✨-29-✨
☀️▫️LUDMILLA ▫️☀️
- Ludmilla... - Brunna murmurou enquanto eu tentava capturar seus lábios. - Precisamos descer. - Eu a beijei. - Sua mãe pode subir a qualquer momento. - Eu a beijei de novo.
- Eu não me importo. - Respondi de forma divertida, prendendo o seu corpo embaixo do meu enquanto buscava seus lábios com os meus e ela tentava se desvencilhar.
- Mas eu me importo. - Ela murmurou se debatendo enquanto sorria. Eu estava preparada para segurá-la, mas uma crise de tosse me atrapalhou sem que eu pudesse evitar.
- Desculpe... - Eu murmurei com o antebraço em frente à boca fitando seu corpo embaixo do meu. - Acho que a água da cachoeira não me fez muito bem, mas se bem que se fosse para você pegar o meu resfriado, você já teria pegado.
- Sim, já que faz três dias que você não consegue me deixar em paz. - O tom de voz dela era falsamente indignado.
- Você está enganada, Gonçalves! Faz nove anos que eu não consigo te deixar em paz e quatro anos que só o fato de saber que você existe é capaz de tirar a minha paz, a única diferença é que agora eu posso te beijar quando eu quiser. - Eu a beijei novamente.
- Você vai ficar repetindo essa frase até quando? - Ela perguntou cedendo aos meus beijos.
- Repetirei até quando você permitir. - Respondi com sinceridade. - Sabe, depois do jantar você bem que podia fazer uma massagem em mim. Ficar te carregando também foi muita coisa para o meu corpinho sedentário e agora eu estou toda doída.
- Eu sou sua coisa indefinida ou sou sua massagista particular? - Ela respondeu com uma careta.
- Que tal massagista particular fazer parte do pacote da nossa coisa indefinida. - Eu sacudi as sobrancelhas de modo divertido e Brunna bufou saindo debaixo de mim e ajeitando a camisa que eu havia levantado "por acidente" quando estávamos nos beijando.
- Sua mãe já chamou a gente há um tempão, vamos descer. - Ela se dirigiu à porta do meu quarto.
- Mas você vai fazer a massagem em mim depois do jantar? Meu corpo realmente está doendo.
- Eu acho que vou ir embora, nosso trabalho de Biologia tomou tempo demais, não acha? - Ela se referiu à desculpa que demos para a presença dela na minha casa.
- O que eu posso fazer se eu adoro estudar sua anatomia? - Sorri sem mostrar os dentes e ela me ignorou saindo do quarto ainda ajeitando os cabelos. Eu comecei a segui-la, mas outra crise de tosse me atingiu. Fazia tempo que eu não ficava daquele jeito.
- Conseguiram adiantar o trabalho? - Minha mãe perguntou assim que desci o último degrau da escada. Seu olhar para mim parecia zombeteiro demais para que ela não estivesse desconfiando de nada.
- Ainda falta um bocado de coisa. - Eu sorri sem mostrar os dentes. - O que tem para o jantar?
- Pasta com queijo. - Ela respondeu enquanto ia até o forno retirar a assadeira de lá.
- Brunna adora pasta. - Eu murmurei sentando-me em frente à mulher da minha vida. Ainda era muito recente para eu me imaginar a vida toda com ela? A resposta era não, porque e eu já fazia aquilo muito antes de Brunna sentir aquela coisa indefinida por mim.
- Como você sabe que eu adoro pasta? - Ela murmurou com um franzir de sobrancelhas. Ela ainda estava bastante desgrenhada, mas eu não iria falar nada, ela que descobrisse sozinha.
- Ludmilla sabe muita coisa sobre você. - Minha mãe colocou a assadeira cheia de macarrão com queijo na mesa e aquilo desviou a atenção de Brunna da frase inconveniente da minha mãe. - Você tem namorado, Brunna? - Eu engasguei com a água que estava bebendo e olhei para Brunna que estava com os olhos arregalados para mim e a vi inspirar virar para a minha mãe com um sorriso.
- Não, estou solteira.
- Mas tem muitos rolos. - Eu não me contive. Claro que ela não era realmente solteira. Na minha mente nenhuma de nós éramos solteiras, então ela podia ir parando com a palhaçada de ficar dizendo que era solteira.
- É mesmo? - Minha mãe apoiou os cotovelos em cima da mesa e o queixo nas palmas da mão com o olhar intercalando entre nós duas. - Fico feliz que vocês já estão compartilhando esse tipo de informação.
