vitorioso nos lábios.
- Faz parte da vida. – Ela segurou meu queixo e beijou meus lábios. – Vamos subir. – Mal havíamos subido dois degraus quando a campainha tocou e Ludmilla começou a descer as escadas para atender a porta. Eu me lembrei que estávamos aguardando a Vanessa e corri atrás da minha namorada, enlaçando a sua cintura segundos antes dela abrir a porta.
- Boa noite, meninas! – Por que aquela garota tinha que ser tão simpática e sorridente?
- Oi Vanessa! – Minha namorada a cumprimentou e eu apertei mais ainda o braço em volta da cintura dela.
- Boa noite! – Eu usei a educação que minha mãe me deu.
- A Daiane está por ai? – Ela olhou por cima do meu ombro com duas sacolas nas mãos. Como ela chegou tão rápido? Muito suspeito!
- Eu estou aqui! – Daiane gritou ao nosso lado e eu quase morri do coração. Como aquela garota havia chegado tão rápido? Só poderia ser coisa do capeta!
- Oi Daiane! – Ela se virou para mim. – Pode segurar isso daqui, por favor? – Ela não esperou a resposta e me entregou as duas sacolas antes de abraçar Daiane. Eu jurava que podia ouvir o coração da minha amiga bater contra suas costas, sei lá, vai ver a acústica era ruim.
- Você chegou rápido. – Daiane murmurou estática.
- Quando eu te liguei eu estava na sorveteria e quis vir ver você. – Ela desfez o abraço. – Digo, não nos falamos direito essa semana por causa dos meus treinos... – Ela olhou para mim e tomou a sacola das minhas mãos para entregá-las a Daiane. – Eu comprei sorvete para todas vocês... – Ela sorriu e colocou as mãos dentro da jaqueta jeans toda rasgada e rabiscada. Parecia que ela havia levado um tipo de bazuca e eu me perguntei se aquilo esquentava alguma coisa. – Hum... – Ela estalou a língua. – Eu já vou indo... Tchau meninas!
Isso, vai embora.
- Vanessa! – Cala a boca Ludmilla!
- Sim. – Ela se virou com um sorriso.
- Nós estamos assistindo a alguns filmes e eu acabei de fazer pipoca, não quer assistir com a gente e depois dormir aqui?
Quer merda ela estava dizendo?
- Eu não sei, não vou atrapalhar? Digo, eu nem trouxe roupa.
- A Brunna mora logo ao lado, as roupas dela devem caber em você, ela pode te emprestar.
Eu iria ficar viúva de namorada e a culpa seria inteiramente minha porque eu iria matar a Ludmilla.
- Então tudo bem. – A outra sorriu, voltou e refez o caminho de volta muito mais rápido do que fez na hora da falsa partida. Aposto que foi de propósito! – Obrigada pelo convite!
NÃO DISPONHA!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro