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2° Taça

SALVEEEEEEEEE

Aqui estamos nós, segundo capítulo!

Espero que gostem do capítulo de hoje, deixem a se isso acontecer e boa leitura 💕

🍷ི꙰͝꧖๋໋༉◈

Acordo antes mesmo do despertador. Geralmente não uso ele, deixo meu cansaço me guiar ao acordar quando não tenho mais sono – não costuma passar das oito da manhã. Entretanto, só por precaução, coloquei um despertador para esse horário, apenas para não correr o risco de acabar passando.

Não me surpreendendo, minha ansiedade não me deixa passar das 07h20, por isso acabo levantando logo.

As higienes básicas eu faço assim que entro no banheiro, sem pressa, e coloco comida para Coffee e Milk quando termino. Ainda dormem na ponta da minha cama enroscados um no outro. Molho os meus outros filhos na sacada, faço e tomo o café com toda a calma do mundo que, neste momento, estou me forçando a ter.

Porque por dentro estou mais agitado que torcida em dia de amistoso.

Mando mensagem para Namjoon pedindo que me avise quando estiver acordado, para que eu possa ir até a casa dele e, por fim, quase se aproximando das oito e vinte, me conduzo até o banheiro com o intuito de tomar banho.

Nem preparei nada. Não faço ideia do que falar sobre mim, seja qualidades e fraquezas, nem porque quero entrar na empresa daquele cara. Além do mais, não faço uma entrevista de emprego há mais de dez anos.

E isso me deixa inseguro.

No início da noite passada, depois que Namjoon me mandou mensagem falando sobre o endereço, fiz uma árdua pesquisa a respeito da Wine J'M Company e do fundador dela, Park Jimin. Entretanto, apenas isso não vai me fazer ter argumentos o suficiente para garantir a minha vaga.

Se tivessem me dado mais dois dias...

Ao menos consegui atualizar o meu currículo e organizar todos os documentos que acho que vou precisar apresentar, porque Nam não soube me informar com precisão. Como um ser precavido ao extremo, até a certidão de nascimento resolvi colocar no meio.

Paro de respirar pelo nariz e enfio a cabeça embaixo do chuveiro, sentindo o arrepio cobrir minha pele ao prestar atenção nas gotas de água deslizando pelas minhas costas, coxas, panturrilhas e, por fim, calcanhares. Quando mais novo, eu não conseguia me manter focado em nada por muito tempo, demorava a pegar alguma matéria na escola porque a minha mente sempre vagava para o amor da minha vida, esse que estaria me esperando para darmos uma volta por uma cidade bonita e romântica. Eu criava vidas fictícias para mim, o que acabava tirando minha concentração das outras coisas.

Com o passar do tempo, e alguns meses vendo minha psicóloga, aprendi que começar a prestar atenção nos mínimos detalhes do que eu estava fazendo, em vez de deixar que a mente vagasse, melhoraria a concentração; além de meditação. Foi difícil no começo porque até mesmo lavando louças a minha cabeça flutuava, então começar a prestar atenção na água, na espuma, na bucha foi uma tarefa complicada. Mas com o tempo melhorou. E acredito que os vinte minutos que eu tirava para meditação ajudou ainda mais.

Não vou mentir, passar cinco minutos sentado tentando prestar atenção na respiração para esvaziar a cabeça não foi NADA fácil. Mas com o tempo foi ficando. No agora, anos depois, consigo ficar uma hora e meia direto sentadinho, escutando os beija-flores virem na minha varanda beber água.

Não posso dizer que a minha concentração é impecável, contudo, consigo prestar atenção nas coisas à minha volta, realidade, ao invés das ficções da minha cabeça que, sinceramente, nunca vão acontecer.

Além, é claro, de ter melhorado a memória. Eu costumava esquecer bastante as coisas.

Passo as mãos entre os cabelos encharcados e deixo que a água caia na testa ao inclinar a cabeça um pouco para cima, mantendo os olhos fechados e a boca minimamente aberta.

Tomar banho é uma experiência.

Tento ser o mais breve possível, saindo minutos depois. Saio do box quando enrolo a toalha amarela na cintura, pegando o celular sobre a pia de mármore branco para checar a hora. Acabo notando mensagens de Namjoon respondendo a minha anterior.

São dois áudios.

