15° Taça
SALVEEEEEEEEE
Espero que gostem do capítulo de hoje, deixem a ⭐ se isso acontecer e boa leitura 💕
🍷ི꙰͝꧖๋໋༉◈
Essa é a primeira vez que Jimin sai junto comigo. E mais cedo também, já que Stay me disse uma vez que ele chega a ficar aqui até às dez da noite.
Meu expediente acaba às seis.
Park sugere irmos de nave. A questão é que meu bebezão não pode ficar no estacionamento da empresa. Não é que não seja confiável, claro que é, mas não tenho coragem de deixá-lo ali sozinho.
— Deixa em casa então — ele diz ao notar que eu jamais deixaria o meu carrinho para trás. — Eu vou junto e voltamos no meu. E você aproveita para olhar se seus gatos estão seguros. — Sopro uma risada. — Quê foi?
— Nada. — Balanço negativamente a cabeça. — Perfeito então. Vamos.
Tudo isso pela minha companhia?
Eu entro no meu carro e, quando saio do estacionamento da empresa, noto que o carro luxuoso vem logo atrás.
— Oi, meu neném — Namjoon fala ao atender.
— Oi, amor. — A chamada está no viva-voz. — Está ocupado?
— Não. Pode falar.
— Hm... — Umedeço os lábios com a ponta da língua. — Fiz merda, mas agora não tem como voltar atrás.
— Você está andando demais comigo, Jungkook. — Concordo e rio com ele. — O que você fez, hein?
— Vamos dizer que eu aceitei o convite do meu chefe para beber...
— Ah, não é tão ruim assim.
— Na casa dele.
Ele faz silêncio por um tempo.
— Ok, é sim — conclui. — Você nada em direção ao perigo, homem. Não tem medo?
Mordo o lábio inferior com força, apoiando o cotovelo na janela mas mantendo a outra mão no volante.
— Seria doideira demais se eu disser que não? — murmuro.
— Sim. Muita.
Suspiro.
— Enfim, eu só liguei para avisar que vou estar com ele. Mas não é por muito tempo, antes das onze eu já devo estar em casa — conto. — Vou passar em casa para ver os meninos.
A linha fica quieta. Segundos depois Nam diz:
— Toma cuidado, Jungkook.
— Está tudo sob controle, amor.
Na verdade, não sei se está.
— Sei — murmura. — E escova os dentes. Vai que vocês dão alguns amassos.
— Namjoon! — Ele gargalha. — Eu estou tentando acreditar que só vamos beber e você está colocando paranoias na minha cabeça!
— Foi só uma brincadeira, neném — se defende. — Mas agora é sério: toma cuidado, ele já deixou bem claro o que quer com você.
Engulo em seco. É claro que eu sei disso, mas me embrulha o estômago sempre que lembro. É como um soco na base da barriga toda vez que penso nisso.
— Eu sei — digo, um pouco mais baixo que antes. — Fica tranquilo.
— Hm... Então tá — Não parece tão convencido assim. — Qualquer coisa me liga.
— Obrigado, querido. Te amo. — Ele somente sopra um riso e, como sempre, não responde de volta. — Estou chegando em casa já.
— Se cuida.
A ligação é encerrada logo após. Eu encho os pulmões ao máximo e expiro com calma, esvaziando-os. E então subo na pequena rampa da garagem, parando de frente para o portão elétrico enquanto ele sobe. Noto que Jimin para a nave próximo ao meio-fio, exatamente em frente à minha casa.
Quando coloco o carro para dentro, pego minha bolsa e tranco ao sair. O portão da garagem abaixa assim que saio. Park está parado fora do carro dele, encostado na lataria com os braços cruzados.
Quase reviro os olhos.
— Quer entrar? Prometo ser rápido — falo.
— Pode ser.
Eu caminho até em casa e abro a porta com a chave que está presa no mesmo chaveiro que a do meu carro. Acendo as luzes do andar de baixo e olho para trás a tempo de ver Jimin entrando.
Ele olha em volta sem sequer mover a cabeça. Sopro uma risada ao notar as íris violetas girando para todos os lados com curiosidade.
— Você mora sozinho...? — O tom soa tão incerto que quase nem parece uma pergunta.
— Sim? — respondo, deixando a bolsa no sofá. — Por quê? Achou que eu morasse com alguém? — Ele me olha, bate os cílios e nega com a cabeça.
— Não. Na verdade, sim. É que... — Semicerro os olhos para ele, e olho para baixo quando sinto alguém roçar nas minhas pernas. Milk. — Nada. Esquece.
Me abaixo e pego o felino no colo, acariciando-o atrás da orelhinha.
— Não que interesse a você, mas Namjoon é meu amigo. E não mora comigo — digo sabendo que, provavelmente, tenha centenas de especulações sobre o que o cara que me esperava no aeroporto semana passada é meu. — Não faz diferença, de qualquer forma. — Olho para Milk. — Oi, anjinho. — Afino a voz, beijando a cabecinha dele. Dou as costas para Park e vou até as vasilhas de ração e água. — Cadê o Coffee, uh? — Ele mia para mim.
— Você não está mesmo falando com um gato, está?
— Calado, Cupidi. Você não sabe nem comer uma pizza de forma decente.
— Esquece isso — resmunga.
Coloco Milk no chão e me viro brevemente para Park, que mira os porta-retratos na estante da minha televisão.
— Já volto. Fica a vontade — digo antes de subir os degraus correndo.
Encontro Coffee deitado na minha cama. Dormindo, como sempre. Eu o acaricio, mas não demoro muito.
Mordo o lábio inferior e olho para a porta do banheiro, fechando de forma breve os olhos antes de entrar.
Sim, eu escovo os dentes.
Não quer dizer nada, ok? É apenas por precaução. E higiene, é claro.
Eu afasto a cortina da porta de vidro que levava à sacada e checo se está tudo certo com as suculentas.
Tudo ok.
Depois disso, deixando a porta do meu quarto entreaberta, eu desço. Park está parado no mesmo lugar, olhando para o gato que roça nas pernas dele.
Milk é pra frente demais. Ele não estranha ninguém e adora pernas.
— Ele vai encher a sua calça de pelo — murmuro, chamando a atenção do homem.
— Ele está fazendo barulho.
Franzo o cenho.
— É. Ele está ronronando. — Ele arqueia uma das sobrancelhas. — Nunca viu um gato?
— Já. É claro que já. — Pigarreia e olha para baixo. — Só nunca vi um tão de perto...
Se Cupiditatens não tem muito contato com pessoas, imagina com animaizinhos fofos? Dificilmente vão ter animais de estimação. Eles não criam vínculos afetivos, então porque ter? Não faz sentido para eles. Só os irritam.
Não me surpreende o fato de Jimin nunca ter tido contato com nenhum outro animal.
— Ele está ronronando porque está satisfeito com o carinho — comento. — Está te mostrando que está feliz.
Park volta a olhar para baixo. Milk passa entre as pernas dele e se joga sobre os sapatos de marca, rolando sobre eles.
— É estranho.
— É fofo — rebato. — Enfim, está tudo sob controle. Podemos ir.
Jimin não hesita em se afastar do gato, que fica deitadinho no chão onde os sapatos estavam. Não resisto e me abaixo para acariciá-lo.
— Vá deitar com o Coffee, neném. Daqui a pouco eu tô em casa de novo. — Acaricio-o embaixo do pescoço, sentindo a vibração da garganta.
— Isso é patético, Jeon.
Bufo e fico de pé, olhando para o homem parado na porta da minha casa. Ele está me encarando.
— É terapêutico. — Aponto para fora. — Agora vai.
Ele sai abanando a cabeça em negação, e escuto quando sopra uma risada nasal.
Saio em seguida e fecho a porta, trancando-a. Trago comigo apenas celular e carteira.
— Olha só, aprendeu mesmo a abrir a porta — ele goza de mim pouco antes de entrar no lado do motorista.
— Engraçadinho — resmungo assim que entro do lado do carona.
— Não costumam dizer isso, mas obrigado — debocha.
Eu só finjo que não escutei. Dar corda para um Cupiditatem é pedir para perder a paciência, e olha que eu sou alguém bastante paciente.