Nós estamos compartilhando muitas coisas mãe, mas a senhora não precisa saber, pelo menos não agora.
- Mãe, cadê o papai? - Eu só queria mudar de assunto.
- Ele precisou ficar até mais tarde no trabalho, por isso, falou para não o esperarmos para jantar.
- Entendi. - Fiz menção em me servir, mas minha mãe acertou um tapão na minha mão. - O que foi? - Eu não estava entendo aquela agressão toda.
- Mirian já está vindo, vamos esperá-la. - Meu olhar foi diretamente para Brunna , que fitava minha mãe com os olhos arregalados.
- Minha mãe também vai jantar aqui?
- Sim. Seu pai também precisará ficar até mais tarde e...- O som da campainha a interrompeu. - Com licença. - Ela levantou e segundos depois ela apareceu ao lado de Mia.
- Boa noite! O que aconteceu com seu cabelo, filha? - Mirian perguntou para Brunna e de repente o meu prato vazio pareceu muito interessante porque eu não podia deixar de encará-lo.
- Meu cabelo? - Brunna questionou e um riso nervoso quase escapou pela minha garganta.
- Sim, está todo desgrenhado. - Brunna iria me matar por não haver avisado sobre o estado do cabelo dela. - O seu também está, Ludmilla! - Eu imediatamente olhei para Brunna que mordia os lábios contendo o riso. Palhaça!
- O problema é que a sua filha me estressa e quando eu fico estressada eu desconto tudo no meu cabelo, tia Mia. - Eu expliquei sentindo todo o sangue o meu corpo se concentrar no rosto.
- Mas vocês pareciam estar se dando tão bem nos últimos dias... - Ela murmurou se sentando à mesa.
- Nós estamos trabalhando nisso, mas essa garota é irritante demais. - Brunna apontou para mim.
- Eu sou irritante, Gonçalves!? Você ganha de mim de lavada no quesito irritância. - Eu fiz uma careta para ela.
- Essa palavra "irritância" nem existe, sua idiota. - Ela retrucou com deboche.
- Existe sim porque eu acabei de inventar e você é a definição dela porque você é irritante pra cacete! - Ela tomou fôlego para me responder, mas minha mãe interrompeu nossa discussão que Brunna começou só para causar discórdia.
- Ok, parem com isso antes que os sangues de vocês manchem minha toalha de mesa. - Minha mãe resmungou e começamos a comer.
Tudo estava bem até minha mãe entrar num assunto proibido.
- Filha, você vai querer que seu pai a leve ao show no sábado? - Eu olhei para Brunna e vi sua expressão se fechar de forma que parecia que uma tempestade pairava sobre sua cabeça. O macarrão em minha boca de repente pareceu muito difícil de engolir.
- A irmã de Vanessa irá nos levar. - Seria uma merda se eu fosse de carro ou moto sozinha porque esses lugares costumavam ser lotados.
- Ela vai? - Brunna me perguntou com um tom de voz grave demais para que estivesse tudo bem. Seu olhar não estava muito melhor que seu tom de voz e eu assenti cuidadosamente. - É ótimo saber que você já está familiarizada com a família dela, isso é lindo. - Ela dirigiu o olhar para a minha mãe. - Sabia que a Vanessa quer namorar a sua filha, tia Silvana?
- Isso é verdade filha?
Para de mexer no vespeiro, mãe!
- É sim, mãe. - Eu respondi encarando Brunna- Mas eu não quero absolutamente NADA com ela porque a senhora sabe que eu gosto de outra garota. - Eu esperava que Brunna entendesse.
- Você não quer nada com ela, mas mesmo assim fica dando confiança para ela. - Brunna me encarou e eu podia sentir o desafio através de seu olhar.
- Eu não fico dando confiança para ninguém e você sabe muito bem disso, Gonçalves!
- Eu não sei de nada. - Ela se levantou e sorriu para a minha mãe - Licença tia, mas eu preciso ir embora agora. - Toda sua expressão bonitinha se desfez quando ela olhou para mim. - Venha me ajudar a recolher o material que você espalhou, Oliveira! - Ela não esperou uma resposta e marchou até o meu quarto. - Eu levantei e dei um sorrisinho fraco para minha mãe e Mirian antes de seguir Brunna.
