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✨-19-✨

️▫️LUDMILLA ▫️☀️

Eu não estou preparada para revê-la.

Foi o pensamento que permeou em minha mente na segunda-feira de manhã.

Durante todo o domingo meu estado de espírito alternou entre tristeza, derrota e auto piedade. Eu perdi a noção do tempo que passei chorando, remoendo todas as palavras que saíram dos lábios da Brunna e tentei me convencer de que eu deveria seguir em frente. Brunna nunca iria querer nada comigo e pronto.

Desabei com Lauren e Daiane via videoconferência, mas não permiti que elas fossem até minha casa porque queria ficar um pouco sozinha.

Eu acordei na segunda-feira, agradecendo o fato de meus pais só retornarem na parte da noite, assim não ligariam para meu pequeno atraso na escola. Arrumei-me e subi na minha moto para ir em direção à escola. A cada metro que eu prosseguia, minha coragem ia diminuindo, mesmo com minhas melhores amigas à minha espera, prontas para me consolar e me darem força, eu não consegui seguir adiante. Pilotei até uma praça que havia próxima a uma faculdade local e me sentei em um dos bancos, observando a movimentação dos alunos enquanto tentava não pensar em Brunna.

"Você seria a última pessoa pela qual eu poderia me apaixonar"

Aquela porra de frase parecia marcada a ferro quente em minha mente. Eu havia entregado tudo o que eu tinha de melhor a ela, que além de haver recusado, ainda cuspiu em cima dos meus sentimentos como se eles fossem horríveis.

- Dia ruim? - Eu pulei de susto ao ouvir a voz feminina e olhei para o lado, me deparando com uma garota de cabelos castanhos e desgrenhados sentada ao meu lado olhando para frente.

- Quê? - Eu perguntei debilmente ainda analisando-lhe o perfil bonito antes dela se virar para mim, cravando seus olhos castanhos no fundo da minha alma.

- Você está chorando de uma maneira triste e eu supus que você estivesse tendo um dia ruim. - Ela apontou o dedo com um anel prateado com formato de caveira para o meu rosto e eu me dei conta que havia voltado a chorar sem perceber.

- Desculpe por isso. - Eu sorri sem graça, passando os dedos pelas bochechas. Ela riu sem mostrar os dentes antes de dar de ombros.

- As pessoas não precisam estar bem o tempo todo. - Ela olhou para frente novamente. - Então, problemas com o namorado?

- Antes fosse tão simples... - Eu ri sem humor enquanto fitava meus pés.

- Eu dei uma fugida da aula, então tenho tempo. Eu já testei essa coisa de conversar com estranhos antes e deu certo. - O jeito despretensioso dela me atraiu de alguma forma e eu achei que talvez deveria aceitar sua oferta.

- Bem... eu me declarei para uma garota pela qual sou apaixonada há anos e ela me deu um pé na bunda. - Eu fitei-lhe o perfil novamente enquanto ainda olhava para frente. Como um rosto tão delicado conseguia parecer hostil daquele modo? Ela não fazia nenhum esforço.

- Por que ela te deu um pé na bunda? - Ela se virou para mim novamente e o vento fez com que seu rosto fosse parcialmente coberto pelos cabelos longos, mas ela não moveu um músculo para ajeitá-los, ao invés disso, meteu a mão no bolso de trás da calça e retirou de lá uma carteira de cigarros e um isqueiro. - Aceita? - Ela me mostrou a carteira de cigarros aberta e eu meneei a cabeça antes dela dar de ombros e acender um cigarro. O cheiro me incomodava um pouco, mas ela não parecia ser do tipo de pessoa que muda seus hábitos por causa da opinião alheia.

- Bem... - Eu lhe contei tudo. Absolutamente tudo, desde quando eu conheci Brunna até o presente momento e a todo momento ela prestava a atenção, olhando em meus olhos, absorvendo cada palavra que saia da minha boca. Eu me sentia como um caminhão cheio de areia, que a todo momento sentia essa areia se esvair de mim, me deixando mais leve. Quando terminei de falar o silêncio tomou conta do espaço coberto por árvores onde estávamos e a desconhecida deu uma última tragada no cigarro antes de amassá-lo com a sua bota.

- Posso te dar um conselho? - Ela perguntou passando os dedos entre os cabelos bagunçados.

- Sim.

- Mesmo que você não esteja bem, minta, porque talvez você consiga acreditar nisso, e jamais, jamais permita que aqueles que causaram isso saibam que conseguiram te atingir, esse é um modo de parecer forte quando se está fraco. Outra coisa, ninguém vai amá-la se você não se amar primeiro. Você não precisa de ninguém para te completar. Você deixou os espaços que existem dentro de você serem preenchidos por essa garota e isso só fode com toda essa coisa de amor. Você tem que se bastar primeiro, tem que completar os espaços que há dentro de você com amor próprio. As pessoas chegam em nossa vida para nos fazer transbordar e não nos completar, porque assim que essa pessoa vai embora, não dói tanto. - Eu refleti sobre suas palavras por alguns instantes antes de respondê-la.

- Mas isso não faz as coisas parecerem superficiais? - Ela meneou a cabeça.

- Não, porque quando você ama com dependência, sem estar propriamente completa, você corre o risco da pessoa se apaixonar por um espelho dela mesma ou do que ela anseia. - Ela riu sem humor. - Não tente me entender, eu fumei um mais cedo e acho que o efeito ainda não passou. - Ela era morbidamente divertida de um jeito estranho que me fez sorrir.

- Eu acho que entendi parte do que você quis dizer e concordo com o que você falou sobre eu ter que estar completa primeiro, mas eu não faço idéia de como fazer isso. - Ela apoiou os dois braços estendidos nas costas do banco.

- Simples, você tem que começar a se esvaziar dela. - Ela se levantou e apoiou as mãos na própria lombar se alongando antes de sorrir brevemente. - Eu vou ajudá-la com isso.

- Como? - Eu perguntei enquanto me levantava.

- Você vai começar cortando a Cherry. – Meus olhos se arregalaram na hora.

- Eu não quero cortar a Cherry, eu a plantei para a Bru.

- Bru? Esse é o nome dela? Durante esse tempo todo eu me perguntei qual seria o nome da destruidora de corações. – Ela respondeu divertida, mas nem tão divertida assim. Pode parecer estranho, mas uma aura de sombriedade alegre e sábia rondava aquela garota. Por mais alegre que suas expressões pudessem ser, eram como se não atingissem o ápice, como se fossem revestidas por drama. Enfim, a garota desconhecida era como se fosse um dia nublado.

- Para dizer a verdade, o nome dela é Brunna. – Eu respondi, ainda tentando entender os sentimentos confusos que ela me trazia.

- Bem, o xis da questão está exatamente no que você disse. Você plantou a Cherry para a Brunna. Mesmo que você não tenha consciência disso, essa planta representa muita coisa sobre os seus sentimentos por ela. – Ela se aproximou e deu dois tapinhas com as costas da mão no meu braço. – Eu não estou falando para você deixar de amar a garota, até porque se eu falasse não adiantaria nada, mas acredito que você tem que começar a fazer diferente. Corte a Cherry e a replante, mas a replante como algo para vocês duas e não só para ela. Plante uma Cherry II que seja a representação do seu amor por ela e também do seu amor por você mesma, você poderá observar como as cerejas nascerão mais bonitas. – Ela começou a rir e eu a acompanhei. – Esse é o papo mais fumado que eu já tive.

- Eu nem fumei e acho a mesma coisa, mas você tem razão, eu preciso sacrificar a Cherry para um bem maior, mas como faremos isso? Eu não posso cortá-la e deixar seus restos mortais no quintal.

- Um amigo meu pode dar um jeito nisso. Aliás, meu nome é Yris, Yris Araújo.

- Ludmilla Oliveira.

- O nome é tão bonito quanto a dona. – Ela sacudiu as sobrancelhas de forma divertida e eu ri sem graça, com medo dela estar flertando comigo e ela deve ter percebido. –Eu não vou te comer no jantar, fica tranquila. Eu também tenho a minha história de amor dramática e talvez um dia eu conte ela para você. Vamos fingir que eu sou sua morcega madrinha porque eu acho que fada madrinha não combina comigo. Espera um pouco aqui que eu vou lá na universidade buscar a Amy.

- Amy? –Ela assentiu.

- Amy é minha moto. – Ela explicou antes de se virar de costas e seguir para a universidade enquanto eu ficava parada reparando em seu andar largado pensando no quanto foi bom ter matado aula.