Park começa a dirigir (voar) pelas ruas da cidade. Eu meio que agradeço por estarmos em horário de pico, porque se não fosse o trânsito Jimin simplesmente decolaria com o carro. Nós passamos novamente em frente a empresa e pouco minutos depois disso ele diminui a velocidade para poder subir na rampa da casa.
Nem preciso dizer que é luxuosa, não é?
Ao lado da rampa tem uma escada larga de poucos degraus que leva até a porta de entrada. O carro, apesar de entrar na garagem, fica completamente à mostra para quem passa na rua já que não tem paredes nas laterais, tampouco portão. A varanda do primeiro andar da casa é o teto da garagem aberta.
Já é noite, mas as luzes que decoram as pequenas árvores e os arbustos da calçada iluminam bem todo o redor da residência. A casa dele é a única num raio de 100 metros. Em todos os sentidos e direções.
Ele não tem vizinhos.
— Não tem medo de deixar seu carro tão visível? — pergunto quando ele desliga o veículo. Ele parou ao lado de uma moto esportiva preta.
— Não. — Abre a porta e sai. Faço o mesmo.
À frente do carro fica a parede da casa. Na minha direita, onde saio, consigo ver as luzes da próxima casa mais perto. Há um enorme gramado com árvores bem podadas que separam as duas residências. Do meu lado esquerdo, onde Jimin desce, está a moto, a escada que leva para a porta principal, e mais um longo espaço gramado até a próxima casa mais perto; respectivamente.
— É um bairro seguro.
Me olha.
— Certo. — Dou a volta no veículo e sigo ele até a entrada. A porta é escura e a maçaneta é uma barra prateada de ferro de cima a baixo.
— Fique a vontade, Jeon — ele diz ao entrar, dando passagem para mim.
Eu entro, mas espero ele passar na minha frente de novo. Não conheço nada, afinal.
Nós atravessamos um curto corredor cujas duas paredes beges contém alguns quadros bonitos e ao final dele a casa se expande e toma dois rumos: direito e esquerdo. No lado direito fica a sala de estar. É grande para uma pessoa só. Há uma mesa redonda e preta no centro, um sofá branco de couro em formato de L e uma televisão imensa de plasma presa na parede. Tem uma lareira no canto da sala também, e muitos quadros de natureza morta com vinhos e uvas.
Já do lado esquerdo fica a cozinha. O balcão de fora a fora divide a mesa de jantar de seis lugares da cozinha em si. A geladeira enorme de duas portas é da cor da coifa em cima do fogão de bancada: prateada. E o restante dos móveis variam entre o preto e o branco.
— Posso fazer uma pergunta? — digo. Park me olha depois de colocar as chaves do carro em cima da mesa de centro da sala de estar.
— Acabou de fazer.
— Quando foi a última vez que você usou a cozinha?
Jimin passa muito tempo na empresa, então me surgiu essa dúvida. Eu sou impertinente e sei disso.
O homem olha para a cozinha luxuosa e sopra uma risada antes de olhar para mim.
— Eu moro aqui há sete anos. — Sorri ladino. — Eu nunca usei.
Me surpreende um pouco, devo admitir.
— Ok... — digo apenas.
— Mas não quer dizer que não seja usada — acrescenta. — Eu não tenho tempo para fazer a minha própria comida, tem alguém que faz por mim. Como qualquer outra tarefa doméstica.
— Não me surpreende, Sr. Park. Você pelo menos toma banho sozinho?
Ele sorri, meu coração acelerar.
— Oh, sim. Isso eu ainda consigo fazer sozinho. — Ele gargalha baixo quando eu reviro os olhos. Até mesmo a risada dele é contida e adorável. — Coisa feia, Jungkook. — Olha para a sala de estar. — Hm... Você pode ficar à vontade. Eu vou lá embaixo pegar o vinho. Não demoro.
Assinto e o vejo caminhar até a escada no fundo da casa, entre a cozinha e a sala. Ela fica rente a parede de vidro e sobe para o primeiro andar. Entretanto, noto que a mesma escada também desce para o subsolo, e descubro isso quando vejo Park sumir no chão.
— Uau... — solto, correndo os olhos por todo o térreo.