Bom dia, querido. Tenho medo de perguntar se conseguiu dormir bem e você me dizer que sequer pregou os olhos. Então não vou perguntar. — Sopro um riso. O segundo áudio começa automaticamente após o término do outro. E pode vir, acabei de acordar. Aliás, compra alguma coisa pra eu comer? Não tem nada de bom aqui em casa. Tô com fome...

Balanço a cabeça, clicando e segurando o ícone para gravar um áudio.

Bom dia, amor. Para a sua informação, eu dormi muito bem. Acabei de sair do banho, apareço aí em vinte minutos. E vai ficar com fome porque eu não tenho tempo nem vontade de parar e comprar alguma coisa pra você comer, não. Beijos.

Envio e largo o aparelho na pia antes de encarar meu reflexo no espelho. Estou apresentável, não pareço um morto. Me preocupo em escovar novamente os dentes e retirar todos os piercings que enfeitam a minha orelha, encarando uma última vez as íris cor de sangue no espelho antes de pegar o celular e voltar para o quarto.

Uma das principais características que diferem um Amare de um Cupiditatem é a cor dos olhos. Amares carregam a cor do amor na íris: vermelho. Já Cupiditatens carregam a luxúria no olhar: violeta. Além disso, os comportamentos que começam a aparecer na puberdade e se estendem pelo restante da vida também são um diferencial marcante entre as duas naturezas.

Pego qualquer roupa fácil de vestir no guarda-roupa e visto, esfregando a toalha em meus cabelos úmidos enquanto ando pela casa pegando carteira, celular, chaves do carro e a pasta com todos os documentos.

Dou adeus a Coffee, Lilith, Espigão e Medusa – Milk já ganhou o mundo. Estendo a toalha no varal, saio de casa e tranco a porta principal depois de checar se fechei as janelas e desliguei todas as bocas do fogão.

Manias que peguei dos meus pais.

Namjoon não mora longe de mim, mas resolvo ir de carro porque ele disse que iria comigo mas não vai bosta nenhuma.

Ele é preguiçoso.

Passo devagar em frente à uma padaria e paro quando noto que não há ninguém, sendo rápido em pedir para embalar dois sonhos. Quando volto para o carro, não demoro nem cinco minutos para finalmente chegar na casa dele.

Apenas pego a sacola de papel com os pães e travo o veículo depois de sair, tocando incessantemente a campainha até ser atendido.

— Inferno! — Namjoon berra quando eu continuo apertando mesmo depois que abre a porta.

— Oi pra você também — digo, deixando um beijo rápido na bochecha dele e não esperando ser convidado para entrar antes de, de fato, entrar. — Podemos ser breves? Estou em cima da hora.

— Você trouxe café da manhã pra mim? Ownt! — Rolo os olhos. — É bom saber que você não tem coragem de me deixar morrer de fome.

— Eu tenho sim, não me testa.

Namjoon pega o saco da minha mão e não perde tempo e já manda uma generosa mordida no sonho, me lançando uma piscadela antes de ir em direção ao quarto dele.

— Eu separei algumas coisas que acho que vão ficar boas em você, mas fica a vontade — diz, apontando para algumas roupas esticadas sobre a cama bagunçada.

Como não tenho tanto tempo para ficar provando outras, acabo ficando com algumas dessas mesmo. Tiro a camisa larga e troco por uma azul clara de botões. Me livro da bermuda e visto uma calça social cinza escuro. Os sapatos eu trouxe comigo, são pretos e me certifiquei de estarem bem lustrados na noite anterior. E por fim, por cima da camisa azul, Namjoon sugere que eu vista um paletó da cor da calça.

Acho que vou começar a usar mais roupas formais, meu armário é cheio de suéteres e bermudas.

— Tá gatão — meu amigo comenta, acertando a minha bunda com uma tapa fraco. — Ouvi dizer que o dono de lá é um tremendo gostoso.

— Namjoon! — Ele gargalha.

— Ouvi dizer, apenas — se defende. — Agora vai lá e quebra tudo!

Sopro um riso e o empurro de leve.

— Me deseja sorte — murmuro, deixando as roupas que tirei em cima da cama dele.

— Você não precisa de sorte, amor. — Me dá um beijo na bochecha. — Agora vaza para não se atrasar. Podemos sair à noite, se você quiser.

— Não sendo uma casa de swing...

Ele faz bico.

— Ah mas por quê?

— Tchau, Nam. — Saio do quarto. — Nos falamos mais tarde!

— Tchau, gato. Brilha!