Eu passei o resto do dia com Yris. Fomos até a minha casa e eu quase chorei em ter que cortar a Cherry, mas Yris me fez entender que era para um bem maior. Seu amigo, que ela me apresentou como Evan foi buscar o corpo da Cherry na caminhonete e depois de Yris explicar pela milésima vez que eu não iria beijá-lo, ele foi embora prometendo de uma forma divertida que eu ainda iria me apaixonar por ele. Logo após, Yris foi para casa tomar um banho e combinou de encontrar comigo em uma lanchonete, onde ficamos conversando sobre diversas coisas até eu receber uma ligação de Daiane perguntando aonde eu estava e eu pedi-la para ela e Lauren encontrarem comigo na lanchonete.

Ouso dizer que éramos o grupo mais peculiar daquele lugar. Yris não parecia ligar para o fato de sermos adolescentes do ensino médio enquanto ela já era uma formanda da faculdade. Ela não nos tratava como crianças e dizer que Lauren e Daiane  a adoraram seria redundante.

Todas havíamos combinado que Brunna não saberia o quanto eu estava chateada e Yris insistiu em me levar para a escola no dia seguinte. Aquilo fazia parte da sua filosofia de "não permitir que as pessoas saibam que você está mal" e eu só entendi quando eu estava abraçada a seu corpo sentada na garupa da moto chegando em frente ao colégio. De longe eu vi a silhueta de Brunna parada em frente à entrada da escola e senti meu corpo tencionar e meu coração acelerar.

- O que foi? – Yris perguntou com a voz abafada pelo capacete ao perceber meus braços se apertarem mais ao redor de si.

- Ela está em frente ao colégio. – Eu respondi sentindo minha voz tiritar.

- Ótimo! Quando eu estacionar, aja como se ela não tivesse falado aquela merda toda para você, sorria e logo após me beije.

- O quê? – Eu gritei.

- Eu quase me senti ofendida com esse grito. Eu estou falando para me beijar, apenas me obedeça. – Ela falou antes de parar em frente ao colégio. Eu desci da moto sentindo minhas pernas bambearem e retirei o capacete que nos últimos minutos parecia me sufocar enquanto Yris fazia o mesmo. Eu não queria ter Brunna no meu campo de visão, por isso me ajeitei para que pudesse ficar de perfil para ela enquanto eu dava o meu melhor sorriso para minha mais nova amiga antes de puxá-la pela jaqueta e beijá-la.

Eu não poderia mentir e dizer que o beijo foi ruim. Yris beijava muito bem e o beijo durou mais tempo do que eu esperava, mas foi apenas um beijo. Assim que separamos nossos lábios, ela olhou sutilmente para o ponto que eu sabia que era onde Brunna estava.

- Acho que temos um pequeno contratempo, tem duas garotas me olhando com muito ódio, qual delas é a dita cuja? – Eu ameacei virar a cabeça para o lado, mas ela segurou o meu queixo e selou os nossos lábios antes de encostar na moto e enlaçar minha cintura. – Não olha pra lá. Uma delas tem cabelo castanho claro, é magricela e sobracelhuda, a outra tem o cabelo loiro e ondulado e está acompanhada de uma garota baixinha de cabelo preto com algumas mexas rosas e uma garota com um bundão que está me olhando como se eu fosse um demônio. – Eu ri com sua descrição ridícula enquanto pousava minhas mãos atrás do seu pescoço.

- Brunna é a garota de cabelo loiro, você tem certeza que ela está nos olhando com raiva? – Ela me abraçou e eu sabia que ela queria olhar na direção de Brunna de novo.

- Sim, tenho certeza, a garota quer arrancar minhas tripas com os olhos, mas não fique animada Ludmilla, lembre-se que o foco é você. – Ela desfez o abraço e segurou meu rosto. –Agora eu preciso ir antes que eu falte aquela porra de aula de novo, ok? – Eu assenti e selei nossos lábios mais uma vez.

- Se cuida, nos vemos mais tarde? –Ela assentiu antes de piscar para mim e subir na moto arrancando com a mesma a toda velocidade.

Eu me vi sozinha e toda a coragem parecia ter ido embora junto com ela. Eu teria que ficar horas ao lado de Brunna sem morrer de amores ou chorar na frente dela e aquilo era foda. Eu inspirei fundo e me virei, sentindo seu olhar sobre mim, mas eu sequer olhei na direção dela enquanto passava por ela.

O dia iria ser longo.

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