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27° Taça

SALVEEEEEEEEE

Faltam 4

Espero mesmo que gostem do capítulo de hoje, deixem ase isso acontecer e boa leitura 💕

🍷ི꙰͝꧖๋໋༉◈

A cor dos olhos me fascina.

Agora, o final de uma tarde ensolarada mora nos olhos dele.

Porém, há algo a mais.

Quando o Sr. Park me olha, não vejo o desejo lascivo predominar, não vejo segundas intenções ao direcionar a atenção a mim.

Não vejo.

— Está incomodado, não está? — ele pergunta e eu pisco, sendo tirado dos devaneios.

— Hm?

— Você está me olhando há um tempão. Sem dizer nada. Isso te incomoda? — Aponta para si mesmo. Jimin ainda está sobre a cama do hospital. Mesmo alegando estar bem e os exames não mostrando nenhuma alteração, não o deram alta.

Não querem dar.

— Não incomoda. Me fascina. — Toco a bochecha, logo abaixo dos olhos alaranjados. — É tão... fora da realidade. Dessa realidade. E pensar que era assim antes de Amares e Cupidis...

Na escola, deveríamos estudar sobre nossos antepassados. Entretanto, o professor que se atreve a mencionar sobre o grupo religioso que causou tudo isso, quando não perseguido, é desligado da instituição. E provavelmente fica impossibilitado de voltar a dar aulas já que o motivo de sua demissão consta na ficha.

Propagação de informações falsas e apologia a ideais hereges.

Essas informações são controladas por pessoas que não querem causar alvoroços na sociedade pacífica em que vivemos. Por que interferir no que é perfeito, não é? Aquela versão do ser humano deve ser esquecida, porque ela é falha e promíscua.

Jamais pisaria no reino dos céus.

— Mas não me incomoda. Você está lindo... — Sorrio bobo, grogue pelo sentimento bom que toma conta de mim a cada segundo que mantenho meus olhos no homem que está na minha frente. — Só que eu acho que querem te segurar aqui dentro. Estou com medo de te machucarem.

— Eu também. — Jimin não tenta me esconder o medo. Como poucas vezes presenciei, não se preocupa em esconder os sentimentos para mim. — Ligue para Bulgo. Explique o que está acontecendo. Eles não podem me manter aqui e ela sempre sabe o que fazer.

Balanço a cabeça, me aproximando para beijá-lo na bochecha. Quando ameaço me afastar, Jimin me prende mais a ele e não deixa ir.

— Jungkook... Se eu não sou Amare, nem Cupidi... — Eu escuto quando engole em seco. — Então o que eu sou?

Mordisco lábio inferior, colando os lábios na orelha dele. E sussurro: — Humano, meu bem.

Jimin estremece e me aperta com mais força.

Eu sou curioso. As frases implícitas que meus professores de história soltavam me induziram a pesquisar sobre o assunto. Antes, laranja, azul, cinza, verde, marrom e preto eram cores comuns em olhos. As pessoas não eram controladas pela predominância de um único sentimento que os definiriam como puros ou imundos.

Mas sim pela junção de muitos.

Quando me desvencilho do enólogo, disco o número da advogada sem chamar atenção dos enfermeiros ou médicos. Bulgo me faz perguntas assim que termino de contar o que está acontecendo e ela desliga a ligação dizendo que chegará com um pedido judicial.

Ela me dá uma garantia.

Ela sabe que vai conseguir.

— Bulgo é intensa — Jimin diz quando conto a ele. — Por isso gosto dela.

— Trabalha com ela há muito tempo, não é?

— Sim. Quase dez anos. — Enruga a testa. — Faz muito tempo...

Umedeço os lábios. — Você comeu ela, não comeu?

A minha pergunta o pega de surpresa; não sei se é pelo que pergunto ou como pergunto.

— Sim... — murmura. — Nos conhecemos assim.

— Se comendo? — Ele ri e balança a cabeça para cima e para baixo.

— Mas foi uma vez só e faz muito tempo. Nos tornamos próximos quando me ajudou com a papelada da minha empresa. E hoje confio nela de olhos fechados.

A cabeça afunda no travesseiro fofo, os fios loiros esparramam junto. Ele desvia os olhos por um momento, então suspira e me olha de volta.

— Não pergunte sobre essas coisas, por favor. — Segura a minha mão. — Não quero te decepcionar com situações que... que fazem parte do meu passado. Com outras pessoas.

É curioso perceber que, agora, Jimin se preocupa se vai ou não me magoar; principalmente em relação aos seus envolvimentos com outras pessoas.

Principalmente depois das atitudes propositais que tomou em cima da mesa do próprio escritório, com uma mulher bonita.

Com um claro intuito de me deixar incomodado e me afastar dele.

Não parecem a mesma pessoa.

— Não são fatos que almejo saber sobre você, então não se preocupe — garanto, e mudo de assunto porque surge uma sensação ruim que não me agrada muito. Uma sensação que não havia tomado conta de mim ao longo dos meus quase trinta anos, mas que imaginar Jimin com outras pessoas faz ela ficar mais intensa. — Acho que vou em casa buscar roupas para quando Bulgo aparecer e conseguir fazer o hospital te dar alta.

Jimin nega. — Não quero ficar sozinho.