Eu não enrolo ao sair da casa dele, assim como não perco tempo ao ligar o carro e começar a dirigir em direção à empresa. Viu? Ele esqueceu que disse que iria comigo. Eu já esperava por isso.

São nove e sete da manhã agora, tenho pouco mais de vinte minutos para chegar na Wine J'M Company, da qual também não é muito longe daqui já que a minha casa fica em uma boa localidade. É próximo da cidade, mas não necessariamente dentro dela a ponto de ser estressante.

O apartamento dos meus pais fica no centro e sei o quanto é porque cresci nele. É correria e ruído o tempo todo, diferente do sossego do meu cogumelo.

Chego faltando cinco minutos para às nove e meia da manhã. Na recepção, sou orientado a subir para o 50°, e último, andar. Odeio elevadores, mas não dá tempo de subir todos os lances de escada então é o que temos.

Quando chego no andar indicado e me apresento na recepção do mesmo, o homem – que parece ser dez anos mais novo que eu – anota meu nome e sou novamente orientado, desta vez a me sentar junto de mais seis outras pessoas. Como é por ordem de chegada, me sento na próxima cadeira vazia, logo depois de uma mulher muito elegante. O olhar arroxeado dela mira o meu cor de sangue ao me cumprimentar.

Cupiditatens olham sempre no fundo dos olhos dos outros. O olhar é um dos jeitos de demonstrar seu desejo, seu poder. Entretanto, olhares desejosos não são direcionados a Amares, pelo menos não no primeiro contato. Nos deixam desconfortáveis e geralmente é o melhor jeito de nos afastar. Mas é claro que tem os atrevidos que, na primeira oportunidade que veem um Amare dando sopa, já o lança o olhar mais pecaminoso.

Eu odeio quando isso acontece.

Essa mulher, por exemplo, transmite imparcialidade. Neutralidade. E ela foi até simpática me comprimentando, geralmente eles ignoram a existência das pessoas ao seu redor.

Suspiro e cruzo uma perna sobre a outra quando enfim me sento, descansando a pasta com documentos sobre o colo. Enquanto o tempo passa, fico pensando em supostas perguntas que serão feitas a mim, estruturando supostas respostas para cada uma delas. Estou nervoso, admito, mas não num nível que me atrapalhe muito nesse momento. Acredito que seja apenas um nervosismo natural.

Entretanto, isso muda quando começam a chamar um por um, seguindo a fila. Aí sim sinto um nervosismo ruim tomar conta de mim a ponto de fazer a minha boca secar e meu coração latejar em todos os cantos do meu corpo.

Ainda acho que preciso de mais tempo para me preparar.

A mulher ao meu lado é chamada e eu engulo em seco quando ela some no corredor. Cada pessoa até esse momento demorou de cinco a dez minutos lá dentro. Não sei o que falar para ficar tanto tempo assim, mas eles parecem mais preparados que eu. A Cupiditatem, por exemplo, deve ter ficado pouco mais de quinze minutos.

Eu não sei em que momento passei a contar o tempo.

— Jeon Jungkook.

Engulo em seco outra vez ao escutar meu nome. Há mais duas pessoas depois de mim, mas a mulher que me chamou sabe que Jeon Jungkook sou eu – afinal, sou o próximo da fila.

Me levanto meio sem jeito e enfio o celular no bolso da calça, apertando a pasta em uma das mãos enquanto caminho até ela.

— Você é o amigo do Namjoon, não é? — a mulher pergunta quando começamos a andar pelo longo corredor. Confirmo. — Oh, ele falou bastante sobre você, é uma honra finalmente conhecê-lo. Me chamo Stacy. — O tom simpático dela me acalma um pouco. — Obrigada por ter vindo e seja muito bem-vindo a Wine!

A olho e ela faz o mesmo comigo.

— Eu que agradeço, Stacy. É uma excelente oportunidade. — Ela sorri, colocando uma mecha dos cabelos avermelhados atrás da orelha. É tão curto que quase nem chega lá.

— Bom, antes de entrar quero dizer algumas coisas — ela diz. — Você será entrevistado diretamente pelo CEO, afinal a vaga que está concorrendo é para secretário dele. Ele prefere avaliá-los pessoal e diretamente. — Assinto, um pouco mais temeroso. Mas ao mesmo tempo aliviado por ter estudado a vida do cara. — Seu currículo fica com o Sr. Park e, caso você esteja apto, entraremos em contato.

— Certo.