A parede de vidro, a mesma onde fica a escada, dá visão para o que tem lá fora; a parte externa da casa. A enorme piscina é iluminada pelos LEDs, o que deixa a paisagem ainda mais bonita.
Vou em direção ao sofá, mas volto quando percebo que ainda estou de sapato. Quero dizer, o tapete do qual ocupa uma boa parte do cômodo é branco e sinto agonia só de imaginar pisar ali. Então tiro o calçado e a meia também, deixando perto da porta de entrada, e volto para a sala. Me sento exatamente na união entre um lado e o outro do L.
— Aqui. — Park aparece pouco tempo depois. Na verdade, escuto os passos dele subindo a escada e vindo até mim. Ele coloca a garrafa sobre a mesa de centro, bem à minha frente. — Vou pegar as taças. Hm... Não precisava tirar os sapatos.
— O tapete é branco, Jimin, claro que precisava. — Olho para ele, que tensiona levemente as sobrancelhas e caminha até a cozinha em seguida.
— Eu não me importo com essas coisas, mas você que sabe — diz, atravessando o balcão.
Ele está de costas, porém se vira enquanto tira o paletó. Engulo em seco quando foca os olhos violetas em mim, mas não desvio. Nem ele, na verdade. Jimin apenas continua até tirar. Deixa a peça sobre o balcão e faz o mesmo com a gravata.
— Que foi? — provoca.
— Nada — murmuro, mas não me sinto intimidado e mantenho os olhos nele.
Park desabotoa os punhos da camisa e vai dobrando cada uma das mangas até os cotovelos, e ao final disso ele finalmente quebra nosso contato visual ao se virar de frente para os armários; consequentemente de costas para mim.
Ele pega duas taças e o saca-rolhas antes de voltar para a sala.
— Sabe abrir? — questiona, me estendendo o objeto metálico.
— Talvez.
Pego o saca-rolhas e a garrafa, e ele coloca os cálices sobre a mesa antes de ir até o canto da sala. Até a lareira, para ser mais específico.
Eu foco em abrir a garrafa e despejo a bebida no fundo das taças quando consigo.
— Estou orgulhoso de você, delírio. Aprendeu a tomar vinho como uma pessoa decente — comenta em tom baixo, me fazendo soprar um riso enquanto tapo outra vez a garrafa com a rolha.
— Nossa, Jimin, como você está engraçado hoje. — Ri, e quando ergo o olhar noto que a lareira que uma vez esteve apagada, mas que agora arde em chamas. — E você? Aprendeu a comer pizza como uma pessoa de respeito?
— Oh... — Solta uma risadinha astuta, vindo até mim. Ele se senta ao meu lado, mas com uma certa distância entre nós. — Bom, confesso que não comi depois daquele dia, mas posso garantir que não esqueci.
— Espero que não. — Pega a taça dele e eu bebo um pouco da minha. É o mesmo vinho que tomamos juntos nas outras vezes.
— Por falar naquela noite... — Olho para ele, que encara a mão que segura a taça sobre o próprio colo. — Eu li rapidamente o relatório que me entregou antes de virmos. — Franze as sobrancelhas. — Eu dou um oito de dez.
O olho surpreso.
— Isso é um elogio para mim, você é chato de agradar. — Me olha com uma clara e falsa expressão de ofendido. Me faz rir.
— Não é verdade!
Sento meio de lado e dobro a perna direita sobre o sofá, ficando de frente para ele.
— Ah é sim. — Bebe do vinho. — Entretanto, não é nada que eu não consiga lidar. — Arqueia uma das sobrancelhas para mim e é minha vez de beber.
— Então está fácil para você? Cuidado, Jungkook, eu consigo infernizar a sua vida.
Nego com a cabeça.
— Não disse que é fácil. E não duvido que consiga. — E de fato não duvido. Porque sei que quando um Cupiditatem quer, ele consegue ser insuportável.
Mais do que naturalmente é.
— Eu–
Jimin iria dizer alguma coisa, mas é cortado pelo toque do celular. Ele estica a perna esquerda um pouco para frente e enfia a mão no bolso, puxando o aparelho que toca de lá. E mesmo estando um pouco afastado, consigo ver que é um número desconhecido. Não está salvo no telefone, entretanto parece saber muito bem de quem se trata.
