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Após assistirem uns episódios do dorama favorito do Lee, — aliás Bang Chan fez de tudo para se esquivar disso mas perdeu no pedra, papel e tesoura e então não teve escapatória — os dois adolescentes aproveitaram para conversar melhor agora que os dois sabiam que eram Lino e Chris. Ficaram imersos num universo onde só existiam eles e Chan acabou dormindo no dormitório do mais velho.

E isso explicava o desespero de Felix e Jisung quando entraram no dormitório no outro dia de manhã para saber se Minho tinha notícias do australiano.

— Minho, Felix está tentando falar com o Chan desde ontem e... — Jisung congelou ao encontrar o melhor amigo dormindo todo abraçadinho com o outro.

Ele ficou feliz pois sabia da história e estava satisfeito que pela primeira vez o amigo não tenha sido um teimoso e decidiu agir da maneira sensata. Felix entrou logo atrás e quis estapear os dois que dormiam tranquilamente por terem o deixado tão preocupado para nada.

— Bang Chan e Lee Minho, que merda é essa?!

— Jisung por que o seu namorado está gritando no nosso dormitório essa hora da manhã? — Minho resmungou ignorando o outro Lee enquanto se sentava na cama, sendo acompanhado por Chan. — Aliás, são quantas horas?

— Eu vou matar vocês dois! — Felix esbravejou encarando os dois exatamente como pais preocupados e bravos fazem. Chan achava graça, mas não diria isso agora. — Christopher Bang eu te liguei a noite toda, por que não atendeu?

— Desculpa Lix hyung, o celular descarregou e eu juro que não lembrei de avisar que ia dormir aqui.

— Lee Minho você tirou a pureza do meu primo? — Felix cruzou os braços e manteve um olhar que Minho não duvidava que o mataria.

Mas como assim tirei a pureza dele?, o mais velho pensou.

— Não aconteceu nada Felix, a gente só dormiu. Parou de ser surtado?

— Você é mais velho mas eu ainda tenho coragem de dar uns socos nessa sua cara. — o de sardas ameaçou.

— Passa vontade não amigo. — o mais velho revidou.

— Ok crianças, já deu por hoje. — Jisung se intrometeu, puxando o namorado para perto de si. — Vocês ainda tem tempo de ir para aula, falta meia hora. — avisou aos dois sentados na cama. — Não demorem!

Dito isso, saiu com Felix, que olhou feio para o Lee mais velho. Ele ainda os encheria muito o saco com aquilo. Chan e Minho riram dos amigos e Minho foi o primeiro a se levantar, indo até seu lado do guarda roupas.

— Temos quase o mesmo tamanho, acho que pode pegar uma roupa minha.

— Valeu. — o mais novo agradeceu se aproximando, e deixou um beijo na bochecha do outro.

— Pode ir tomar banho primeiro, vou arrumar a bagunça com comida que a gente fez ontem. — Chan assentiu, indo para o banheiro. — Channie. — o chamou de volta.

— Oi hyung?

— O que o Felix quis dizer com tirar sua pureza?

Bang Chan nada disse, seu resto queimou com a vergonha e ele apenas seguiu para o banheiro sem responder.

Minho não podia ter entendido aquilo, certo?

                                          ∞

Foi engraçado a forma como Minho e Chan às vezes ficavam sem jeito perto do um do outro, mas era compreensível. Tudo mudou de um dia para o outro e ainda era confuso para os dois entender o que o "tudo" significava exatamente.

Quando os dois apareceram juntos e de mãos dadas na hora do intervalo, os amigos não pouparam as brincadeiras, apesar de ainda estarem meio confusos. Quando isso havia acontecido?

— O senhor Lee fica uma semana sumido e quando volta está namorando o Chan hyung, o que rolou? — Seungmin foi o primeiro a anunciar a pergunta que todos compartilham.

— Não lembro de ter sido pedido em namoro, Seungminnie. — o Bang respondeu em uma careta pensativa, logo caindo na risada com os outros.

— É, meu irmãozinho, acho que isso foi um recado para você. — Jeongin implicou, dando tapinhas no ombro do irmão.

— Cala a boca Innie. E nada aconteceu gente, eoem, vocês são curiosos, estão parecendo o Jisung. — Minho retrucou.

— Mas eu estou quietinho na minha! Injustiçado até quando eu não faço nada. — o Han cruzou os braços emburrado.

— Tá, mas é sério. O que aconteceu? — Hyunjin tornou a perguntar. — Tipo assim, o Minho sumiu por uma semana e agora volta como se nada tivesse acontecido e acha que tem o direito de não contar a fofoca?

— Exatamente. — o Lee mais velho concordou.

— Meu Deus que cu doce! — Jisung resmungou. — Minho estava conversando com um amiguinho aí no whatsapp mas ele não sabia quem o fulano era. Ele estava todo boiola pelo cara e descobriu que o cara era o Chan. Nisso, o Chan, que também não sabia que estava falando com o Minho, disse para o amigo virtual desconhecido que gostava do Minho e foi por isso que o Minho sumiu. Daí ele finalmente criou vergonha na cara e os dois conversaram. Felix e eu passamos a noite preocupados porque o Bang aí tinha sumido ontem e encontramos os dois bonitos dormindo juntinhos no dormitório. — disparou tudo de uma vez e sorriu ao concluir. — Mais alguma coisa?

— Eu vou cortar sua cabeça fora seu inútil! — Minho esbravejou, mesmo de brincadeira, com o amigo.

— O Minho é o Lino? Puta merda, eu vou bater no Changbin hyung quando eu o ver. Tantas pessoas e ele pega o número do Minho? — Felix resmungou.

— Verdade né, Binnie hyung pegou meu número com o Felix. — Minho comentou com Chan, ignorando o comentário do Felix.

— Esperaí, por que o Felix sabe e eu não? Porra Bang Chan, pensei que éramos amigos! — Hyunjin dramatizou.

— Nós somos. Foi naquele dia que você não quis ir para casa do Felix, nós apostamos que eu ia conseguir beber e eu perdi. Eles escolheram eu mandar uma mensagem para um estranho. — Chan explicou.

— Mensagem não! Uma cantada. — Jisung corrigiu.

— Qual foi a cantada? — Dahyun e Seungmin perguntaram juntos.

— “Você não é quadro mas quero te prender na parede”. — Felix foi o fofoqueiro da vez. O grupo começou a rir enquanto Chan se via ficar com muita vergonha.

— Meu Deus, está melhor que a fanfic do Zayn que eu leio. 10/10 pela criatividade. — Onda comentou.

— Ah não, achei fraco. 4/10 pela falta de emoção. — Jeongin também entrou na brincadeira.

— Cala a boca moleque, pelo menos a gente se entendeu. — Minho revidou a fala do irmão. — Você até hoje não teve coragem de falar para Dahyun noona que gosta dela.

O silêncio na mesa se estendeu e Minho só percebeu o que disse depois que seu irmão o olhou com muita raiva e se levantou da mesa correndo. Dahyun encarou o amigo, esperando por alguma resposta.

— Merda. — foi o que o Lee resmungou e se levantou.

— Não Minho, eu falo com ele. — a Kim disse também se levantando.

— Dahyunnie, acho melhor não. E se...

— Ei, relaxa. Não estou brava, apesar de que você não tinha o direito de expôr ele assim! — a mais velha brigou.

— Eu sei, desculpa noona. Cuida do meu caçula.

— Pode deixar.

O sinal do final do intervalo tocou quebrando o clima estranho e então todo mundo se levantou, prontos para voltar às aulas.

— Vamos ensaiar hoje? — Bang perguntou ao mais velho.

Minho estava acompanhando o australiano até a sala pois sua aula era no mesmo corredor.

— Precisamos. Nessa brincadeira de te ignorar perdemos uma semana e agora a entrega do trabalho é praticamente na semana que vem.

— Tive ideias para a letra da nossa música para o festival.

— Quero muito ver depois.

— Vou pensar. — Chan provocou. — Até depois. — deu um selinho no mais velho e entrou na sala.

Minho ficou até sem reação com a ação do outro. As coisas estavam mesmo mudando rápido.

                                          ∞

— Você vai dormir lá em casa? — Bang Chan perguntou.

Depois de ficarem três horas repassando a coreografia, haviam conseguido fazer ao menos uma vez toda a música, mas era só o começo e tinham muita coisa a melhorar. Decidiram parar por hoje, mas a preguiça os impossibilitou de levantar e apenas deitaram no chão da sala prática curtindo a presença um do outro.

— Nossa mas já não quer desgrudar? — Lee implicou.

—  Estou sendo um chato invasivo né? Desculpa.

— Tô' só brincando, calma! Mas eu só durmo lá se for na sua cama, grudadinho em você igual a gente dormiu ontem. — fez uma careta maliciosa e o Bang lhe acertou um tapa.

— Seu idiota! Vem, se levanta. — ajudou o mais velho a ficar de pé. — Vamos embora, estou com fome.

Jisung avisou que dormiria na casa do namorado também e então os quatro decidiram maratonar alguns filmes da Marvel, tendo que aguentar a discussão de Felix e Minho sobre quem é o melhor: capitão América ou o homem de ferro.

Minho trocou mensagens com Seungmin e Dahyun perguntando sobre o irmão, já que Jeongin não o atendia ou respondia suas mensagens. Tudo o que eles diziam era que o mais novo estava bem e só não queria falar com o mais velho.

Foram dormir quando notaram que já era quase uma da manhã. A mãe do Felix estava chegando de seu plantão do hospital e não perdeu a chance de brigar dizendo que eles tinham aula cedo, mas cumprimentou cada um dos meninos e desejou boa noite antes de ir para o quarto.

— Hannie, vamos dormir no outro quarto, me recuso a escutar qualquer coisa do seu amigo com o meu primo. — Felix soltou, no fundo só para implicar o Lee mais velho.

— Deixa de ser idiota, Felix. — Minho rebateu.

— Estou no quarto do lado e se você fizer alguma coisa que machuque o meu primo considere-se um cara morto, Lee Minho. — o último citado revirou os olhos, tal como Bang Chan.

— Acabou? — Bang perguntou com descaso ao primo e Felix só puxou Jisung para o quarto do lado. Chan suspirou e entrou em seu quarto com Minho.

— Ele é sempre assim com você? Já fui ameaçado de morte umas três vezes desde que acordamos. Tô' começando a repensar se quero entrar para a sua família. — Minho brincou.

— Ah, o Felix é meio super protetor. Desde crianças ele age como se ele fosse o adulto e eu a criança indefesa, mas temos a mesma idade! — Chan riu.

— É fofo, na verdade. — o Lee sentou na cama do mais novo, o puxando pela mão para que se sentasse ao seu lado. — Você é virgem, né? Por isso o Felix está tão em cima.

— Você é direto demais quando quer. — Chan resmungou, envergonhado.

— Desculpa. — Minho sorriu, deixando um beijo na mão do mais novo. — É só que... eu não vou fazer nada que você não queira. E acabamos de nos beijar, não é como se eu fosse correr desse jeito.

— Eu sei, eu confio em você. — Bang Chan sorriu mostrando suas covinhas, bochechas ainda vermelhas de vergonha.

— Você também tem essa sensação de como é estranho o jeito em que as coisas mudaram de um dia para o outro?

— Sim. Mas é um estranho bom, eu gosto.

— Eu também. — o Lee roubou um selinho do mais velho.

— Vamos deitar, ainda precisamos dormir. — Chan mudou o rumo da conversa já se deitando em sua cama.

— Posso te fazer cafuné e encher de beijinhos até você pegar no sono.

— Gosto dessa ideia.

                                        ∞∞

oi gente eu esqueci de postar ontem desculpa 👉🏽👈🏽 espero que gostem de capítulos boiolas porque terem alguns aí em

obrigada pelas 500 leituras me sinto adorável 🥰

dressa,
dezembro, 12, 2020.

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