— É apenas isto. Pode entrar. E boa sorte. — Me lança um sorriso gracioso e abre a porta para mim. Eu devolvo o sorriso e agradeço antes de enfim entrar no escritório.

É um lugar espaçoso e organizado. Há algumas estantes próximas às paredes, algumas compostas por grossos livros e outras guardando dezenas de garrafas de vinho. Tem vasos bonitos de plantas, mas notoriamente artificiais. Além, é claro, da comprida mesa no meio da sala – de frente para a porta em que eu havia acabado de entrar –, que serve de apoio para um computador cujo monitor da espessura de um celular, uma pilha de papéis, porta canetas cheio de canetas, uma garrafa de vinho, uma taça e mais algumas pequenas decorações.

Atrás da mesa, a enorme poltrona de couro é ocupada por um homem bem vestido. O terno preto se ajusta perfeitamente ao corpo robusto. Os fios lisos e loiros estão penteados para trás com elegância. Os antebraços apoiam-se na superfície preta e brilhante da mesa enquanto o CEO tem a atenção presa no papel que segura. No pulso direito, um relógio analógico dourado cobre uma parte dos desenhos pretos cravados na pele bronzeada, enquanto o terno fino cobre o restante da extensa tatuagem. Porém, os dedos – que também são cobertos pelo desenho permanente – ficam totalmente à mostra.

E não consigo deixar de notar o quanto as veias da têmpora e do meio da testa dele estão saltas, só espero que isso não signifique algo ruim.

— Licença — peço de forma educada, chamando a atenção do empresário. Ele tira o olhar do papel e ergue na minha direção, pregando as íris violetas em mim pelo que eu posso jurar ser minutos.

— Toda — diz. O tom baixo, porém firme, da voz dele não melhora em nada o meu nervosismo, esse que parece apenas aumentar a cada segundo.

Fecho a porta atrás de mim e tento caminhar de forma confiante até ele, mas sinto as minhas pernas vacilarem algumas vezes.

— Seja muito bem-vindo — deseja, erguendo a mão para mim ao se levantar da poltrona. — Park Jimin.

Eu sei. Na verdade, meio que sei tudo sobre você, moço. Não tudo, certamente, mas o que li já é mais que o suficiente para saber que é quase im.pos.sí.vel agradar você.

— Obrigado, Sr. Park. Jeon Jungkook. — Seguro a mão alheia, não me surpreendendo com o aperto firme que recebo de volta.

— Por favor, Jeon, sente-se.

Puxo a cadeira e sento nela, me sentindo um pouco sem jeito por parecer bem menor perto dele; talvez por causa da poltrona que é mais alta que a simples cadeira que estou.

— Posso dar uma olhada no seu currículo?

Assinto, abrindo a pasta e pegando o primeiro documento. Havia deixado previamente separado para facilitar.

— Como se sente? Nervoso?

Ele pergunta assim que pega o papel que estendo para ele.

— Nada fora do normal — me contento em dizer, notando um sorriso ladino aparecer no canto dos lábios volumosos enquanto corre os olhos pelo meu currículo.

— De qualquer forma, não se sinta intimidado. Eu sou uma pessoa legal. — Sopro uma risada.

Cupiditatem se acham...

— Não me sinto intimidado. — É a vez dele soprar um riso.

— Certamente não — murmura, deixando bem claro que não acreditou nas minhas palavras. — Certo, Jeon Jungkook, fale um pouco sobre você.

Mas eu, de fato, não me sinto.

O homem encosta na poltrona e prega a atenção em mim. Lembra que eu disse que é quase lei Cupiditatens olharem diretamente para os olhos? Então... Ele não. Park Jimin olha nos meus, porém desvia segundos depois para qualquer outra parte do meu rosto.

O que isso quer dizer? Bom, pode ser algum tipo de estratégia para manter o foco. Cupidis precisam controlar a coisa insaciável que tem dentro deles e cada um tem seu jeito de lidar com isso.

Ou simplesmente não controlam, mas não quero entrar nesse assunto.

É pavoroso.

— Hmm... — Penso. — Tenho vinte e nove anos, terminei o ensino regular com dezesseis porque era inteligente demais e pulei o primeiro ano. — Ele ergue uma das sobrancelhas, talvez surpreso pelo meu convencimento. Mas eu não menti. — Me formei em TI logo depois, e em Secretariado também. E fiz curso técnico de administração por último. Meio que fui influenciado pelo meu pai que é completamente apaixonado por empresas. Queria que eu trabalhasse ao lado dele.