— Atenda — digo, vendo a rigidez da mandíbula. Os olhos violetas estão vidrados na tela do celular. — Não me importo.
Ele hesita por segundos e, mesmo depois que atende, demora para levar o aparelho até próximo da orelha.
— Oi, Amélia. — Fico surpreso ao escutar. — Hm... — Jimin me olha de forma breve pelo canto dos olhos. — Não. Estou em casa já.
Passo a língua entre os lábios e decido levantar e ir para outro lugar. Para a cozinha talvez, ou então tentar achar o banheiro. Para deixá-lo sozinho. Porém, sinto a mão macia segurar meu pulso quando ameaço sair do sofá. Eu olho para o homem ao meu lado, meio confuso com o ato repentino, e o vejo negar com a cabeça.
— É, mãe. Faz tempo que não nos vemos. — Jimin olha para a mão dele em meu pulso e eu faço o mesmo quando escorrega para segurar a minha semelhante.
Eu deixo.
A taça que segurava segundos antes agora está sobre a mesa junto com a garrafa e os enfeites chiques.
Park então tenta manter uma conversa com a mulher, mas é possível notar que não fazem isso com frequência somente pela forma sem jeito que fala. Ele sempre hesita antes de dizer alguma coisa e franze o cenho ao final de cada fala, como se aquilo o incomodasse.
Em algum momento os dedos alheios se entrelaçam aos meus e eu não me importo em deixar suaves carícias no dorso da mão dele – como fez comigo nas vezes anteriores.
— Hoje não dá. Eu estou em casa mas... não estou sozinho agora. — Levo os olhos de forma sutil até ele, notando que sou encarado de volta. — Mas vou tentar aparecer aí qualquer dia desses. — Morde o lábio inferior. — Prometo que vou, mãe.
Sinto os dedos dele afrouxarem minha mão e permito que solte-a mesmo querendo que elas fiquem unidas. Jimin se inclina e bebe quando pega a taça em cima da mesa, mas logo devolve ao mesmo lugar. Quando volta a encostar no estofado, percebo que senta mais próximo de mim. E, para a minha surpresa, sinto o braço esquerdo passar por trás dos meus ombros.
É claro que entro em estado eufórico, mas não de um jeito ruim. É apenas uma inquietação no peito e um friozinho na barriga que não consigo controlar, principalmente quando Jimin me puxa com delicadeza para mais perto do corpo dele.
Minhas costas vão de encontro ao tronco e eu praticamente me deito contra o peitoral.
É bom. Eu gosto muito de abraços e, apesar de usar apenas um dos braços, ele está me abraçando. E o fato de estar tão perto de mim me causa uma calmaria surreal, porém uma inquietação inexplicável – ambos fora do comum.
Jimin consegue fazer eu me sentir das duas formas ao mesmo tempo; na mesma intensidade.
E claro, manhoso como os meus gatos, não perco tempo ao me aconchegar mais a ele. Eu não sou besta, amo um chamego.
— Mãe... — Acaricia meu braço com delicadeza, como eu fazia antes com o dorso da mão que não está tatuada. — Que bom que ligou.
Eu sei que ele está mentindo, mas sei o quanto dona Amélia gostou de escutar o que disse, então meio que está tudo bem. Porque Namjoon fazia exatamente a mesma coisa com a mãe dele. Ele mentia. Só que... a fazia bem, sabe? Os olhos dela brilhavam quando falava o quanto amava o filho e o quanto ele era bom para ela.
Assim como ele faz comigo também.
Tomo o último gole da minha taça e deixo meu braço direito sobre a coxa musculosa alheia, me sentindo muito confortável na posição em que estamos.
— Então tá, Amélia. Até... qualquer dia. — Sorrio com o tom sem graça dele. — Boa noite.
Sei que ele encerra a ligação quando solta um longo suspiro.
— Como seu amigo faz isso sempre? — pergunta, notoriamente cansado.
Como se aqueles poucos minutos de conversa por ligação tivessem sugado as energias dele.