Assim que entrei no meu quarto, a porta foi fechada atrás de mim e o corpo de Brunna colidiu com o meu me imprensando na madeira com força. Eu estava preocupada, mas também estava adorando. Seu polegar e indicador apertaram as minhas bochechas.
- Ouça bem o que eu vou te falar, Oliveira. Eu não quero que você esteja a menos de um metro de distância daquela magrela, está me ouvindo? - Eu meneei a cabeça negando. I like the danger. - Eu não estou de gracinha, sua palhaça. Não estamos namorando, mas mesmo assim eu não gosto de dividir. Estamos entendidas? - Eu assenti e ela me soltou.
- Ótimo! - Ela se virou e pegou a mochila que havia deixado fechada no canto do quarto. -Tchau! - Ela fez menção em passar por mim, mas eu segurei seu braço.
- Não vai me dar nenhum beijo? - Meus lábios estavam até ressecados pela falta do beijo dela.
- A única coisa que você merece é um tapa na cara. - Ela resmungou antes de me beijar rapidamente. - Você só vai ganhar outro beijo depois desse show idiota. Tchau! -Ela saiu fechando a porta atrás de si e eu escorei na porta levando o olhar aos céus em busca de paciência. Seriam quatro dias de inferno.
[...]
- Tem certeza que vocês não estão namorando? - Lauren me questionou sentada em minha cama enquanto eu passava rímel em frente ao espelho.
- Eu estou namorando ela, mas ela não está me namorando. - Respondi encarando meu reflexo no espelho. Eu tinha que estar linda para Rihanna.
- Esse ciúme dela me diz que ela também está namorando com você. - Daiane murmurou concentrada no vídeo game portátil.
- Ela já confessou para mim que está com ciúmes, mas em nenhum momento falou nada sobre namoro, aliás, ela deu alguma notícia? - No dia anterior, Brunna resolveu que além de não me beijar, também não iria falar comigo até depois do show e até então ela não havia respondido nenhuma das minhas mensagens.
- Eu não tenho autorização para falar nada.
- Nem eu!
- Vocês duas deveriam ser leais a mim. - Eu resmunguei me sentindo traída por minhas melhores amigas.
- Mas Brunna também se tornou nossa amiga e além disso, Camila a induziu a nos ameaçar com um chinelo caso falássemos alguma coisa. - Daiane explicou e eu resolvi tentar esquecer aquele assunto por enquanto. Era o dia de eu conhecer a Rihanna e minha maior preocupação estava em conseguir passar pelos seguranças com minha carta quilométrica guardada na mochila.
- Como estou? - Eu me virei para minhas amigas esparramadas em minha cama.
- Gostosa! - Lauren sorriu.
- Gostosa demais. - Daiane elogiou. - Não deixe Vanessa chegar perto de você. - Eu assenti voltando a mirar meu reflexo no espelho.
- Essa saia de couro não está muito exagerada? - Elas não tiveram tempo de responder meu questionamento porque meu celular vibrou. Vanessa já havia chegado. - Já vou indo! - Eu coloquei a mochilinha de couro nas costas e sai correndo ouvindo Daiane gritar "lembre-se de manter distância". Cheguei ao carro da irmã de Vanessa cuspindo os pulmões tendo a certeza de que estava muito sedentária.
O caminho até o local do show foi super tranquilo, ainda mais por Vanessa estar sentada no banco carona ao lado de sua irmã que se revelou uma pessoa bastante falante e agradável.
- Obrigada pelo convite, Vanessa. - Eu murmurei com um sorriso já na fila do Meet & Greet, sentindo meu corpo tremer de excitação ao saber que estava no mesmo lugar que minha ídola. Ela sorriu e se aproximou, fazendo com que eu desse um passo para trás.
- Não tem de qu...- Ela foi interrompida com alguém colidindo em seu corpo.
- Descul... Vanessa? - Eu conhecia aquela voz. A garota nem precisou se virar para eu saber de quem se tratava.
- Oi Brunna, eu não sabia que você gostava de Rihanna. - Vanessa murmurou com um sorriso. E eu não podia acreditar que minha namorada não namorada estava ali na minha frente.
- Então, fui convidada e como não queria passar o sábado sozinha dentro de casa sem companhia, eu aceitei.
- Que... Quem... te convidou? - Eu consegui murmurar ainda hipnotizada por sua presença ali.
- Oi gente! - A voz masculina cumprimentou e eu vi uma mão masculina gigantesca descansar no ombro da minha namorada não namorada.
O que o babaca do Charles estava fazendo ali?
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