— Livre e espontânea vontade ou pressão? — Sorrio.

— Pressão — confesso. — Mas... admito que comecei a gostar. Na verdade, fiquei confuso depois que terminei o ensino médio e acabei aceitando fazer por não ter outras opções. Mas gostei depois que comecei. Me identifiquei com a área...

— Interessante. — Olha para o papel sobre a mesa, brincando com a caneta entre os dedos. — Aqui diz que você sabe falar dois idiomas.

— Sim, mas devo confessar que pode ser que meu francês esteja um pouco enferrujado.

Ele sorri, astúcia escorrendo pelos cantos da boca.

Êtes-vous sûr de cela?questiona, finalmente me olhando nos olhos por mais de dois segundos.

En fait je me fais confiance — garanto com firmeza.

Ele me encara por mais um tempo antes de voltar para o currículo.

— Quer dizer mais alguma coisa sobre você?

— Hm... — Penso. — Não. Só isso mesmo.

— Certo. E por que você se interessaria em trabalhar na minha empresa? O que sua presença agregaria?

Ótima pergunta, Sr. Park. Eu não sei.

Abro a boca algumas vezes e a fecho novamente, sem ter algo realmente bom para dizer. O homem então parece analisar duramente a minha hesitação.

— Quer que eu seja sincero ou babe o seu ovo? — ouso questionar.

E então, pela primeira vez, noto um traço de impureza ricochetear o olhar dele, ao mesmo tempo que passa a língua entre os lábios rosados.

Estava demorando...

— Babe o meu ovo, Jeon Jungkook — pede de forma atrevida e totalmente safada. E eu soube, nesse momento, que maliciou.

Oh, não o culpo, certamente. Ser Cupiditatem deve ser uma merda. Porque em momentos que deve se manter a seriedade, sentirá vontade de foder todo mundo.

Levo a mão ao peito e faço uma cara sofrida, embargando a voz ao encenar:

— Oh, Sr. Park! Eu me inspiro no senhor! Alguém que deu a volta por cima e hoje tem poder o suficiente para ter o que quiser! — Ele solta um arzinho pelo nariz, num começo de risada. — Sou alguém dedicado, focado, organizado e submisso. Tenho a experiência que a Wine busca, eu amo fazer tudo isso! Sua empresa é simplesmente a melhor de todas! — No fim, minha voz falha e eu acabo deixando uma risada escapar. — Fim.

Park ri junto, prolongando a risada por mais alguns segundos. Então volta a me olhar, girando a caneta entre os dedos.

— Agora a resposta sincera — manda.

Mordo o lábio inferior em puro nervosismo.

— Para falar a verdade, eu não sei. — Deixo meu olhar cair um pouco. — Quero dizer, te garanto que não vai ficar na mão se me contratar. Eu me garanto quando aceito um desafio. Eu vou até o final para entregar algo próximo do perfeito. — Volto a olhá-lo. — Mas não há, de fato, uma motivação para estar aqui. Talvez o fato de sustentar meus filhos...

— Oh... O senhor tem filhos?

Sopro um riso.

— Dois gatinhos — revelo e não deixo de notar o alívio dele.

— Adorável — diz apenas, indiferente, mirando o papel. — Três defeitos seus?

Penso.

— Perfeccionista. Indeciso. E apegado.

— Apegado é defeito?

Não me olha quando pergunta.

— É. Eu odeio isso em mim. — Ele continua com ar de indiferença.

— Três qualidades?

— Vinculados a vaga? Hm... Comunicativo. Organizado. Centrado.

— Como se vê daqui a alguns anos? — Nego com a cabeça mesmo que os olhos do empresário não estejam em mim.

— Indeciso — digo, relembrando-o do defeito que acabei de citar. — Entretanto, quero ter realizado pelo menos alguns dos meus sonhos. Além, é claro, de estar trabalhando aqui.

Ele sorri ladino.

— Está babando o meu ovo, Sr. Jeon. — Sopro um riso pelo nariz.

— Dessa vez não foi proposital, Sr. Park.

Enfim ergue os olhos violetas para mim, mas mantém a cabeça levemente inclinada para baixo, o que faz com que ele ganhe um ar diabólico.

— E quais são seus sonhos? — pergunta baixo. A voz adquiriu um sutil timbre rouco.

— São clichês.

— Deixe-me adivinhar. — Pensa, girando a poltrona de um lado para o outro. — Um amor?

Amares são tão previsíveis.

— Certamente — respondo. — Isso é algo que não posso evitar.

— Certamente — repete com indiferença e volta a olhar para baixo. Os olhos correram rapidamente todo o papel, como se estivesse checando tudo uma última vez, antes de anunciar: — É isto, Jeon Jungkook. Tem mais alguma coisa para dizer ou que queira perguntar?

— Carga horária.

— Ah, certo. — Arruma a postura na cadeira. — De segunda-feira a sábado, das nove da manhã às seis da noite. Duas horas de almoço, mais precisamente de meio-dia às duas da tarde. — A sobrancelha bem feita relaxa por um momento, mas logo volta a ficar tensa. — No sábado só fica até às quatro da tarde.

Por mais que a carga horária não seja tão longa, a ideia de ficar todo esse tempo longe de Coffee e Milk não me parece boa. Nem para eles, nem para mim.

— Respondido? — o homem pergunta.

— Perfeitamente.

— Mais alguma coisa?

Nego com a cabeça enquanto murmuro um "não".

— Então podemos finalizar. — Ele anota alguma coisa em uma parte em branco do meu currículo e só me olha quando termina. — Foi bom conversar com você, Sr. Jeon. — Lanço um sorriso gentil e agradecido a ele. — A Wine J'M Company deve te contatar entre a tarde de hoje e o dia de amanhã. Se não entrar em contato é porque não conseguiu a vaga, mas certamente seu currículo ficará no RH para admissões futuras.

Fico surpreso com a rapidez, e até mesmo um pouco aliviado já que simplesmente detesto sofrer esperando por um resultado por tanto tempo.

O Sr. Park fica de pé e eu não demoro a fazer o mesmo, enfim tendo uma noção de tamanho e chegando à conclusão de que é de fato a cadeira que dá a impressão de eu ser mais baixo. Talvez a diferença de altura seja pequena, quase nula, apesar dos músculos alheios serem notáveis mesmo por baixo das roupas elegantes. Não é algo muito gritante, entretanto o volume que causam no terno deste homem me faz parecer um pouco menor.

Quando, na verdade, eu sou maior que ele.

— Também foi bom conversar com o senhor, Sr. Park — digo, apertando a mão tatuada pela segunda vez em menos de quinze minutos. Contudo, diferentemente da primeira vez que demos as mãos, aquela foi mais demorada, mais firme, mais intensa. Eu queria muito perguntar se ele é sempre assim, intenso, mas minha sem-vergonhice não é o suficiente, então apenas mostro um sorriso pequeno para ele.

— Quem sabe até breve. — Como poucas vezes enquanto estive diante dele, me olha nos olhos.

— Até — digo apenas, afrouxando os dedos, mas o CEO ainda continua segurando a minha mão após alguns segundos antes de afrouxar também e finalmente quebrar o contato; tanto físico quanto visual.

Com a pasta em mãos, me afasto. Devolvo a cadeira para próximo da mesa e caminho até a porta de madeira escura. Puxo a maçaneta moderna e passo pelo limiar para o lado de fora, e antes de fechá-la olho uma última vez para o homem poderoso.

Contudo, ele não está me olhando como imagino. Na verdade, dou de cara com as costas de couro da poltrona, o que quer dizer que o Sr. Park está defronte à vista da cidade que o vidro que vai do chão até o teto permite ver. Arqueio uma das minhas sobrancelhas e, por fim, puxo a porta, deixando o enólogo³ e seu impecável escritório para trás ao fechá-la.

🍷ི꙰͝꧖๋໋༉◈

¹ Traduzido do francês: "você tem certeza disso?";

² Traduzido do francês: "na verdade eu confio em mim mesmo.";

³ Enologia é a ciência que estuda tudo o que está relacionado com a produção e conservação de vinho, desde o plantio, escolha do solo, vindima, produção, envelhecimento, engarrafamento e venda. Enólogo é o nome que se dá ao indivíduo graduado em enologia, no caso o Ji.

E aí, anjos! Como vocês estão?

Segundo capítulo postado! Clap clap

Nesse vocês conheceram a Stacy e o Jimin. Por enquanto eles apareceram superficialmente, mas mais para frente aparecerão com maior frequência

Assim como Coffee e Milk, e até mesmo o Namjoon

SPOILER: no próximo capítulo vocês vão entender o que o Nam sente pelo Jungkook. JK vai derramar algumas lágrimas...

Minha conta no Insta é @dan_kyunsoo, eu sempre interajo por lá

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜

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