Eu posso ver um gatinho. Eu posso ver a manha e a carência de Milk em Jimin. Por um momento, acho que vai começar a miar. É fofo.

— Meu bem... — choramingo, segurando o rosto com as duas mãos. — Você é lindo.

Eu convenço Jimin quando digo que vou chamar a irmã para que não fique sozinho. Porque preciso buscar as coisas dele, até mesmo sem carro para levá-lo de volta para casa estou. Eu vim com Namjoon, ele foi embora e levou o carro.

Disse que me buscaria se eu ligasse, mas não quero estressá-lo tão cedo outra vez.

— Eu volto, querido — garanto, beijando-o no rosto. — Hanna, ele precisa de amor. Dá amor pra ele.

A garota ri, Jimin espreme os olhos na minha direção. Antes de ir, o beijo nos lábios.

Peço um carro para ir do hospital até a casa de Park e quando chego e entro, a imagem de um rapaz esguio debruçado sobre a pia da cozinha me faz enrugar a testa.

—Taehyung?

Minha presença o pega de surpresa, a única coisa que se preocupa em fazer é virar mais de costas para mim.

— Boa tarde, sr. Jeon! — exclama, a voz grave falhando. — Achei que estivessem... no trabalho.

— Está tudo bem?

Balança a cabeça com força enquanto confirma. — Sim! Eu só... Meu olho não está muito bom. Por causa daquela alergia, sabe? Da lente.

Contorno o balcão e me aproximo, tocando o ombro.

— Deixe-me ajudar.

— Não! Não precisa, logo passa. Está tudo sob controle. — Se esquiva, a cabeça baixa.

— Taehyung, pode ser sério. E perigoso — eu insisto, puxando o ombro com gentileza. Ele vira para mim, mas mantém os olhos fechados. Lacrimejam, porque os cílios estão úmidos. — O que o médico disse?

Nega, eu toco o rosto jovem.

— Você não foi ao médico, não é? — Não responde. — Abra os olhos, me deixe ver como está.

Ele parece relutante. Não se esquiva do meu toque, porém não abre os olhos. Cada vez mais lágrimas escorrem, até eu chegar a conclusão que não é um simples lacrimejo.

Taehyung está chorando em silêncio.

— Tae...

— Estou com medo — confessa, a voz quebradiça. — Acho que vou morrer.

— Quê? Claro que não! Por que acha isso? — O peito dele sobe e desce, tenho a sensação de que vai explodir; como se fosse a contagem de uma bomba relógio. — Deixe-me conferir como está.

E talvez seja mesmo.

Taehyung é uma bomba relógio.

— Eu fugi.

Ele sussurra, parece até que os móveis da cozinha de Park podem o ouvir. Então, como se tivesse alcançado o limite, cospe tudo de uma vez. Se atropelando a cada nova palavra que sai.

— Eu vim de outro lugar. Me descobriram. Tentaram me pegar e eu fugi. Mudei meu nome e tentei começar de novo, mas estou com medo de me acharem. As lentes não estão me fazendo bem.

Taehyung abre os olhos, de repente. Espero um ametista ou um rubi, mas o que vejo é um verde quase azul. O branco da esclera está avermelhado pela irritação, mas o Amare não é Amare.

Ele não usa lentes roxas por ser Amare, como Park Jimin disse uma vez.

— Sr. Jeon, desculpa. Não me entregue a eles. Eu não faço mal, eu só não sou como você. Mas eu não faço mal.

Taehyung está desesperado, ele segura minha camisa enquanto se ajoelha aos meus pés. Seu pranto é desesperador, sinto dificuldade de respirar junto do rapaz.

Num instinto protetor, talvez pensando em Jimin, cujo está numa situação parecida, me junto ao rapaz no chão e o agarro pelos ombros. O abraço e o aperto como se isso fosse o suficiente para protegê-lo de seja lá quem esteja querendo pegar ele.

Porque chego a conclusão de que Jimin também corre perigo.

— Quem quer pegar você?

— Não sei. Apareceram depois que meus olhos mudaram. Me perseguiram, tentaram me pegar enquanto eu andava na rua. Eu mudei de estado e mudei o cabelo, mudei tudo o que dava. Eu só... — As mãos agarram minha camisa na altura da escápula. — Por favor, Sr. Jeon...

— Você está seguro aqui comigo e com Jimin, não se preocupe. Não vou deixar nada acontecer com você. — Me afasto um pouco para olhar os olhos verdes, de alguma forma tentando passar conforto e confiança. — Nem com ele.

Taehyung arfa.

"Ele também é?" Sua voz grave não sai, faço leitura labial. Eu só balanço a cabeça, confirmando. Tae sorri grandão, mas esconde o sorriso logo em seguida.

— Ele não está seguro, Jungkook. Vão atrás dele.

Nego sua afirmação, mascarando meu medo.

— Não vão. Nem de você. A gente não vai deixar, está bem? — Toco a bochecha molhada. — Precisamos cuidar desse olho irritado. Desde quando está assim?

— Começou uns meses depois que mudou a cor. Por causa das lentes, acho que tenho alergia. Ou adquiri com o tempo.

Se o motivo dele ter vindo para a Califórnia foi a mudança dos olhos, Taehyung usa lentes há anos. Porque faz anos que trabalha para Jimin.