Deito a cabeça para o lado e olho minimamente para cima, encarando o rosto bonito mais de perto. Eu fico um pouco mais baixo por estar praticamente usando ele de encosto.
— Foi um processo. Não foi fácil no início, mas com o tempo ele... ele se acostumou — digo, e sorrio quando ele olha para mim. — Você está querendo fazer igual?
Dá de ombros, olhando para a televisão na parede mesmo que ela esteja desligada. Eu mantenho a atenção no rosto dele.
— Achei que tivesse dito que ele é um otário por fazer isso.
— E é. — Sopro uma risada. — Sei lá porque estou fazendo isso, não vai levar a lugar nenhum mesmo. Só vai me fazer passar raiva.
Umedeço os lábios e corro os olhos pelo rosto belo. Jimin é tão gracioso... Passaria, com toda a certeza, horas admirando-o.
Ele me olha de novo quando fico um bom tempo em silêncio.
— Continua — sussurro. — Ela vai amar. Vai fazê-la muito feliz. Os dois. Seu pai também.
Sinto então a mão livre dele, a que não envolve meu tronco, tocar meu queixo. Ele assente com a cabeça e acaricia meu rosto.
— Tá — sussurra de volta. — Vou tentar.
Sorrio. Fico satisfeito com a resposta, devo admitir.
As pontas dos dedos escorregaram pelo meu pescoço até a minha nuca, e eu sei o que Jimin quer fazer no momento em que noto o rosto dele mais próximo do meu.
— Eu já tenho uma pessoa que mente para mim, Jimin — sussurro quando os lábios grossos tocam os meus. Meus olhos já estão fechados à essa altura e acredito que os dele também estejam. — Não preciso de mais uma que finja que gosta da minha companhia.
Ele amassa a minha boca com a dele ao me dar um selinho demorado.
— Nada que eu fiz até hoje foi encenação, delírio. — O tom dele é muito baixo, mas eu consigo escutar perfeitamente porque somos os únicos nessa casa enorme. Fora isso, a lenha na lareira estala com o fogo, mas é tão suave que deixa o clima agradável. — Eu queria fazer cada uma daquelas coisas. E eu fiz.
— Eu tenho medo do que ainda está por vir, meu bem — enfatizo, infiltrando os dedos nos cabelos loiros. — Você está certo, tudo o que acontecer entre a gente vai ser irrelevante para você.
— Esquece isso, vai? — Beija o cantinho da minha boca. — Só deixa rolar.
"Só deixa rolar."
Só!
Ah, para ele é tão fácil dizer e fazer isso. Porque quando não quiser mais, quando nada mais o agradar, ele simplesmente pula fora.
Mas não é a mesma coisa para mim. Não é só deixar rolar. Eu sei que vou sair todo fodido no fim.
Jimin desliza os lábios pelo meu queixo, soprando o hálito quente em minha pele. Isso me arrepia.
— Só um beijo então — pede quando não digo nada.
— Só um? — Aperto os fios entre os meus dedos. — Nada mais?
— Nada mais.
Então eu permito que os lábios se encaixem aos meus.
É só um beijo, afinal. O que pode dar errado?
Park mordisca meu inferior antes de escorregar a língua quente para dentro da minha boca, tudo com extrema cautela. O beijo dele me deixa molinho. Em conjunto com o abraço meio de lado, deixa tudo ainda mais gostoso.
Parar agora não vai ser nada fácil, mas eu não me preocupo com isso no momento. Eu somente aproveito os toques, os lábios, a língua.
Descobri que amo todos eles, principalmente quando estão em contato direto com o meu corpo.
🍷ི꙰͝꧖๋໋༉◈
E aí, anjos! Como vocês estão?
O Nam aconselhando o JK kkkkkkk o Nam é o subconsciente do Jungkook. É a razão dele
E o JK nunca escuta, impressionante
Jimin tá meio molinho, né? Tá sorrindo mais, tá falando mais, tá fazendo mais piada, tá soltin...
Jungkook que tome cuidado, não abre o olho não pra ver só. Vai levar uma rasteira
SPOILER: no próximo capítulo... 🥵🔥🔞😏🙈 resume bem. Aguardem.
Minha conta no twitter é @DanKyunsoo
Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro