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🌟▫️BRUNNA ▫️🌟
Sabe aquela cena de Crepúsculo quando a Bella chega com o Edward no colégio e todo mundo fica olhando enquanto ele faz um biquinho de cara gostoso (sem ser gostoso) em câmera lenta?
Foi desse jeito que eu me senti quando cheguei ao colégio, desci da garupa de Ludmilla ela entrelaçou nossos dedos. Enquanto caminhávamos pelo estacionamento, admirei seu perfil. Ela era bonita pra porra e desde que permiti me apaixonar por ela eu me senti à vontade para admitir aquilo sem precisar xingá-la de Lúcifer ou coisa parecida. Ela era apenas linda.
- O que foi? – Ela virou-se para mim sorrindo. Seus olhos estavam escondidos pelas lentes do óculos escuro que ela havia colocado, mas eu sentia como se seu rosto estivesse nu. Seus cabelos bagunçados pelo vento e sua jaqueta de couro ainda a deixava com uma aparência rebelde e desleixada, digo, ela ainda parecia uma vândala, mas era a minha vândala e acabou. Depois de ficar encarando ela igual uma idiota, eu me toquei que ainda não havia respondido a sua pergunta.
- Você parece uma vândala. – Eu murmurei ainda concentrada em seu rosto, mas não era aquilo que eu queria falar, mas eu estava tão acostumada a ofendê-la que saiu. Seu sorriso se transformou num bico gigantesco.
- E você parece uma...
- Você tá parecendo a guarda-costas dela! – Eu quase morri de parada cardíaca com o grito de Daiane. Nos viramos para ela e a vimos acompanhada de Alexa Ferreira, que eu sabia ser sua colega do clube de matemática. Eu já havia me questionado se o modo de se vestir peculiar era pré-requisito para se tornar membro do clube (que tinha uns dois membros) porque Alexa poderia ser classificada como uma cópia de Daiane ou vice-versa. Até a bicicleta delas eram parecidas, se bem que bicicletas geralmente não divergiam muito, talvez um pouco, enfim...
- Bom dia, meninas! –Diferentemente de Daiane, eu fiquei com os tímpanos latejando com o cumprimento de Alexa.
- Agora vocês estão oficialmente namorando? – Daiane perguntou apontando para nossos dedos entrelaçados depois que as cumprimentamos.
- Mais ou menos, ainda falta conversarmos com nossos pais. Vamos contar hoje.– Respondi sentindo o meu celular vibrar no bolso da calça.
[08:46 AM – MILA]
Já chegou?
Quero falar com você urgentemente!
Anda logo!
[08:46 AM – BRU]
Cadê você?
[08:47 AM – MILA]
Na cabine de projeção acima do auditório.
Mentira
Perto do auditório.
Anda logo!
[08:47 AM – BRU]
Ok.
Despedi-me da minha namorada, Daiane e Alexa e fui atrás de Camila.
- O que era tão urgente, Camila? – Ela não me respondeu, simplesmente me empurrou para dentro do auditório vazio.
- Eu beijei a Lauren. – Ela soltou de uma vez e eu usei meu dom de interpretação para fazer minha melhor expressão surpresa.
- Sério?
- Você já sabia? – Ela franziu os olhos. Merda!
- Como eu ia saber? Por que você a beijou? E ela, como reagiu? – Enchi ela de perguntas para ela ficar confusa e não focar muito em mim.
- Eu a beijei porque tinha curiosidade de saber como era beijar uma garota. – Ela começou e eu a interrompi.
- Por que você experimentou isso logo com a Lauren? – Minha voz foi a mais sugestiva possível.
- Porque ela é lésbica oras... – Ela respondeu como se aquilo fosse óbvio e até que fazia sentido.
- Tá bom e como ela reagiu? Digo, você sabe que foi o primeiro beijo dela, não sabe?
- Claro que eu sei, sua idiota! O beijo foi ótimo e ela pareceu gostar muito na hora, mas desde o beijo ela tem estado estranha comigo e eu não sei o que eu faço.
- Já tentou conversar com ela sobre isso? E o que você sentiu quando a beijou, eu sei que o beijo foi ótimo porque você já falou, mas estou me referindo sentimentalmente. – Ela começou a andar de um lado para o outro.
- Eu gostei, gostei demais, gostei tanto que até cogito a possibilidade de ser bissexual, aliás, em qual nível gostar de beijar garotas a torna bissexual?
- Como eu vou saber? Tenho cara de guru da sexualidade?
- Fala comigo direito, poxa. Você namora uma garota sendo que até o mês passado você estava caindo de amores por um cara e sequer pensava em beijar mulheres, é óbvio que você tem que saber.
- Eu não tenho que saber, só aconteceu de eu me apaixonar por uma garota, você por acaso está apaixonada pela Lauren? – Eu me sentei numa das cadeiras que havia ali. - Se não estiver, não vai adiantar de nada eu falar como eu me sinto porque não são situações parecidas, além disso, eu não quero me rotular a nada, porque se eu fosse fazer isso agora com base nos meus sentimentos eu seria totalmente lésbica. – Ela desabou na cadeira ao meu lado.
- Que merda! Eu não estou apaixonada pela Lauren, mas eu gostei muito de beijar ela e queria fazer isso de novo, mas ao mesmo tempo eu estou ficando com o Matthew e... – Eu a interrompi.
- Quem você mais gostou de beijar?
- A Lauren. – Ela respondeu sem nem parar para pensar e em escondeu o rosto entre as mãos e grunhiu. – Está vendo a merda, Bru? E ainda tem essa coisa com a Lauren... eu não achei que o fato de termos nos beijado iria mudar a nossa amizade e agora eu estou ferrada porque a Lolo está estranha comigo e eu quero beijá-la de novo.
- Mila... – Eu a abracei. – Conversa com a Lauren. Pergunte o que aconteceu e quanto ao fato de você querer beijá-la de novo, pense se isso é só com ela ou com outras garotas. – Ela levantou de repente e quase bateu a cabeça no meu queixo.
- Já sei como eu vou saber isso. Eu deveria ter pensado nisso antes. – Ela sorriu de um jeito que eu soube que ela iria falar merda, mas mesmo assim resolvi arriscar.
- No que você pensou?
- Nós vamos nos beijar. – Eu imediatamente levantei da cadeira e ela me acompanhou.
- Você enlouqueceu?
- Anda logo merda! Assim como a Lauren é minha amiga, você também é. Eu quero saber se vai ser igual. – Ela nem me deu a oportunidade de me defender, simplesmente agarrou minha cabeça e me beijou.
Foi o um minuto mais longo da minha vida. Não havia nada de errado no beijo a não ser o fato de EU ESTAR BEIJANDO A CAMILA!
- Isso foi horrível! – Ela reclamou assim que desgrudou os nossos lábios.
- Nunca mais encoste no meu corpo dessa maneira! – Eu rebati.
- Não sei como a Ludmilla aguenta isso com a maior cara de panaca feliz do mundo.
- Agora eu já sei o motivo da Lauren estar estranha contigo, seu beijo é péssimo.
- Tua bunda! – Ela sentou-se de novo na cadeira e bufou. – Estou muito ferrada, Bru, não teve nada de errado com o nosso beijo, mas eu não senti nada parecido como quando eu beijei a Lauren... e se eu beijar a Clara, Daiane ou a Ludmilla para ver se acontece a mesma coisa?
- Isso é uma péssima idéia, talvez você só goste de beijar a Lauren...
- Eu estou com medo de descobrir isso... ela é minha amiga e eu tenho o Matthew, e se eu ficar querendo beijar ela toda hora?
- Já pensou na possibilidade dela também querer te beijar de novo? – Eu esperava não estar falando nenhuma besteira. Camila levantou da cadeira de novo e voltou a andar de um lado para o outro e aquilo já estava torrando a minha paciência.
- Para de falar merda! Como ela vai querer me beijar de novo se desde o beijo ela está estranha comigo?! Se eu não houvesse beijado ela nada disso teria acontecido.
- A única solução é ser sincera com ela e conversar porque ficar beijando todo mundo não vai adiantar nada.
Não adiantou eu falar.
No fim do dia Camila já havia roubado um beijo de cada uma das garotas e por causa daquilo Clara então teria que ter acompanhamento psicológico porque ficou traumatizada. Daiane ficou reclamando que o corpo dela não era público para o povo ficar beijando ela assim do nada e minha namorada levou uns tapas porque não reclamou de haver beijado Camila.
Conclusão um: Lauren foi a única que Camila gostou de beijar e por isso ela estava surtando enquanto Lauren estava achando que Camila realmente só a usou como objeto de estudo.
Conclusão dois: mandei (paralelamente) as duas pararem de fogo no rabo e conversar e levei uns tapas de Camila por haver gritado com ela.
Conclusão três: eu precisava pensar em um jeito de ajudar as duas.
Conclusão quatro: eu não deveria estar pensando naquilo quando eu estava sentada à mesa com Ludmilla, seus pais e meus pais.
- Então, vocês vão contar para nós que estão namorando antes ou depois da sobremesa? – O refrigerante que eu estava bebendo saiu todo pelo nariz e caiu em cima do meu frango ao ouvir meu pai dizer aquilo. Os dedos de Ludmilla que antes acariciavam coxa por baixo da mesa gravaram-se na minha pele e eu já ia lhe estapear se a expressão de pânico em seu rosto não houvesse me parado.
- Desde quando vocês sabem? Digo... hum.... Só começamos a namorar antes de ontem. – A voz trêmula de Ludmilla me fez querer rir de nervoso, mas consegui me conter mordendo os lábios.
- Então você estava "dando uns amassos" na minha filha sem estar namorando com ela? – Havia a necessidade do meu pai engrossar a voz daquele jeito? Quando ele havia aprendido aquela gíria?
- Nós não estávamos ficando, papai. – Eu menti tentando ajudar e o modo que ele olhou para mim quase me fez borrar minha calcinha nova.
- Tem certeza Brunna? Então como você me explica o fato de há duas semanas eu ter ido fechar a janela do seu quarto quando você supostamente estava fazendo um trabalho escolar na casa da Ludmilla e ter me deparado com vocês duas se agarrando em frente à janela do quarto dela?
Deus, por favor, me mate!
Eu só queria morrer! Meu pai havia visto eu me agarrando com a Ludmilla, porra!
- Isso sem contar que há uma semana eu fui até o quarto perguntar se vocês queriam lanchar e me deparei com as duas se atracando. – Tio Renato completou.
- Você não trancou a porta? – Eu murmurei para a idiota da minha namorada enquanto beliscava sua mão que estava me apertando, mas percebi tarde demais que todos à mesa tinham ouvido aquilo e quase peguei a faca que havia usado para cortar o frango e fazer o mesmo com os meus pulsos.
- A partir de hoje não quero saber de vocês trancando a porta do quarto enquanto estiverem juntas. – Minha mãe sentenciou.
- Desculpe senhor e senhora Gonçalves, eu deveria ter conversado com vocês antes, mas a filha de vocês é muito indecisa. – Como aquela idiota teve a coragem de me acusar? Eu nunca quis tanto ser viúva de namorada!
- Nós sabemos disso Ludmilla, nossa filha é meio lesada assim mesmo. – Minha mãe murmurou afagando a mão da minha namorada por cima da mesa e eu além de matar Ludmilla e me matar, eu também quis arrancar meus olhos antes.
Estavam todos contra mim sem eu merecer.
- Minha filha é meio lenta também, ficou esses anos todos sem falar nada. Não me admira que Brunna tenha ficado indecisa.
Já falei que amo a senhora, tia?
Claro que a culpa de tudo aquilo era da Oliveira. Ela deveria ter sido menos idiota antes. Quando eu digo menos idiota é porque ela não deixou de ser uma idiota, aliás, ela havia acabado de ser idiota há poucos segundos quando me acusou de ser indecisa.
- Então está tudo bem para vocês o fato de nós namorarmos? – Ok, eu posso ter ficado menos puta quando ela entrelaçou nossos dedos por debaixo da mesa e perguntou aquilo aos nossos pais.
- Nós quatro já havíamos conversado sobre isso há tempos. Creio que já estão cientes de que nem todos vão aceitar o relacionamento de vocês bem e que precisarão ser cuidadosas com muitas coisas e principalmente fortes, começando por agora. – Meu pai olhou para mim. – Brunna, você está uma semana de castigo sem celular e sem ver sua namorada ou suas amigas fora do colégio por ter mentido para nós sobre o trabalho de Biologia.
- E Ludmilla, o mesmo castigo está sendo aplicado a você pelo mesmo motivo. – Tia Sil completou. – E seu castigo vai começar assim que o de Brunna terminar.
- Mas mã... – Silvana a interrompeu.
- E se reclamar serão três semanas.
Retiro o que eu disse tia Sil, eu não amo mais você, mentira, amo sim, mas não amo.
---//---
- Acho que não deveríamos ter contado para os nossos pais sobre o namoro. – Eu não consegui evitar o desgosto na minha voz ao enlaçar o pescoço da minha namorada em frente a porta da minha casa.
- Como ficaremos duas semanas sem nos ver? – Enlaçou minha cintura. – Isso não acontecia nem quando você me odiava.
- Sim, a vida é uma merda! – Eu beijei seus lábios já sentindo saudades.
- Não, a vida será uma merda por duas semanas, mas poderia ser pior porque seus pais poderiam não ter aceitado nosso relacionamento. – Ela me beijou de volta.
- Sim, só acho que eles foram muito injustos com essa coisa de nos proibirem de trancar a porta. – Ela riu de lado e sacudiu as sobrancelhas.
- Para que você quer ficar trancada no quarto comigo? Está pensando em sacanagens envolvendo nós duas?
Sim!
- Não! – Eu menti e a babaca riu.
- Pode pensar sacanagem à vontade Bru porque eu penso e muito.
- Brunna seu castigo já começou! - Meu pai gritou e eu contive um resmungo.
- Acho é hora de eu ir embora. – Ela me beijou. – Eu não vou te dar um beijo como eu queria porque é bem capaz dos meus pais estarem espiando a gente lá de casa. – Ela segurou meu rosto antes que eu virasse minha cabeça em direção a casa dela. – Boa noite, meu amor! – Eu a abracei forte.
- Boa noite, amor!
Era muito cedo para eu estar começando a Ludmilla Oliveira?
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