Peço a Taehyung que fique sentado no sofá enquanto coloco água para ferver e procuro algo para amenizar a irritação ocular. Jimin não parece ter nada relacionado a colírios, porém, encontro uma solução salina que deduzo que pode ajudar.

Se não ajudar, não o fará mal. Afinal, é soro.

Quando a água esfria, peço para o rapaz de olhos verdes lavar com cuidado. Em seguida, uso o soro. Taehyung, com o tempo, não parece mais tão assustado.

— Evite usar as lentes — digo.

— Não posso...

— Nunca vai amenizar, Tae. — Ele mordisca os lábios. — Talvez um óculos? Posso pegar um de Jimin e, para não se expor no caminho, te levo em casa.

Taehyung me olha com gratidão. Não se aguenta, só fica quieto quando me abraça de novo. Me arranca um sorriso enquanto acaricio as costas.

Por um momento, me questiono o quão sozinho ele deve ser. Ou então, o quão assustador deve ser viver se sentindo inseguro o tempo inteiro.

Vigiado. Foragido. Um desconhecido na própria história, sendo que Taehyung sequer é seu nome verdadeiro.

Eu entro no closet de Park à procura de um óculos escuro — não é difícil, Jimin tem uma coleção dos mais diversos acessórios. Junto, escolho uma muda de roupa para o enólogo e pego a chave do Lykan.

Taehyung coloca os óculos e eu termino de trancar a porta da casa moderna após checar que tudo está bem. O rapaz entra no lado do carona do carro luxuoso, eu pego a direção.

— Como ele está? O sr. Park, digo — pergunta a mim quando saio da rampa e dirijo rumo a casa alheia

— Assustado — digo junto de um suspiro. — Mas está bem. Se tudo der certo, logo estará em casa.

— E o senhor? — Franzo o cenho. — Como se sente? O senhor... parece gostar muito dele.

Não tento controlar a genuína vontade de sorrir que toma meu corpo. Porque sim, eu gosto muito dele.

— As últimas horas não foram fáceis, confesso. Temo pelo que pode acontecer no futuro... — Tensiono os ombros, as duas mãos no volante. — Mas estou bem. Feliz que Jimin não sente mais dor, aliviado que todo aquele desespero foi embora.

— Imagino que com ele tenha sido difícil. O amor costuma ser... doloroso. No meu caso, o desejo veio ao meu encontro.

Ouvi-lo dizer, mais fagulhas de curiosidade sobre o assunto salpicam dentro de mim. — Como é?

— O desejo? — Murmuro em concordância. — Hm... É tão difícil de explicar quanto o amor. O sexual ainda não despertou meu interesse, mas há vontades que... céus... — Por um momento, Taehyung parece sem fôlego. — Há uma diferença entre amar algo e desejar algo. Os dois são fortes, só que... causa sensações diferentes.

— Parece ser confuso. E caótico. E desesperador.

— É, bastante. Mesmo depois de anos, estou aprendendo a lidar com eles ainda.

O rapaz continua falando. Ele é tagarela, intenso. Algo pequeno e simples vira um evento pela maneira que descreve. Talvez eu tenha essa impressão pelo fato de que ele é a primeira pessoa não contemporânea — no sentido biológico — que converso. Comparado a Jimin, mesmo sendo BEM mais novo, Taehyung parece ser mais vivido.

Mais caudaloso e torrentoso de sentimentos.

Quando paro em frente a casa do rapaz — fui guiado por ele por todo o trajeto —, peço que se cuide e que evite as lentes de contato. Tae agradece todo o cuidado que tive com ele, mesmo eu dizendo que não foi nada demais.

— Espere um minuto — pede, dando passos em direção a casa. Taehyung destranca e entra, volta uns dois minutos depois com uma sacola em mãos. — Estão lacradas. Eu sempre compro a mais e como preciso evitar usar... — Estende para mim da janela do carro. — Sr. Park vai precisar.

Quando olho dentro, ver duas caixinhas fechadas de lentes de contato roxa faz meu coração acelerar. Não sei se por não ter pensado nisso antes, ou por ter que me preocupar com isso agora.

Em manter Jimin seguro.

— Obrigado. — Tae sorri e balança a cabeça. — Se perceber que há algo de estranho, me ligue ou ligue para Park.

Enquanto não saio da frente de sua casa, ele não para de me agradecer.

No estacionamento do hospital, não tenho pressa em sair do carro. Eu paro numa vaga mais afastada, mais escondida, e desligo o veículo. Minhas mãos alisam e apertam as minhas coxas numa medíocre tentativa de me fazer parar de tremer, minha testa vai de encontro ao volante ao mesmo tempo que respiro fundo algumas vezes.

Pelo nariz e pela boca.

Talvez tenha se passado cinco, talvez dez. Talvez até mais minutos. Eu só saio quando me sinto minimamente estável, quando sei que não vou vacilar nem chorar ou surtar na frente das pessoas. Quando tenho certeza de que consigo aguentar mais um tempo até precisar respirar outra vez.

Só então, com a sacola e as roupas de Jimin nos braços, vou até a recepção para me identificar. E ao chegar na porta do quarto em que Park está, minha mão trava na maçaneta.

Você acha que ele me odeia? — Soa baixo por conta da grossura da maneira, mas mesmo assim consigo ouvir. — Ele parece... ter raiva de mim.

— Ele não te odeia, Chim. Ele só... — A voz de Hanna também é abafada pela porta. — Ele só tem medo. Você magoou muito a nossa mãe. E ele também. — Faz uma curta pausa. — E a mim.

Jimin não responde nada.

Papai entende que você se esforça para dar atenção a gente mesmo não sentindo... vontade.

Relembrar de cada merda que eu disse a vocês me faz questionar se mereço perdão — a voz dele falha, está chorosa. Sinto um aperto doloroso no peito. — Desculpa por tudo o que escutou da minha boca, mas principalmente por aquela vez que eu... que eu... Desculpa.

Tudo bem, maninho. Sei que sua intenção não foi me magoar.

— Foi! Foi sim, eu me senti melhor depois. Por ter gritado e quebrado as suas coisas, eu me senti melhor. Eu... Hanna, eu amo nossos pais. Amo você. Lembrar me... me... Eu quero consertar tudo com eles. Não pra amenizar a culpa que sinto, mas porque sei que eles ainda sentem por tudo o que fiz e falei.

Engulo em seco, não sei se por escutar o que fez a ela ou a voz dele direcionado amor a alguém. Entretanto, antes que eu possa surtar ou criar cenários, da qual amo você também é dito a mim, me afasto da porta com o toque que recebo no ombro.

— Senhor?

É o mesmo enfermeiro que, mais cedo, cuidou de Jimin. Junto dele, Emma Bulgo, a advogada do enólogo.

— Algo de errado? — ele pergunta e se aproxima da porta. Eu abro a boca, mas todas as palavras me escaparam. O enfermeiro bate o nó dos dedos na madeira branca, em segundos Hanna aparece para abrir a porta. — Eu só vou pedir que... evitem tantas pessoas de uma vez dentro do quarto, tudo bem?

Meus olhos espiam do lado de fora, Jimin tenta se livrar das lágrimas de maneira cautelosa. Ele ainda está na cama, encostado na cabeceira. O corpo coberto da cintura para baixo.

— Hm... — Hanna murmura e olha para o irmão. — Eu já estou de saída. Preciso voltar para casa.

A garota se despede do loiro com um abraço longo. O cumprimento de Bulgo a mim vem junto de um questionamento de como estou. Suavizo as sobrancelhas, que só aí percebo o quão tenso meu rosto está, e a ofereço um sorriso. — Estou bem... Obrigado por vir. Me diz que você vai conseguir tirar ele daqui.

— Eu vou. — Bulgo parece intocável, me passa certeza.

Me tranquiliza.

Hanna me abraça quando passa por mim. Eu agradeço por ter vindo e por ter cuidado de Jimin. Enquanto Bulgo se acomoda no quarto junto dele, acompanho a garota até o lado de fora; no corredor.

— Jimin é alguém importante para mim, apesar dos pesares — ela diz. — Eu fico feliz que tenha encontrado alguém que zelou e ficou com ele mesmo em momentos turbulentos, ele tem sorte em te ter. E você, por não perdê-lo.

Há pesar em sua voz, eu sinto. Sinto, também, vontade de questionar sobre, mas não o faço. Soaria inconveniente, inadequado, além do fato de que não sou próximo a ela o suficiente para querer entender suas dores.

Antes de ir, me dá outro abraço forte e demorado.

De volta ao quarto, Bulgo explica a Jimin o que fez e o que o hospital tem que fazer. Park segura um monte de papeis grampeados, o rosto vermelho na altura das bochechas, nariz e olhos denunciando o que fazia antes de chegarmos.

— Eles não vão segurar o senhor aqui, não existem motivos. E mesmo que o hospital tenha uma conduta de sigilo profissional forte, já entrei com uma petição para que seu nome, seu prontuário e tudo o que tenha relação com o senhor não seja mencionado a ninguém, nem por ninguém. — Ela olha no fundo dos olhos de Jimin. — Não sabemos a dimensão ainda, mas isso é perigoso. Precisa esconder.

— Eu trouxe... — Mostro a sacola, atraindo a atenção dos dois. — Vai ajudar a manter... em segredo.

Park parece atordoado quando pega a caixa com as lentes de contato da minha mão com a que está livre, já que a outra segura os documentos. Não sei se é abundância de informações que está recebendo ao mesmo tempo ou o amontoado de sentimentos e sensações — talvez a junção dos dois —, mas Jimin parece que vai alcançar o limite a qualquer momento.

De novo.

— Melhor resolver isso o quanto antes, para que Jimin possa voltar para casa o mais rápido possíveldigo, olhando para a mulher.

— Sim, vem comigo? Precisamos chegar na diretoria do hospital. Aparentemente, a pessoa com o maior cargo, diretora e dona, está fora do país. — Meus olhos estão em Bulgo, os olhos de Bulgo estão em mim. Jimin tem a atenção no próprio colo desde que entreguei as lentes a ele. — Pode ser um processo longo, por hora teremos que tratar com alguém que esteja presente e que faça essa ponte entre nós e a diretoria.

— Isso foge do que combinamos que faria pela minha empresa — Park diz baixo, cortando nosso diálogo. Os olhos ainda nos papeis e na caixa pequena sobre o colo. — Acertamos as contas quando eu sair daqui. Valores, digo.

— Perfeitamente — Bulgo devolve. — Por enquanto, preciso te tirar aqui e fazer eles ficarem de boca fechada.

— E querem estudar — acrescenta.

— É o de menos, não podem obrigá-lo a se doar para a ciência. É voluntário. — Estende algo a Jimin. — Esconda, é um gravador. Já está ligado. Não deixe ninguém te tirar daqui, faça um escândalo se precisar.

Jimin assente e pega, eu engulo em seco ao perceber que talvez tudo isso seja mais sério do que parece ser. Emma Bulgo se afasta da cama e nos dá as costas ao ir em direção à porta.

— Por favor , Sr. Jeon, me acompanhe.

Não me movo. Não porque não quero, mas porque não consigo. Minhas pernas estão, ao mesmo tempo que moles, rígidas. A sensação é de que vou cair se der um passo sequer.

O toque de Jimin no meu braço me faz prestar atenção em outra coisa que não seja meu corpo rejeitando todas as informações, o carinho que vem a seguir me conforta.

Principalmente quando fito o enólogo e recebo um sorriso adorável. — Vai. Ficarei bem.

Park me puxa com gentileza até eu estar perto o suficiente para me beijar no rosto. Com um suspiro profundo e um cheiro no topo da cabeça, deixo o quarto e me junto a advogada.

Sendo bem sincero, Bulgo toma conta de tudo. Eu não entendo muito bem o motivo da minha presença ao seu lado sendo que ela lidera toda a operação, não apenas contatar a diretoria do hospital como explicar a situação e fazer as exigências.

Eu pareço estar apenas... apenas ali.

Ocupando um lugar no espaço.

Até eu perceber que a minha presença não serve para mais nada além de ver o quão foda Bulgo é, para que quando tudo acabar eu possa elevar ainda mais seu ego.

O que não me surpreende, porque Namjoon não é tão diferente.

— Pronto — ela diz quando deixamos a sala da diretoria. — Resolvido. Sr. Park será liberado em breve e o hospital não vai exigir que seja cobaia. Assim que a diretora voltar para o país, ela assinará o documento de sigilo sobre qualquer informação de Park somado ao sigilo profissional que a instituição já tem por lei.

E eu, no fim, não fiz mesmo nada.

— Obrigado, Drª. Bulgo. A senhora viu? Se sentiram ameaçados com a sua imposição — digo, e sou sincero. Mesmo todos na sala sendo Cupidis, menos eu, Bulgo se mostrou superior a todos. — Seu trabalho é impecável, bem que o Sr. Park falou.

Não é que eu estava certo sobre a bajulação? Emma Bulgo, após minha fala, parece cintilar. Não que ela precise do meu julgamento para saber se é ou não foda. Ela sabe que é, seu prazer é em ser exaltada pelos outros. Meu elogio a faz erguer um pouco o queixo, o olhar escorre luxúria e convencimento.

Preciso desviar os olhos dela por um momento.

Quando entra no quarto particular onde Park está, nego com a cabeça. Impressionante. Ao passar pelo limiar, ver Jimin sorrindo grandão para Bulgo faz meu peito se agitar. Porque a preocupação das últimas horas, pelo menos agora, não domina os traços bonitos de seu rosto.

Jimin sorri de alívio, sorri sincero e agradecido.

E ele está no banho quando alguém aparece para anunciar a alta hospitalar, eu respiro um pouco mais tranquilo que antes. Bulgo vai embora, certamente com sua característica plenitude, e Park sai com as roupas que trouxe de sua casa. Os olhos onde o entardecer mora, agora, estão roxos. Como sempre foram.

De alguma forma e por algum motivo, me incomoda.

Entretanto, oculto minha aversão ao roxo e, sem hesitar tanto, deixamos o quarto em direção a recepção para que possa assinar os documentos da liberação.

— Puta merda... — Jimin solta ao sentar no lado do carona de seu carro, eu fico na direção. — Some daqui.

Eu não perco tempo, num segundo estou colocando a marcha, noutro estou abaixando o freio de mão e acelerando. Depois de tantas vezes, dirigir um carro super não me causa mais medo.

Me causa, na verdade, satisfação. É gostoso ficar acima da velocidade.

Me sinto no controle, é uma sensação prazerosa.

Não vamos direto para a casa de Jimin, peço para fazermos uma parada breve antes. Park concorda e nosso próximo destino é meu cogumelo. O objetivo é não me prolongar, quero apenas checar se meus filhos estão bem.

— Filhos, eu tô aqui! — digo com a miação que recebo ao entrar em casa.

Pelas costas, ouço Jimin rir. Ao direcionar a atenção para ele, o pego me olhando; em pé no meio da sala. Quando percebe meus olhos, morde o lábio de leve, astuto.

— Calado — mando.

Ergue os ombros. — Mas eu não disse nada!

— "Falar com gatos é patético" — Afino a voz outra vez, desta zombando do seu jeito de falar.

— Eu não falo assim, seu petulante!

Eu o ignoro, dando atenção aos felinos que miam e fazem festa para a minha chegada. Saio pela casa enquanto converso com eles, observando o que está fora do lugar. Troco a água, faço carinho, reabasteço a tigela de ração, faço mais carinho, limpo a caixa de areia e mais carinho.

Cato Milk no colo e subo até o andar superior, só para ter certeza de que está tudo certo, que não destruíram nada. Olho as plantinhas também, e resolvo tirá-las da beira da sacada por segurança. No topo da escada, quando ameaço descer, a voz aveludada de Park Jimin chama a minha atenção.

— Hm... Você não é muito sociável, né? — Ao invés de descer, abaixo no topo da escada para espiar a sala. Jimin está abaixado no chão, Coffee está deitadinho a dois passos dele; o rabo está agitado e os olhos verdes atentos no loiro. — É o oposto de Milk...

Quando percebo, há um sorriso bobo nos meus lábios. Eu nino Milk no meu colo, acariciando o pelo branquinho, e vejo Park esticar a mão para Coffee como se tentasse conquistar a confiança do gatinho.

Diferente de Milk, que é pra frente e não estranha ninguém — saidinho, chechelento e encrenqueiro —, Coffee é mais retraído e na dele — quieto, preguiçoso e medroso.

— Vem aqui... — chama manso, mexendo os dedos devagar.

Coffee se move. Eu coço embaixo do pescoço de Milk, ele ronrona. Jimin sorri quando o gato preto chega mais perto. Então, me derreto com a cena dele esfregando o corpinho na mão esticada do enólogo.

O miadinho de satisfação que o felino branco no meu colo chama a atenção do loiro, que olha na direção da escada.

— Patético, Sr. Park — zoo, enfim descendo os poucos degraus. Jimin não liga muito, volta o olhar violeta para o gato preto manhoso. — Você conquistou ele. Ele é chato com desconhecidos.

— É... — Coça orelhinha. — Somos amigos agora, não somos, cafezinho?

Ainda bobo com a cena, sorrio. Quando coloco Milk no chão, ele se intromete no carinho que Coffee recebe.

— Eu sei que combinamos de você me levar pra casa... — Me olha. — Mas acha que podemos... ficar aqui? — Volta para os gatos. — Se não for incomodo.

De pé, toco os fios sedosos do cabelo de Jimin, que ainda está abaixado no chão. Ele me olha quando meus dedos somem na maciez dourada. — Você está num dengo, Sr. Park... Assim como eles, sinto vontade de te apertar e te morder.

Ele sopra um riso. — Por favor, faça isso.

É curioso como, ao mesmo tempo que parece aquele cara que fez minha entrevista para ingressar na Wine, parece um desconhecido, alguém que estou vendo pela primeira vez. Porque aquele Jimin, aquele que conheci no passado, não falaria ou cuidaria dos meus gatos como está fazendo, tampouco me olharia com o fascínio que me olha agora.

Nem as lentes não são capazes de esconder isso.

E por mais que esse Jimin, carinhoso e necessitado de atenção e afeto, não seja o Jimin do qual eu conheci meses atrás, não está sendo estranhado por mim. Ao contrário, esse Jimin tem todo o meu amor, se quiser. Não que antes não tivesse, porém, agora eu posso projetar todo esse sentimento nele.

Porque é o que ele quer, é o que ele precisa.

Porque é o que eu quero, é o que eu preciso.

— Claro que podemos, meu bem. Eles vão amar a sua companhia. E eu também. — Jimin parece brilhar com a minha resposta. — Porque não fica aí um pouco com eles? Eu vou tomar banho, e aí faço algo pra gente comer. Pode ser? — sugiro, ele assente com a atenção nos gatos fazendo graça para ele. Depois disso, é quase como se eu já não estivesse mais na sala.

Park entra num mundo onde só existe ele e os gatos.

No caminho para o meu quarto, disco o número de Namjoon, que pediu que eu avisasse quando chegasse em casa. Ele me atende cantando, a voz grave falhando algumas vezes.

Me faz rir.

— Ainda no hospital?

— Acabamos de chegar em casa — digo, entrando no banheiro. — Jimin vai passar a noite comigo.

— Como ele tá?

Mordisco o lábio. — Amoroso. — E sorrio para o espelho. — Tá com os gatos. Vou tomar banho agora, pra jantar.

— E como você tá?

Minha resposta não é imediata. Eu posso ser sincero pela primeira vez, não preciso dizer o que querem ouvir de mim.

Não preciso mentir para Nam.

— Exausto. — Fecho os olhos, minha voz sai cansada e lenta. — Quero que o dia acabe logo. Ou a semana. Que tudo isso acabe logo.

— Logo passa. — Meu amigo me conforta, seria uma resposta genérica se não tivesse sido dito por ele, em seu tom ameno de voz. — E se não passar, sabe que não precisa carregar tudo sozinho. Tô aqui contigo. Sempre.

Porque Namjoon vai cuidar de mim.

Ele conversa comigo pelo tempo que fico no banho, a ligação no viva-voz. Quando saio para vestir uma roupa, me despeço dele com a promessa de que ligaria caso alguma coisa acontecesse.

E não me prolongo muito mais no andar de cima, visto algo confortável, estendo a toalha e desço até onde os garotos estão.

Jimin ainda tem a atenção neles, agora, entretanto, se permitiu sentar no tapete ao lado deles. Está em silêncio, os felinos deitados chão, rente à sua coxa direita.

— São irresistíveis, não são? — digo, trazendo o entardecer para mim. Meu estômago vibra. — Costumava passar horas assim com eles, distraído.

Park sorri e assente, levantando do tapete para sentar no sofá. Quando o faz, solta um suspiro longo. — Porra, é bom estar de volta em casa.

Eu me aproximo do corpo relaxado e me sento no braço do sofá, apoiando o cotovelo no encosto atrás de Jimin.

— Preciso de outro banho, sinto que o hospital ainda está em mim. Não gosto dessa sensação — murmura. Eu balanço a cabeça, também aliviado por ter saído daquele cenário mórbido.

— Vai lá. — Toco seus ombros. — Vou fazer algo gostoso para você comer.

Me inclino sobre o encosto até estar com o rosto próximo ao dele, o suficiente para selar meus lábios na testa.

— Estou feliz que esteja tudo bem agora — confesso, acariciando o peitoral por cima da camiseta de botão com a mão livre. — Jimin... Precisamos conversar sobre a sua segurança. E como vamos... esconder isso.

Eu não queria que se escondesse como Taehyung faz há anos, ver alguém fingindo ser o que não é parece uma tortura. Nesse caso, com consequências até mesmo fisicamente dolorosas. Entretanto, prezar pela segurança dele e do rapaz mais novo precisa ser uma prioridade agora.

Não sei até que ponto podemos confiar sua vida ao jurídico e não digo sobre Emma Bulgo.

— Podemos só não... — Jimin toca e acaricia meu braço. — falar sobre isso agora? As últimas horas foram detestáveis, eu só quero descansar um pouco e esquecer... o quanto tudo é perigoso.

Eu o aperto mais, esmagado o tecido da camisa entre os dedos.

— Tudo bem, amor. — Beijo a testa outra vez. — Suba. Estarei aqui te esperando para comer.

Jimin vai para o banho após eu conseguir o convencer a ir sozinho — já que queria porque queria que eu o acompanhasse. Contudo, pensando em adiantar o jantar para que possa se alimentar o quanto antes, nego seu chamado prometendo fazer algo que o agrade.

Quando o loiro aparece, minutos depois, o céu alaranjado nos olhos me faz lembrar que causamos um rombo na história. Jimin sorri de lado ao que fico muito tempo encarando-o sem dizer nada. O rosto adquire um tom avermelhado, desviar de mim é seu ato final; denuncia seu constrangimento.

— Você sempre foi assim e eu só notei agora ou é por causa dos meus olhos? — indaga, o tom de voz baixo. Ele escora no encosto da cadeira e mantém os olhos em qualquer outro canto da cozinha que não seja eu. — Digo, de ficar me observando...

Sopro um riso breve e me forço a desviar os olhos, voltando para desligar a última panela que está no fogo.

— Sempre fui seu observador, Sr. Park, você só não ligava muito — murmuro, prendendo o lábio inferior de leve nos dentes da frente. — Meus olhos sempre estavam em você.

Tento suavizar a tensão em meu rosto enquanto pego dois pratos no armário suspenso sobre a pia.

— Desculpa, não achei que te deixava... desconfortável — digo baixo. Ao me virar com pratos e talheres em mãos, Jimin está mais perto.

— Tem algo novo acontecendo. Estou sentindo coisas que não sei o que são, ou o que significa. — Presto atenção nele enquanto tento não olhar tanto; mesmo que eu queira mergulhar no mel daquele olhar. Entretanto, Jimin segura meu queixo e, como se estivesse tocando algo frágil, me faz olhá-lo de volta. — Me olhe. Eu só... preciso entender. O que está acontecendo aqui dentro.

Vejo o brilho surgir de maneira gradativa, em segundos está tudo tomado por lágrimas.

— Eu não senti uma vez sequer, desde que acordei, vontade de me afundar em você, Jungkook. — Ver a velocidade com que as lágrimas descem me faz engolir em seco. O que era impossível parece tão fácil agora. — Não é que eu não te deseje mais, só... tem tantas outras coisas que sinto ao te olhar que me faz questionar a futilidade desse sentimento no meio de todos os outros. — Ergue os ombros, indefeso e perdido. — Até mesmo medo eu sinto. Medo de não ser o suficiente, de não saber lidar, de te magoar e de te afastar. Eu não te quero longe.

A dor dele me machuca.

Eu deixo o que seguro sobre a pia e trago o corpo para junto do meu. Com um suspiro denso, me escondo na curvatura do pescoço cheiroso.

— Gostar de alguém nos transformar numa montanha russa, uns sentimentos são bons, outros nem tanto. Outros então, menos ainda. — conto, manso. Minha mão desliza pelas costas por cima de um suéter meu que cobre o tronco robusto. — Sei o quanto você está com medo, mas estarei aqui contigo. Permita-se. Sempre que sentir algo novo, tente prestar atenção. — Me afasto um pouco e fito o rosto belo. — Depois me conte como se sentiu e como seu corpo reagiu, vou amar saber.

Jimin sorri para mim e assente com a cabeça, beijando a minha boca. — Tudo bem.

Eu o faço carícias por mais tempo, frisando o quão bonito é e o quão gracioso está vestindo as minhas roupas. Por fim, o convido para o jantar. Montamos a mesa juntos, a maior parte da refeição é feita em silêncio. Jimin elogia a minha comida. E quando Taehyung surge em algum momento nos diversos assuntos que falamos, cito a conversa que tivemos mais cedo quando fui buscar as roupas e o carro.

— Tae também corre perigo — murmuro, o tom quase inexistente e a atenção toda no enólogo. — Você vai precisar ser o mais discreto que consegue, precisa continuar sendo Cupidi na frente das pessoas. Seus pais precisam manter isso em segredo.

Jimin suspira pesado e deixa os talheres dentro do prato quase vazio. Por fim, passa a mão nos fios dourados ao puxá-los para trás. — Conversarei com eles.

Park está assustado, apreensivo. Eu estico o braço sobre a mesa e toco a mão que está sobre a superfície, segurando-a numa tentativa de passar alguma segurança. O sorriso ladino que lança a mim tenta mostrar que está agradecido, que está tudo bem.

Ao final da refeição, me ajuda a limpar a cozinha e guardar o que sobrou da comida. Os gatos o tempo todo rodeando nossas pernas.

— Vamos deitar?

Assinto ao que diz e seguro quando me estende a mão. Subimos a escada sem pressa, eu apagando as luzes do andar de baixo. No de cima, enquanto seguimos pelo pequeno corredor pouco iluminado, abraço o homem por trás ao sentir necessidade de me manter perto e protegê-lo mesmo que estejamos num ambiente seguro.

Park solta uma gargalhada gostosa e joga os braços para trás, agarrando minha cintura e me mantendo colado a ele.

Merda.

Eu engulo em seco e sinto minhas bochechas pegarem fogo ao perceber como sua bunda encaixa no meu quadril. Ah, eu definitivamente nunca tinha reparado em como é grande. Em como é firme. Com certeza não está fazendo de propósito, porém, a cada passo que Jimin dá colado ao meu corpo, mais se arrebita e pressiona.

De repente, o calor do meu rosto se espalha pelo tronco e se concentra ali embaixo.

Quando entramos no quarto, tento ser o menos brusco possível ao me afastar. Jimin prolonga a risada gostosa por mais uns segundos, se virando para me olhar com pureza no olhar. Desta vez, eu maliciei o imaliciável.

Jimin está pleno.

— É bom saber que vamos ficar juntos, acho que me acostumei com a sua companhia nas últimas noites — diz, a voz mansa tal qual a expressão. Os olhos de mel escorrendo doçura.

Meu corpo, ao contrário, está pegando fogo.

Junto ao amargor que a culpa que cresce em meu interior me traz.

— Gosto de passar o tempo com você... — falo, tentando disfarçar. Não funciona, Jimin toca meu rosto.

— Tudo bem? Parece sem jeito...

— Está! — Solto um arzinho pelo nariz, olhando para a cama. — Só... lembrei de nós. Quero dizer, dos nossos momentos juntos. Vamos escovar os dentes para deitar?

Jimin parece se convencer da minha resposta, assentindo ao meu questionamento. Ele vai primeiro e eu tento abanar o rosto para amenizar o calor; e sumir com as imagens indecentes da cabeça. Quando volta, é a minha vez de usar o banheiro.

Estou vermelho ainda, o espelho não me esconde.

Lavo o rosto na água fria que desce da torneira e escovo os dentes, sacudindo a camisa na tentativa de fazer o ar circular dentro dela. Por que tão quente?

Quando volto, ligo o ventilador para que gire em todas as direções do quarto para refrescar logo; mesmo não sendo um dia de calor.

Park já está na cama, eu acho graça porque é ele e os gatinhos dividindo o colchão. Ao me deitar junto, sou recepcionado pela carência do enólogo.

Ele não hesita em me abraçar.

— Está cansado? — indago, acariciando os fios loiros.

— Uhum. — Sela meu rosto. — Preciso voltar para a Wine.

— Descanse primeiro, meu bem, depois você pensa nisso. — Beijo o topo da cabeça. — Eu e Stacy tomamos conta de tudo.

— Sinto falta de trabalhar, por incrível que pareça. Não vou conseguir ficar muito tempo sem fazer nada. — Me olha. Eu sorrio. — Está com sono?

— Um pouco...

— Certo. — Me beija na boca. — Boa noite.

— Boa, amor. — O beijo de volta. — Te amo.

Jimin sorri e se desvecilha do abraço. Ele deita colado a mim, de costas, e o jeito que se move me faz entender que devo me manter perto.

— Durma bem — é o que diz quando enlaço sua cintura, sendo a conchinha de fora.

Talvez, só talvez, eu estivesse esperando escutar de volta, como fez com Hanna. Mas não vem. Eu ainda estou acordado quando Jimin pega no sono, e permaneço na vigília por mais um tempo até conseguir dormir também.

🍷ི꙰͝꧖๋໋༉◈

E aí, anjos! Como vocês estão?

O Tae...

Jungkook ouviu Jimin dizendo que ama Hanna e queria também...

Eu tô sentindo que a história está entrando na reta final. Tipo, talvez tenha menos que cinco capítulos restantes (eu ainda não terminei de escrever a história, mas não tenho muito mais para mostrar a vocês. As coisas estão sendo explicadas e a maioria dos conflitos já estão resolvidos, então acredito que em algumas poucas taças concluo VME)

SPOILER: no próximo capítulo Jungkook vai passar por uns perrengues na mão do Ji. Quero dizer, Jungkook tá ficando meio... assanhadinho demais. Aguardem.

Minha conta no Instagram é @dan_kyunsoo

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜

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